??°•°A garota do quarto ao lado °•°??
Era c***l pensar em uma maneira de deixar aquele país, completamente insensível de sua parte ter pensamentos nos quais arquitetasse uma possível fuga explicativa para Ronald,por mais que tentasse repudiar essa sua idéia que passara a fazer parte de sua mente desde o momento em que adentrou aquele apartamento,Emma Sandler não poderia negar que se encontrava encomodada e aflita com a possível de não poder se acostumar e arremessar as lembranças para um cantinho em sua memória,um cantinho vazio e frio que nunca deixaria de existir em seu ser frágil e melancólico.
Emma não era uma garota r**m. Seu passado a transformou em alguém ferida o bastante para não poder suportar certos momentos e lugares,as marcas que carrega emocionalmente acabou desestabilizando uma parte de si e a condenou ao temor,ao medo absoluto de uma possível superação; por anos Emma tentou se adaptar em uma nova vida,em uma nova oportunidade e em planos que faziam parte da vida de cada ser humano que encontrasse em sua frente,planos que eram distintos porém necessários para um marco importante. Emma tentou ser uma pessoa normal que acabou passando por um momento natural da vida e que algumas outras pessoas também poderiam ter tido a experiência destruidora, Emma implorou para que tudo corresse bem e que finalmente pudesse voltar para ao lado de seu irmão. No entanto,isso não funcionou e nada pode ser considerado um passado,ao menos não em sua mente pensante que necessita de ajuda e conselhos diretos.
Emma ama o irmão,daria o mundo para ele se esse fosse o caso em questão, entretanto não se encontrava apta para recomeçar como se mortes tivessem ficado em um passado não tão distante, mas que ainda a feri como se estivesse vivendo aquele momento novamente. Havia uma promessa que a mantinha ali,palavras recitadas em sua fase de criança; o motivo de ter aceitado se desafiar estava bastantes obvio,Emma estava ali para assistir e ser testemunha da felicidade do irmão.
Usando apenas roupas confortáveis e que lhe deixasse tranquila para uma saída rápida se caso necessário - mesmo que não conhecesse uma esquina daquela cidade - Emma deixou o quarto confortável e seguiu pelo corredor até a cozinha, não sem antes ter visto Brandon concentrado em algo na tela de um notebook. Ao adentrar o ambiente onde seu irmão se encontrava,a garota puxou uma das cadeiras do balcão divisória daquele cômodo e se sentou admirando a destreza como Ronald controlava os serviços naquela área,mesmo que soubesse o ódio do irmão por tal coisa.
Com as mãos apoiadas sobre aquele balcão de mármore,Emma se permitiu recordar de momentos de quando era criança; da forma que seu irmão e seus pais faziam se tudo para lhe arrancar os melhores sorrisos,do jeito desengonçado de Ronald tentando lhe consolar quando ela se irritava e ficava melancólica devido a sei personagem favorito morrer durante o filme. Eram momentos que a fazia se sentir bem,mas ao mesmo tempo parecia lhe puxar o pé fazendo com que péssimas recordações viessem a tona. Emma nunca se abriu com alguém quando se tratava da data de mais uma ano,da semana em que se afastava de tudo e todos,dos olhos marcados pelas lágrimas que pareciam lhe afogar silenciosamente,das marcas que carrega em seus pulsos cobertos por faixas pretas,faixas essas que ninguém sequer ousou remover de seus braços.
Foi uma época difícil,momentos que desestabilizaria quem fosse,há fatos e acontecimentos que ninguém poderia saber ou sequer desconfiava. Talvez nada fora feito para Emma contar,ou talvez sua mente lhe sabotasse a ponto de condenar-lhe a uma abismo sem saída e escuro o bastantes para não ser capaz de distinguir um ponto de luz que surgisse como fonte de esperança. Emma Sandler era um livro com cadeados fortes e seguros para que ninguém ousasse a abri-lo.
