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1929 Words
Quando entrei naquela mansão me senti sufocada com tudo, Enzo vinha logo atrás mas nem me importei com ele e já fui me trancando no quarto. Eu estava fervendo de raiva. – que raiva, só tenho vontade de segurar ele pelo pescoço e apertar até que ele pare de respirar_ falo andando de um lado para o outro, enquanto aperto um pescoço imaginário_ mas não, morrer é fazer um favor para ele, ele deve é sofrer, sentir na pele o que é dor verdadeira, dilacerante e pura, incapaz de ser arrancada de seu peito e capaz de fazê-lo desejar a própria morte_ aperto meus cabelos com raiva. – falando de mim?_ a voz dele soa atrás de mim, mas não me viro para o encarar, praguejando por não ter trancado a porta a chave. Me viro em sua direção_ é, eu estava falando de você, praguejando pela sua existência e te desejando as piores atrocidades que poderiam acontecer com alguém, querendo que você sinta o que é morrer ainda em vida_ falo calmamente, apesar da raiva fervilhando dentro de mim. Ele me olha sorrindo, como se eu fosse uma louca sonhando com o impossível_ nada que você faça ou deseje, poderá me fazer sentir m*l. – você acha que é inabalável nem? O homem sem sentimentos e que já superou qualquer tipo de emoção humana_ falo dramaticamente_ mas saiba que você ainda é um ser humano Enzo, e nenhum ser humano resiste a boa e velha dor de amor_ sorri provocativa dando dois passos para estar a sua frente_ eu vou machucar você onde mais dói_ apontei para seu peito, fazendo meu dedo indicador tocar várias vezes no tecido de sua camisa_ eu vou fazer você me amar, e depois disso, eu vou quebrar seu coração como se ele não fosse nada, pode guardar essas palavras. Ele me olhou fixamente e depois deu a volta, saindo do meu quarto e batendo a porta com certa força, eu fiquei ali parada por alguns minutos tentando refletir sobre o que eu mesma falei e quando me dei conta de que sou uma i****a fala barato, fui tomar um banho para me lavar e então fui procurar por Karol em seu quarto. – Gabriela Summer, tudo bem?_ a garota pergunta assim que entro em seu quarto. – eu estou óptima, e você Karoline Sanders?_ me sento na sua mais nova cadeira gamer. – eu também estou óptima, achei que minha médica seria a primeira pessoa que eu veria hoje_ fala fechando seu computador e guardando. – eu sei, infelizmente sua médica teve que ir trabalhar e depois visitar o irmão, mas ela já está de volta_ aponto para mim mesma_ mas e você, fica sempre trancafiada nesse quarto?_ a observo. – bem, eu não posso ir para muitos lugares e o meu quarto é o local mais seguro para mim, então..._ dá de ombros. – então sua vida se resume a ficar sentada no seu quarto mexendo no computador? Que isso, até eu que ficava em casa por opção tenho mais acção na minha vida_ reclamo. – olha só, meus irmãos não querem que nada de mau aconteça comigo, eu já sou doente e..._ a interrompo. – não volte a falar que você é doente, você é uma garota bem saudável viu, e outra, você mora em uma mansão, tem cinema, uma quadra, piscina, biblioteca, minha filha, você tem muita coisa para aproveitar por aqui, e se seu medo é que algo aconteça e não saibam onde você está, é só avisar alguma pessoa toda vez que for para algum cómodo, nada justifica você ficar trancada nesse lugar_ dou um giro com a cadeira. – e se eu passar m*l? Eu não posso correr esse risco_ se joga na cama. – tem uma médica agora, vamos_ me levanto. – que? – isso mesmo, eu posso cuidar de você, mas eu preciso que você faça algo por mim. – claro que precisa_ revira os olhos_ o que é? – preciso que você me ajude a conquistar seu irmão. – eu não acho que você faça o tipo do Cody_ volta a se sentar na cama. – não estou falando do Cody_ cruzo os braços. Ela me olha incrédula_ você endoidou?_ se levanta_ eu já vi todo tipo de pessoa doida, mas você não parece o tipo que iria querer que o Enzo se apaixonasse por você, tipo, pra que você quer que o Enzo se apaixone por você? O chefe da máfia toda?_ pergunta me olhando confusa. – ué, você não gostaria de saber como seu irmão é quando se apaixona? Não gostaria que ele fosse amado? Eu posso amar ele, talvez eu já o ame, eu só não sei como conquistar ele_ dou de ombros. – você ama o meu irmão?_ pergunta desconfiada. – sim_ minto. – sério?_ arqueia a sobrancelha. – tá, eu não amo_ confesso_ mas eu quero amar e quero que ele me ame, mas você conhece seu irmão, eu preciso começar de algum lado_ dou de ombros. – e se for um truque só para você machucar ele? – é o Lorenzo, como eu iria machucar ele? – sei lá, se tornando um ponto fraco para ele, depois o traindo e sei lá qual o plano maligno por detrás de tudo isso?_ fala óbvia. – mas ele tem um monte de pessoas o protegendo, mesmo que eu tivesse qualquer plano maligno, eu iria morrer antes de qualquer coisa_ dou de ombros_ sei que você não acredita em mim, mas eu pertenço literalmente ao seu irmão, imagina se outra pessoa entra na vida dele e ele se casa? Eu serei só a propriedade de um cara apaixonado mas eu não quero isso, eu quero ser a pessoa por quem ele é apaixonado, difícil de acreditar? – tá, conseguiu enganar a novinha, eu vou te ajudar mas se eu descobrir que você está fazendo alguma coisa de m*l para a minha família, eu não vou esconder isso, e não vou me importar se você vai morrer ou não_ fala séria. – você tem todo o direito_ sorri satisfeita com minha conquista_ agora vamos lá, podemos ir ao cinema ver um filme, e ainda pedir para a Veni fazer um lanche para você, o que acha?