Em seus pensamentos poderiam existir tantas formas de persistir,poderia haver um livro com incansáveis instruções, contudo,Emma as ignorava e se arriscava em coisas que sabia poder machucar quem estava ao seu lado,sabia que se fosse descoberta as consequências seriam avassaladoras,mas ela não se deixava perceber a magnitude de seus atos, não se importava com as probabilidades de tudo terminar m*l. Por anos era somente ela em um país distante e em uma faculdade dos sonhos,por longos e dolorosos meses era somente ela com pensamentos destruidores; Emma tinha a melhor amiga do lado,mas não significava que o sentimento de solidão se dissipava,pois não era exatamente isso que acontecia.
Enquanto encarava a vista que aquela janela de vidro transparente lhe proporcionava,seus dedos acariciava levemente sua pele hidratado e pálida em busca de tranquilidade,coisas que sua mente não estava disposta a lhe proporcionar facilmente, então quando ouviu passos se aproximando de si e dois braços circular sua cintura,a garota suspirou profundamente e apoiou a cabeça no ombro alheio. Aquela amizade era observada e admirada por muitos, afinal sempre seria difícil encontrar irmãos que realmente gostam de demonstrar o quanto se amam e estão dispostos a serem a diferença entre milhares.
Parado naquele corredor enquanto encarava a porta aberta daquele quarto, Brandon se perguntava como seu amigo poderia ser daquela forma; ele compreendia que por trás da fuga daquela garota,havia um motivo muito forte que jamais pediria por detalhes que não lhe dizia respeito, entendia que Emma realmente teve de sair do lugar onde possuía os melhores momentos e aceitava que ela não tinha a escolha de ficar ao lado de sua única família. No entanto,assim como qualquer ser humano, Brandon não conseguia ignorar o fato de Ronald ter sofrido pela saudade, não ignorava como foi difícil ver seu melhor amigo se sucumbir lentamente. O rapaz entendia e não julgava,mas também se estivesse na posição do amigo,jamais conseguiria continuar agindo daquela maneira,o carinho teria de ser limitado.
Olhando em seu relógio de pulso,Ronald deixou um beijo carinhoso nos cabelos da irmã e se afastou lentamente para lhe dar tempo de ajeitar a postura e se virar em sua direção. Ambos estariam indo a uma social de amigos,e como não queria deixar a irmã abandonada naquele apartamento,decidiram levá-la. Deixando aquele quarto enquanto mantinha suas mãos entrelaçadas com as da garota, Ronald suspirou ao encontrar o amigo no corredor daquele e encarando os dois com um olhar diferente,como se questionasse como ele poderia ser o mesmo após tudo o que aconteceu.
Emma sentiu o olhar julgador queimar sobre si,e sua reação foi uma somente; ela abaixou o olhar e soltou lentamente a mão daquele que lhe tratava como um dos maiores presentes que a vida lhe dera. Durante o percurso até o bar em que haviam marcado,o silêncio entre ambos era mantido, não havia o que conversar e muito menos clima para iniciar uma conversa. Então,em um tentativa de fugir de toda aquela tensão,Emma não esperou o irmão para entrar naquele bar desconhecido por si,apenas saiu do carro e seguiu até o estabelecimento e se senhor de frente para o barman, esse que lhe ofereceu um sorriso amigável.
— Bebê, não vai para a mesa com a gente? — apoiando uma mão na cintura da irmã e outra em seu ombro, Ronald questionou com um sorriso leve e descontraído,no entanto,ele sabia o porquê da fuga dela.
Girando seu corpo em direção ao irmão e sorrindo abertamente demostrando a sinceridade em seu olhar e lhe dando um motivo por tamanho desconforto ao estar sob a presença de Brandon,Emma negou por alguns segundos,mais voltou atrás ao perceber o olhar entristecido do rapaz.
— Irei sim,mas quero beber algo antes — sorrindo de nervoso, Emma pronunciou apoiando seus cotovelos sobre o balcão.
Ronald não questionou ou ao menos demonstrou se importar com a decisão dela,apenas gostaria de acreditar que Emma não estivesse odiando aia estadia naquela cidade o de jamais pensou estar,queria acreditar fielmente de que ela não se arrependia de estar passando aquele tempo ao seu lado. Então, deixando um beijo na testa da menina, Ronald se afastou e seguiu até o grupo de amigo que se conheceram em diferentes situações; um era da época da faculdade, outro de saídas noturnas e até mesmo do local de trabalho.
