Capítulo 8

4341 Words
Com a fotografia em mãos, sabiam que era questão de tempo até encontrarem o assassino. — Tivemos um grande progresso. – Baek tomou o volante da viatura e ChaYung no passageiro, ligou o carro e arrancou de volta para a delegacia. — Sim, ela estava planejando fugir com o namorado. — Se isso for verdade, então os pais dela sabiam. — Temos que conversar com os pais dela novamente. Eu sabia que havia algo de errado. — E a outra escola de balé, vamos até lá? — Não, já encontramos o que procurávamos. Vamos para a delegacia. Com os pensamentos a mil tentando encontrar pistas e descobrir ligações, o toque do celular demorou em despertar de seus pensamentos. — Detetive ChaYung. – informou assim que atendeu – Certo. Tudo bem estamos indo. – desligou – Vamos para o centro, encontraram mais um corpo. — Onde? — No Cinema CGV Yonsan. ********** O corpo estava digno de elogios. Em pé tinha os braços curvados à frente, seu pé direito dobrado tocando levemente o joelho esquerdo, o cabelo bem penteado e o vestido rosa delineavam seu corpo magro da jovem. Sua maquiagem estava perfeita com brilho sobre as pálpebras, o brinco de bolinha na relha não poderia faltar, o rosto levemente curvado para cima, ela estava bem no centro do pequeno palco em frente do enorme telão. Não demorou para a detetive saber que se tratava do mesmo assassino. — O que temos? Soe Joon se aproximou com uma prancheta, ele havia chegado primeiro junto com os policiais e o legista. — Ela se chama BitnaJoong, ela está desaparecida há um ano e meio. — Quem a encontrou? — A dona do cinema. – apontou para uma mulher de idade sentada na cadeira da plateia com um copo de água muito aflita. — Mais alguma coisa? Soe Joon negou, ChaYung seguiu até a senhora e se sentou ao seu lado. — Oi, sou a detetive ChaYung, a senhora está bem? — S-sim. – sua voz saiu trêmula, sua mão que segurava o copo tremia fazendo gotículas de água fugir do copo pela metade. — Pode me dizer o que houve? — Eu estava fazendo o que sempre faço quando chego, supervisiono tudo. Quando entrei aqui tive um maior susto, quando me aproximei pensei ser um manequim, mas não temos isso aqui. Chamei a polícia assim que a ficha caiu. — Quem abre o cinema? — Eu sempre chego junto com o segurança. — A senhora que abriu? – ela afirmou – Quem mais tem acesso ao prédio além da senhora? — Ninguém. – a senhora bebeu a água de vagar se virando lentamente para ficar de costas para o palco onde a cena a atormentava. — A senhora conhece alguém que queira fazer isso com a senhora? Que queira se vingar ou algo do tipo? — Não. — Nenhum suspeito? – a senhora balançou a cabeça negando e ela suspirou – Certo, qualquer outro detalhe nos avise. A senhora apenas balançou a cabeça novamente. ChaYung seguiu até o amigo e encarou o corpo. — É o mesmo assassino. – informou Baek. — Com certeza. Temos que encontrá-lo. Baek estava em silêncio com a mão no queixo enquanto observava o corpo. — Ela está diferente. — O que está diferente? A cor do vestido? — Não. O rosto dela. A primeira vítima tinha o rosto levemente inclinado para o lado, essa está olhando para cima, nos olhos não tem o mesmo brilho de inocência, parece angustiado. ChaYung observou, Baek tinha razão. — Deve ter sofrido mais. – observou se abaixando, olhando para baixo do vestido viu o mesmo laço íntimo preso na coxa, certamente encontraria uma letra na barra do vestido como da outra vítima. – Você checou se tem alguma fábrica clandestina? — Não que venda desse mesmo modelo. – Baek se virou para ela – O que encontrei foi de sapatos e roupas de marcas famosas, já repassei para a Organização da OMI. — Então o vestido foi feito a mão em casa. Teria alguma mulher envolvida nisso? Baek deu de ombros. — Talvez. Seria difícil um homem saber ministrar uma agulha com tanta perfeição assim. — Ou as vítimas levaram o próprio vestido com elas, temos que saber se os delas ainda estão em suas casas ou desapareceram. Soe Joon! – chamou – Descobriu algo sobre a van? — Não, o Tom está vasculhando em todo o sistema. — Qualquer detalhe me avisa, procure também por um Montana cinza. – ela lhe entregou a foto obtida na loja de informática. Se virando para Baek continuou – Temos que levá-la para a autópsia e ver o que Ah-Ri descobre. — Faremos isso agora. – ele estendeu a mão e acenou para o pessoal. Ah-Ri foi cautelosa, demorou o tempo necessário para fazer uma autópsia completa. ChaYung observava as fotos tiradas da cena do crime por Soe Joon enquanto esperava ansiosa pelo resultado. A maquiagem, pose e as características eram exatamente como da primeira vítima, além do olhar perdido, a única coisa diferente nela era a cor do vestido, por algum motivo o assassino escolheu a cor rosa. Olhando para o quadro de investigação a detetive procurava alguma evidência, alguma brecha que poderia levar até o culpado. — Nada. – Tom se aproximou com alguns papeis tomando a atenção da detetive – Nada de digitais, DNA de alguma outra pessoa além do dela. Nada que nos leve a um suspeito. ChaYung observava a papelada decepcionada. — Câmeras de segurança do local e das lojas vizinhas? – encarou o parceiro na expectativa de algo. — Nada. – suspirou – Por alguma razão inexplicável as câmeras do local e do quarteirão inteiro foram desativadas exatamente à meia-noite de ontem, o que significa que foi uma hora da manhã que o suspeito se aproximava do cinema. — O que os donos dos estabelecimentos disseram? — Que não sabem como aconteceu, provavelmente uma pane. — Acredito que não estamos li dando com um simples assassino, mas também um possível Hacker. – colocou os papeis sobre a mesa e passou os dedos sobre as pálpebras. – Preciso ver se Ah-Ri descobriu algo, enquanto isso quero que você e o Soe Joon fiquem responsáveis por interrogar os pais da menina, eu tenho que chamar a senhora Hoo novamente. — Sim senhora. ChaYung seguiu até a sala de autópsia onde Ah-Ri anotava algo na prancheta. O corpo da jovem já estava pronto, um pequeno lençol cobria seu corpo frágil e desnudo. — O que encontrou? Ah-Ri deixou a prancheta de lado e suspirou. — A mesma coisa com a primeira. – ela descobriu o corpo até a cintura e indicou o braço esquerdo da jovem – O braço está quebrado, além do dedinho mínimo da mão o pé esquerdo também, provavelmente algo pesado caiu em cima ou ela enfiou o pé em algum buraco fundo enquanto corria. — DNA? Sinais de luta ou a***o? — Sim, ela foi abusada, mas não encontrei nada dentro dela, mancha roxa no antebraço direito mostra que ela tentou lutar. — Mais algo? — Não. — Algum recado na barra do vestido? Ah-Ri sorriu. —Pensei que não iria perguntar. – ela caminhou até a bancada com o microscópio cujo o vestido estava embaixo da lente – Veja. ChaYung se aproximou e viu uma única linha preta traçando uma letra I. — I? O que isso tem a ver? – se afastou e encarou a colega de trabalho. — Não sei. Isso é com você – deu de ombros. ChaYung pensou, tentou traçar um raciocínio lógico que a levasse a uma evidência que tinha haver com a letra “i”, mas parecia um pouco difícil encontrar um ponto de referência. — Qualquer outro detalhe para relatar? – A detetive perguntou ansiosa para mais detalhes. Ah-Ri negou. — Nada mais. Ela deixou o necrotério e seguiu até a sala de Investigação, sentou-se na cadeira giratória e olhou para a foto da jovem preso no mural de evidências, tirado um pouco antes do seu desaparecimento. Tinha que haver algo, um detalhe que eles não estejam vendo. Ela tinha que ler nas entrelinhas daquele mistério. Alguém bateu leves toc toc na porta chamando-lhe a atenção. Baek estava parado na porta. — Os pais da primeira vítima estão na sala de interrogatório. – informou. — Certo, venha comigo. – chamou apanhando a pasta com todas as informações sobre a Byeol Hoo. Ambos seguiram novamente para a sala onde tinham interrogado o casal, disseram não estar escondendo nada mais do que as informações cedidas. Mas tudo indica que