_ proponho. – está bem, vamos lá_ vem atrás de mim, enquanto seguimos até a cozinha, comigo cantarolando pela vitória. – oi Veni_ falo entrando na cozinha. – olha quem decidiu aparecer_ a mulher sorriu para mim_ pensei que tivesse ido embora_ fez um carinho em minha bochecha assim que me sentei_ e trouxe minha menina de presente_ se referiu a Karol que sentou do meu lado. – oi tia Veni_ ela sorri para a mulher. – olá pequena, quer comer alguma coisa? – poderia fazer um lanche para nós? É que vamos fazer uma sessão de cinema lá encima_ dá de ombros. – sessão de cinema?_ olha para ela e depois para mim. – é, vamos fazer algo diferenciado, usufruir das riquezas dessa mansão_ explico_ está convidada se quiser. – obrigada pelo convite, mas deixo para outro dia, sabe que se eu sair daqui esse pessoal desanda e nada corre bem. – está bem, nós vamos subir então_ eu falo me levantando_ ah, viu a Vilma? – ela saiu, mas volta daqui a pouco. – pode falar pra ela me encontrar no cinema?_ falo pidona. – claro, está bem, eu aviso assim que ela entrar_ Venisha sorri_ daqui a pouco eu trago algo para vocês. – obrigada_ eu e Karol falamos juntas saindo da cozinha e seguindo para o lance de escadas que ia dar ao cinema e outras áreas de lazer da casa. Escadas, escadas e mais escadas, até finalmente achar a sala de cinema e termos de enfrentar outro dilema. – o que nós vamos assistir?_ Karol pergunta pegando no controle remoto para ligar o telão. – sei lá, podemos ver o catálogo da Netflix e escolher alguma coisa_ dou de ombros me jogando em uma das poltronas e pegando meu celular para ver minha caixa de correio. – acho que temos um problema_ olho para a garota e vejo logo o que ela queria dizer_ como vamos assistir?_ me olha com a sobrancelha arqueada. – sua família é rica ué, qualquer um pode pagar a s********o da Netflix_ dou de ombros. – tá, eu já volto, você fica aqui_ segue em direção a porta. – não, eu tive uma ideia melhor, vamos ligar para seu irmão vir aqui_ falo me lembrando que tenho o contato dele. – está bom, mais prático e menos trabalho_ ela dá de ombros e regressa até mim, a tempo de eu estender meu celular para ela falar com ele_ sério? Boss?_ me lança aquele olhar de julgamento sem fim que qualquer adolescente normal lança para uma adulta equilibrada que faz coisas estranhas. – não me julgue, seu irmão quem fez isso_ me defendo. – nossa, que gente ultrapassada_ revira os olhos_ ah, oi mano..._ ela começa a falar com seu irmão enquanto eu me desligo mentalmente dela. Fico repensando tudo que poderia me reservar o destino, mas não consigo achar nada suficientemente interessante que pudesse me salvar da droga de vida que eu estava prestes a mergulhar ao fazer o moreno se apaixonar por mim, nada garantirá que ele vá se apaixonar, nada me dá a certeza de que ele vá se importar o suficiente comigo, e o pior é que nem eu mesma entendo o porquê estou fazendo isso e... – toma, seu celular, já corrigi o erro enorme que vocês estavam cometendo para com a sociedade_ Karol me entrega o celular e eu a olho confusa. Quando olho para meu celular, o contato passou de Boss à Oppa_ Oppa?_ a olho desacreditada. – muito melhor do que boss, tá bom que vocês pareçam aquelas duplas de novinha e s*********y, mas come on, Boss? Ninguém merece essa atrocidade visual_ joga o cabelo para trás. – meu pai amado, essa juventude de hoje hein, só tem 12 anos e fica opinando nas ideias dos adultos_ reviro os olhos. – falou a velhinha nem, tu nasceu nos anos 2000, não tem moral pra reclamar_ retruca. – aí, me respeita criatura, eu sou uma adulta viu. – e atingiu a maturidade quando? Ontem?_ fala com deboche. – não, na verdade foi quando você estava trocando fralda ainda_ retruco, mas então ela me olha com uma expressão triste. Passa a mão no rosto como quem limpa suas lágrimas_ eu não queria ter usado fralda por mais tempo do que o necessário, eu não podia me movimentar muito naquele quarto de hospital e essa foi a opção para que eu não passasse m*l_ ela soluça e com isso um arrependimento devastador me assola. – Karoline eu não queria dizer isso, me desculpe, eu só..._ não consigo terminar de argumentar pois a culpa começa a pesar em minha mente e não podia nem raciocinar direito. – sabe Gabriela_ ela limpa suas lágrimas_ se você quer ser a mulher de um mafioso, melhor deixar de ser trouxa_ sua voz antes afetada pelo suposto choro, agora demonstrava o quão manipuladora a criatura poderia ser, me fazendo olhar completamente desacreditada para tal pessoa. – caramba, eu acho que me esqueci que você tinha sangue de mafioso nas veias_ falo ainda abalada por tamanha cara de p*u de uma pré adolescente, porque nem adolescente ela era ainda. – é um mundo c***l Gabie_ assente me olhando com um sorrisinho cínico, que consegue me deixar abalada e sem reação_ melhor se acostumar viu_ piscou para mim.
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