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2178 Words
Codeína:. Codeína é um analgésico de baixa potência que trata a dor leve e moderada a intensa. É um medicamento que,com o uso excessivo,pode causar dependência. Paxil : usado para tratar depressão ( cuja não tenha respondido ao tratamento com outros antidepressivos). Também é usado para tratamento de fobia social. Emma sabia que deveria ter ficado com Ronald,tinha consciência de que as palavras de Brandon não deveria ter influenciado em sua decisão de agradar o irmão, contudo,ela não poderia suportar a ideia de tê-lo ali,lhe encarando como se fosse uma criminosa em fuga, alguém cujo caráter era nulo. Por mais que tivesse em sua mente a certeza de que ele não importava,Emma jamais conseguiria apagar aquela sensação,esquecer que,dentre tantas pessoas no mundo,o melhor amigo do seu irmão tinha domínio sobre suas dúvidas e impulsos de culpa. Então não era por querer aquilo,mais sim por não saber lidar com tudo o que se despertava em si. A insegurança era uma grande vilã em sua vida; em momento de silencio e solidão,esse sentimento parecia lhe sufocar; era o mesmo que mergulhar em um mar sem saber nadar. Emma gritava para que as pessoas fossem capaz de lhe ouvir,implorava em meio ao choro a necessidade de ser acalentada,más ninguém surgia, não existia ninguém ao seu lado ou próximo a si. Mas também, existia aquele vazio,aquela negatividade morando no cantinho de seu subconsciente, esperando um deslize apenas para danificar todo seu progresso,toda a sua cura. Emma Sandler não sabia como fazer para se sentir bem,ela se esforçava por aqueles que sempre estiveram por perto. Era sempre por eles,nunca por si mesma. Quando abriu a porta daquele apartamento e adentrou o hall de entrada,seus olhos pesaram em lágrimas e seu coração acelerou; estava inquiete. Seu corpo parecia duplicar o peso,assim como sua mente lhe implorava por uma única coisa, algo que a meses deixará no fundo de seu armário. Então,em passos pesados,Emma seguiu para sei quarto e suspirou em euforia,afinal,sabia que encontraria as duas cartelas com trinta comprimidos,cada. Não era sua intenção viver em dependência daquilo,jamais desejou ser dependendo de tais medicamentos,esses que um dia lhe fizeram o bem,mas com o passar dos anos,passou lhe machucar. A codeína foi um medicamento que passou a utilizar após um acidente, esse no qual Emma passou cerca de duas semanas em um hospital: festa dos veteranos; acabou por fraturar a perna após cair do segundo andar da casa,estava bêbada e ao menos se atentou a porta da sacada aberta. Passou a ser tratada com devida substância por não suportar a dores das faturas recém operadas,no entanto, após o fim do tratamento, não abandou o uso. Havia cerca de três anos que vivia naquilo. O paxil passou a fazer parte de sua vida desde os dezenove anos de idade: inicialmente havia sido medicada com um antidepressivo considerado moderado,sua composição era fraca e o essencial para alguém como Emma. Contudo,conheceu algumas pessoas que lhe apresentaram os efeitos do paxil,lhe proporcionaram a leveza que o medicamento lhe dava. Não era necessário perguntar para saber que a garota tinha uma receita forjada por alguns médicos,pessoas essas que não se importavam em quebrar o protocolo médico por alguns dólares a mais. Suas mãos trêmulas apertaram ambas as cartelas. Queria apenas deitar em sua cama e dormir,queria se sentir leve a ponto de mais nada em sua mente lhe atormentar. Então, destacando dois de cada,no entanto,quando encarou aquele pequeno comprimidos, optou somente pelo antidepressivo. A codeína era utilizada somente quando,em uma projeção de sua mente,pensasse estar sentindo dor,quando reproduzidas as mesmas sensações infernais lhe sufocando. Emma ingeriu o medicamento a seco,o engoliu como se estivesse com uma bala em sua boca. Seu vicio havia lhe feito se acostumar. Emma se deitou ao sentir seu corpo leve,ao ter a mente entorpecida. Por mais que pudesse ser um medicamento no qual lhe desse o desejo de sair pelas ruas daquela cidade e se aventurasse em algum lugar desconhecido,a menina apenas se limitou e fechar os olhos e adormecer por entre aqueles cobertores. Era errado o que estava fazendo,indo contra a tudo o que estudou e colocaria em prática para com seus pacientes,no entanto,apesar dos pesares,ela sabia que se mantivesse tudo em segredo e não demonstrasse seus conflitos internos,poderia prosseguir até onde achasse possível,até