estavam mentindo. ChaYung entrou na sala menos convidativa dessa vez, sentou-se na cadeira sem a gentileza do que da última vez e colocou a pasta conhecida na mesa. Baek se encostou na parede e cruzou os braços ao peito e ficou encarregado de fazer as observações depois. — Por que estamos aqui novamente? – a senhora perguntou menos sentimental e mais alarmada – já contamos tudo que sabemos, ontem. — Contou mesmo senhora Hoo? — Está me chamando de mentirosa? – perguntou espantada dividindo seu olhar entre a detetive e o marido atrás de apoio. — O que a senhora quer dizer com isso? – perguntou o marido mais calmo do que a esposa. — Antes de começarmos, sua filha levou o vestido de balé dela? Ou ficou na sua casa? — Ela levou, disse que iria treinar na casa da amiga. – o pai respondeu. ChaYung tirou a fotografia do Montana de dentro da pasta e o revelou ao casal. A senhora arregalou os olhos e encarou o marido assustada. Aquilo é típico de quem acabou de ser flagrada fazendo algo muito errado. — Por que vocês não nos disseram que a filha de vocês estavam tendo um romance com um cara mais velho? – ChaYung perguntou sem rodeios. A última coisa que ela precisa é de cena – Vocês sabiam como isso era uma informação muito importante para nós? — Podemos prende-los por falso testemunho – Baek falou dando um susto na mulher. — Mas não enganamos ninguém! – o senhor falou em sua defesa enquanto a esposa apertava sua mão a procura de apoio. — Esconder informações que poderiam nos ajudar, sim – a detetive falou tirando outra fotografia da pasta e colocando sobre a mesa, era da jovem Byeol Hoo, sorrindo para a câmera num tipo selfie que conseguiram na rede social da jovem – Já pararam para pensar que esse cara foi o responsável pela morte dela? A senhora encarou o rosto congelado e feliz da sua filha e sentiu as lágrimas rolarem, ela os limpou rapidamente. — Não contamos por que ele não fez parte da nossa vida – o homem falou engolindo as lágrimas – Ele foi só um estranho que tentou se aproveitar da nossa filha. — Se aproveitar? – Baek indagou antes da detetive – Pode explicar melhor? — Ele só queria f********o com ela – a senhora rosnou mostrando sua insatisfação sobre aquele assunto – Ele queria só porque ela era jovem e bonita. — Qual é o nome dele? — Não me lembro. Ela me falou apenas uma vez. Não dei importância porque ela nunca mais o viu. — Você sabia que ela iria fugir com ele? – ChaYung perguntou notando que chegara num ponto delicado. A senhora engoliu em seco. — Não. A última com quem ela teve contato era a sua melhor amiga. — Da Eun Jim, sabemos – Baek deixou sua posição e se aproximou ficando de pé ao lado da detetive e observou os pais da vítima – Certamente vocês também não sabem sobre o romance secreto que sua filha tinha com a melhor amiga. Os pais arregalaram os olhos espantados sem acreditar. — Nossa ByelHoo não era assim – a mulher falou defendendo a pureza da filha. — Também está errada sobre ela ter desaparecido logo após ir à casa da amiga, segundo câmeras de segurança ela foi até a escola de balé e trancou a matrícula, e fugiu com o namorado. – Baek informou calmo observando as expressões faciais e corporais deles. A senhora estava mais tensa, como se fosse revelado um segredo dela e não um fato sobre a filha. Já o pai estava nervoso incapaz de aceitar os fatos. — Está dizendo que... Nossa garota... Que a ByelHoo não estava apenas mentindo para nós, mas tendo um romance secreto com outra garota e ainda fugiu com um cara mais velho? – os olhos do pai vagaram pela sala sem ter um ponto fixo para olhar. Parecia perdido, digerindo as informações como se fosse um legume r**m sendo incapaz de ser engolida. Ele se voltou para a esposa com o cenho franzido – Você sabia disso, mulher? – perguntou sem controlar o tremor na voz – Você sabia que a nossa filha estava planejando fugir com ele? A senhora balançou a cabeça negando enquanto tentava segurar as lágrimas. — Claro que não, marido. Eu