?? A garota do quarto ao lado??
Sob o olhar de Ronald,Emma caminhou pelo vasto apartamento e admirou a decoração rústica com toques bastante modernos,se aproximou da enorme porta de vidro e observou a paisagem que o vingesimo primeiro andar lhe proporcionava, então ela se perguntou se aqueles dois rapazes tinham tempo para aproveitar tudo aquilo. Com o olhar preso no céu com uma tonalidade alaranjada - o que era incomum naquela cidade - Emma suspirou e se posicionou contra o parapeito da sacada podendo fechar seus olhos em busca de tentar estabilizar sua mente tendo a certeza de que não seria tocada por momento e flashes de seu passado que lhe marcara com forças sobrenaturais. Para a garota não estava sendo uma situação fácil de se lidar,afinal,aquele que mais precisou de si a olhava com carinho e admiração,tudo o que fazia sua culpa aumentar em uma proporção gigantesca.
Sabe aquela dor que corrói,aquele que parece nós m***r lentamente e não liga quando pedimos e imploramos por um descanso,por um segundo de silêncio onde pudéssemos deitar contra o nosso travesseiro e fingir que nada está acontecendo? Quando imploramos com lágrimas nos olhos e soluços escapando por nossos lábios marcados por dentes devido a uma tentativa falha absurda de calar o grito de socorro preso dentro de nosso corpo e capaz de nos sufocar lentamente e de forma desumana? Então,com a derrota e destruição lenta,Emma poderia ter a coragem de assumir estar desta forma,deveria conseguir assumir o quão devastada se encontravam,no entanto,em uma tentativa de não machucar e destruir a felicidade daquele que ama com cada estante de sua vida,ela preferia colocar um sorriso falso e sustentar uma máscara que encobre quem realmente era.
Pelo que mais ama,por todas as noites em silêncio onde lutou para esconder os piores gritos,as lágrimas mais grossas e os soluções que queriam e pedia para ser ouvido,por tudo que tentou manter estável desde os terríveis acontecimentos que lhe condenaram a uma vida miserável. Por uma felicidade que lhe arrancava suspiro de alívio,Emma jurou que não seria causadora de mais dor em seu irmão, não seria aquela que preocuparia e tomaria tempo; por Ron,aquele que lhe fez descobrir o sentindo de se ter um irmão e melhor amigo,Emma Sandler sobreviveria enquanto desse e o tempo necessário de vê-lo construir sua vida e sua família,assim seria mais fácil se afastar por completo.
Emma o ama com todo seu ser,com todo seu coração e acaba batida dele,ela o ama como ninguém nunca será capaz de compreender. Mas sabemos que,quando sentimos amor,muitas das vezes devemos desistir e nos afastar para lhe proporcionar a felicidade; afinal,amar não significa sacrificar sua felicidade para que sua razão de ser feliz alcance esse sentimento? Não significa abrir mão? Emma o ama,e por esse motivo não consegue viver tranquila, não consegue olhar para ele sem sentir o peso da culpa e as lágrimas se acumulando, é por esse amor que ela se senti na obrigação de se afastar.
Sentindo o corpo másculo do rapaz atrás de si lhe abraçando,a menina engoliu a vontade de chorar e forçou aquele sorriso que Ron passou a não conseguir distinguir de qualquer outro, aquele que a alguns anos atrás teria a certeza de que era falso e tão falho que,uma simples pergunta a faria chorar como nunca. Com suas mãos sobre a do irmão,Emma suspirou tomando coragem para lhe encarar, então,com a pouca coragem,a menina se virou e o abraçou escondendo o rosto contra o peito do rapaz.
— Eu precisei tanto desse abraço, Ron! — seu murmurar foi manhoso e carente,palavras tão sentimentais que fizeram o rapaz sorrir.
Era possível compreender haver alguma coisa de errada com aquela garota,e Brandon,esse que se encontrava sentado no sofá os observando havia percebido. No entanto,com toda sua racionalidade,ele sabia que não tinha o direito e muito menos poderia se intrometer na vida da garota,tinha noção de que deveria se manter o mais afastado possível. Brandon não era somente um popular entre as mulheres,o rapaz tinha uma qualidade que todos os seus amigos admiravam e diziam ser uma das melhores partes de seu ser; por mais que não demonstre,ele não controlava a forma como se sentia na necessidade de proteger aqueles que lhe chamam a atenção.
Deixando os amigos naquela sala de estar, Emma seguiu para o quarto que lhe foi instruído e se trancou no cômodo de quatro paredes e decorado em cores neutras. Parecia fácil visto de fora,mas somente que escondi as emoções sabe o quão difícil é viver com uma máscara na qual não deveria fazer parte de seus momentos. Então, sentindo-se cansada pela viagem e pelos sentimentos que pareciam querer lhe aterrorizar, Emma se deitou contra o acolchoado e se permitiu fechar os olhos por medo de encarar o teto branco e se perder em lembranças.
Na sala de estar,Brandon observava o melhor amigo se acomodar na poltrona enquanto tinha um enorme sorriso brincando em seu rosto,algo que nem deixava passar despercebida o quão radiante com a presença da irmã ele estava. Não tinha o intuito e estragar esse momento, não queria ver seu amigo como a anos atrás,ter de ser o porto seguro de alguém totalmente sem um chão abaixo de seus pés,afinal,ele ajudaria em tudo ir fosse preciso e não pensaria duas vezes, mas ver Ronald daquela forma acabou consigo. Então era preferia ele a imagem que estava tendo naquele momento.