Percebendo a presença da irmã, Ronald se virou naquela direção e a encontrou lhe encarando com uma olhar vago e avermelhado,um olhar que causou certo desespero no mais velhos. Então, com o extinto protetor apurado que sempre tivera,Ronald contornou a cozinha e se aproximou acolhendo a mais nova nos braços e beijou os cabelos que cheiravam a morango. Sorrindo pela descoberta de que,passe anos,a fragrância sempre seria a mesma.
— Bom dia, bonequinha! — em um sussurrar enquanto acolhia a irmã, Ronald alinhou os fios de cabelos dela e sorriu ao senti-la se acomodar.
— Você está indo contra àquele Ron que conheço. — em uma tentativa de evitar questionamentos sobre o que estava acontecendo consigo,Emma murmurou arrancando uma curta gargalhada do mais velho.
Eram irmãos que o mundo não era capaz de compreender,o relacionamento de ambos eram Tam intensos e forte que ao menos eram capazes de se afastar com o tempo que ficaram distantes. Assim como dito anteriormente,Ronald entendia o quão sua irmã precisava de um tempo e sabia que era uma questão de sobrevivência a decisão de abandonaram tudo e todos, não era intencional,no entanto era necessário se desejasse poder abraça-la novamente após algum certo tempo passado. E entre perdê-la por alguns anos e perdê-la para o restante de sua vida,Ronald escolheu viver afastado com a certeza de que uma dia ela estaria novamente junto a si e pronta para tentar enfrentar aquilo que ela fugiu.
Observando os irmãos,Brandon se questionou mais uma vez como a relação de ambos não sofreu uma alteração sequer,se questionou como o amigo conseguia não demonstrar aquela mágoa que carregou durante anos. No entanto Brandon não enxergava o que verdadeiramente Ronald sentia em relação ao afastamento de Emma; ele não se magoou com a irmã,se sentiu fragilizado com a situação que foi proposta para eles. Ronald Sandler se magoou com a vida que estava levando e teve de aceitar na força excessiva.
— As coisas não mudam,é por mais que doa admitir,você e Brandon possuem o mesmo extinto de curiosos...— despertando o amigo da linha de raciocínio em que se encontrava, Ronald comparou as duas pessoas ali presentes.
— Que calúnia! Quando fiquei bisbilhotando a vida alheia? — indo em sua defensiva,Emma empurrou delicadamente o irmão e cruzou os braços sobre o peito.
— Meu anjo,quando você nasceu eu tinha conhecimento sobre o que se acontece no mundo — ironizando a situação, Ronald voltou-se para a pia onde lavava a louça.
Se aproximando e sentando-se ao lado de Emma, Brandon apenas encarou o amigo com um olhar indecifrável pelo outro rapaz. Apoiando os braços sobre o balcão assim como Emma,essa que voltara para a posição anterior, Brandon suspirou profundamente chamando a atenção da garota,algo inconsciente.
— Sabe que deveria estar na casa de seus pais, não é? Não quero ter de ouvir uma sermão da sua mãe mais uma vez nessa semana — em uma censura para o amigo, Ronald encarou o rapaz como se o intimasse a se levantar e atender seu pedido indireto.
— Por que insisti que me mantenha perto de ambos? Sabe que não gosto e muito menos suporto aqueles dois — rebatendo o pedido, Brandon apoiou as costas no encosto da cadeira e cruzou os braços sobre o peito.
Emma,essa que se sentiu invadindo a privacidade do rapaz que conhecerá em menos de quarenta e oito horas,se levantou discretamente e deixou os amigos concertando. Na sala de estar,a garota se sentou no sofá e arrancou o celular do bolso podendo encontrar uma mensagem de sua melhor amiga,essa que se encontrava na casa de seus pais e curtindo as férias com dia família. Bianca contava como estava sendo ter seus familiares ao seu lado após uma ano e meio, afinal,mesmo que Emma tivesse passado algum tempo com os " tios",ambas estavam afastadas daquela família pelo tempo descrito.