onde conseguisse ser ela mesma. Ronald e Brandon não tardaram a regressar para a casa,mesmo que fosse apenas onze horas da noite. E quando adentraram o apartamento o encontrando em mais completo silêncio,pensaram em Emma explorando a cidade,espairecendo a mente. Por mais que a preocupação estivesse em seu consciente, Ronald não condenou como algo grave, afinal,sua irmã tinha um aparelho celular para caso precisasse,também havia guardas em todos os lugares,era questão de pedir por informações. Então,seguindo cada um para seu quarto, ignoraram a possibilidade de olharem no dormitório dela. […] Como se fosse uma consequência para seus atos,como se realmente estivesse sendo cobrada por cada intolerância cometida de modo impulsivo,Emma despertou estando completamente molhado pelo suor: a imagem daquela noite estavam sendo reproduzidas em sua mente,todo o sangue na pista e aquelas pessoas; era como se estivesse ali, voltado no passado. Então,em um ofêgo e tremores em cada centímetro de si,Emma Sandler se jogou para o lado naquela cama e acabou por cair sobre o carpete,o que lhe causou um gemido pela dor do impacto. Quando se está com um alto nível de medicamentos em seu organismo,seu corpo passa a reagir da melhor forma que achar possível; pode lhe causar dor,tremores fora de controle,suor e autofadiga,o que irá causa uma reação mais grave,podendo ser letal. Emma sabia que ter ingerido uma dosagem dupla de paxil lhe causaria problemas,no entanto,o que realmente lhe arrancava gemidos,era a dor subconsciente que lhe fazia ser incapaz de movimentar sua perna direita,era como se estivesse com todas aquelas ataduras e mecanismos ligados ao osso fraturado em mais de dois lugares. Então ela recorreu a codeína caída ao seu lado,sem ao importar em ter uma overdose devidos aos altos níveis de substâncias química em seu organismo. Por longos quarenta minutos,Emma se contorceu naquele carpete,gemeu abafado para não despertara seu irmão,conteve os gritos de agonia e as lágrimas que escorriam por sua pele avermelhada. Sua perna já não doía mais,no entanto,seu interior parecia se partir em cortes brutais e a cegas,como se uma lâmina de cerra estivesse deslizando por cada centímetro de si. Emma Sandler passou os quarenta minutos de sua vida, então tudo cessou,no momento em que seus olhos encararam o teto branco e sua respiração se tornava cada vez mais lenta,ela finalmente poder dizer não estar sentindo as dores. Contudo,Emma ainda transpirava,suas roupas pareciam ter sido molhadas por uma balde de água,sua pele completamente úmida se encontrava grudando em cada parte do tecidos ajustável a si. Precisava se um banho, necessitava trocar de roupa e tomar uma ar fresco. Ao se por embaixo do chuveiro - após grandes esforços para se levantar - Emma se sentou naquele chão e deixou a agua deslisar por sua pele,lavando a agonia e lhe dando a noção do que estava fazendo de sua vida,lhe transmitindo a culpa de seus atos. As duas horas da manhã,Emma Sandler se encontrava sentada sobre o carpete da sala de estar enquanto sentia a brisa fria de Londres lhe acolher,lavando sua alma e tirando a impureza do químico em seu organismo. Ela estava calma e serena,como nunca conseguiu ser algum dia após anos, sua mente estava vazia. […] Quando os primeiros raios de claridade atravessaram aquela janela livres das cortinas blackout,Emma ainda se encontrava sentada no mesmo lugar e encarando a mesma paisagem. E quando Ronald se levantou e a encontrou ali,franziu o cenho. Em passos calmos para não lhe assustar,o mais abaixou-se ao seu lado e lhe tocou os fios longos,acariciou sua face fria e pálida. — Bonequinha? — chamando pela mais nova, Ronald engoliu a seco ao vê-la franzir o cenho,como se tivesse dado conta de onde realmente estava. — Ron...— seu murmuro era inexpressivo, não havendo um motivo claro para ser pronunciado. Assumindo um tensão que não existia,o rapaz a ajudou se levantar. Sabia que ela havia passado a noite em claro,tinha consciência de que algo havia acontecido para tê-la tão fragilizada a sua frente, diferente da noite anterior. Ao entrarem no quarto ocupado por ela, Ronald a colocou deitada em sua cama e suspirou após cobri-la. — Você precisa descansar,minha bonequinha — o carisma impregnado naquela frase,foi algo que fez com que Emma desse liberdade para sua emoções. Emma não se importou. Com o corpo trêmulo e leve devido a pouca substância daqueles medicamentos em seu corpo,Emma Sandler se encolheu