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1550 Words
Quando Enzo entra na sala eu ainda estava estudando aquela garota e sua capacidade de atuação que de certeza poderia render milhões para ela, e só mudo de foco quando o moreno pergunta o motivo de sua irmã o ter chamado até nós. – pode pagar Netflix para nós?_ a garota fala com um ar dócil, me fazendo a olhar impressionada com tamanha versatilidade dela. Antes que eu me esquecesse, decido acrescentar_ e HBO Max, Disney plus, outras plataformas de streaming que você achar pelo caminho também_ dou de ombros. – sério?_ olha direitinho para mim. – é que sabe, estamos só querendo aproveitar o nível mais alto de vida_ falo com deboche e um sorriso de provocação. – ah é? Ok, pode pagar o que quiser, do que precisa?_ ele falava para a irmã, mas olhava direto para mim. – pode me dar seu celular, podemos pagar usando ele_ Karol estende a mão e seu irmão o abre, depois deposita em suas mãos_ obrigada. – eu vou descer, preciso resolver umas coisas, assim que terminarem, você Gabriela trás ele para mim_ me encara. – e onde eu vou te achar? – pergunte qualquer dos guardas, eles te levarão até mim_ fala caminhando para fora da sala e nem espera resposta alguma, já vai sumindo. Sabe aquele momento que você se sente nas nuvens da riqueza e até esquece o que realmente queria fazer? Bem, eu tive um desses momentos no instante que olhei para a conta gorda que aquele homem possuía, tipo, agora eu entendi o porquê das pessoas honestas poucas vezes prosperarem, pois enquanto nós recebemos quantias miseráveis pelos nossos trabalhos, os desonestos recebem quantias exorbitantes e cada vez mais ficam mais ricos. Por que eu entrei nesse dilema? Sei lá eu, parece hipocrisia considerando o fato de que paguei a s********o de um ano para todas as minhas plataformas de streaming favoritas, gastamos o dinheiro dele a beça e até fizemos umas comprinhas completamente desnecessárias online, se me arrependo, nem um pouco, devia ter gastado mais, pena que sou um amor de pessoa e tenho uma bom censo de limites, mas ele merecia acabar quebrado, isso sim. – podemos tirar uma selfie?_ Karol me pergunta com um sorriso certamente suspeito. – não gosto de selfie_ dou de ombros. – não precisa gostar, só precisa tirar uma selfie comigo, por favor_ junta as mãos de forma pidona. – você nem sequer gosta de mim, pra que quer uma selfie comigo?_ arqueio a sobrancelha. – Gabriela deixa de ser tão desconfiada, eu sou bipolar, em um minuto gosto, no outro não gosto, só tira uma foto comigo. – está bem_ passo a mão no cabelo, o jogando pra trás e me aproximo da morena. Ela se aproxima de mim e posiciona o celular na nossa frente, esboça um sorriso e eu também sorri, dando assim a deixa para ela tirar a nossa selfie. – perfeito_ fala mexendo no celular e uns minutos depois ela o estende para mim. – certeza que você não vai querer mais nada desse celular? – absoluta, e eu vou aproveitar para escolher um filme ou seriado enquanto você devolve o celular. – está bem_ me levanto e sigo em direção às escadas. Procuro por qualquer guarda mas parece que quando procuramos por eles, eles decidem se esgueirar ou serem engolidos pela terra. – oi, oi, oi_ falo quando vejo o primeiro guarda e me aproximo do mesmo_ viu o Lorenzo? – sim, ele está no galpão_ aponta para trás de si. – pode me levar até ele? – eu não creio que seja uma boa ideia que a senhorita vá até lá, o galpão é um local hostil. – não se preocupe comigo, eu tenho o celular dele e preciso devolver_ mostro o dispositivo para ele, que logo assentiu. – está bem, vamos_ me guia para fora da mansão e seguimos em direção ao jardim traseiro da casa. O quintal pelo qual eu caminhava pela primeira vez, era mais grande do que eu conseguia imaginar, dava para ver a floresta que circundava a parte de trás da casa (e eu nem sabia que tinha uma floresta ali), a relva era muito bem aparada e então tinha o galpão. O guarda me deu passagem para andar na frente, assim que passei pela porta tinha um pequeno corredor m*l iluminado, as paredes estavam meio mofadas e o ar era de arrepiar, quanto mais me aproximava, mais eu ouvia um som parecendo que alguém batia em um daqueles sacos de treino, ao chegar ao fim do corredor uma das cenas mais