Emma observou o sorriso do irmão,percebeu que mesmo sentindo sua falta por longos anos,ele esteve em boas mãos e tivera as melhores companhias,ela entendeu que apesar de fazer falta na vida dele,havia outras pessoas para lhe distrair e fazê-lo esquecer por alguns minutos que um dia sua única família lhe dera as costas e fugira como se mais nada importasse. Existia culpa em seus ombros,o sentimento de sempre ferir aqueles que se importam consigo, Emma se culpava por saber que jamais seria alguém corajosa o bastante para arriscar a permanecer ao lado de alguém,corajosa o bastante para ficar sem ao menos pensar em abandonar tudo.
— O conheço a um certo tempo...— ouvido aquela voz que lhe servira um bebida amena em álcool,Emma suspirou e voltou a erguer seu olhar para o rapaz.
— Meu irmão é alguém muito sociável,diria que onde passa a no mínimo dez pessoas que o conhece — sorrindo contido e dando um gole na bebida,seus braços foram cruzados e apoiados sobre o balcão.
— Então você é a famosa Emma,a garota dos olhos dele? Prazer em lhe conhecer! — demonstrando ter ouvido falar de sua pessoa,o rapaz lhe ofereceu um mão para um cumprimento,esse que foi aceito — sou o Miguel!
— Não sei exatamente o que ouviu falar de mim e como foi apresentada a você,mais é um prazer lhe conhecer, Miguel — com um olhar curioso e sustentável,Emma afastou sua mão e virou o restante da bebida garganta a baixo.
Por alguns minutos,ambos se prenderam em uma conversa aleatória enquanto o via servir algumas outras pessoas que passavam por ali,pareciam ser amigos a anos pela tamanha intimida que criaram em tão pouco tempo. No entanto,quando percebeu ter ficado tempo demais ali,Emma pagou o que bebera ali e se despediu seguindo na direção de seu irmão,esse que ainda a observava se enturmando com alguém.
Quando se sentou ao lado do mais velho,Emma sorriu e apoiou a cabeça no ombro de Ronald e fechou o olhos por alguns segundos se lembrando de como era bom estar com ele,de como o mundo parecia perder a importância ao sentir as carícias em seu fios negros. Emma sentia tanta saudade,se sentia alimentada com a presença do irmão que ao menos conseguia se recordar de como havia sido todos aqueles anos longe. Poderia ter sido a melhor maneira de manter viva,poderia ser sido a única solução para seus problemas,no entanto, dando razão para seu coração a partir do momento em que colocara o pé naquele cidade,Emma sabia que não poderia estar completamente bem. Faltava algo,faltava seu irmão.
— Você terá de me desculpar,mas sua irmã é linda, diferente de você! — o loiro que se mantinha ao lado de uma garota bronzeado, comentou fazendo o citado franzir o cenho — Prazer em lhe conhecer,anjo. Sou o Andrew!
Voltando a abrir seu olhos,Emma sorriu levemente e assentiu se sentindo confortável ao ter a cabeça nos ombros do irmão. Observando as outras duas pessoas - a garota e outro rapaz - Emma se apresentou mesmo sabendo que ambos a conheciam por ouvirem falar de si. Rafaela e Luke eram irmãos, Andrew e Brandon se conheciam desde a infância e acabaram incluído Ronald no grupo de anos.
Horas,esse era o tempo que permaneceram naquela mesa conversando de tudo um pouco. No entanto,havia uma única pessoa que parecia não gostar da presença de Emma,um único alguém que demostrava querer distancia e se incomodava com a aproximação rápida: Brandon admitiu que a irmã de seu amigo era uma pessoa amigável e gentil, alguém que todos gostariam de ter por perto,mas por alguns minutos pensando sobre todas as mudanças que tiveram desde sua chegada,o rapaz se sentiu ameaçado.