naquele acolchoado e se abraçou com um dos travesseiros. Por mais que tentasse e desejasse se manter segura de si até seus últimos dias naquela cidade,Emma não pôde ignorar a necessidade de se liberar das correntes de um passo c***l e doloroso. Estava cansada como nunca imaginou ficar,sentia cada centímetro de seu ser pedir por arrego,nada em si suportava aquele peso sobrenatural que parecia lhe afundar chão adentro. Então,mesmo que tivesse de contornar a situação para evitar um conversa profunda,Emma apenas se permitiu chorar o que estava preso em sua garganta. Ronald nada fez,apenas se doutor atrás do corpo trêmulo e pequeno; sentia a fragilidade de sua irmã,tinha a visão de como ele se marcou por um acontecendo inevitável. Ronald nunca foi capaz de se expressar sobre a morte de seus pais,nunca teve a oportunidade de dizer para Emma,de afirmar olhando nos olhos foscos: não existia culpa a ser sentida,nada do que acontecera havia sido por sua causa; o fato de ter feito algo imprudente não significava que fora a causadora da morte de seus progenitores. No entanto,naquela fase de vida e desvendando a forma na qual sua irmã se fechara,ele sabia que não tinha um fresta para que essa assunto viesse a tona, não havia uma brecha para que pudesse finalmente colocarem o ponto final naquilo tudo. E não seria ele a ferir sua irmã, não seria o motivo para que a ferida voltasse a sangrar; pois ele sabia: nunca houvera cicatrização. Quando percebeu o corpo trêmulo diminuir toda a tensão e ouviu o ressonar de Emma, Ronald Sandler se levantou calmamente e deixou aquele quarto, não sem antes deixar um beijo na testa da garota. De volta a cozinha daquele apartamento silencioso,o rapaz suspirou profundamente ao encontrar seu melhor amigo se servindo de uma xícara de café amargo, algo que sentia agonia ao vê-lo ingerindo uma bebida como aquela. No entanto, Ronald sequer deu importância para aqueles detalhes,seus pensamentos sobre sua irmã eram mais dominantes e importantes. — Problemas com " a bonequinha de porcelana" ?— apesar de ter admirado a garota, Brandon não deixou o sarcasmo passar despercebida. Emma não lhe causava apenas duas emoções,eram várias,e o rapaz se sentia ameaçado com isso. — Por que não esquece o passado? Brandon,Emma está aqui! Está ao meu lado em um momento único e não poupou esforços para se aproximar. Por que não consegui agir sem essa indiferença? — Ronald suspirou cansado. Eram dias ouvindo seu melhor amigo alfinetando a Imagem de sua irmã. — A sua bonequinha de porcelana passou anos distante,ao menos se importou em lhe mandar uma mensagem para saber se estava vivo. Aquela garota te abandonou o momento em que mais precisou,e você quer esquecer isso? Não seja t**o, Ron! Se Emma realmente se importasse,teria encontrado uma forma de permanecer junto a você. Ronald não culpava a irmã. Mas ele sentia: seu corpo reagia,seu coração sentia aquela mesma dor e sensação após ter sido deixado para trás,e por mais que compreendesse a necessidade de Emma em se afastar,ela não conseguia assumir aquele perdão em voz alta. Dizem que se desculpar é uma promessa de que tudo ficará bem,mas não significa o esquecimento; o perdão é algo que se é dado em um momento de certezas,quando assumimos a responsabilidade de esquecer o que nos feriu, asumimos a certeza de que não focaremos o remediado e trazendo de volta para o presente. E Ronald sabia o que havia feito:ele desculpou,mais não se via apto a perdoar,pois por mais que Emma se sentisse destruída e sentisse a necessidade de ir embora,ela poderia ao menos ter mantido um mínimo contato, poderia ter ligado uma vez em cada ano. — Quero esquecer, Brandon. Quero esquecer para não ter de entrar naquele abismo mais uma vez,para não ter de escolher entre odiar e amar a única pessoa que tenho em minha vida! E sem perceber, as palavras saíram de sua boca com o peso de todas as emoções presas em seu corpo. Ronald assumia a realidade em que estava vivendo,tentava a cada novo dia fortalecer o sentimento de amor e carinho; não poderia deixar aquele despeito afastar sua menina, não poderia cogitar a ideia de odia-la. No entanto, enquanto para Ronald aquelas palavras foram o livramento do caos interno dentro de si,para Emma - essa que acordara sentindo o enjôo lhe atingir e cogitado a ideia de beber um copo de água, aquilo tudo repercutiu em sua mente como um único aviso: A culpa é sua e as consequências também!
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