Fantasias

Bela oportunidade...

Helena

Saí do banheiro do aeroporto e peguei minha bagagem na esteira, olhando ao redor para ver se não via aquele cara abusado, não queria dar outra chance de ser abordada por ele. Caminhei para o portão de desembarque ainda olhando para ver se não estava sendo seguida, foi quando avistei meu irmão esperando por mim. Eu disse para ele que não precisava vir me buscar no aeroporto, mas teimoso como ele é, lógico que não ouviria uma palavra.

— Eu disse que não precisava ter vindo me buscar.

— Então, por que estava me procurando?

— Eu não estava te procurando.

— Estava procurando quem, então? Eu vi você olhando para os lados, como se tivesse procurando alguém.

— Ah... é... — Oh, merda! Precisava aprender a disfarçar melhor. — Estava conferindo se você tinha vindo e olha só você aqui.

— Eu quis fazer uma surpresa.

— Eu gostei!

Ele me apertou forte em seus braços, eu estava com saudade desse i****a. Quatro anos estudando fora, nem nas férias eu voltava para o Brasil, precisava economizar dinheiro para abrir o processo do assassino da minha amiga.

— Eu tenho que passar na faculdade antes de ir para casa, tudo bem para você?

— Claro! Também tenho que fazer a matrícula para a pós-graduação.

Saímos do aeroporto e entramos no seu carro, seguimos rumo a universidade. Ele era professor de arquitetura e esse ano era orientador dos trabalhos de conclusão de curso e iria selecionar alguns alunos para fazerem estágio para na empresa dele de arquitetura, que quase foi à falência por causa da sua ex-esposa.

Aquela vaca tirou quase tudo dele, só não conseguiu tirar a empresa porque eu intervi. Todo ano ele abria uma vaga, dando uma oportunidade para quem realmente queria trabalhar, depois sempre contratava alguns que eram excelentes no trabalho e esse ano não seria diferente. Eu tinha esperanças que ele encontrasse outra mulher no meio dessas estagiárias, mas ele era ético demais, não se envolvia com alunas.

— Já conseguiu se divorciar da Gabi?

— Estava esperando que você me ajudasse com isso.

— Eu só posso te ajudar, se você se ajudar.

— Como assim?

— Não voltando para ela, não transando com ela, não atendendo os telefonemas dela.

— Se te serve de consolo, essa semana ela me ligou várias vezes e eu não atendi.

— Isso já é um bom começo. E quantas vezes vocês transaram essa semana.

Ele ficou calado, sabia muito bem que mesmo ignorando as ligações dela, ela ia me procurar meu irmão, usando somente um conjunto de lingerie sensual e um sobretudo como meu irmão já me relatou. Essa mulher não tinha amor próprio, traia o meu irmão e achava que podia tê-lo de volta quando quisesse, e o pior é que ela podia mesmo. Porém, agora estou de volta e vou ser uma pedra no sapato dela, vou ajudar meu irmão a ser feliz.

— Encontrei com o Heitor no aeroporto, acho que ele estava no mesmo avião que você — ele sempre mudava de assunto quando sabia que estava errado.

— Não o vi, mas acho que se o visse não o reconheceria.

A última vez que vi o Heitor, eu tinha seis anos, depois disso ele foi embora para fazer faculdade em outro país. Heitor sempre brincava comigo e a irmã dele dizendo que um dia elas seriam cunhadas, que ele se casaria comigo e meu irmão se casaria com a irmã dele

— Não reconheceria seu príncipe encantado?

— Príncipe encantado não existe. Ele ainda continua com aquela namorada dele?

Nathalia é igualzinha a Gabi, são duas vacas. Elas costumavam obrigar a Ariel e eu a buscar coisas para elas. Como eu odiava essas duas...

— Sim, eles ainda estão juntos.

— Aff! Ele vai acabar como você.

— Lindo, atlético e um bom partido?

Estava se achando.

— Não! Como um i****a que não consegue se afastar da esposa.

Ele fez cara de magoado e eu ri da cara dele.

— Eu consigo me afastar dela, é ela que vem me procurar.

— E você acaba cedendo.

— Eu sou homem, ora!

Aff! Ninguém merece.

— Que não consegue guardar o p***o dentro das calças.

Chegamos na universidade e ele estacionou o carro no estacionamento para professores. Destravei o cinto e abri a porta.

— O que posso fazer se minha ex é gostosa pra c*****o?

— O que você precisa é de outra mulher na sua vida e esquecer da Gaby. Aproveita os estágios e ver se alguém te interessa.

— Você sabe que não me relaciono com aluna.

— Mas depois que se formar não será mais sua aluna. — Ele ficou pensativo... — Procurando outra mulher...

— E como faço isso?

É sério que ele me perguntou isso?

— Saindo para caçar, domingo vamos ao pub, caçar mulher.

— Vai caçar mulher também?

Bati no ombro dele, enquanto caminhávamos para o portão de entrada da faculdade.

— Engraçadinho! Vamos juntos ao pub, lá nos separamos para você conhecer algumas gatas, porque se eu tiver junto, você não vai conseguir nada.

— Combinado!

Precisava também ir aquele pub e coletar as informações para dar andamento ao processo e colocar na cadeira o filho da p**a que causou a morte da minha amiga. Fui para a secretaria, para fazer a minha matrícula da minha pós-graduação. Depois de tudo resolvido fui para o estacionamento para esperar o meu irmão. Ouvi um burburinho, depois vi uma movimentação na porta de entrada a faculdade. Foi quando dei de cara com o alvo do meu ódio aos homens, não acredito que ele está aqui.

Me aproximei de vagar para saber o que estava acontecendo. Ele estava conversando com outros dois homens e parecia que os ânimos estavam esquentando. Aproveitei para gravar com meu celular.

— Como vocês permitiram que ela fugisse?

— Não imaginávamos que ela conseguiria abrir a janela, estava trancada com pregos.

— Não quero saber, encontre-a, pois, se ela for a polícia quem vai ficar trancado naquele quarto serão vocês dois.

Os dois caras de ternos saíram da faculdade e eu aproveitei para me afastar, antes que eu fosse descoberta, voltando para o carro. Minutos depois meu irmão apareceu com uma cara de b***a, como se tivesse encontrado um ser celestial.

— Hum, que cara é essa?

— O que? Que cara? Como assim?

— Você está com uma cara como se tivesse visto um anjo.

Meu irmão sorriu e seus olhos brilharam.

— E eu vi um anjo mesmo. Um anjo trapalhão.

— Só espero que não tenha sido a Gabi.

— Ai, não! Eu disse que vi um anjo e não a tentação do capeta.

Rimos da sua brincadeira que tem um fundo de verdade. Aquela vaca da ex-mulher dele, era linda mesmo. No entanto, eu fico feliz por outra mulher despertar o interesse do meu irmão. Se eles tiverem a oportunidade de se verem outra vezes, vou ajudar o meu irmão a conquistar essa garota. Custe o que custar, eu vou entrar nessa briga.