Quando a viu se levantar e caminha até o banheiro,o rapaz suspirou e se levantou seguindo pelo mesmo caminho,ao parar em frente ao banheiro feminino, Brandon respirou fundo tomando coragem para conversar com ela. Não sabia o que estava fazendo e por qual motivo não se sentia apto a conviver com Emma até o final de sua estadia ali,no entanto,algo em si não estava disposto a ceder a uma grande aproximação para depois,quando seu tempo ali tiver um fim,ela deixar aqueles que se apegaram a si.
Após encarar seu reflexo mais uma vez naquele espelho que cobria a parede por completo acima da pia,Emma molhou as mão e tocou seu rosto como se desejasse retirar algo daquela parte de seu corpo,no entanto,a menina apenas tentava se livrar dos pensamentos que parecia querer lhe sufocar. Estava bem,feliz e tranquila por estar na companhia daquelas pessoas que cuidaram da pessoa que mais ama no mundo, entretanto não conseguia ignorar tudo o que parecia lhe cobrar e tudo o que rodeava suas próximas ações. Estava no meio do percurso de uma corda bamba prestes a romper e lhe fazer cair em um precipício.
Quando a garota deixou aquele banheiro e sentiu um toque em seu braço a puxando para o lado oposto de onde se encontrava a companhia de ambos,Emma suspirou sentindo a tensão emanando do corpo de Brandon. Do lado de fora daquele bar,na parte de trás,Emma se afastou daquele toque e guardou suas mãos dentro do casaco enquanto esperava as palavras do rapaz a sua frente.
— Sabe que não tem esse direito, não é? — olhando para a garota a sua frente, Brandon se pronunciou enquanto tentava não demonstrar seu nervosismo por se sentir ameaçado.
— Do que exatamente está falando? Se refere a minha aproximação com seus amigos? — estando realmente confusa,Emma questionou se encolhendo ao sentir a brisa fria bater contra seu rosto.
— Seja sinceramente, Emma! O que planeja fazer? Sabemos que estará deixando o país no momento em que suas férias tiverem fim, também sabemos que você nunca deixara Nova York para ficar com seu irmão aqui. Então me explica,pois não consigo entender a sua necessidade de se aproximar sabendo que irá deixá-lo abatido com sua ida — demonstrando nervosismo com a possibilidade de ver seu amigo decaído, Brandon se aproximou de Emma e encarou olho a olho.
Por uma fração de segundo,Emma queria dizer que Brandon estava errado e que sim,ela deixaria tudo somente para estar perto de seu irmão. Mas não podia,era egoísta de mais e sabia que Ronald aceitaria com o tempo, afinal,Emma acreditava que o irmão não se preocuparia com ela após estar casado e construindo sua família. Um erro que aquela garota estava comentando,pois Ronald não pensava em abandone a irmã e muito menos dar menas atenção após estará casado com a mulher que ama.
— Você está agindo como se não estivesse prestes a abandonar aquele cara novamente. Construindo vínculos em um lugar que planeja não voltar, deixando as pessoas se aproximarem como se pudesse tê-la por perto sempre que possível — se aproximando ainda mais, Brandon rosnava fazendo com que Emma se asfatasse — não seja uma m***a, não estrague aquilo que outras pessoas reerguerem após sua fuga. Compreendo sua necessidade de ter se afastado, mais nada justifica o que está fazendo.
— Eu sei, não preciso que fique me lembrando o quanto magooei meu irmão, não preciso que jogue na minha cara o quão covarde fui. Ele não me via a anos, e por mais que você não acredite,aquele cara fez mais falta do que um dia pude calcular — rebateu as acusações verídicas — não se preocupe, não irei destruir o belo trabalho que fizeram ao concertar as merdas que fiz.
Então,dando as costas para o rapaz que suspirou frustrado com toda aquela situação,Emma voltou para dentro do bar e se despediu do irmão dizendo que estaria voltando para o apartamento,pois se sentia cansada de mais para continuar ali,de início o rapaz não entendeu aquela muda ao repentina,mas não questionou nada,apenas deu um beijo na testa da irmã e pediu para que tomasse cuidado. Emma estava e sempre se manteria pensativa quando se tratasse de seu irmão e de tudo que fizera no passado,e tudo estava passando despercebido por todos que se mantinham próximos. Ela escondia muito bem o que não gostaria que outros soubessem.