Capítulo 7

2084 Words
Hana estava sentada no sofá assistindo TV, ela sorriu quando viu a patroa chegar e se levantou. — ChaYung, que bom que chegou. – a senhora sorriu ao se aproximar. — Lien está dormindo? – perguntou olhando as horas no relógio. — Sim, ela brincou muito hoje. – sorriu – Se a senhora não precisar de mim vou pra casa agora. — Pode ir Hana, obrigado por cuidar bem das minhas filhas. — É um prazer. A senhora se despediu e deixou a casa, ChaYung seguiu até a cozinha para preparar algo. — Mamãe, tenho um trabalho de escola para fazer em dupla – SuYunjin entrou na cozinha mexendo em seu celular e se sentou na cadeira. — Com quem? — Com um garoto do colégio, o que a senhora acha, ele vem aqui ou eu vou a casa dele? — Quem é esse garoto? – ela tirou uma jarra de suco da geladeira e serviu dois copos. — Ele é da família Kim do centro, a senhora o conhece. – deu pouco caso, largou o celular e observou a mãe cozinhar, puxou um copo de suco e bebericou. — Melhor fazerem aqui, pelo menos a Hana toma conta de vocês. — Qual é, eu já tenho quinze anos. Não preciso de babá, só a Lien por que ela tem 5 anos. — Ainda é novinha. Ambas precisam. A garota revirou os olhos e pegou o celular após o mesmo apitar. — Como foi a investigação? Algum caso novo? — Sim, algo bem peculiar. — Sério, o que é? – ela dispensou o celular e prestou atenção na mãe. — Encontramos um corpo no Teatro central, a menina estava coberta de cera e estava em pé igual uma bailarina de caixinha de música. — Que horror mãe! — É verdade. – assegurou mexendo a carne. — Tem alguma pista? — Duas escolas de balé para investigar e uma van para procurar e um número anônimo para descobrir. ChaYung pegou a pasta de investigação de dentro da bolsa e mostrou para a filha. SuYunjin abriu a pasta e analisou os documentos. Tinha fascínio por casos não solucionados e amava ajudar a mãe, queria seguir o mesmo passo quando crescesse. — A senhora lembra quando eu te pedi para fazer aula de balé? – recordou – Ainda bem que não deu certo. — Não deu porque seu labirinto é comprometido. — Sim, tem males que vem para o bem – afirmou analisando os papeis – Isso é h******l. Como uma mente doentia pode trabalhar assim? — É o que estamos tentando descobrir. — Vou ajudar! – a filha se dispôs. ChaYung pegou a pasta novamente e o guardou. — Não vai não, deixe isso para os peritos. Concentra-se na escola. — Mas mãe! A senhora sabe que posso ajudar... — Não senhora, não vou te meter nisso, você tem coisas mais importante para se preocupar, tipo a escola. Em falar nisso como estão as provas? Su Yunjin censurou a mãe com o olhar, apanhou seu celular e deixou o assunto morrer. ********* ChaYung colocou a comida no prato e se sentou à mesa para jantar. Estava faminta, tinha que se alimentar direito durante o turno para não comer tão tarde assim. — Lien deu muito trabalho hoje? — Não, para uma garotinha de cinco anos ela é muito boazinha. – brincou. — Não posso dizer o mesmo de você – a mãe sorriu – Você era bem energética. — A vovó diz que eu era um furacão. – brincou. — Sim, era mesmo. — Em falar nela, a vovó ligou dizendo que viria no fim de semana. – avisou. — Fazer o que aqui? — Disse que tinha alguns negócios para resolver, mas não disse o que era. — Tá bom. — Vou para a cama. – a jovem se levantou e beijou o topo da cabeça da mãe – Boa noite. — Boa noite filha. Enquanto mastigava, ela observava a filha subir a escada. Não acreditava que tinha crescido tanto, o cabelo estava mais cumprido e seu corpo mais feminino. Sorriu satisfeita por saber que sua filha estava segura e prometeu para si mesmo que não deixaria que nada lhe acontecesse. O local era simples e agradável, as meninas se moviam com perfeição, uma serenidade