Horas depois
Sinto lábios macios pressionados suavemente contra meus ombros e uma respiração quente batendo na pele sensível bem na curva do meu pescoço. O primeiro som que escapa da minha boca é uma exclamação de surpresa, mas logo se transforma em um gemido baixinho quando meu corpo se torce com a sensação de um arrepio longo que desperta cada nervo adormecido. Uma mão invade a a******a lateral do meu vestido, se infiltrado por dentro das camadas de tecido até encontrar minha barriga ali em baixo. Os dedos suavemente percorrem minha pele enquanto dentes roçam ligeiramente o lóbulo da minha orelha.
Um frenesi percorre meu corpo e minha cabeça começa a girar com a agonia que a necessidade recém despertada me aflige. Cerro meus dentes. Não querendo deixar que mais nenhum som escape dos meus lábios. Agora sei que não estou sonhando, mas por mais que eu queira parar, meu corpo está entregue demais às sensações.
Os dedos sobem através do meu esterno parando exatamente no espaço entre meus s***s. A respiração constante dele em meus ouvidos acalera, assim como a minha e mordo meu lábio ao sentir as pontas dos meus s***s incharem e endurecerem com a promessa de serem tocados.
Finn puxa o ar entre os dentes quando belisca o pico duro do meu seio direito e a dor da necessidade me faz soltar um gemido longo e involuntário fazendo minha cabeça virar para trás. Sinto meu corpo latejar intensamente e a umidade entre minhas pernas começa a passar para um estado vergonhoso me deixando completamente molhada.
Sou arrebatada pela saudade de suas mãos em mim, pelo tanto que ansiei por seu toque no meu corpo e para toca-lo também. Foram muitos dias me imaginando em seus braços, com o corpo completamente dolorido clamando por qualquer migalha que ele pudesse me oferecer, desesperada para me aliviar, sabendo que nunca iria me sentir de fato saciada.
-Eu vou cuidar de você. -Ele sussurra em meu ouvido com a voz rouca deixando rastros de choque percorrerem meu corpo.
Mantenho meus olhos fechados, lutando contra o desejo que vai se alastrando por baixo da minha pele como se fosse me cortar inteira. Sua mão para de torturar meu seio e eu solto um gemido de protesto que logo é silenciado quando ele usa a mão para me fazer virar para deitar de barriga para cima.
-Olhe pra mim. -Ele pede docemente.
Faço que não, envergonhada e com medo de que se fizer isso, vou acabar sendo invadida pelas lembranças ruins da noite passada e no momento é tudo o que eu menos quero fazer. Ele não insiste, mas agarra suavemente meus punhos e os prende a um nível acima da minha cabeça me fazendo arfar com a surpresa.
Passo a língua molhada por meus lábios secos e ele grunhe provavelmente ao me ver fazer isso. Segundos depois ele está em cima de mim, afastando meu cabelo para o lado e enfiando o rosto em meu pescoço para chupar minha pele.
Minha pulsação se acelera e posso jurar que ele consegue sentir isso através do fluxo sanguíneo que ele prende em seus lábios.
-Finn... -De repente abro meus olhos.
-Sim? -Ele projeta sua língua com mais força em minha pele.
Luto para manter meus olhos abertos, mas não consigo evitar um gemido.
-Não podemos. -Digo com a voz completamente ofegante, me dando conta do que está prestes a acontecer.
Ele para de me beijar e respira bem fundo ainda com a cabeça abaixada.
-Porque não? Só quero...
-Eu sei o que você quer fazer, eu também quero, mas não... -Empurro sua cintura com as mãos e ele usa o cotovelo para apoiar o corpo erguendo sua cabeça para me olhar.
Dessa vez o encaro bem na minha frente, sobre mim, me cobrindo ainda com seu corpo inteiro. Seus olhos estão me olhando de forma suplicante, mas ele não diz nada. Seu polegar desliza lentamente sobre meu lábio inferior até encontrar a umidade dentro da minha boca.
-Eu amo você. -Murmura baixinho, encarando o movimento de seu dedo em meus lábios. -Me beija.
Um nó comprime meu estômago e também meu coração. Queria muito poder seguir em frente dessa forma, da forma como nos acostumamos a resolver nossos problemas, mas tenho que ser mais forte do que isso. Por nós dois.
-Se eu beijar, não vamos conseguir parar. -Respondo, puxando seu dedo da minha boca e juntando nossas mãos em meu peito.
Ele se inclina mais sobre mim, prestes a ignorar o que acabei de dizer e me beijar mesmo assim, mas se retarda a milímetros da minha boca e bufa rolando para sair de cima de mim.
O vazio começa a preencher todos os espaços que estavam sendo ocupados pelo desejo e eu me sento sentindo todo meu corpo tremer. Fecho meu vestido rápido mesmo com os dedos dormentes e ele se levanta do chão ajeitando a calça para esconder sua ereção inevitavel.
