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1302 Words
As mãos dele me tocaram com fervor. Senti o meu corpo ficar marcado com todos aqueles movimentos repletos de violência. Fiquei imóvel, deixando que ele se satisfizesse comigo. Sua respiração ofegante ficou bem próxima da minha orelha. Arrepiei-me. Otávio: Tu é muito gostosa. Fechei os olhos e não respondi. Só permiti que ele continuasse com o que estava fazendo. Quando enjoou daquela posição, o doutor me colocou de quatro e penetrou fundo. Senti seu pênis me cutucar. Debrucei sobre o travesseiro e empinei a b***a. Seus dedos ásperos deslisaram sobre o meu tronco. Não senti prazer nenhum. Ele parecia se contorcer para não gozar. E eu não via a hora que ele terminasse. Otávio: Ah... — suspirou — vou gozar! Finalmente. Deitei-me na cama e ele ao meu lado. Massageou o pênis por cima da camisinha. Fiquei a encarar o teto. Eu: Pode usar o banheiro, se quiser... Otávio: Obrigado. — se levantou — Faz um café pra gente? Faz tu. Folgado do c*****o. Eu: Sim. Enrolei o lençol no corpo e fui até a cozinha. Silver tentou pular em mim, mas eu me esquivei. Peguei um canecão no armário e aqueci a água. Escutei o barulho do chuveiro ligar. Assim que terminei de passar o café, ele apareceu abotoando a camisa. Otávio: Fui hipnotizado pelo cheiro. — sorriu e me abraçou por trás, cafungando meu pescoço — Foi bom pra ti? Eu: Ótimo. — entreguei uma xícara de café a ele — E pra ti? Otávio: Já tive melhores... — riu — brincadeira. Foi perfeito. Nos sentamos à mesa e fizemos uma refeição rápida. Otávio: Quer carona para o hospital? Eu: Não sei se percebeu, mas eu tenho carro. — brinquei — Acho que posso dirigir aquele lá. Otávio: c***l. — fez bico — Fica lá com o teu carro, então. — entrelaçou a gravata azul no pescoço — Eu já vou. Preciso passar em casa e trocar de roupa. Já no estacionamento do hospital, encontrei a Fernanda. Sua cara denunciou a ressaca consequente da noite anterior. Nos cumprimentamos com um beijo no rosto. Fernanda: A Taís falou que a gente perdeu prova ontem. — fez careta — Culpa tua. Eu: Minha? Claro! — dei risada — Eu que raptei dois médicos daqui, né? Fernanda: Ai, guria... — olhou para o prédio — seja discreta... — sussurrou — seu namorado tá te olhando de lá da janela. Eu: Otávio? Fernanda: Não... — riu — o diretor. Esse velho nojento ainda não se tocou da real. Que raiva que isso me dá. Eu: Ah, tudo bem. — dei de ombros — Ele tá me ajudando muito. Fernanda: O p*u dele é nojento? Eu: Não sei. — olhei confusa — Não vi. Credo. Adentramos o hospital e fizemos o ritual de sempre. Fernanda ainda insistiu na história de que eu estava transando com o diretor do hospital. Fernanda: Cuidado, viu? Imagina só — eufórica — os caras brigando por ti. O diretor, o Otávio e o Viúva-negra... vish! — riu — Viúva-n***a vai te matar e levar tua língua como fez com todo mundo. Eu: Deus é mais, Fer. O diretor veio ao meu encontro, sorrindo e manuseando aquela bengala. Demos um sorriso forçado ao vê-lo. Não aguento mais esse nojento. Diretor: Alícia. — beijou minha mão — Trouxe coisas novas. Fernanda: Bom, eu já vou. — acenou — Até a hora do almoço. Segui com o diretor até a sala dele. O homem pegou uma pasta bege e me entregou. Abri e notei que eram documentos sobre o Eduardo. Eu: Obrigada! — com os olhos brilhando — Vai me servir muito... Não pude dizer mais nada. Fui surpreendida pela língua dele invadindo a minha boca. Pensei em gritar, chutá-lo ou qualquer coisa. Mas não fiz nada. Fiquei imóvel. Ele parou de me beijar e sorriu. Nojento. Peguei a pasta e sumi de lá. Fui até o bloco B, procurar pelo cretino do