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§ ??¤|[A GAROTA DO QUARTO AO LADO]|¤??§
A saudade é um sentimento inexplicável, uma emoção que parece nos corroer por dentro quando se é lembrado a pessoa que se arremete. Passar meses distante de alguém se ama e presa pela companhia é algo completamente diferente de quando se passou seis longos anos. Mas a vida é assim,quando estamos feridos inteiramente e perdemos as esperanças de uma possível cicatrização, temos de nos deslocar arriscando perder algo que não se pode colocar na balança, a escolha é árdua e sem muito raciocínio a ser feito;ou sua sanidade e estabilidade mental, ou sua família que não podia ser o bastante para sua recuperação,não eram o suficiente e isso não se é consdiderado ingratidão, e sim uma luta interminável para sua sobrevivência.
Emma estava exausta,seu corpo gritava por um lugar mais aconchegante para poder descansar e dormir incansáveis horas,entretanto,quando desembarcou no aeroporto da cidade e olhou o horário no enorme relógio digital no portão de desembarque, Emma suspirou frustrada ao ter calculado m*l o horário em que chegaria e o horária que passara para o irmão. Seguindo a matemática e seus cálculos de fuso horários entres os países, Emma Sandler deveria saber que estaria em nova York às dez e cinquenta da manhã, um número duas horas atrasado do que mencionado com Ronald, seu irmão.
Ao ter sua mala - para dois meses - consigo, Emma seguiu para a sala de espera e se sentou em uma das cadeiras e se apoio completamente no encosto,tendo seu aparelho celular em mãos,a garota em longos e lisos cabelos negros abriu o chat de mensagens com o irmão e suspirou profundamente ao acionar o teclado começando por digitar uma saudação afetiva que não tinham a logos e dolorosos seis anos.
Não é um mistério saber os caminhos que colocaram a garota naquela cidade e naquela situação: Emma sandler deixou sua cidade natal para se aventurar no reino unido com a maravilhosa oportunidade de cursar medicina em uma das melhores universidades de Londres,com essa decisão e entre outras que não eram o momento correto para serem mencionadas, a morena se afastou do irmão a ponto de não se comunicarem nem mesmo por troca de mensagens. Então,com a data de seu casamento se aproximando e a grande promessa que fizeram entre si de um entrar na igreja com o outro, Ron,como Emma costumava chama-lo aos seis anos de idade, entrou em contato com a reitora da universidade e pediu para que desse a noticia para sua irmã e que relatasse o convite intimativo. Somente desta maneira Emma aceitou deixar as paredes de seu dormitório e passar as férias de fim de ano ao lado daquele que amava e que sofria pela saudade.
Dentro dos muros da universidade e dividindo o mesmo quarto,Emma tinha a amizade de Bianca Carson, uma garota que conhecera no mesmo ano em que se mudara para Londres;estava seguindo para a secretaria no intuito de assinar a validação de sua bolsa quando encontrou a ruiva completamente perdida pelos corredores vazios daquela instituição, com poucas trocas de palavras Emma pode perceber que Bianca era argentina e também bolsista no mesmo curso que si, e mesmo não conhecendo nada do lugar,a morena acompanhou Bianca e lhe mostrou onde ficara a secretaria, lugar que também estava com intuito para comparecerem. A amizade teve início em um corredor e se concretizou em um dormitório que partilhavam até os dias em questão.
Olhando para as poucas pessoas que também poderiam estar aguardando seus parentes ou amigos que fossem lhes encontrar por ali,Emma bloqueou a tela de seu aparelho após saber que o irmão estava a caminho e o guardou no bolso da jaqueta jeans que cobria seus braços pálidos por falta de qualquer raio solar. Seus dedos brincavam com uns aos outros, tudo por seu nervosismo antecipado pelo reencontro com aquele que daria a vida sem pensar duas vezes.
Quando crianças, na época de seus oito para nove anos,Emma e sua família haviam feito uma viagem para a casa de campo onde seus tios moravam, naquele segundo dia em meio a um jardim memorável que jamais se apagaria de suas lembranças, os irmãos fizeram uma promessa real e cheia de sentimentos inexplicaveis;uma distancia não os separariam, momentos ruins não fariam com que perdesse o afeto e o zelo um pelo outro. E o mais importante, sempre estariam lado a lado em momentos dolorosos onde mais precisassem um do outro. Mas,em seu segundo ano na faculdade, Emma percebeu que quebrara a promessa, percebeu que soltara a mão de seu irmão na travessia da ponte,enxergou que o abrandou a própria sorte e que se ele estava bem depois de tudo, não foi graças a si,outras pessoas fizeram o que era seu dever.
Sentindo-se incomodada por estar em um lugar desconhecido e completamente parado, Emma suspirou e apanhou a mala que estava a seu lado e se encaminhou para a saída sentindo o vento da brisa bater contra a pele de seu rosto e bagunçar seus fios negros. Com os dedos segurando a alça e puxando a mala juntamente a si,a garota suspirou novos ares e seguiu para o estacionamento onde encontrava diversas marcas de veículos, um com o valor mais alto que o outro, mas somente um lhe chamou a atenção;uma Ranger rouver branca com detalhes pretos, mas o motorista foi o que causou a euforia e lágrimas em seus olhos.