Sei o que ele vai fazer no instante que o vejo prendendo o nó da gravata. Vai embora. Está com raiva de si mesmo por ter se descontrolado e quer fugir de mim. Me levanto depressa desesperada para para-lo.
-Precisamos conversar. -Digo quase berrando quando ele vai em direção a porta.
Ele para, coloca o cabelo para trás, suspira longa e pesadamente e se vira para mim outra vez. Como previ, vejo a vergonha e o constragimento instalados em sua feição e não era isso que eu queria que acontecesse.
-Ja sei o que você vai falar. Me desculpa. -Diz ele antes que eu possa falar alguma coisa.
-Não, não tem porque se desculpar. Não é nada disso. -Vou até ele e seguro sua mão ignorando seu cenho franzido.
O levo até a beira da cama e espero até que ele se senta do meu lado. Eu sabia que precisava esclarecer algumas coisas, mas agora que o momento chegou não consigo pensar direito em nada. Ainda mais quando meu corpo ainda está tremendo e minha pele está suada pela excitação.
-Me diz o que eu tenho que fazer. -Ele fala quando eu fico calada.
Ergo minha cabeça sem entender e minha testa se franze. Ele parece sério demais e não sei como interpretar isso.
-Não entendi...
Ele hesita por um instante, mas leva a mão até meu joelho e esfrega o polegar sobre o meu vestido. Ainda está sério, mas ver que a impassividade está indo embora me deixa mais aliviada.
-Me diz o que eu tenho que fazer para ter você de volta. -Explica, agora encarando a bota em meu pé. Se culpando por isso também.
Engulo em seco, pois não estava esperando por isso, mesmo que fosse o que eu deveria fazer.
-Não quero que faça nada por mim, quero que faça por você.
Inconscientemente levo minha mão até a dele. Finn franze o cenho ao encarar nossos dedos.
-Por mim? .... Quer que eu volte a fazer terapia ou algo assim? -Pergunta, realmente confuso.
-Você acha que precisa voltar a fazer? -Indago.
Ele faz que não bem rápido, mas depois bufa.
-Eu não sei. Não sei até que ponto isso têm me ajudado e ainda não parei exatamente, só achei que se você voltasse pra mim não ia mais precisar fazer. -Confessa, sem nenhum pingo de vergonha ou receio.
Isso me pega desprevenida, embora eu já devesse saber que ele realmente achou que estaria tudo resolvido se voltássemos. É um assunto complicado o qual sei que tenho que falar com calma.
-Eu não sou a solução pra tudo. Você sabe disso. -Digo apertando seus dedos junto com os meus.
Ele força sua mão a soltar a minha, claramente entrando na defensiva e mesmo que não se mova o sinto cada vez mais distante.
-Bem, você é sim, mas se você acha que eu preciso de mais alguma coisa, eu faço. -Diz cruzando os braços e me encarando altivamente.
Vai ser mais difícil do que eu pensei.
-Não é bem assim, Finn. -Me levanto, achando que as paredes do quarto estão comecando a diminuir e a sensação me sufoca.
-Então como é? Olha, eu estou arrependido do que eu fiz, pedi perdão, mas você não me aceita de volta, mas aí diz que eu tenho que pensar em mim, então ou você me diz o que quer que eu faça ou me manda ir embora porque ficar esperando que eu decida sozinho não está ajudando em nada.
Minha boca se abre ligeiramente para escapar uma respiração acelerada de raiva. Pensei que podíamos dialogar e chegar em um meio termo, mas Finn não é mais alguém racional o suficiente para isso. Se tornou um extremo entre o desesperado por mim e o grosseiro que não mede as palavras.
-Você acha que pode exigir que eu simplesmente esqueça de tudo e volte pra você? Não dá! -Estremeço e bato minha mão contra a parede onde está a cama.
Ele fica alarmado com minha mudança súbita de comportamento e seu humor muda de novo, voltando para o desesperado.
Ele arrasta o cabelo para trás, em conflito com os próprios sentimentos.
-Eu sou maluco. Não tenho mais jeito!
-Para com isso! -Puxo sua mão antes que ele arranque um tufo de cabelo.
Ele cede e seus ombros caem quando suspira. Espero até que sua respiração se acalme, sabendo que vou ter que lidar com isso frequentemente a partir de agora.
-Desculpa... -Ele murmura girando minha mão para me segurar ao invés de deixar que eu o segure e me puxa até que eu fique mais perto, batendo em seus joelhos na beira da cama. -Eu vou tentar, prometo.
Quero manter minha raiva, mas não consigo ao ver o brilho de um arrependimento genuíno em seus olhos. Faço que sim com a cabeça.
-Eu sei que vai, mas não pode ficar me tratando m*l quando discordar de mim, na verdade, não pode tratar ninguém assim. Eu vou te ajudar no que for preciso, Finn, mas não vou deixar que você me magoe mais.