Eduardo. Eu: O Hosten não tá aqui? — indaguei. O guarda permaneceu mudo — Ei, filho! — gritei — O Eduardo Hosten saiu do quarto? Guarda: Solitária. Não... não pode ser. Justo hoje. Eu: Obrigada. Levei minha pasta até o jardim. Dei uma boa olhada nos documentos do Eduardo. Suas vítimas, seu "modus operandi" e sua estadia no hospital. Todas os relatos da estadia terminavam com "trancafiado em solitária". Diretor: Se divertindo? — gentil. Para melhorar o meu dia... Eu: Sim, tô vendo as coisas que tu me deu. Muito bom. Diretor: Ele tá na solitária. — desapontado — Quer vê-lo? Eu: Claro! — respondi eufórica. Diretor: Venha. O gordo imundo me levou até uma ala no subterrâneo. A iluminação era fraca e as paredes estavam sem pintura. Um verdadeiro show de horrores. Quando chegamos no final daquele imenso corredor, encontrei uma porta e dois guardas na frente. O Diretor começou a conversar com seus funcionários e eu entrei. Lá estava ele. Abraçado nos próprios joelhos e com um olhar vago. O rosto estava muito machucado também, assim como o restante do corpo. Me sentei ao lado dele. Eduardo: Se eu não estivesse com tanta fome, enforcaria você. Eu: O que tu fez? — perguntei com serenidade. Eduardo: Nada. Só não quis o banho de sol. Eu: Por que? Eduardo: Oras, como assim? — olhou-me com espanto — É óbvio! Não quero ficar com aquele bando de loucos. Embora estejamos todos no mesmo buraco, eles não sabem o que fazem. Eu sei Eu: Os machucados foram feitos por eles ou por eles? — apontei para a porta. Eduardo: Ambos. — sorriu de canto — Gosto de apanhar, mas tudo tem limite. Só você que não. — decepcionado — Por mais que eu te enxote, cê volta. Eu: Coloque-se no meu lugar, Viúva-n***a! — em tom de deboche. Ele fez uma expressão de tédio — Imagina que tu perdeu seus irmãos ou qualquer parente teu... Eduardo: Me dá isso aqui. — tomou a pasta da minha mão — Hm... Eduardo Hosten foi diagnosticado com psicopatia/sociopatia e blá blá blá... — fechou a pasta num movimento brusco — viu? O que eu sou? Eu: Uma merda de um psicopata maluco. Eduardo: Isso. E sabe por quê estou pouco me fodendo para você ou seu irmão bicha? — apoiou as mãos no chão e me olhou como se fosse me devorar — Porquê eu sou psicopata, Ivanov. — sarcástico — Você se lembra da definição, não é? Estudou para isso! — riu alto — Hoje em dia você ganha o que quer com esse rostinho bonito, mas em algum momento da sua vida, você pegou um livro e leu algumas coisas nele. Eu estava lá... em alguma parte daqueles diagnósticos. Recolhi a pasta do chão e me levantei para ir embora. Eu tenho um tempo máximo para ficar perto do Eduardo. Se eu excedo esse tempo, sinto vontade de matá-lo. Eu: Te vejo outra hora. Eduardo: Não. Não vê. Eu: Desculpa...? — virei-me para trás — Tu é dono das tuas vontades aqui? Eduardo: Não. Tô sendo transferido. Eu: Mentira. Eduardo ficou em silêncio. Voltei para perto dele e o encarei. Ficamos nessa pausa por quase trinta segundos. Até ele cansar. Eduardo: Foi o que me disseram. — confessou — Tenho amizade com um secretário. Eu: "Amizade" — fiz aspas com as mãos — ou ele é só mais um pervertido que tu encontrou pelo caminho? Eduardo: Não dá pra esconder nada de você. — riu — Impressionante... Eu: E ainda chama o meu irmão de bicha, né? No movimento mais rápido que eu já presenciei na vida, ele segurou o meu pescoço e o espremeu. Seus olhos brilharam ao fazer isso. Não pude respirar ou me defender. Fiquei me debatendo feito uma presa. O sorriso satisfeito no rosto dele foi a última coisa que eu vi. Acabei desmaiando nos braços daquele assassino.
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