Alice Narrando:
Nunca me imaginei sem meu pai, a única pessoa que eu tinha na vida, meu Deus porque isso tá acontecendo comigo, dói tanto. Depois do que aconteceu a ambulância chegou, colocaram ele na maca e levaram pra dentro do carro, eu entrei e fomos em direção ao hospital, foram todo o caminho tentando reanimá-lo, e eu estava em choque e chorava muito, só queria que aquilo fosse apenas um pesadelo, quando chegamos já foram descendo e levando ele pra UTI, e apenas me mandaram esperar, fiquei andando de um lado pro outro até a Nanda chegar.
Nanda: Amiga.- veio em minha direção me abraçando e me derramei em seus braços.- O que aconteceu? Vim o mais rápido que pude.
Alice: Foi tão rápido, eu só ouvi os tiros, não consegui fazer nada.- disse chorando copiosamente.
Nanda: Se acalma amiga, cadê ele?- perguntou ainda me consolando.
Alice: Levaram ele pra UTI e pediram pra esperar.- eu falei e ela concordou.
Nanda: Vamos sentar aqui e orar enquanto esperamos.- ela disse e eu concordei, nos sentamos e esperamos alguém vir falar alguma coisa.
Depois de mais ou menos 1 hora, um médico chegou.
Médico: Parentes do senhor Alberto?- perguntou olhando uma prancheta.
Alice: Eu sou filha.- falei me levantando e vi ele me olhar com pena.
Médico: É difícil dizer isso, mas fizemos o que pudemos, mas seu pai não resistiu aos ferimentos e veio a óbito, eu sinto muito.- ele falou e tudo começou a rodar, minhas vistas escureceram e não vi mais nada.
Acordei meio desorientada, fui abrindo os olhos aos poucos e percebi que estava num quarto branco com um soro na veia, quando olhei pro lado vi a Nanda de cabeça baixa.
Alice: Amiga?- falei ela levantou a cabeça vindo até mim.
Nanda: Amiga, como você está?- ela perguntou ficando do lado da cama segurando minha mão.
Alice: Minha cabeça dói, tive um pesadelo h******l, meu pai tinha morrido.- falei a olhando que fez uma cara triste.- O que foi?
Nanda: Meu amor, sinto muito, mas não foi um pesadelo, infelizmente o tio Alberto se foi.- ela disse com a voz calma e triste.
Alice: Não, Nanda, não pode ser verdade, ele é tudo o que eu tenho, o que vai ser de mim?! O que eu vou fazer?!
Nanda: Calma Alice, eu tô aqui, eu sei que palavra nenhuma minha vai te consolar, mas a gente vai passar por isso juntas.- ela disse e me abraçou e eu apenas chorei, chorei até não poder mais.
Depois que consegui me acalmar um pouco, me deixaram sair e pude ir ver meu pai, tentei me manter forte, mas é difícil quando a pessoa mais importante na sua vida se vai, pedi tanto pra ele voltar, pra não me deixar sozinha.
Alice: Eu prometo pai, que vou encontrar quem fez isso e fazer com que pague.- eu falei segurando sua mão, e logo pensei no caso do dono do morro, tem alguma coisa ligada a ele, eu sinto, e vou atrás.
A Nanda me ajudou a organizar as coisas, papéis, funeral, é tão complicado pensar nessas coisas quando o mundo desaba sobre você, mas ainda bem que tenho minha melhor amiga do meu lado, depois de tudo fui pra casa dela tentar descansar um pouco pro velório, mas não consegui, ficava pensando no que aconteceu e a cena se repetia na minha cabeça, o pior dia da minha vida.
Decidimos fazer o velório na quadra do colégio do nosso bairro, já que meu pai era bem conhecido e vários amigos e familiares iriam comparecer, e realmente muita gente compareceu, eu não saí um minuto sequer do lado dele, queria passar cada segundo ali, todos vinham me consolar, até o Mateus veio.
Mateus: Meus pêsames Alicinha, sinto muito mesmo.- disse me abraçando e o apertei.
Alice: Obrigada Mateus.- agradeci dando um sorriso fraco.
Mateus: Se precisar de alguma coisa pode pedir, tô aqui sempre que precisar.- ele disse segurando minhas mãos.
Alice: Tudo bem, obrigada.- falei e ele riu fraco e saiu.
Estava conversando com alguns amigos do meu pai, quando um moço veio até mim, ele era moreno, cabelo liso com corte baixo, olhos castanhos claro, braço fechado de tatuagem, muito bonito.
XXXXX: Senhorita Alice?- perguntou e apenas concordei.- Sou um cliente do seu pai, gostaria de conversar com você em particular.
Alice: Não poderia ser em outro momento.- falei óbvia.
XXXXX: É de grande importância.- ele disse e por alguma razão eu concordei.
Alice: Me acompanhe, por favor.- falei e ele concordou, levei-o até um canto afastado ficando de frente pra ele.- Sim?!
Bravo: Não sei se você sabe, mas teu pai era advogado do meu irmão, o Chefe, dono do morro do Vidigal, eu sou o Bravo e sou sub dele, meu irmão tá preso e teu pai tava quase conseguindo com que ele saísse, a gente não sabia que ele tinha filha, ficamos sabendo e o Chefe pediu pra eu vim atrás de tu, tá ligada que quem matou teu pai, não queria que ele ajudasse o Chefe sair da cadeia né?!- Ele disse e apenas concordei prestando atenção.- Pois é, meu irmão quer que tu assuma o caso dele e dê continuidade na soltura dele e por consideração ao Dr. ele vai te ajudar a prender quem fez isso com ele, lembrando que quem fez isso não vai demorar pra descobrir que tu existe e vai vim atrás, com nós tu vai tá protegida, o que tu me diz?- ele disse e tentei processar o mais rápido possível, tanta informação que ele me deu.
Alice: Eu quero falar com esse Chefe, agora, tem como?- eu falei e ele balançou a cabeça.
Bravo: Aí né melhor tu ir amanhã, posso arrumar pra tu ir com representante dele já, e amanhã tu conversa com ele.
Alice: Sei que ele deve ter um celular por lá, liga aí pra ele e me deixa falar, ao contrário não posso aceitar.- falei firme e ele coçou a cabeça e pegou o celular no bolso discando e logo colocou no ouvido falou algumas coisas e me passou o telefone.
Ligação On:
Alice: Oi, meu nome é Alice, sou filha do Dr. Alberto.
Chefe: Satisfação, sou o Chefe e era um cliente antigo do seu pai.
Alice: Seu irmão disse que você quer que eu assuma o caso, porque?
Chefe: Primeiro porque seu pai era amigo da minha família a muito tempo, era um bom homem e de confiança, segundo porque seu que nunca teve um caso e acho que podemos descobrir juntos quem matou seu pai.
Alice: Tá bom, eu aceito.
Chefe: Beleza, preciso que venha amanhã pra nos falarmos pessoalmente, pode ser?!
Alice: Pode sim.
Chefe: Beleza, o Bravo vai te explicar tudo aí, te aguardo amanhã então, falou.
Alice: Tchau.
Ligação Off.
Eu vou fazer isso por você pai, eu fazer justiça por você.