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1746 Words
??A garota do quarto ao lado ?? As pessoas não são capazes de compreender certas situações que nos acarretam,preferem enxergar tudo a sua maneira e julgam como se fossem perfeitos e nunca cometessem erros. Talvez esse seja o motivo para que muitos passem a desacreditar na humanidade e em sua índole duvidosa,talvez essa seja a certeza que nos faça perceber o quão traidor poderemos ser e a covardia que habita em nosso corações competidores para estarem em um lugar seguro e forte o bastante para machucar e não ser ferido. Humanos e seu egoísmo,m*l sabem que sua ambição será sua perdição. Com o olhar na tela de seu eletrônico em mãos,Emma parecia pensar em uma maneira ade iniciar a conversa com a amiga,uma forma convencional de poder dizer como estava sendo seus dias ao lado daquele que abandou por anos. Contudo,a garota sabia que até por mensagem a amiga era capaz de desvendar suas mentiras e descobrir o quão incomodada poderia estar por simplesmente pensar estar atrapalhando aquele que mais lhe desejou por perto. Seus dedos detestava e apagava as mensagens,letra por letra era excluída a cada insegurança em suas informações. Aquela não era uma boa hora para estar pensando uma maneira de iniciar uma conversa, então, atendendo sei subconsciente, Emma apenas mandou um "Oi" e saiu da caixa de mensagens com aquela que fora sua companheira por longos e dolorosos anos. Se movendo naquela cama e encontrando Ronaldo ressonando baixinho,a garota se levantou deixando um beijo na testa do mais velho e caminhou para fora do quarto. Estava em trajes diários devido ter passado a noite em claro,então não precisaria refazer sua higiene pessoalmente novamente e tão pouco procurar por uma roupa mais apropriada para o dia a dia. Adentrando a cozinha daquele apartamento no qual ficaria por longas semanas,encontrou com o segundo morador do local; Brandon se encontrava sentado na pequena mesinha ao canto enquanto parecia ler algum livro que roubasse completamente sua atenção, algo que também surpreendeu a jovem. Emma não era o tipo de pessoa que julgava alguém, não condenava a imagem sem antes compreender as ações marcantes na personalidade de uma pessoa,e nem mesmo que passasse anos de sua vida por perto desse alguém,sua índole não era do tipo que condenava o seres ao seu arredor,Emma acreditava que não era um ser perfeito e sabia que cometia erros assim como qualquer um, seria hipócrita se enaltecer. Em silêncio e com os pensamentos distantes assim como seu corpo deveria estar segundo seu consciente,a garota seguiu até a geladeira do outro lado da ilha da cozinha e lhe abriu apanhando uma jarra de suco e se serviu sigilosamente para que não chamasse a atenção do rapaz. Sua maneira tranquila de manusear tudo o que tocava era algo que causava curiosidade em muitos, pois dar a entender de que Emma vivera muitas coisas e situações em segredo,como se tivesse necessitado de sigilo boa parte dos anos que se passaram. E sim, realmente a garota se viu necessária obter essa qualidade que poderia ter causado sua morte se não fosse pela curiosidade alheia de um "anjo". Ouvindo passos se aproximando,Emma direcionou seu olhar para a entrada da cozinha e sorriu para o irmão,esse que ainda se encontrava lento devido o pouco tempo em que despertara, algo incomum já que costuma estar dormindo até às dez da manhã em um fim de semana. A menina apenas continuou sorrindo quando voltou a prestar atenção ao copo em sua frente,poderia ser pouca coisa, entretanto Emma conseguia admirar e suspirar melancólico por perceber que perdera muitos momentos que poderiam ter sido bons e maravilhosos ao lado do irmão,poderia ter acompanhado a tragetoria de Ronald,poderia ter tido a chance de lhe ver se apaixonar pela noiva,ou até mesmo ter presenciado o piores momentos engraçado que sabia ter feito parte da vida de seu irmão. Então,com esses pensamentos melancólicos e cheio de " e se",Emma voltou a desfazer o sorriso e supurou de apoiando na pia ainda observando o líquido amarelado dentro do recepiente de vidro,havia perdido até a vontade de ingerir aquele líquido. Ronald e Brandon percebia a mudança de humor na garota,e desse vez não fora diferente, entretanto não quiseram questionar o que havia lhe deixado daquele forma. Não houve muita conversa naquela cozinha,apenas o suficiente para que a garota soubesse que conheceria a cunhada naquela manhã. Então,com o passar de tempo e se mantendo presa em seu quarto enquanto olhava alguns procedimentos para o próximo ano,esse que se veria em um hospital fazendo sua residência,Emma não demorou a se aprontar para o compromisso que lhe esperava e um dos motivos para ter aceitado ter regressado á aquela cidade que nunca fizera questão de estar. — Não me contou como está sendo sua faculdade, Emma. Você não deveria estar trabalhando em algum hospital? — o questionamento de Ronaldo veio para surpreender a garota,essa que se encontrava com o olhar preso na janela daquele carro. — Estou organizando tudo para começar no próximo ano. Será longos e prazerosos dias,pois terei a certeza de que estarei fazendo algo que me motiva e que amo. — suas palavras eram carregadas de sentimentos,o que fez Ronald sorrir