Com uma conversa tranquila e divertida entre as garotas,Emma se esqueceu de onde e com quem,algo que era o mais indicado para sua mente aterrorizante e sombria. Talvez momentos como aqueles fossem os escapes que Emma necessitava em sua vida,momentos que fossem capazes de lhe prender em uma situação completamente diferente daquilo que morou em seu consciente por anos. Então,quando veio a perceber,seu irmão admirava seu sorriso direcionado ao eletrônico em suas mãos,e ao ver que o mais velho fez uma careta de indignação - o que seria uma brincadeira - a menina se levantou deixando o aparelho celular sobre o estofado e se jogou nós braços fortes do mais velho.
— Não me canso de receber seus abraços — com um belo sorriso em seu rosto, Ronald declarou a apertando contra seu peito.
— E não me canso de lhes dar a você — fechando os olhos e suspirando profundamente a fragrância masculina que Ronald usava,Emma sorriu abertamente e de forma sincera.
O dia de ambos se passaram daquela forma, um dando carinho e atenção ao outro, matando a saudade que sentiram. A tarde, Ronald arrastou a irmã até seu quarto e preparou tudo o que tinha direito para um maratona de filme,então ambos se trancaram naquele cômodo e passaram horas ali. Brandon,ao chegar de uma saída com seus amigos de trabalho,se surpreendeu ao encontrar o apartamento em um mais completo silêncio, pois percebera que quando os irmãos Sandler se juntam,vozes e gargalhadas são ouvidas,o que também lhe causa um alívio já que tudo aquilo lhe dava a certeza de que o melhor amigo estava feliz.
As oito da noite,Emma adentrou a cozinha e se assustou ao encontrar com Brandon sentado na pequena mesinha enquanto parecia tomar uma xícara de chá,pois percebera que o rapaz detestava café. Sendo um tanto ousada e curiosa para com o mais velho,Emma se atreveu a caminha até ali e se acomodar se frente para ele,onde apoiou os cotovelos e colocou o queixo contra a palma de suas mãos. Confuso com o olhar da garota, Brandon abaixou a tela do notebook e suspirou profundamente antes de, finalmente,lhe dirigir a palavra:
— O que você quer? Sabe que esse olhar te denúncia, não é? — em uma curta observação, Brandon percebera a curiosidade da garota para consigo.
— Você não me parece uma pessoa tranquila e mais reservada — seu comentário fez com que Brandon desconhecesse o motivos daquela observação — então porque está tão recluso em um espaço que pertence a você?
Se surpreendo com a invasão da garota, Brandon apoiou os braços sobre a mesa e a observou detalhadamente a procura do porque daquela situação, então,após poucos segundos,o rapaz compreendeu: Emma estava se sentindo incomodada,como se estivesse atrapalhando e fazendo com que ambos mudassem completamente suas rotinas. Brandon soube que a garota não estava confortável em estar ali e muito menos em estar tomando toda a atenção de Ronald.
— Estou no meu habitual, Emma. Sei que seus pensamentos estão confiamos,mais pode se tranquilizar em relação a sua estadia aqui. Esse apartamento é em conjunto com seu irmão,nossa rotina é essa e você não está atrapalhando nada. Ao contrário do que possa estar pensando, agradeço por ter vindo,pois seu irmão estar feliz e alegre — transparecendo o que realmente sentia, Brandon voltou a abrir o eletrônico e a se concentrar no trabalho em que fazia.
Então, julgando estar atrapalhando,Emma se levantou e suspirou ao caminha até a geladeira onde pegara uma garrafa de água. E antes de retornar para o quarto do irmão,a mais nova olhou para Brandon e,após exitar,se pronunciou mais uma vez:
— Brandon... Obrigada por ter cuidado dele — reconhecendo o que o rapaz fizera e continua fazendo,Emma agradeceu — você é um bom amigo. Melhor do que fui como irmã.
Deixando o rapaz com pensamentos ativos,Emma forçou um sorriso e retornou para o quarto. Naquela noite Brandon teve a confirmação: Emma se culpava por ter ido embora e se julgava uma péssima pessoa por ter abandonados aquele que amava. Emma Sandler possuía culpa destruidoras.