nunca esconderia algo assim de você. – chorou – Eu juro que não sabia de nada disso! — Vocês podem fazer um retrato falado do suspeito? – Baek perguntou tomando a atenção do pai novamente – Senhor Hoo, consegue descrevê-lo? — Sim. — Ótimo – Baek fez um sinal com a mão em direção ao vidro temperado e voltou para os pais – Precisam nos dizer algo mais que possa nos ajudar a encontrar esse homem? — O nome dele acho que posso me lembrar... Tentar talvez. — Era falso. – Baek o interrompeu – Temos os registros telefônicos deles, ele usava uma identidade falsa. A senhora entrou em pânico, tentando controlar a respiração enquanto segurava a mão do marido. — Ele matou a nossa filha? – perguntou para o marido com olhos de súplica – Aquele monstro a matou? — Calma querida, vai ficar tudo bem. – o marido a puxou para um abraço e escondeu o rosto dela em seu peito - vamos descobrir. A porta se abriu e um rapaz que ficava encarregado pelos retratos falados entrou com a prancheta de desenho em mãos. ChaYung se levantou e o deixou sentar em seu lugar. — Esse é o nosso desenhista, Kay. Vocês irão descrever exatamente como o suspeito é e com o auxílio do desenho vão o deixar mais realista possível. – ChaYung falou e voltou para o desenhista – Quando terminarem me avise. Ela se retirou com Baek e seguiram de volta para a sala de Investigação, ela se afundou em sua cadeira frustrada. — Agora estamos caminhando. — Com o retrato falado será mais fácil encontrar o cara. – Baek estava de pé encarando o quadro de suspeitos. Seus olhos passaram da foto da primeira vítima para a segunda, passou a mão no queixo analisando as opções – Elas têm seis meses de diferença entre elas – analisou – Byel Hoo desapareceu há dois anos. Já a Bitna Joong, desapareceu há um ano e meio. Ambas encontradas da mesma forma. Numa posição de balé, o que significa que é o mesmo assassino. — Isso já sabemos – ChaYung falou – O que devemos investigar é se a segunda vítima também se relacionou de alguma forma com o nosso suspeito. — Você não entendeu – Baek se virou para ela – Se há dois anos o suspeito sequestrou a senhorita Hoo, e depois de seis meses ele sequestrou a senhorita Joong, talvez... Só talvez... Ele tenha outras vítimas. – a detetive abriu a boca para falar, mas ele continuou: – Ambas foram encontradas em posição de balé, com as mesmas características, pode ser possível haver outras. A primeira em dois anos, se contarmos de trás para a frente, podemos contar quatro vítimas, sendo cada uma sequestrada num intervalo de seis meses. ChaYung se levantou alarmada, vendo a teoria absurda do investigador possivelmente corretas. — Encontramos duas garotas em forma de bonecas, se encontrarmos mais uma, e se os dados apontarem seu desaparecimento para um ano, aí teremos certeza de que a sua teoria está correto. E que não estamos li dando com um simples serial killer. — Temos que nos mover rápido, se ele tiver outras vítimas elas ainda podem estar vivas. – Baek se voltou para o quadro – Mas onde? Por onde vamos começar? — Temos que esperar o sistema apontar alguma coisa sobre a vã do suspeito, além do carro. E sobre as velas? Sabe algo sobre isso? — Soe Joon está cuidando disso, tem muitos estabelecimentos que vendem velas em atacado, e temos que ter um mandado para aqueles que não colaborarem. — d***a! Quantos mandados precisamos? — Isso depende de quantos não colaboram. ChaYung se afundou novamente na cadeira e fungou. — Temos que agir, esse caso está demorando demais. — Calma, esse caso só tem dois dias. – Baek se sentou. — E está me dando uma dor de cabeça insuportável. – ela levou a mão na cabeça e massageou a fronte – Dois dias, dois corpos. Estamos ferrados se não encontrarmos nenhum suspeito a mídia vai cair em cima e o Governo assumiria o caso nos tachando de incapazes. — Calma, vamos resolver isso. O Tom e o Soe Joon estão interrogando os pais da Bitna Joong. Quer ir lá? — Não, eles já devem estar terminando. — Você acha