surreal estampava nas faces de cada uma delas, a professora em silêncio caminhava entre elas observando enquanto a música tocava dando orientação quando precisava, estava satisfeita e sorria para as meninas. O mesmo vestido encontrado na vítima delineava o corpo das jovens, o cabelo minuciosamente penteado e um pequeno laço com véu prendiam o coque alto. As sapatilhas beges em seus pés poderiam contar histórias. ChaYung observava cada detalhe da sala, seus olhos vasculharam o local a procura de câmeras, mas não havia, aquilo era apenas um pequeno salão que fora transformado em sala de aula. A atendente conversava com o investigador Baek, ele sorria e acenava com a cabeça para cada resposta dada por ela. A música parou, ChaYung observou a professora conversar com as jovens e logo seguiu em sua direção, um sorriso singelo foi oferecido por ela. — Desculpa a demora detetive. – estendeu a mão em um cumprimento e a detetive aceitou. — Não tem problema, podemos conversar? — Claro, venha comigo. A moça seguiu até uma pequena arquibancada no canto lateral do pequeno salão de dança e se sentou oferecendo o espaço ao lado. — Desculpe, eu gostaria de oferecer um local mais apropriado, mas como pode ver aqui só tem uma sala. – sorriu sem graça se desculpando. — Não tem problema. – ChaYung se sentou ao seu lado e observou as meninas conversarem entre si e se virou para a professora – Qual é o seu nome? — Nina. — A quanto tempo da aula aqui? — Já tem uns... Cinco anos. – disse satisfeita – Adoro o que faço. — Então eu creio que você conhece a Byeol Hoo, ela fez aula aqui. — Ah sim – ela desfez levemente o sorriso ao relembrar da aluna favorita – Ela era uma aluna excepcional. — O corpo dela foi encontrado ontem. — O que? – espantou – Ela está morta? — Ela ficou desaparecida por dois anos. – informou – Você não soube? — Não, a última vez que a vi foi quando ela veio fechar a matrícula dela. A senhorita Hoo disse que iria se mudar. — Se mudar? Pode me descrever o que aconteceu no último dia que a viu? — Sim, eu estava aqui fazendo o balanço da escola quando ela apareceu dizendo que queria trancar sua matrícula. — Que horas ela apareceu? — Por volta da uma e meia da tarde. Eu questionei o motivo, porque ela é a melhor aluna que já tive, era muito aplicada e queria seguir carreira. — O que ela respondeu? — Disse que iria se mudar com seus pais e que não saberia quando voltaria. — E depois? — Fechei sua matrícula e ela se foi. — Ela estava com alguém ou pareceu esperar por alguém? Nina pensou, coçou a cabeça e suspirou. — Sim – disse por fim – Depois que ela pagou a taxa de encerramento um carro passou lentamente em frente da porta, a senhorita Hoo se apressou dizendo que não queria ficar com o troco e correu. — Ela pareceu estar assustada ou amedrontada? — Não. — Como era esse carro? — Não sei. – Nina se curvou para frente e colocou os cotovelos nas pernas e pensou – Deve ser cinza, um Montana. – se endireitou – Sim, um Montana cinza. – garantiu. — Tem certeza? — Sim, porque os pais dela têm um carro da mesma cor, então quando ele passou até pensei que ela estava apressada por causa de seus pais e a mudança. — Mas acredito que o carro dos seus pais seja de outro modelo. – observou. — Sim, mas pensei que eles haviam comprado outro. — Os pais dela vieram aqui saber dela? — Não, depois daquele dia não vi nenhum deles, por isso pensei que tinham realmente ido embora. — Mais algum detalhe que se lembre? Nina balançou a cabeça negando. — Mais nada. — Obrigado por seu tempo. – disse se levantando, naquele instante Baek apareceu ao seu lado afundando as mãos no bolso frontal da calça – Esse é o investigador Baek. – apresentou. — É um prazer. — Podemos conversar com as meninas? – ele