Descendo do carro acompanhado de seu melhor amigo, Ronald se surpreendeu a encontrar a grande mulher a poucos passos de si;ambos não se encontravam a anos,não tinham sequer uma foto que pudesse os fazer ter noção de como o tempo alteraria suas fisionomias, não tinham contato ou sequer seriam capazes de se alto descrever após seis anos longe e sem notícias. Mas ambos sabiam, conseguiam recordar de como eram naquela época, sabiam que os anos não apagariam os traços mais delicados que poderiam carregar consigo, os dois irmãos sabiam que passasse mais seis anos, nunca seriam capazes de não reconhecer aquele que carregava seu sentimento mais puro, aqueles que sentiram uma das maiores dores emocionais do mundo.
Não houve malas para se importar, pessoas que pudessem os encarar presenciando a melhor cena naquela manhã, não houve nada que impedisse de Emma sandler correr até o irmão que a esperava de braços abertos e pular contra seu corpo fazendo dar dois passos para trás pelo tamanho impacto. Emma o abraçou como nunca fizera com alguém ;havia saudade, culpa e melancolia, havia um amor tão grande e brutal que fizeram ambos caírem em lágrimas pesadas, tão forte o sentimento que Ronald não suportou permanecer de pé, então teve de se sentar no meio daquele estacionamento tendo a irmã em seus braços o apertando com medo de se afastar. Ah! Como ele amava aquele calor,como amava aquela garota,a primeira dona de seu coração.
- Eu senti tanta saudade,Ron! - murmurou entre soluços culposos e dolorosos.
Acariciando os longos fios da irmã, esse que na última vez que a vira era curtos na altura dos ombros, Ronald fechou os olhos sentindo a fragrância marcante de seu perfume, um que mesmo o passar dos anos,continuava sendo o mesmo que sua mãe sempre comprava e deixava sobre a penteadeira do quarto da menina. Mesmo que a dor seja intensa como se tivessem acabado de receber a pior noticia de suas vidas ,Ron sabia que a irmã não seria capaz de abandonar certos hábitos e detalhes de seu passado, ele também não estava preparado. Eram seis anos sem os mais velhos, mas foram 20/17 anos com eles.
- Também,minha bonequinha de porcelana! Eu também senti sua falta.
Se mantendo apoiado contra o capô do carro do melhor amigo, Brandon observava o quão os irmãos se amavam e a imensidão da saudade que tinham. O rapaz sabia bem o que era isso,pois ficara anos longe daquela que amou e ainda ama com toda parte de seus coração. Mas ele sabia,era inútil e uma burrice continuar a nutrir sentimento tão forte,apesar de ser inevitável, ela era a mulher de sua vida. Compreender a emoção dos irmãos era algo que todos ali faziam, era notório a saudade e o quanto se amavam.
- O que acha de irmos para meu apartamento? Assim você poderá tomar um banho e descansar das longas oito horas dentro de um avião,depois poderemos conversar e m***r a saudade - Ron propôs para a irmã que concordou, porem tardou a se levantar e se afastar do irmão.
Ajeitando a postura abalada pela emoção, Emma se surpreendeu e sentiu-se envergonhada ao perceber a presença de uma outra pessoa ao lado do irmão,então, com um jeitinho acanhado,a garota sorriu em forma de cumprimento.
- Bom...Emma, esse é o Brandon, meu melhor amigo e a pessoa que dividi o apartamento comigo - apresentou o rapaz para a irmã que apenas assentiu - e Brandon, essa é minha irmã, a garota que amo intensamente.
Admirando o olhar do irmão sob si,Emma engoliu a seco por ter o sentimento de remorso em seus pensamentos, ela se culpava por abandonar o rapaz e por ter lhe deixado com a convivência com tamanha dor lhe corroendo assim como acontecera consigo.
- Prazer em lhe conhecer, Emma Sandler - educadamente, Brandon lhe ofereceu um olhar descarado seguido de um sorriso.
- Se quer continuar tendo seu p*u em seu corpo, sugiro que apague de sua mente a possibilidade de tentar algo com minha bebê - ameaçou o amigo, esse que por impulso, cobriu suas partes.
- Irmã de amigo meu para mim é homem! - exclamou na defensiva.
Com um breve concordar vindo do amigo,Brandon suspirou feliz por ter estabilizado aquele olhar assassino. Mas para lhe contradizer, Emma deu as costa para pegar sua mala e voltou a se aproximar seguindo para o banco traseiro do carro,o que lhe deu uma bela imagem da parte de trás do corpo da garota.
- Mas por essa mulher, aceito me tornar gay. - murmurou somente para si.
Apesar de toda possível descontração,se torna nítido o quão complicado poderá ser aquela estadia de Emma e a vida de todos; são histórias passadas que machucam, ações que feriram muito mais que um corpo humano, decisões impulsivas que seriam lembradas e revividas. Mas é possível que tudo se estabilize e o presente aconteça sem interferência de algo que aconteceu a anos, chances de que o futuro seja belo por si só. Afinal, a esperança é a última que morre,não?