que a mãe da Byel Hoo estava falando a verdade? – Baek se virou para a detetive – Ela pareceu tão estranha quando revelamos o romance da sua filha com a amiga. Como se ela já soubesse. — Sim, mas o marido dela pareceu realmente surpreso. — Espero que com o retrato falado possa ser útil. Naquele momento o investigador Soe Joon apareceu com o seu parceiro. Acabara de interrogar os pais da segunda vítima. — Conseguiram o que? – ChaYung perguntou interessada. — A jovem estava namorando, os pais não eram totalmente contra o romance, mas também não aprovava – Tom se sentou em sua mesa. — Por que ele mais velho e ela muito nova – ChaYung falou. — Exatamente. — É o nosso cara – Baek falou – Eles tinham foto, endereço ou algo que possa nos ajudar? — Não – Soe Joon falou – Disseram que o rapaz não gostava de tirar fotos, e eles nunca chegaram a visitá-lo. Mas pedi para eles fazerem um retrato falado do cara. — Boa. Disseram por quanto tempo eles namoraram? — Quatro meses. E em falar nisso, a garota desapareceu no dia de aula de balé, então o vestido que encontramos com ela pode ser o dela mesmo. — A primeira vítima também desapareceu com a roupa de balé – Baek passou a mão no cabelo e encarou o painel novamente – Mas quem tricotou as letras no vestido? — Seria muito incomum o assassino fazer isso – Tom sorriu achando a ideia absurda. — Você está errado – ChaYung falou pegando-o de surpresa – o nosso assassino seria capaz disso e muito mais. Um cara que retirou todos os órgãos delas e a entalhou com cera seria capaz de m***r a própria mãe. E em falar nisso, você tem alguma notícia de onde saiu tanta cera? — Meu pessoal estão fazendo de tudo para encontrar – Soe Joon falou – Tem muitas lojas e fábricas que vendem em bastante escala. Eles estão procurando por informações completas. — Apresse-os, quanto antes descobrir, mais rápido encontraremos o cara. — Sim senhora. — Precisamos saber em que escola ela estudava e quero que vão interrogar as colegas dela. – se dirigiu ao Tom – E vê se tem câmeras e algo que nos ajude. — Pode deixar. Assim Tom e Soe Joon deixaram a sala rumo aos seus afazeres. ChaYung respirou, sentia que seria difícil, mas não impossível. — Precisamos de mais do que apenas uma foto – falou – Não sabemos se ele fez cirurgia plástica, se saiu do país. Precisamos de alguma coisa mais sólida. — Tenha calma – Baek falou – Vamos encontrá-lo. Ele não saiu do país, aposto que foi ele quem colocou os corpos. — O que ele quer provar? — Acho que ele quer atenção. Ambos se encararam tentando ler o pensamento um do outro. Mas nem sempre suas hipóteses estão de acordo ou alinhados. Por anos que trabalhavam juntos, vários casos foram bem-sucedidos tudo era entendido com uma simples troca de olhar como se estivessem conectados na mesma sintonia, mas de alguma forma dessa vez estava diferente, ela não sentia tão sincronizada como antes. — Atenção. Ele quer exibir seu feito? Quer nos provar que não somos capazes? – ela indagou em dúvida. — Talvez. Não é comum se livrar de um corpo de um modo tão gracioso e doentio assim. Talvez ele queira mostrar que é capaz, não nós. — Um psicopata em potencial? — Ou um doente mental superdotado. Que está andando entre a população, disfarçado com um olhar doce e sorriso gentil – Baek cruzou as pernas – Estamos correndo contra o tempo. — Sim, quanto mais demorarmos a encontrá-lo, mais chance dele fazer novas vítimas – ChaYung pensou em algo, se colocou no lugar do psicopata e tentou elaborar um pensamento semelhante ao serial killer, ele tem que ser gentil, bonito e atraente, as garotas jovens adoram homens mais velhos que tem dinheiro e carro, ele tem um bom gosto para roupas, pois é a primeira coisa que uma garota vai notar, e tem que ser extrovertido, elas gostam de homens que tem bom papo e sempre sorri. Ele é muito comunicador e tem facilidade em puxar assunto. Onde podemos encontrar um homem assim? Na internet? Em festas lotadas? Não, um psicopata raramente