Capítulo 5

1246 Words
Enquanto caminhavam para o elevador, ChaYung sabia que aquilo não iria dar em nada, ele não era de certo modo um suspeito. — O que você acha? – Baek perguntou entrando no elevador e esperou a porta se fechar. — Não é nosso cara. Acho que outra pessoa, seu teatro é o mais popular e não me surpreendo se alguém queira estragar a fama dele. — Vou pesquisar esse tal de Pan Yong-nam e ver o que sei a respeito. Enquanto isso, vamos almoçar? ChaYung olhou em seu relógio de pulso e sentiu seu estômago reclamar. — Vamos. Assim que saíram do prédio, Baek dirigiu até um pequeno restaurante onde geralmente os policiais sempre almoçavam. — Esse caso vai ser daqueles. – Baek reclamou passando seu pedido para a garçonete. — Também acho. A moça se retirou assim que pegaram seus pedidos, ChaYung suspirou traçando passos e lógicas que a ajudasse a resolver o caso. Baek mexeu no celular enquanto esperava o almoço. — Há quanto tempo você não almoça na sua casa? – ChaYung questionou observando o companheiro. Ele ergueu a sobrancelha enquanto digitava algo. — Não sei, não tenho muito tempo em ir até lá e voltar, trabalho muito. – respondeu ainda digitando. — Como está seu casamento? — Meu casamento? — Baek! O rapaz terminou de digitar e guardou o celular para dar atenção a sua chefe, naquele momento os pratos chegaram. O rapaz sorriu ao ver a delícia que estava sendo servido. — Como Aya está? – perguntou novamente. — Ela está bem. — Como está o casamento? — Como assim? Está normal como qualquer outro. — Está tão r**m assim? Ele segurou o garfo com uma mão e a faca com a outra e parou o gesto de levar um pedaço de carne na boca, olhou para a companheira de investigação e devolveu o garfo no prato. — Estamos tentando fazer certo dessa vez. — Vocês pararam de brigar? – sua voz foi mansa, aquele tipo de assunto sempre foi delicado para Baek que há muito tempo lutava para manter o casamento em pé. — Sim, estamos fazendo sessões de casais agora. — Isso é ótimo. — Foi ideia dela. — Ela também está se esforçando muito. A depressão é uma coisa muito séria. — Sim, Aya é muito especial, por isso eu a amo. – ele espetou a carne novamente e levou até a boca e mastigou sem pressa para poder saborear todo o sabor. — Então por que não vai almoçar com ela? Ele engoliu com cuidado como se aquele pedaço de carne fosse rasgar sua garganta. — Não quero falar sobre isso. – colocou outro pedaço na boca dando a entender que aquele assunto estava encerrado. Respeitando o tempo do amigo, ChaYung decidiu não insistir na conversa. Saboreou sua refeição se perguntando se ligava para Aya ou não. ********** ChaYung e Baek entraram na sala de depoimento, a jovem sentada a sua espera parecia abalada e nervosa, não passava de dezoito anos, tinha traços suaves e o cabelo escuro era longo e liso. — Senhorita Eun Jim, certo? – ChaYung se sentou na cadeira e Baek se sentou ao lado. — Sim, por que me chamaram aqui? Não fiz nada de errado, certo? — Certo. Te chamamos a respeito de outra coisa. – ela tirou de dentro da pasta a foto da jovem e estendeu sobre a mesa. Eun Jim puxou a fotografia para perto e tampou a boca surpresa. — Acharam a Byeol Hoo? — Sim, preciso saber qual era sua relação com ela. A jovem olhou para os dois avaliando a situação em que estava. — Éramos amigas. — Sabemos, quero que nos diga se no dia do seu desaparecimento você a viu. —Sim, ela foi até a minha casa. — E o que fizeram? — Conversamos. — Sobre o que? — Olha eu não me lembro, já faz dois anos. – argumentou aparentemente nervosa. Saber que sua melhor amiga foi encontrada morta lhe deu um grande choque. — Ela saiu da própria casa dizendo ir para a sua treinar. — Sim, ela dança muito bem. — Você também dança? — Sim, dançávamos na mesma escola, onde nos conhecemos. — Mas vocês não treinaram aquele dia? Ela suspirou e confirmou. — Não, ela foi até minha casa para conversar. Apenas isso. — Então por que ela mentiu para os pais? ChaYung suspirou, sabia que a garota lhe escondia algo, ela teria que ser mais cautelosa se quisesse fazer a menina falar. — Olha Eun Jim, sua melhor amiga está morta e a única coisa que queremos é pegar o assassino, então você tem que me ajudar. – sua voz saiu acolhedora e teve o efeito que desejou. A jovem olhou para os dois com os olhos marejados. Estava nítida sua tristeza, mordeu os lábios e concordou limpando as lágrimas fujonas. — Eu e a Byeol Hoo não éramos apenas amigas, nós... Bem... — Pode dizer, está tudo bem. – ChaYung assegurou passando-lhe confiança. Se sentindo mais confortável a jovem assentiu. — Bem, nós namorávamos. ChaYung ergueu a sobrancelha surpresa e limitou a olhar para o companheiro ao seu lado para não deixar a garota desconfortável. Com o repentino silêncio que se instalou na sala, a jovem decidiu continuar. — Namorávamos escondidas é claro, os pais dela eram superprotetores, não a deixavam conversar com ninguém que não seja do conhecimento deles. — Você conhecia a senhora Hoo? — Sim, ela é uma mulher super gentil e seria uma mãe perfeita se não fosse tão manipuladora. — E o pai dela, o que tem a nos dizer? – Baek perguntou. — Ele é um pai super ciumento, todos os rapazes que Byeol Hoo quis namorar ele os mandaram embora, proibia a filha de conversar com qualquer garoto. Foi quando nos conhecemos, passávamos muito tempo juntas uma contando a vida para outra e acabamos nos aproximando — Ha quanto tempo estavam juntas? — Dois anos, hoje seriam quatro. — Sei... E o que ela foi fazer na sua casa aquele dia? A menina apertou os dedos das mãos apreensiva. — Ela... Foi me ver para romper. Ela disse que tinha conhecido uma pessoa e que finalmente tomaria coragem e confrontaria seus pais para dizer sobre ele. — Era um homem? — Sim, ela não disse quem era e nem o nome, na verdade não disse nada a respeito por que quando ela disse que não queria mais nada comigo eu surtei, acabamos discutindo e ela saiu correndo. – olhou para a detetive e depois para o rapaz ao seu lado – Desculpa, mas não posso ajudar, isso é tudo que sei. — Alguma amiga ou outra pessoa que possa estar envolvida com ela? — Não que eu saiba. — Ok, obrigada por vir Eun Jim e nos ligue caso lembrar mais algo. – estendeu um cartão de visitas e a jovem a pegou. — Imagina. Se eu puder ajudar em mais algo me liguem. A jovem deixou a sala e seguiu pelo corredor sentindo seu sonho se desfazer diante dos olhos, tinha esperança de reencontrar a amada, mas depois dessa visita, tudo acabou. — O que acha? – Baek apontou para a porta onde a jovem saíra. — Acho que está falando a verdade. Sabemos que ela saiu para encontrar um homem e tenho a certeza de que é o dono daquele telefone que ela sempre ligava a noite, Baek temos que encontrar esse homem. — Pode deixar.
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