?? A GAROTA DO QUARTO AO LADO ??
O coração é um órgão frágil e delicado,merece todo cuidado existente e se deve ser preservado por aquele que aceita a dura e árdua tarefa para ser seu protetor. Então,sob essa concepção se deve ter como foco a tamanha necessidade de pensar três vezes se for possível,a cada ação se deve colocar na balança o peso das consequências e como poderemos reagir ao saber que sim,poderemos estar ferindo um coração puro e inocente.
Emma observava o irmão vestido em um terno preto sendo acompanhada de uma camisa social branca,a gravata no colarinho e o olhar brilhante fizeram com que seu peito se apertasse em emoção e seus olhos marejassem com a possibilidade de,um dia, não pudesse estar ali e presenciando a forma tão pura e inocente com que seu irmão construía sua vida e sua família. Poderiam não acreditar em sua palavras e condenarem seus pensamentos e o motivos para ter feito tudo que ousou com o passar dos anos, entretanto,ninguém sabia ou poderia dizer o que realmente se passava em sua mente naquela época e como ela pôde se sentir ameaçada por um futuro incerto,uma vida desconhecida e com o peso do mundo todo em seus ombros,peso de um erro que lhe tirou seus pais e condenou seu irmão a ausência de toda sua família. Ninguém estava em sua pele e ninguém era digno o bastante para lhe apontar o dedo,ninguém sabia como seis atos lhe deixaram cicatrizes,ninguém era bom o suficiente para ousar a por na balança seus erros e suas consequências acompanhadas de um arrependimento crucial e quase mortal.
Sabe quando você sente o mundo desabar sobre seu corpo? Não,então pule esse parágrafo e não ouse condenar os atos de uma pessoa morta emocionalmente,uma pessoa que conheceu o inferno sem mesmo colocar os pés no lugar denominada submundo. Emma Sandler não era somente uma jovem cursando medicina, não era somente uma garota com o olhar melancólico e a mente carregada de inseguranças; Emma dándoles era alguém que sentiu a dor da perda e de abandonar alguém que se ama de forma indomável,era uma meninas com pensamentos ativos,porém que sempre carregaria o marco de uma história onde o final não era conhecido pelos "e viveram felizes para sempre".
Sentando-se naquele puf e ainda com o olhar sobre o corpo de seu irmão,esse que se mantinha atentado a imagem no grande espelho cobrindo a grande extensão da parede,Emma permitiu que a melancolia controlasse todas suas emoções e lhe forçasse a deixar as barreiras serem rompidas, então com os sentimentos fragilizados, a lágrimas grossa e pesada deslizou por sua face marcada pelos traços da dor e camufladas por uma dose de falsidade necesaria. Era tudo o que precisava,era aquela sensação que deveria ser sentida naquela época,naquela noite e por todos os meses seguidos; Emma precisava chorar e buscar por ajuda sem que realmente fosse pedida com palavras,ela precisava que alguém a lê-se suas emoções e fosse capaz de enxergar aquilo que passou despercebido.
Sentindo seu corpo reagir a cada vez que outra nova lágrima molhava sua pele sensível,Emma se encolhia como una criança assustada,se encolhia envolvendo seu corpo em uma abraça que não transmitia calor,que não se assemelhava aos de seu irmão ou de seus pais. Então,como se sua mente lhe alerta-se do que aconteceria logo a seguir,Emma abraçou suas pernas e fixou seu olhar nas costas daquele que ainda se mantinha distraído com sua própria imagem.
Por frações de segundos, Emma se encontrava em Portland,em uma das ruas mais tranquilas que se poderia caminhar em busca de colocar sua mente em seu devido lugar,contudo,naquele época Emma estava com os olhos pesados em lágrimas e um corpo trêmulo buscando por um abraço acolhedor. Talvez as descobertas daquela noite não fosse o que realmente gostaria de ter ouvido, talvez as palavras vindas daquela pessoa era tudo o que não precisava ouvir. Emma nunca foi dona de seu total controle,e o fato de ter fugido de casa em plena onze da noite prova isso,contudo não imaginava encontrar seu namorado na companhia de sua melhor amiga, não poderia prever que teria a imagem de uma traição dupla. Mas não foi exatamente isso que lhe afetou,todo o seu abalo emocional se devia a forma na qual seus pais a julgaram,a forma como lhe censuram no momento em que retornou para casa tendo a presença das lágrimas,sequer perguntaram o motivo de estar daquela forma deplorável. Então sim,com um pensamento imaturo,Emma deixou a casa sem falar com ninguém e decidiu caminhar pela cidade. O restante era somente consequência,tudo foi causado por momentos de impulsos e um mortorista bêbado conduzindo uma caminhão, esse mesmo veículo que tirou a vida do casal a procura da filha.
Notando o silencio que se encontrava aquela pequena sala, Ronald franziu o cenho e se virou em direção ao puf onde sua irmã se encontrava sentada e com um olhar distante e assustado,um olhar no qual preocupou o mais velho e o fez se apresar se ajoelhando de frente para a garota que parecia estar a quilômetros de distância dali.
— Bonequinha...— o chamado aflito pareceu arranhar a garganta do mais velho,pois a intonação era semelhante a daquela época.