— Acha que Emma vai gastar de conhecer a Briana? Tenho medo de que haja um grande conforto entre elas e que me veja na posição de ter de escolher a qual lado ficar — somente Brandon conhecia esse lado de Ron,somente ele sabia o quão inseguro o amigo poderia ser.
— Conhecendo Briana como conheço e observando sua irmã,creio que ambas se darão bem. E mesmo que seja o contrário,sei que entraram em uma acordo para lhe deixar feliz, pois ambos parecem querer apenas sua felicidade. — Brandon afirmou seguro de si algo que observou detalhadamente.
— E é por esse motivo que as amo! — com um olhar afetuoso, Ronald sorriu ainda mais e abaixou a cabeça como se tentasse esconder somente para si o que sentia relação a noiva e a irmã.
Brandon conhecia a história daquelas duas pessoas,sabia do motivo de Emma ter ido embora e do porque Ronald ter vivido uma fase completamente destruidora,tinha conhecimento de coisas que nenhum outro teve. No entanto,ele sempre se perguntou como tudo poderia ter sido diferente,se Emma não tivesse abandonado o irmão a própria sorte,se ao envés de fugir, tivesse permanecido ao lado daquele que aceitaria se destruir para sua p******o. Não era um julgamento que ele fazia, não, afinal, Brandon não acompanhou a vida de Emma e não tinha conhecimento de como possivelmente aquela menina poderia ter ficado por todos esses longos anos.
Em muitos dos casos não conseguimos compreender com tamanha exatidão, não somos capazes de assimilar a necessidade de outras pessoa em se afastarem e se verem necessitadas de um tempo somente para si,mesmo que isso possa machucar alguém que se ama,mesmo tendo a noção de que fará essa pessoa sofrer ainda mais do que o imaginável. É algo instantâneo,algo fora do controle e impulsivo, mas que também pode ser a salvação de um alguém que se vê em uma absmo.
Por minutos e horas,os amigos se permitiram conversar e se destrairem com assuntos banais e completamente aleatórios para a atual situação em que estavam. Então,as seis horas da tarde, Ronald se encaminhou até o quarto da irmã e abriu a porta minuciosamente para não correr o risco acordar aquela que sentia saudade e desejava não ter tão longe de si.
Em passos cautelosos e uma olhar orgulhoso seguido de um sorriso,o mais velho se aproximou e se ajoelhou ao lado da cama enquanto se atreveu a acariciar os fios longos de Emma,essa que se moveu lentamente ao sentir o toque, entretanto, não despertou,apenas suspirou profundamente.
— A mamãe estaria orgulhosa da grande garota que você é e se transformou. Papai estaria pulando de alegria — o comentário melancólicos era algo que Ronald andava pensando muito sobre.
Desde pequeno o rapaz sabia e tinha a certeza de que seja o que fosse,ambos seriam o orgulhos de seus pais e teriam a admiração que não tiveram a oportunidade de enxergar em seus olhos. A ausência dos mais velhos era algo doloroso para os irmãos,contudo,Ronald sabia que mesmo não os tendo consigo e Emma,ambos sempre estaria contentes com o rumo que seus filhos estivessem segundo; seja construindo uma carreira profissional,ou até mesmo construindo uma família.
Se movendo sobre o acolchoado e tendo a certeza de seu irmão estaria em sei quarto,Emma abriu seus olhos lentamente na tentativa de se acostumar com a pouca luz vinda do corredor e que adentrava o ambiente por estar com a porta aberta. Em uma movimento sutil,a menina arrastou seu corpo até estar sentada e sorriu para o irmão,esse que se colou de pé,somente para se sentar ao seu lado e lhe acariciar a face tranquila, porém com um coloração um pouco avermelhada devido o choro de poucos minutos depois,algo que ficaria desconhecido por todos os que lhe questionassem.
— Você continua sendo o mesmo irmão preocupado de sempre.— sorrindo retribuindo a carícia recebida em seu rosto,Emma murmurou com uma olhar vago.
— Você sempre será minha bonequinha de porcelana,a menina de meus olhos. Não importa qual seja a situação em que estejamos,quanto tempo tenha passado...— emocionando a menina e sorrindo ao perceber isso, Ron a puxou para uma abraço no qual foi retribuído calorosamente — não existirá nada que me faça agir e pensar diferente. Minha menina de porcelana.
Era admirável a relação dos irmãos, surpreendente para muitos que não possuem conhecimento sob ambos. Emma deixou a cidade,se mudou em uma tentativa de fuga e uma oportunidade de se reerguer para voltar a se sentir bem,mesmo que não tivesse conseguido com tantos anos se passando,ela era apenas uma adolescente que se sentia em um buraco n***o sem a chance de uma saída. Ronald tinha um grande motivo para não voltar a ser assim com a irmã,tinha todos os motivos do mundo para se sentir magoado,mas ele não o fez,apenas compreendeu a situação e a acolheu quando ela se viu pronta para voltar a lhe ver e presenciar um dos dias mais felizes de sua vida.