Eu não sabia onde estava e muito menos como havia chegado ali, estava bêbada demais para sequer pensar no que estava fazendo, bom, não tão bêbada ao ponto de desaprender a abrir uma camisa, apenas apressada demais para me importar com abrir um botão por vez por isso simplesmente puxei a camisa e os botões voaram livremente pelo local. Espera aí, por que eu estou tirando a camisa do... olho para o rosto do cara e era Enzo, me vejo a mercê de seu toque, sou puxada para si e tomada em um beijo feroz e quente, por que eu estava fazendo isso? Eu nem queria beijá-lo, eu nem queria que isso estivesse acontecendo mas droga, por que eu não estou conseguindo resistir a ele, por que esse beijo tem um gosto tão bom e essa pegada desperta coisas que eu nem sabia que poderia sentir? Ele beijou e mordiscou minha orelha, meu pescoço, meu ombro e estava prestes a tirar minha camisa quando me levanto bruscamente.
– foi só um sonho, só um sonho_ passo a mão pela testa e percebo o suor. Me levanto com certa frustração e vou até o banheiro.
Minha cabeça doía, minha imagem no espelho era assustadoramente bagunçada, eu m*l me lembrava da noite passada e tudo que eu queria era um café bem forte, por isso tomei um banho gelado, coloquei uma calça moletom preta e uma camiseta do Mickey mouse, calcei meus chinelos e então saí do quarto. Fui descendo as escadas pulando um e outro degrau, dei uns cinco passos e adentrei a larga cozinha da mansão, onde Karoline, Samantha, Karla, Vilma e um carita tomavam seu café da manhã.
– bom dia_ falo parada na porta, analisando onde eu me sentaria.
– bom dia_ oiço uma resposta conjunta.
– café?_ Vilma me oferece um copo com o líquido quentinho e aceito de bom grado.
– muito obrigada_ falo sentindo o aroma do café adentrar por minhas narinas_ eu estava mesmo precisando disso_ confesso.
– eu sei_ Vilma sorri e dá uma batidinha em meu ombro, voltando até a cafeteira.
– você lembra do que aconteceu ontem?_ pergunto confusa.
– eu lembro, mas garanto que você não vai querer saber, acredite_ balança a cabeça.
– vocês duas saíram juntas ontem?_ Samantha pergunta olhando em nossa direção.
– sim, fomos dar um passeio pela cidade_ eu respondo primeira.
– pelo estado de bebedeira que elas chegaram ontem aquilo foi mais do que só um passeio_ Karla balbucia olhando para seu prato com sanduíche.
– não é a Vilma quem dizia que não bebia?_ Samantha olha para Karla com certa curiosidade.
– pelos vistos só não bebe conosco_ a garota responde olhando para Vilma e depois olhando para mim com desgosto.
– vocês estão com ciúmes porque ela saiu comigo?_ pergunto depois de levar a boca meu querido cafezinho.
– ciúmes? Garota nós só estamos com pena dela, você só está se aproveitando da ingenuidade dela para a manipular e isso..._ interrompo a fala de Sam.
– você acha que ela é ingénua e facilmente manipulável? Ah, eu também não iria querer sair pra beber com você_ falo óbvia.
Karla dá uma risada debochada_ se ela não é ingénua então é i****a de se aproximar de uma pessoa como você_ fala me medindo com o olhar.
– não Karla, eu não sou i****a e nem ingénua, não precisa falar como se eu não estivesse aqui, e diferente de vocês, a Gabriela não é uma falsa com tendência a se achar superior que todo mundo, mas você já deve saber disso nem_ Vilma termina dando de ombros e sorrindo com deboche.
– e o que você quer dizer com isso?_ Karla a olha com a expressão fechada.
Dessa vez quem solta a risada de deboche foi Vilma e se aproximou da garota enquanto eu já passava da metade do meu café_ me desculpa, as vezes eu me esqueço que você é só músculo e pouco cérebro, mas vou falar de um jeito que você e sua mente lerda possam compreender_ sorri e coloca suas mãos sob a mesa onde as 3 (Karla, Karoline e Samantha) estavam sentadas, mas focando sua atenção apenas em Karla_ você, a Sam e a Becky_ aponta para Sam mas sem tirar os olhos de Karla_ são três víboras que acham que o universo gira em torno de vocês e olha só, vocês nem são tão especiais assim, parem de encher o meu saco por favor, eu aturo vocês desde criança, me dêem um tempo, não vivam questionando minhas escolhas, se eu quiser fazer alguma bosta, me deixem fazer, só parem de se meter na minha vida ok?_ olha para Sam e depois volta a ajustar sua postura.
– nossa que clima tenso hein_ Cody fala passando por mim na porta e logo atrás vem Desmond_ bom dia pra vocês_ segue até a cafeteira enquanto o loiro para do meu lado.
– oi, tá bonitinho seu cabelo hein_ coloca as duas mãos na cintura e me analisa.
– obrigada, pena que não posso dizer o mesmo de você todo suado_ aponto para ele que sorri em resposta.
– nossa, pensei que as mulheres achavam atraente homens suados, que isso nos tornava mais machos_ levanta seus braços mostrando os músculos.