Ele fecha os olhos ao me ouvir, como se estivesse sentindo um tipo de dor que não entendo e confirma com a cabeça.
-Me desc...
-E para de me pedir desculpas por tudo! Isso não adianta se você for fazer de novo! -O corto bem antes de ele falar, mas me arrependo.
Não adianta pedir para não ser tratada m*l e trata-lo assim.
-Vem aqui. -Puxo as lapelas do seu paletó, mas ele não se move ainda confuso então prendo a respiração e me sento de lado em seu colo para abraça-lo.
No primeiro momento a surpresa não lhe permite retribuir, mas ele logo cai em si e me envolve com os seus braços em minhas costas. Só então consigo respirar de novo.
-Preciso que fique comigo. Que lute comigo. Se não fizer isso, eu não consigo sozinha. -Confesso, deitando a cabeça em seu ombro.
Ele não responde, mas confirma com um gesto de cabeça respirando profundamente em meu pescoço. Por hora, isso é o suficiente. As coisas não vão mudar do dia para a noite e preciso me acostumar com isso.
Ficamos abraçados por um longo tempo sem dizer nada. Mas sei que nenhum de nós para de pensar por um segundo. Talvez ele esteja querendo finalmente enxergar mais amplamente e isso me deixa com um fio resistente de esperança.
-Eu preciso ir embora. A Sarah tem que ir para a escola.
-Tudo bem. -Me afasto rápido, mesmo que meu corpo rejeite a distância e fico de pé.
Ele levanta também, mas parece não querer fazer isso tanto quanto eu.
Pareceu que ficamos tanto tempo na companhia um do outro que agora até a atmosfera do ar fica mais pesada, como se o ar estivesse escapando pelas janelas ao invés de entrar.
-Você... Tem como ir embora? -Pergunta, enfiando a mão no bolso da calça.
Meu coração palpita, precipitando a agonia desmedida que vou sentir quando ele for realmente embora. Não chegamos a falar sobre quase nada e não resolvemos nada...
E se ele se arrepender e voltar a se afastar de mim? Se não quiser minha ajuda e tudo voltar a ser como era antes? Será que eu não deveria ter o aceitado de volta? Que devia ter ignorado essa racionalidade e ter agido só com meu coração? E se ao invés de isso nos ajudar só nos distanciar ainda mais e na verdade estou deixando escapar a única chance que tenho de tê-lo de volta?
As perguntas me perturbam, mas engulo cada uma delas, sabendo que fiz o que eu podia e que tudo depende dele a partir de agora.
-Sim, vou chamar um motorista depois. -Digo isso ao invés de tudo o que eu pensei.
Finn parece querer dizer alguma coisa e eu espero com o coração cheio de esperança.
-Me leva até a porta?
Quase não consigo disfarçar minha decepção, mas confirmo com um gesto de cabeça massageando meu pescoço subitamente tenso. Vou até a porta com passos rápidos, mas tudo dentro de mim está hesitando quando giro a maçaneta e abro a porta.
Ele vem devagar e eu fecho os olhos para não vê-lo sair.
-Posso abraçar você?
Surpresa, abro os olhos m*l contendo o tremor das minhas mãos e faço que sim com um movimento exagerado.
Ele chega mais perto me observando com seu olhar que me deixa praticamente nua e se inclina para me abraçar.
Meus pulmões se enchem de ar e eu passo meus braços por seus ombros lutando para conseguir ficar na ponta dos pés. Nossos corações batem rápido, na mesma intensidade e ele me agarra com muita firmeza tirando meus pés ligeiramente do chão.
-Eu não vou desistir, Millie. Vou reconquistar o seu amor de volta, nem que seja a última coisa que eu faça na vida. -Promete ele sussurrando em meu ouvido.
Minha pele se arrepia e não consigo responder com a descarga de energia eletrizando todo meu corpo. Estava cheia de dúvidas e era exatamente o que eu precisava ouvir.
Ele me põe no chão de novo e eu o solto com um lamento profundo dentro do peito, mas ao mesmo tempo imensamente feliz. Deslizando seu polegar sobre minha bochecha ele se inclina de novo para beijar a minha testa.
-Obrigado por tudo. Eu amo você.
Quero dizer que não precisa agradecer. Quero dizer que o amo, mas ouvir isso me deixa mole, sem palavras na boca e com certeza com a maior cara de boba do mundo.
Ele sorri ao ver minha expressão, não de um jeito sarcástico, mas carinhoso e afetuoso, algo que não via a muito tempo. Sem dizer mais nada ele sai e eu espero até que suma no corredor para fechar a porta pressionando minhas costas contra ela.
Em meio a tudo o que aconteceu em poucas horas parece que minha vida deu um giro que me deixou de cabeça para baixo, mas eu sorrio, porque no fim, não tenho medo de recomeçar tudo de novo.