arrepiantes foi captada pelos meus olhos, haviam cinco homens no local, dois deles sentados em diferentes locais apenas observando Enzo b*******a, duas, três vezes num homem que estava amarrado a cadeira, Desmond tinha em mãos um alicate ensanguentado, manchas de sangue na camisa e um sorriso sádico no rosto, enquanto seu amigo parecia se divertir desferindo vários golpes no homem que todo ensanguentado, só não caia no chão por estar amarrado a cadeira. – temos visita_ um dos homens fala e então todos olham na minha direção. – ah, seja bem vinda_ Lorenzo fala se afastando do homem e limpando as mãos em um pano. Engoli em seco_ e-eu trouxe seu celular_ falo olhando para aquele homem que teve a infelicidade de se meter no caminho de pessoas tão cruéis. – óptimo_ segura o celular que eu estendia para ele. – ele vai morrer se continuar perdendo tanto sangue assim. – isso não é problema seu, pode ir_ me dá as costas. – você acredita mesmo que eu vou olhar alguém seguindo em direção a morte e vou só olhar? Isso é desumano_ aponto para aquele homem. – você não sabe de nada, apenas finja que não viu e vaza_ se vira na minha direção mas olhando para seu celular. – é sério?_ olho incrédula para ele que sorria e depois olho para os outros homens que só nos assistiam. – você vai usar minha irmã nesse seu joguinho?_ me mostra a tela de seu celular e lá estava nossa selfie. De certa forma, acabei sorrindo ao ver o que a mais nova havia feito_ eu não sabia que ela estava fazendo isso, mas ficou muito mais legal do que antes, deveria agradecer viu_ falo convencida_ merda, você não pode mudar de assunto, deixa eu cuidar desse homem, ele precisa de ajuda_ falo me lembrando do foco ali. – ok, já chega_ se aproxima e tenta me pegar no colo. – não, Enzo não_ falo tentando me esquivar, mas não consigo por muito tempo pois ele segura minhas pernas e com a força de sobra que tinha, me coloca em seu ombro igual um saco de cebola_ Lorenzo me solta, para, Desmond me ajuda_ olho na direção do loiro que só dá de ombros e levanta os braços como quem diz, não dá não, então o moreno segue em direção a saída mesmo eu batendo nele e esperneando. No jardim ele me deixa cair de b***a no chão e depois começa a rir, como se fosse uma coisa satisfatória de se ver, em resposta eu mostro pra ele meu dedo do meio e me levanto super irritada. – seu merda, i****a, brutamontes_ falo praticamente explodindo de raiva. – olha a boquinha_ aperta minhas bochechas. – não toca em mim com essas suas mãos imundas de sangue_ afasto meu rosto de seu toque. – falou a garota que implorava pelo meu toque no quarto dela_ retruca. – ah mas todos os chefes da máfia são como você? Idiotas, escrotos e metidos a b***a? – você não ia assistir? Tá gastando meu tempo. – tempo esse que você estaria gastando batendo naquele homem nem?_ cruzo os braços. – sim, eu estaria fazendo isso e não me estressando com uma garotinha mimada que vive em uma utopia fantasiosa de que a vida é justa, agora some da minha frente_ fala irritado. – É difícil para você agir como um humano uma vez na vida_ grito ao vê-lo se afastar de mim_ você é um i****a_ acrescento ainda mais irritada por ser ignorada. ••• – eu vou dormir_ Karol fala de levantando da poltrona que estava do meu lado. – tá bom_ eu e Vilma respondemos ao mesmo tempo. – até a hora do jantar_ segue em direção a saida. – não deveríamos ir com ela?_ pergunto para Vilma. – estamos dentro da mansão, ela não vai se machucar aqui dentro, relaxa_ fala mexendo em seu celular_ já são 18, ficamos assistindo por assim tanto tempo?_ guarda seu celular na poltrona ao lado. – devemos parar, vai fazer m*l pra nós_ pego no controle remoto e assim que ela concorda desligo o aparelho. – não vai trabalhar hoje? – não, eu tenho essa semana toda livre_ me recosto na poltrona. – e vai fazer o que essa semana? – sei lá, talvez gastar meu tempo com o Lorenzo, eu não fiz muitos planos acerca disso ainda, na verdade eu nunca faço_ dou de ombros. – vamos lá dar uma volta, sei lá, beber algo que tal?_ pergunta se levantando. – claro, vamos lá, certeza que será melhor que permanecer aqui_ também me levanto. – 15 minutos na cozinha_ concordo e então cada uma vai para seu quarto.
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