PADRE HENRI NARRANDO
Mariana entra no seu quarto sorrindo e eu sorrio também, assim que fecho a porta atras de mim, olho minhas roupas o crucifixo, me sentia de certa forma um dos piores padres, mas também me sentia o homem mais feliz do mundo.
Me deito e os meus pensamentos são totalmente dominados por ela, Mari, talvez eu realmente tenha que fazer isso, largar a batina e ficar com ela, só de pensar meu coração já vai a mil, parece coisa de louco, só não sei se tenho tanta coragem de dizer isso a todos e principalmente enfrentar a minha mãe.
Com a cabeça com mil pensamentos acabo dormindo.
De manhã já acordo cedo, tomo banho e me arrumo para celebrar a missa, afinal eu ainda sou padre, ao final da missa como de costume os fiéis me pedem a benção e quando todos já foram embora vejo alguém se aproximar de mim.
— Oi filho, que saudades. — Me vira rapidamente ao ouvir essas palavras.
— Mãe? — Pergunto meio atordoado, ela me abraça, mas ainda estou confuso demais para entender.
— Padre Augusto me ligou, disse que você estava precisando de mim e então eu vim, só não entendi o porquê você precisa de...
Ela para de falar quando ver Mari sair dos fundos da igreja toda sorridente.
— Quem é a moça? E o que ela faz saindo do lado onde ficam os quartos? — Minha mãe pergunta de cara fechada e Mari se aproxima.
— Mãe essa é a Mari, ela está ficando aqui na igreja por um tempo, Mari essa é minha mãe, pode chamar ela de Ana.
— DONA ANA — Minha mãe reforça.
— É um prazer Dona Ana. — Mari estica a mão para minha mãe que apenas olha.
— Agora já sei por que o padre Augusto disse que você precisava de mim, e queria tanto que eu viesse, meu filho, Nois vamos ter que conversar e depois dessa conversa creio que teremos mudanças nessa... — Ela dar uma pausa e olha para Mari com um olhar duro de desprezo.
— Nessa Igreja!
MARIANA NARRANDO
Padre Henri e sua seguem para uma salinha nos fundos da igreja, e eu vou atras depois que eles já estão lá dentro, fico na porta meio escondida para ouvir a conversa. Pelo que Maria havia me dito foi por causa dessa mulher que o Henri havia virado padre, ele sempre fez de tudo o que mais queria, será que é por medo?
— Padre Augusto não devia ter ligado, conversamos em segredo de confissão, isso é muito grave para um padre de sua idade.
Escuto eles puxaram as cadeiras para se sentaram, pelo visto a conversa vai ser longa.
— Ele apenas me disse para vim te ver, porque você estava precisando de mim, ele não disse nada a mais que isso, então acho que e não quebrou nenhuma regra.
— Mãe por favor, eu já sou grandinho não precisa se preocupar. — Henri fala tentando se explicar.
— Eu já entendi tudo, está caindo em tentação só de olhar para aquela garota, ela é a tentação do próprio d***o andando nessa igreja.
Espera ela está falando de mim?
— Mariana é só uma garota que estou ajudando, se a senhora soubesse da história dela, não falaria essas coisas. — Ele se explica, nossa parece que ele tem uns doze anos se explicando assim pra ela, ela começa a rir.
— Acha que eu sou burra Henrique? Acha mesmo que eu não notei os olhares? E eu não falando somente com o padre, estou falando também com o meu filho.
Houve um silencio de alguns segundos, ninguém falava nada.
— Eu fiz um voto de castidade mãe, não há nada entre mim e a Mariana. — Aquelas palavras dele foram como uma facada em mim, como machucou.
— Isso não impede de sentir coisas Henrique, o que você sente por aquela garota? Fala a verdade.
Meu coração parecia duplicar de tamanho de tanta ansiedade que eu estava, mas uma vez houve um silencio na sala.
— Nada, eu sou um padre, eu sinto pena pelo fato de ela não ter pra onde ir. — Isso machucou muito eu já podia sentir os meus olhos arderem, eu não podia chorar, mais isso doeu muito.
— Muito bem então você não vai se opor se eu a hospedar em um hotel.
Meu coração agora apertou, ontem ele me pediu pra não o deixar não acredito que ele vai aceitar ela me levar embora, se ele realmente concordar é fim de algo que m*l começou entre nós.
— Não, por mim tudo bem, eu não me importo.
E por mim eu não pude segurar as lagrimas, era o fim da gente, mas afinal o que eu podia esperar ne? Ele é um padre a errada aqui só eu por estar atrapalhando a missão que foi dada ela, talvez eu me afastando seja melhor, assim ele continuara sua estrada com Deus, e eu seguirei sozinha de agora em diante.
Saio dali e me sento em um dos bancos da igreja e logo me seguida vejo a mãe dele saindo pela porta frente.
— Até amanhã querida. — Ela diz toda sorridente, e eu faço questão de virar o rosto e dar mais esse gostinho a ela.
Logo depois Henri havia acabado de sair daquela salinha, ele caminha pelo altar lá na frente e quando me vir ele vem até a mim.
— Não vai jantar Mari? — Nem havia percebido que já estava escurecendo, eu tinha muito o que pensar.
— Não PADRE, estou sem fome. — Faço questão de deixar o Padre bem visível e ele acaba percebendo minha mudança.
— O que aconteceu? — Sério que ele ainda estava perguntando? Eu não acredito.