orgulhoso. Então o pensamentos traidor se apossou da mente dos irmãos e Emma engoliu a seco ao recordar de parte de seu passado ao lado de seus pais,da forma como poderiam estar sentindo orgulho de si e de Ronald. Ela não contava, não se abria e muito menos consegui expôr seus sentimentos para que pudessem perceber o quão ainda dói e como a culpa lhe consome a cada novo dia, entretanto Emma tentava ser alguém mais visível,tentava fazer com que sua mente aceitasse sua realidade e pudesse ceder um espaço para suas emoções sulterradas que necessitavam vir a serem expostas . Quando estacionaram em frente a uma mansão,Emma se questionou o quão a família daquela mulher poderia ser rica,o quão surpreendente poderia ser estar vendo seu irmão entrar para uma família como aquela que lhe esperava para ser apresentada formalmente. Então,com uma sensação desconhecidas surgindo em seu corpo,Emma teve a porta aberta para si e uma mãe lhe aguardando para que lhe ajudasse, mão somente para sair do carro,mas também para quando ela achasse necessário. Ronaldo estava feliz, afinal,estaria apresentando sua irmã para a família de sua noiva,estaria fazendo com que as duas mulheres de sua vida se conhecessem pessoalidade. Ao adentrarem a mandão e serem recepcionada pelos pais de sua noiva,ambos os irmãos os cumprimentaram gentilmente e os acompanharam até a sala de estar. Emma também se sentiu desconfortável, não era simples de se encontrar um ambiente em que nem se sentisse sufocada e aprisionada. Ela não saberia descrever como era a sensação e o porquê de se sentir de tal maneira,porém faria de tudo para agradar o irmãos e se comportar como era o de esperar. — Seu irmão sempre comentou sobre você, Emma. Confesso que a primeira vez que ouvi seu nome e a forma carinhosa que ele dizia,senti ciúmes e imaginava como poderia ser a garota dos olhos dele — o comentário de Briana fez com que Ronald lhe abraçasse por trás e deixasse um beijo na bochecha rosada da noiva. — A culpa não é minha,olha para essa garota — Ron sorriu para irmã que se encantou radiante com a demonstração de afeto — minha irmã é linda e merece ser elogiada. Mas você também é maravilhosa, amor! Admirando o casal a sua frente,Emma se perguntou como o tempo poderia passar tão rápido, afinal,nunca estaria preparada para presenciar uma cena como aquela. Talvez em sua mente conturbada,as imagens da infância esteja tão vivas que a faz ter pensamentos confiantes de que a felicidade de seu irmão não estava ameaçada por atos que a transformaram em uma pessoa impulsiva e covarde por fugir de seus problemas. Emma se afeiçoou com a cunhada,admirou a personalidade marcante e doce da jovem pediatra, entretanto ainda se sentia confusa e uma intrusa naquele momento,pois os anos longe a fizeram perceber que sim,ela já não pertencia a vida do irmão,ao menos não aquela que estava construindo sozinho ao lado daquela quem amava e se casaria em poucas semanas. Então, em um pedido e se desculpando,Emma se dirigiu para o jardim e sentou-se em um dos bancos embaixo de uma árvore desconhecida por si,ali se permitiu rever o que a vida tentava lhe fazer passar,rever onde estava entrando e como poderia sair com o passar do tempo,quais seriam as marcas em sua pele e seu interior,se questionou como poderia ficar seu emocional nunca regenerado. Se mantendo a alguns metro de distância, Brandon a observava enquanto relutava entre entrar naquela casa,ou se aproximar e ver se estava tudo bem com a irmã de seu melhor amigo. O dilema era grande,mas a escolha foi algo simples de se resolver,Brandon optou por sanar a curiosidade e poder dizer para o amigo que esteve com a garota e que estava tudo bem. Se aproximando lentamente e com um pouco de insegurança por qual forma ela poderia reagir, Brandon suspirou profundamente e sentou-se ao seu lado,o que fez com que Emma olhasse para si. — Você está bem? Parece distante — as palavras foram algo que fez com que Emma se remexesse incomodada. — Sim,apenas um pouco... confusa com essa situação toda — murmurou com o olhar distante mas fixado na imagem de um belo jardim a sua frente. — Com o que exatamente? Você é a pessoa que Ron mais desejou por perto,alguém que ele cansou de dizer sentir saudade e m*l esperava para poder reencontrar. Emma, não sei o que você passou enquanto esteve distante, não faço a mínima ideia de como se sentiu por todos esse anos,mas posso dizer que você ter aceitado passar esse tempo com Ronald foi a melhor decisão já tomada — com o corpo apoiado no encosto daquele banco, Brandon revelou seriamente — seu irmão te ama e, conhecendo ele como conheço,jamais gostaria de saber que você possa estar se sentindo desta forma. Brandon estava coberto de razão, entretanto não conseguia enxergar os motivos de Emma para se sentir assim, não conseguia se colocar no lugar da garota,afinal,estar anos distante pode causar um afastamento não somente físico,mas também pode fragilizar aqueles sentimentos que um dia eram intensos e era exatamente isso que estava acontecendo com Emma e toda aquela situação em que se encontrava aprisionada. Talvez sua estadia ali poderia vir a se tornar exaustiva, mesmo que estivesse feliz por voltar a reencontrar com o irmão.
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