tem amigos, certamente não vai a festas e com certeza não tem rede social, eles geralmente odeiam tirar fotos e expor sua vida. Mas onde? Onde um cara assim se esconde? — Que tanto você está pensando? – Baek se manifestou a encarando roer a unha. — Estou me ponto no lugar dele, se você fosse um psicopata, onde ficaria para atrair sua próxima vítima? Ele pensou um instante. — Em frente de escolas, parques, lugares onde há muito fluxo de jovens, praças e baladas. — Isso! Ambas as vítimas faziam aula de balé, foi lá que ele escolheu suas vítimas, pede para o pessoal ficar de olho na escola Sonho de Criança, não podemos ter mais vítimas até encontrarmos o nosso suspeito. — Ok – Baek saiu da sala pegando o celular. ChaYung se levantou pronta para se retirar quando Soe Joon apareceu novamente. — Detetive, a escola de balé que a vítima Bitna Joong dançava se chama Sonhe Alto, fica sentido oposto ao da nossa primeira vítima, eles também tem o mesmo laço de cabelo e mesmo estilo de roupa. — Mandou o Tom para lá? — Sim, Baek me disse que você vai pôr homens de tocaia na escola de balé, você acha que ele vai voltar a m***r? — Não sei, mas não podemos nos arriscar a perder mais uma jovem. Ambas dançavam balé, isso quer dizer que ele tem algum tipo de fetiche por dançarinas. Pode ser que ele vá atrás de mais uma. Soe Joon acenou com a cabeça dando razão à chefe. — Achou algo sobre a vã do suspeito? – ChaYung perguntou. — Nada. O pessoal da informática estão vasculhando todas as câmeras da cidade, vai demorar um pouco. — d***a. — Você estava indo para algum lugar? — Não exatamente. — Quer que eu vá junto? — Não, obrigado investigador, preciso de você aqui e me informe qualquer coisa. – pediu e se retirou. — Detetive! – uma voz masculina a chamou, ela parou no corredor e se virou. Kay se aproximava com a caderneta de desenho e mostrou o retrato falado para ela. Era um homem de rosto quadrado, barba rala e cabelo médio partido ao meio, aparentemente trinta anos e bem conservado. — Ótimo, tire uma cópia para mim e leve pro escritório para que joguem no sistema e mande para o aeroporto. Espalhem em todos os lugares como o homem mais perigoso do país. Alerta vermelho para ele. – falou. — Certo. – o rapaz se afastou e tirou um xerox e lhe entregou – Posso dispensar os pais da vítima? — Claro, bom trabalho – sorriu pegando o xerox e se retirou. Ela tirou as chaves de dentro da bolça e entrou no carro, deu a partida e seguiu com calma pelo centro da cidade. Ele agora tinha um rosto, não era mais invisível, tinha que encontrá-lo. Ela estacionou, pegou a folha e seguiu até a praça central. Ela se sentou e passou seus olhos detalhistas e examinou todos que passavam ali, cada homem que passava ela focava no rosto, cada criança ou jovem ela os seguia com o olhar para ver se algum suspeito aparecia. Então era assim que o assassino agia? Ficava horas sentado num banco da praça escolhendo qual jovem seria sua escolha perfeita? Se ficaria com uma jovem ou uma criança? Se voltaria no dia seguinte para ver se outras jovens aparecia? Uma garota passou por ela, tinha o cabelo liso e escuro e tinha a idade da sua filha. Um aperto no coração a fez temer por sua filha. Será que ela também correu aquele risco? Ela pegou o celular e ligou para casa. — Alô? — Hana, como estão as coisas? — Normal. A SuYunjin está estudando na sala com o amigo e a Lien está assistindo desenho. — Que bom. Não deixe eles saírem de casa. — A Lien me disse sobre o caso novo. Muito triste o que fizeram com as jovens. — Sim Hana, muito triste. Estamos fazendo de tudo para encontrá-lo. — Pelo jeito não está sendo fácil. – falou sentindo o pesar em sua voz. — Não mesmo. Logo estarei em casa. — Não se preocupe. Estou cuidando delas. — Obrigado Hana. Ela finalizou a chamada e guardou o celular. Ela pegou o papel nas mãos e analisou aquela imagem novamente. — Onde você está? Onde está se escondendo?.
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