Triana Müller...
Esse não era um fim justo para mim? Ainda salvei a vida do desgraçado que acabou com na vida de Alexei e era isso que eu ganhava da vida!
O som estava altíssimo, creio que, o que pensam em fazer comigo, irá gerar muitos gritos da minha parte. Vários daqueles marginais me seguraram, enquanto um deles se despia a minha frente. Um homem horrendo, seu m*l cheiro eu sentia daqui, mesmo um tanto distante. Um outro marginal tirou do bolso comprimidos coloridos.
Lutar, suplicar, nada disso era relevante. Como Zélia tinha me informado, apenas aumentavam a libido. Era nítido na face daqueles homens o prazer em me ver subjugada a eles.
Prendi meus lábios com força, aliás, eu tentei prender meus lábios. Sei que qualquer esforço meu, para me livrar desses homens, seria em vão. No entanto, não facilitaria para eles, deixando-me drogar e ficando receptiva para que me estuprem. Sabia que conseguiriam, afinal, nesse corpo estava o tal sexo frágil,.mas eu lutaria até o fim.
Com a brutalidade natural, um deles enfiou dois dedos pela minha boca e eu o mordi. Fazendo com que ele grite e acerte um tranco na minha cara em seguida. Conseguiram enfiar o comprimido na minha goela, assim como uma dosee cavalar de vodka.
Mesmo com o som em nível altíssimo, pude ouvir o homem de dentes podres, dizer.
— A p**a mamada é minha primeiro! — sua face me causava náuseas.
Ao sentir as mãos nojentas do tal neguinho rasgar a minha roupa e o hálito podre dele sobre a minha pele, pensei que deveria ter me drogado e bebido toda garrafa de vodka, até ter um coma alcoólico.
Já não me restava mais nada, a não ser rezar. Tentei me bloquear da situação, desejava que a droga fizesse efeito rápido, mas era impossível. Mãos asquerosas sobre mim, aumentava minha adrenalina, me mantia consciente, contudo sem chance de reagir. Só um milagre, só se Deus mandasse um dos seus anjos descer a terra e me tirar dali.
Os estampidos foram sufocados pela batida de funk, mesmo assim pude ouvi-los. Deveria ficar horrorizada quando alguns daqueles homens caíram sobre mim com um buraco na cabeça. Mas o que fiquei, foi agradecida, por Deus ter mandado minha salvação, empurrei o fedido que estava caído sobre o meu corpo. Sentindo o cheiro ferroso do sangue dele que escorria sobre minha pele. Enfiei o dedo na garganta, precisava pôr para fora a droga e a bebida.
Agradeci mais uma vez, quando a pessoa atirou na caixa de som, parando a música estridente. Após me livrar de parte dos entorpecentes em meu organismo, escaneei a situação a minha volta. Todos os marginais que me.violentariam estavam caídos com um buraco na cabeça. O meu salvador também estava ferido, mas de batalha anterior. Sua camiseta estava toda manchada do sangue que escorria de sua feridas recentes. Cambaleante, ele deslizou pela parede, ainda com a arma na mão. Sua expressão era de dor.
— Max! Fica acordado.Vou cuidar de você. — eu estava me sentindo compelida pela situação.
Com seus olhos castanhos ele me olhou com ternura e tocou meu rosto de maneira aveludada. Não havia ódio em sua expressão, assim como não tinha mais raiva no meu coração. Seus olhos foram fechando, ele precisava urgentemente de cuidados.
Estava nua, tinha que sair dali com ele. O cheiro estava horroroso, sangue e suor. Minhas roupas foram rasgadas, não sabia o que fazer. Não poderia sair expondo minha vergonha assim. Me sentia aliviada, ninguém ali prestava, mas não sei se poderei dormir depois de tudo o que estava acontecendo. Tinha no meu corpo sangue de vários homens. No entanto, antes os deles, do que o meu.
— Galega! — a voz que Max emitiu, era mansa e baixa.
— Max! Pensei que estivesse perdido os sentidos.
— No bolso de qualquer um deles tem um celular, pega.
A sorte é que minha profissão, me trás a sapiência necessária para me dar com esse tipo de situação. Fui até o corpo menos frajelado, me agachei ao lado do defunto, tateei o jeans pelo lado externo, enfiei a mão no bolso certo e assim tirei o aparelho, entregando em seguida para o Max.
Enquanto ele ligava no aparelho, o fiz tirar a camisa, precisava do tecido para envolver o abdômen de Max e pare o sangramento que ele tinha por ali.
Pelo teor da conversa, ele pediu a alguém, roupas para mim.
— Senta aqui. — apontou para o espaço na parede ao lado dele. Acatei o pedido, estranhamente ele aproximou o corpo do meu, fazendo com que me afaste. — Calma! Só quero te tapar com meu corpo, caso alguém entre.
Um tanto constrangida, mas aquela era um boa opção, pra que ninguém me veja assim. O deixei encostar as costas desnuda, no meu peito também nu e debruçar a nunca em meu ombro. Sentindo o calor da sua pele naturalmente bronzeada. No meio daquele caos, tinha um clima de acolhimento mútuo entre nós dois, sentia até seus dedos passear de maneira leve na minha coxa da mesma maneira que virava a face de encontro a minha, buscando minha boca tão próxima a dele
— MAX...! — Um grito de uma voz bastante jovem, rompeu o clima que se formava, pondo meu juízo no lugar.
Ainda com a voz fraca ele responde. — Estou aqui Marcela.
— Nesse tom, dificilmente ela irá ouvir. — resolvi ajudar. — ESTAMOS AQUI!
Era a irmã dele, se fosse minha, jamais permitiria que entrasse ali, em meio aquela chacina.
— Eita Neguin e o Pouca Perna foram de ralo. — ela fala de dois dos muitos meliantes ali mortos.
Da maneira que entrou e ainda desdenhou, já deveria estar acostumada a aquela situação.
— Trouxe o que pedi? — Max perguntou impaciente
— Sim, só não tinha nenhuma roupa minha que iria caber nela. — Marcela responde tirando da bolsa um vestido longo, bastante conservador, como de uma senhora.
— Não tinha outra roupa? — Max falou como se o incomodasse.
— Que coubesse nela não. Aí na moral, já trouxe para você para de reclamar.
— Obrigada Marcela! — agradeço intervindo na conversa.
— É noiz! — respondeu fazendo o gesto hang loose.
Peguei a peça e vesti direto pela cabeça. Marcela me ajudou a levar Max até o local que serviam a eles como enfermaria. Ele cuidou de mim, era minha hora de retribuir.