Poderia não ser transmitido por Ronald, entretanto era bastante obvio pensar que sim, ele também se recordava todas as noites,se permitia reviver os melhores e piores momentos que tiveram ao lado de seus pais. Ronald Sandler também era alguém que tinha em mente a possível vida que teriam se não tivessem passado por essa tragédia e se sua irmã não tivesse ido embora para outro país; o orgulho que saberia existir em seus progenitores,como seria tê-los em sua formatura de conclusão da faculdade em um curso que batalhou para ter,a maneira como receberia uma abraço a cada aniversário e quando dissesse estar noivo da mulher mais linda e perfeita que poderia entrar em sua vida,de como ambos poderiam comemorar ao saberem que sim,Emma havia conseguindo alcançar seus sonhos usando somente sua perspicácia e desempenho. Era uma vida para sonhar, afinal,ambos os irmãos sabiam e compreendiam que os mais velhos não voltariam,muito menos poderiam lhes abraçar dizendo o quanto estariam orgulhosos por verem a maneira como estavam construindo sua própria família e alcançando seus sonhos.
— Emma, bonequinha o que sta acontecendo? Fala comigo!
Aquele pedido parecia rasgar o peito de Ronald,afinal,ele estava vendo sua irmã em uma possível crise movida a imagens e lembranças de um passado que deveria ser deixado para trás,um passado no qual não deveria ter grande interferência em suas vidas atuais. É certo que os seres humanos precisam ter aquelas recordações das pessoas que mais ama e que daria tudo para ter por perto mais uma vez,poder sentir aquele abraço quente e aconchegante pela última vez, dizer aquelas palavras que se encontram presas dentro de si e que nunca poderiam ser retribuidas em uma situação como a que aqueles irmãos se encontravam. Muitos não sabem,ou fingem não saber,mas a dor é real e está mais perto do que podem imaginar.
Sob o toque do irmão,Emma piscou lentamente seus olhos e engoliu o nó preso em sua garganta,moveu as mãos lentamente sobre suas pernas envolvidas juntamente a seu corpo e olhou fixamente para Ronald,esse que ainda se encontrava apavorado com a situação em que se encontravam,afinal, não era sempre que presenciava uma cena daquelas,uma visão que sequer se passou em sua mente. Ela moveu seu corpo se arrastando para juntamente ao irmão, e envolveu seus braços ao redor do pescoço do mais velho e suspirou sentindo a fragrância amadeirada adentrar suas narinas. Emma sentiu falta daquilo também.
— Desculpa! Me desculpa por estar estragando seu momento de felicidade — se lamentando profundamente,Emma buscou por abrigo contra o corpo do mais velho.
— Bonequinha! — sua exclamativa era um apelo,um pedido para que aquelas palavras não fossem pronunciada novamente.
Então foi naquele momento que Emma finalmente entendeu; Ronald Sandler era um ser entre milhões,alguém que não se importava com o peso das ações daqueles que ama, o importante era o bem estar e a felicidade. Emma compreendeu que sim,seu irmão havia lhe perdoado por todas as besteiras,pela fuga que cometera no momento de temor. Ronald apenas estava feliz por ter sua irmã consigo mais uma vez.
Pelo restante do dia,ambos os irmãos buscaram se distrair em lojas de artigos femininos e masculinos, cinema e uma longa parada em uma dos melhores restaurantes da cidade e que Emma fez questão de dizer que teria de voltar antes de retornar a sua rotina de sempre. E ao retornarem para o apartamento onde encontraram um Brandon de m*l humor devido pequenos conflitos românticos,Emma apenas ignorou a tentativas falha de seu irmão ao tentar conversar com o amigo e seguiu para seus quarto,esse que era ao lado do homem naquela sala de estar.
Emma apenas se despiu rápidamente e seguiu para o banheiro,seu corpo pedia pela água quente relaxando os músculos,mandando embora as frustrações por incansáveis pensamentos e recordações de momentos passados. Por alguns minutos ela permaneceu ali,se permitido relaxar e espairecer a mente, quando saiu do cômodo e se vestiu em um conjunto simples e confortante,a menina se sentou na cama e suspirou encarando as pequenas marcas em seus pulsos,marcas que eram cobertas por pequenas fitas de ceda em cor n***a,algo qu gerou questionamentos por parte de seu irmão.
A menina possuía não somente marcas psicológicas; os pequenos cortes em seus pulsos eram resultados de noites dolorosas e passares de meses seguidos de anos. A cada novo aniversário, um corte surgia em seus pulsos e o sangue escorria molhando o piso de seu banheiro no dormitório em que dívida com sua amiga,era algo que ninguém sabia,mas que faria parte de sua vida pelo resto de sua vida.
Por horas Emma permaneceu sentada naquele alcochoado,por longas horas aquela garota se isolou em seus mundinho particular e escuro. Mas no momento em que teve a imagem de seu irmão adentrando o quarto trazendo consigo uma bandeja com alguns sanduíches e suco, seu sorriso se abriu e seu coração se aqueceu lhe fazendo recordar que havia alguém que se importava e amava. Por mais difícil que seja, Emma percebeu que sim,a vida valia a pena e Ronald era o motivo para tais pensamentos.