Capítulo 3

994 Words
A senhora Hoo caiu de joelhos e chorou desesperada assim que a médica legista descobriu o rosto da jovem, o marido em choque não sabia se amparasse a esposa ou se concentrasse em manter-se calmo e equilibrado para aquela situação. A detetive ChaYung observava o comportamento dos dois enquanto anotava notas mental para pesquisar depois, deu um sinal para Ah-Ri que voltou a cobrir o rosto da jovem e a colocou de volta na gaveta de corpos. A senhora chorava enquanto abraçava o esposo e se perguntava o motivo de tanta covardia. Na verdade, ChaYung também perguntava a mesma coisa, por que m***r e entalhar uma jovem com catorze anos era insano e c***l. Na sala de investigação após meia hora de espera, a senhora Hoo se acalmou, tomou três copos de água e enfim pôde conversar com mais calma. Sabendo que aquilo iria demorar, a detetive deixou a sala e se encontrou com o investigador Soe Joon no corredor. — Pelo jeito vai demorar ali. – ele observou o casal na sala através do vidro temperado. — Pois é, quero que vá até a loja e procure por pistas sobre o laço de cabelo da vítima, veja câmeras de segurança, procure por supostas testemunhas e até mesmo investigue as notas fiscais para ver de quem eles compram e vendem cada laço, veja antecedentes do dono da loja e supostos contatos e ciclos comerciais que possa ligar ele a alguma coisa. Leve Tom com você. — Sim senhora. — Vamos Baek. – chamou abrindo a porta da sala de investigação tendo a atenção dos pais. Ela se sentou colocando uma pasta com todas as informações da vítima sobre a mesa, Baek permaneceu em pé ao seu lado. — Está melhor senhora Hoo? – perguntou gentil. A senhora balançou a cabeça concordando mesmo estando inconformada com a situação. — Podem dizer sobre sua filha? Ela respirou fundo e olhou para o teto tentando manter as lágrimas longe. — Ela era uma garota muito sonhadora. – sorriu melancólica – Sempre feliz e fazendo todo mundo feliz. Sempre conseguia ver o lado bom de tudo, nunca era um tempo r**m. Ela limpou o nariz com um lenço novo e assuou o nariz. — Ela tinha namorado? — Não, depois que entrou no clube de balé ela nunca namorou, sempre dizia que seu sonho estava acima de qualquer coisa. — Que clube de balé ela frequentava? — Sonho de Criança, ela frequentava há cinco anos. – sorriu ao relembrar da filha e limpou uma lágrima – Ela sempre amou o balé. ChaYung fez umas anotações. — A senhora lembra o que aconteceu no dia do seu desaparecimento? – Baek perguntou. — Ela estava em casa conosco – disse o senhor Hoo, seus olhos estavam vermelhos pelo choro reprimido e tinha um semblante cansado – Tínhamos almoçado e estávamos no jardim, de repente ela disse que tinha que ensaiar na casa de uma amiga. Deu um beijo em minha testa e no rosto da sua mãe e saiu. — Ela realmente tinha ensaio naquele dia? – ChaYung perguntou. — Não sei. – confessou a mãe – Ela tinha recebido uma mensagem antes de sair. — Vocês sabem de quem? — Não. — Ela estava se relacionando com alguém? – Baek perguntou observando cada detalhe de sua expressão. — Não, eu disse que ela não se relacionava com ninguém, o balé era a sua vida, ela não tinha tempo para namoros. — Talvez alguém do balé. – ChaYung sugeriu – Algum garoto dançava lá? — Não! Quando a inscrevemos soubemos de antemão todos que dançavam, eles garantiram que não havia garotos lá. – o senhor se ponderou antes da esposa. — O professor talvez. – Baek argumentou puxando a cadeira e se sentando ao lado da detetive. ChaYung notou as táticas dele de especular para que os pais deixem escapar algo. — Impossível! Era uma professora. – garantiu. Anotando alguns detalhes, ChaYung notou algo de errado naquilo tudo. — E o celular dela? — Estava com ela. — Podem me dizer qual roupa que ela estava usando quando desapareceu? — Sim – a mulher passou a mão no cabelo e suspirou – Estava de short de pano rosa, uma regata preta e uma sapatilha. — Mais alguma coisa a nos contar? — Não. — Estão dispensados. Muito obrigado por terem vindo, sinto muito pela perda. Se lembrarem e mais algo que possa nos ajudar, por favor, entre em contato conosco. Os pais da garota se levantaram, a senhora Hoo deu um breve aceno com a cabeça e ambos seguiram para fora e sumiram pelo corredor. O investigador Baek coçou o rosto sentindo que a barba começaria a crescer. — O pai dela ficou incomodado com a ideia de a filha ter conhecido alguém, notou? – ele analisou suas unhas e viu que também precisava cortar. — Sim. – a detetive fechou a pasta e virou pro parceiro – Os pais são muito protetores, isso deixa qualquer adolescente em estado de tensão em busca de liberdade – analisou. — Seria complicado ela dizer aos pais superprotetores que conheceu alguém. – Baek pensou um pouco – O que aconteceria se ela começasse a namorar? — Não sei, talvez os pais a tirariam da escola de balé e a privasse de tudo. – analisou. — Foi pensando nisso que a jovem pensou num caso secreto? – compartilhou sua teoria. — Isso explicaria as mensagens escondidas. Nisso a jovem deixou a casa dos pais após uma mensagem misteriosa, estava com roupas normais e dizia ir à casa de uma amiga. Temos que saber que amiga é essa. — Os pais não nos disse que amiga seria essa. — Não precisa. Vamos pedir a quebra de sigilo da linha telefônica e veremos as ligações que ela recebeu antes de desaparecer. — Deixa comigo. — Enquanto isso verei o que consigo daqui. O investigador deixou a sala ao seu lado e cada um seguiu um corredor.
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