Matando saudade da família

1461 Words
Helena Chegamos em casa e fui recebida com abraços e beijos, eu estava ansiosa para ver a minha família. Quatro anos estudando em outro pais e só os via pela tela de um computador. Não éramos pobres, mas também não esbanjávamos dinheiro. Todo dinheiro que meus pais possuíam, eram para os nossos estudos, meu e dos meus irmãos. Eu aproveitei o máximo, principalmente, esse último ano em que eu fiquei obcecada em desvendar tudo sobre a morte de uma grande amiga e encontrar provas que leve o assassino dela à justiça. Por isso, resolvi fazer a minha pós-graduação no Brasil, descobri que o desgraçado responsável pela morte de minha amiga mora na minha cidade. Minha tese será esse julgamento, não descansarei até conseguir o que eu quero. Minha mãe me abraçou tão forte que pensei que iria desmaiar por sufocamento. Meu pai me olhava com orgulho de ter uma filha virando doutora, seguindo seus passos. Minha irmã só estava esperando minha mãe desgrudar de mim, para ela grudar em mim e o meu irmão... Bom, esse foi me buscar no aeroporto, já matou sua saudade, agora só via nossa família me mimar. — Ai, que saudade da minha menininha — disse minha mãe babando meu rosto de tanto beijar. — Ai, mãe! Vou ficar com cheiro de baba. Ela me soltou e meu pai me envolveu em seus braços. — Que orgulho eu tenho de você, minha filha, seguindo os passos do seu velho pai. — Só dela que o senhor tem orgulho? — perguntou Valentina minha irmã. — Eu tenho orgulho de todos vocês, seus bandos de bestas. Rimos e damos um abraço coletivo, até o Vitor entrou na onda. — Conta, como foi o último ano de faculdade? — perguntou mamãe. — Foi difícil, como sabe a Melissa foi uma vítima de um pervertido e acabou morta, jurei no seu leito de morte que procuraria justiça para ela. — Filha, toma cuidado essas pessoas não estão de brincadeira, elas são muitas perigosas — disse papai. — Eu sei, vou ter cuidado já tenho algumas provas no meu computador agora falta pouco. — Está falando como uma verdadeira advogada, já conversei com Alexia, segunda-feira você vai passar por uma entrevista. — Ótimo! Vou precisar estar trabalhando para poder ter recursos para levar adiante esse processo. Meu pai nem imaginava que a pessoa que estou investigando trabalhava na FazenTéc, não podia falar nada agora até obter mais provas e não queria envolver meu pai nisso. Faltava pouco para ele se aposentar, não podia prejudicar sua carreira. — Bom, chega de falar de trabalho, você deve estar cansada, que tal tomar um banho bem gostoso e descansar. — Perfeito! Precisava tomar um bom banho. — Seu quarto está arrumado, seu pai pode levar a mala até lá. — Seu quarto sempre ficou arrumado, mamãe não permitia ninguém entrar nele — disse Valentina. — Ela arrumava todo dia na expectativa de você voltar a qualquer momento. — Exagerada! Não era todo dia, era toda semana. Não podia deixar o pó comer os móveis. — Tudo bem! A partir de agora, sou eu que vou arrumar o meu quarto. Até porque eles não podiam ver os documentos do processo da morte de melissa. Como meu pai disse, era um processo perigoso, mas eles não sabiam o nível de periculosidade. Meu pai deixou minha mala em cima da cama e saiu do meu quarto, despi de minhas roupas e entrei no banheiro. Deixei a água morna cair sobre meu corpo, relaxando os meus músculos. Lavei meus cabelos, passei o shampoo e o condicionador. Passei o sabonete líquido na esponja de banho e passei delicadamente pelo meu corpo e depois enxaguei. Depois do banho tomado, sequei meu cabelo com a toalha, enrolei a toalha sobre o meu corpo e fui para o quarto para colocar uma roupa confortável. Quando cheguei perto da minha mala, já percebi algo estranho. As estrelas que eu fiz para poder identifica-la no meu de tanta mala, possivelmente iguais, não estavam ali. — p**a que pariu! Essa não é a minha mala! Testei até o cadeado, mas a chave nem entrava no segredo. E agora? Como vou fazer sem as minhas roupas? Eu deveria ter verificado a mala ainda no aeroporto, que merda! Me destraí com aquele cara gostoso que me beijou no banheiro. Aff! Tenho que lembrar que estou sem calcinha, não posso pensar nele. Por sorte! Só tinha as minhas roupas naquela mala, meus documentos e o meu computador estavam na minha mochila, que estava comigo dentro do avião. Já pensou perder as provas depois de tanto trabalho que eu tive para consegui-las? Saí do quarto só de toalha e fui procurar minha irmã. — Valentina? — Oi! Todos que estavam no sofá, olharam para mim. — Vai se trocar, menina! Onde já se viu ficar andando só de toalha por aí.