perguntou apertando a mão dela. — Claro. Meninas! – chamou acenando com a mão – O investigador e a detetive gostariam de trocar uma palavrinha com vocês. ChaYung fez um gesto para que todas se sentassem na arquibancada e assim elas fizeram. Todas tinham uma faixa etária de treze a dezessete anos. — Vou deixá-los a sós. – indagou a professora se retirando. — Imagino que nem todas conheciam uma jovem que estudou aqui, ela se chama Byeol Hoo. Quem daqui a conheceu? – ChaYung observou. Cerca de quatro jovens levantaram a mão. — Certo, as demais podem sair. – pediu gentilmente. As jovens se levantaram e se retiraram uma delas aparentemente mais velha passou bem próximo a Baek e não desviou o olhar de um jeito paquerador. ChaYung encarou o amigo, fazendo-o dar de ombros. Baek era o rapaz mais atraente da corporação, e esse tipo de cena era natural quando se estava com ele. — Eu queria saber se algumas de vocês notaram alguma coisa de diferente na senhorita Hoo antes que ela deixasse a escola? — Não. – disseram todas quase juntas. — Sabem se ela tinha algum namorado? — Ela estava saindo com um homem. – informou uma das meninas, ChaYung olhou em volta e conheceu a menina sentada no fundo. — Você já chegou a vê-lo? — Não, mas eu sempre o via vindo buscá-la de carro. — Que tipo de carro? — Um Montana cinza. — É verdade – afirmou outra – Uma vez ela até se gabou que estava namorando um rapaz mais velho. — Ela disse quantos anos ele tinha? – Baek perguntou. — Não, mas eles trocavam mensagem sempre. — Na última aula que tiveram como ela estava? — Parecia ansiosa. – informou a primeira – E quando perguntei por que ela estava assim, ela só disse que estava feliz. — Acredito que ela não tenha falado para mais ninguém sobre esse namorado. – indagou Baek mais uma vez. — Não. — Lembra-se de mais algo? Todas negaram. — Obrigado meninas. – sorriu – Quaisquer mais informações nos liguem. – Baek estendeu um cartão de identificação e entregou para a mais velha. Muitas delas sorriram enquanto tentava olhar para o cartão, Baek se retirou ao lado da detetive. ChaYung parou no umbral da porta e olhou em volta, na frente havia uma loja fechada, ao lado uma de roupa e logo depois um de informática. Se aquele carro tivesse passado ali, certamente a loja de informática teria capturado algo com a câmera de segurança. — Vamos. – ela atravessou a rua e seguiu até lá. Um pequeno sino soou assim que a porta se abriu o rapaz no caixa logo à frente a olhou e viu Baek entrar logo atrás. No canto esquerdo uma pequena lan house, do outro muito DVD’s e produtos além de câmeras e outros eletrônicos. Ela seguiu até o caixa. — Com licença, detetive ChaYung. – ela lhe mostrou o distintivo – Podemos ver as imagens da câmera de segurança? — Claro. Ele guiou os investigadores até uma sala nos fundos. — Desculpe, mas o que estão procurando? — Um Montana cinza. O homem se sentou na frente do computador e abriu as pastas. — De que dia? — Pode mostrar a lista de dois anos atrás? — Claro. O homem abriu algumas janelas no computador e procurou pela pasta que precisava. Rolou até em baixo. — Aqui, está separado por meses e dias – informou dando passagem para o investigador Baek se sentar. Após a procura do dia exato do desaparecimento, Baek abriu a pasta e adiantou a filmagem para a hora informada pela professora Nina. — Aqui. – pausou a filmagem. Nele um Montana cinza passava, os vidros eram escuros e a placa não estava visível. O veículo estacionou em frente da loja de informática e esperou, não demorou para a jovem apareceu apressada e entrou do lado do passageiro e logo acelerou. — Pode imprimir essa imagem? – pediu a detetive para a imagem do veículo. — Claro.
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