Reviro os olhos para ele_ duvido que isso seja verdade, homem ou mulher suado são nojentos e dificilmente atraentes viu_ eu dou uma leve batida em seu ombro mas fazendo uma careta bem desengonçada só de provocação.
– hummm_ faz uma careta pensativa_ eu prefiro pensar que fico sexy de qualquer jeito_ adentra a cozinha.
– oh meu Deus, você é tão humilde nem_ falo mais para que só ele escute, arrancando uma risada do mesmo.
Oiço vozes atrás de mim e quando olho para trás lá estavam o monge e Lorenzo trocando algumas palavras, ele estava vestindo roupas de treino tal como os outros homens, suado e sexy, duas palavras que eu nunca imaginei usar juntas e sinceramente, observando ele de longe percebo que se ele não fosse um criminoso ele seria o tipo de homem que qualquer mulher se sentiria ganhando por ter do lado, bonito, gostoso, com pose, qualidades exteriores desejáveis, será que isso é para compensar a falta de caráter? (Esboço um sorriso) será que isso é karma Deus? Isso é uma punição por todas as vezes que eu li ou assisti filmes sobre mafiosos e debochei da possibilidade de uma situação dessas acontecer na vida real? Isso é o senhor me mostrando que tudo é possível? Se é isso por favor eu já entendi, me livra disso Deus, faz isso por mim please (levanto minha cabeça e fecho os olhos, implorando a Deus).
Eu sinto uma presença ao pé de mim e abro os olhos lentamente, vai que Deus me ouviu e mandou um anjo em meu auxílio nem (vejo Enzo na minha frente)_ ou não_ falo completando meu pensamento.
– que foi?_ arqueia a sobrancelha tentando me entender.
– parece que quanto mais eu peço mais assombração me aparece, eu tenho que voltar a frequentar a igreja_ levo minha xícara de café a boca mas percebo estar vazia e me pergunto internamente quando foi que eu acabei o líquido.
– sua bipolaridade me cansa_ revira os olhos para mim e então fala com Veni, pedindo para ela preparar o café da manhã pra ele e tal.
– eu sempre deixei claro que não sou sua fã_ falo quando ele termina de falar com Veni e se vira para sair.
– não foi o que aconteceu noite passada_ debocha.
– como assim_ pergunto confusa, mas ele já estava seguindo em direção às escadas_ eu estou falando com você_ falo alto, chamando a atenção dos presentes na cozinha também.
Desmond recebe minha xícara e então posso correr atrás daquele i****a, o encontrando nas escadas_ do que você estava falando?_ insisto.
– te aconselho a parar de beber Gabriela, cê fica atiradinha viu_ não me olha ao falar, mas percebo que ele se estava divertindo às minhas custas.
– tá, eu posso ter bebido demais e não me lembrar de tudo que fiz ontem, mas com certeza eu não me joguei pra você, o que? Estou desesperada?_ paro de seguí-lo e cruzo os braços indignada.
Ele também para e começa a rir_ Gabriela, Gabriela_ desce dois degraus para estar no mesmo degrau que eu_ me surpreende você falar isso, sabendo que me seduziu usando um vibrador e me dando o controle remoto, depois usou e abusou do meu corpo no seu quarto_ falou olhando para meu rosto, que sem demora se contorceu em uma careta de incredulidade.
– o que? Eu usei e abusei de você?
– eu me lembro de você falando que aquilo estava mais para sexo casual apenas para seu próprio benefício e que eu me beneficiar era só um efeito colateral_ dá de ombros.
Eu queria contestar, mas não podia contestar porque eu realmente havia dito tais palavras, não tinha como negar, mas ele não precisava me lembrar_ i****a_ dou meia volta.
Ele me impede de sair de perto dele me puxando de volta e me prensando entre ele e a parede_ por que você não admite que está gostando hein? Sua alma pede por mais disso, seu corpo implora para que eu te toque novamente, você gosta do perigo, sempre gostou e sabe disso, você ama a adrenalina por isso participava de todas aquelas corridas ilegais escondida de seus irmãos, você também sabe que eu posso te mostrar o mundo de um jeito que você nunca viu antes, mostrar ao seu corpo novas sensações que nenhum homem te fez sentir nunca, só não admite para não ferir seu orgulho e essa sua pose de garota certinha.
– é o discurso que usa para aliciar garotas a se deitarem com você?_ arqueio a sobrancelha.
– eu não preciso de discursos, um simples olhar basta para isso_ sorriu convencido.
– mas é claro_ reviro os olhos_ olha só, se ainda não ficou claro para você, não vou cair nas suas graças você quem vai cair nas minhas, por que não entende? Ou não admite para não ferir seu orgulho e essa sua pose de durão?_ retruco.
– eu vejo muito falatório e acção nenhuma sabia?
Eu esboço um sorriso_ quando você menos esperar, estará morrendo de amores por mim tá_ dou dois tapinhas em sua bochecha_ agora saí pra lá criatura suada_ coloco minhas mãos em seu peito e o empurro com certa dificuldade, mas por sorte consigo afastá-lo e finalmente voltar a cozinha para comer alguma coisa.