— repreendeu mamãe. — Eu preciso que a Valentina me empreste uma roupa. — O que aconteceu com suas roupas? — perguntou Valentina. — Peguei a mala errada no aeroporto. — E agora? O que você vai fazer? — perguntou mamãe preocupada. Minha irmã se levantou e foi para seu quarto. — Bom, vou ver se recupero a minha mala e devolver a que eu peguei para o dono. — Como você vai fazer isso? — perguntou Vitor. — Bom, vou procurar uma identificação do dono da mala e depois vou ao aeroporto para ver se consigo a minha mala de volta. — Tinha alguma coisa importante naquela mala? — Foi a vez de papai ficar preocupado. — Não, só tinha as minhas roupas. — Ah, menos m*l, as roupas depois conseguimos. — Aqui! Só não empresto calcinha, porque isso é nojento. — Ah, eu não posso ficar sem calcinha. — Veste a mesma! — É nojento! — Empresta uma calcinha para a sua irmã, Valentina! — ordenou mamãe. — Ah, não! Minhas calcinhas, não! — Ah, deixa para lá, vou lavar a minha calcinha e amanhã ela vai estar seca. Peguei as roupas da mão da minha irmã e voltei para o quarto, vesti a calça de moletom e a camisa de manga comprida. A sensação de estar em casa era indescritível. Depois de me acomodar confortavelmente na minha cama, procurei pelos bolsos externos da mala algo que eu pudesse identificar quem era o dono. Encontrei um cartão com um nome e um número de celular. O cartão era estiloso, todo preto com detalhes dourado e o nome Heitor bem no centro do cartão. Peguei o meu celular para ligar no número indicado no cartão, pensei em não usar o meu celular pessoal para fazer isso, mas se o cara ficar de gracinha, é só ameaçar com um processo que tenho certeza que vai pensar duas vezes, antes de encher a minha paciência. Digitei o número que estava no cartão e logo a pessoa atendeu. — Heitor falando! Senti um arrepio passar pelo meu corpo, quando o timbre da sua voz chegou aos meus ouvidos. Os pelos do meu braço ficaram de pé e minhas bochechas esquentaram. O que era isso que eu estava sentindo? — Oi! — digo sem jeito como se ele pudesse me ver. Que merda, Helena! — O que posso ajudar? Ele era educado, gostei disso. — Acho que fiquei com sua mala. — Oh! Graças a Deus que você me ligou. Achou que também estou com sua mala. Nossa! Que sorte! — É uma que tem que tem desenho de estrelas? — Isso mesmo! — falou um pouco empolgado para o meu gosto. — Me passa o seu endereço para poder levar a sua mala e pegar a minha. Não sei se seria inteligente dar meu endereço para um estranho. Vai que ele é um tarado pervertido, como o Oliver Cooper. — Prefiro te encontrar em local público. — Como você quiser! Perfeito! Dei o endereço de uma cafeteria perto da minha casa, meu pai sempre toma café lá, quando precisa sair muito cedo para ir trabalhar. Era um local movimentado e todos me conheciam. Só que já passava das dez da noite, a cafeteria estava fechada. Droga! Vou ter que dormir sem calcinha. — Só que agora, a cafeteria está fechada, podemos nos encontrar amanhã de manhã, por volta das nove horas? — Será um prazer encontrar com você logo cedo. O que será que ele quis dizer com isso? — Certo! Até amanhã, então? — Até! Ele encerrou a ligação e eu fiquei com aquela sensação de que alguma coisa irá acontecer a partir desse encontro. Espero que seja imaginação da minha cabeça, pois, não estou nenhum pouco a fim de me envolver com ninguém, tenho que focar na minha promessa e nada nem ninguém será capaz de me deter.
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