Juno se sentou, precisava saber se Mônica e as outras amigas que fizeram a despedida de solteiro estavam bem, elas tinham errado, sim, mas não desejava que Saiko as tivesse machucado, não queria m@l a nenhuma delas.
Fez as ligações, mas não foi atendida.
A única a atender o telefonema foi Mônica.
__ Juno, como você sumiu no meio da sua despedida de solteiro?
— Não fiquei confortável, Mônica. Com dois homens nus próximos. Não gosto de experiências assim, por isso fui embora.
__ Pois você perdeu, e nós também, porque fomos atrás de você, mas não encontramos e entendemos que tinha ido para casa.
E nem ligaram para saber se ela estava bem.
Não eram amigas de verdade, não eram.
— Provavelmente vamos demorar a nos ver, estou indo embora, Mônica. Me caso no Havai.
Felizmente todas estavam bem, até se esqueceu dos dos gogoboys.
— Desejo felicidade e saúde, Juno. Ah, você soube o que aconteceu com o gogoboy? Aquele mais bonito, que a seguiu para fora.
Juno não sabia o nome, mas sabia quem era, porque morreu de medo do homem, morreu de medo de ser atacada por ele.
__ O que houve Mônica? Não o conheço de nenhum outro lugar.
__ Claro que conhece. Ele é aluno de veterinária e até mandou um bilhete a chamando para jantar, mas você o ignorou.
Então tinha sido ele, só rasgou o bilhete e jogou fora.
__ Quebraram a perna dele em dois lugares e ainda fizeram uma cicatriz no rosto, como se fosse uma serpente.
O símbolo de represália da Yakuza, soube que foi Saiko, ele poupou as mulheres, mas não o gogoboy que a seguiu, mas como Saiko sabia?
O demônio sabia de tudo , era isso.
Depois de se despedir, Juno percebeu que foi intencional, a despedida de solteiro foi planejada para prejudicá-la.
Soube que supostas amigas armaram , o gogoboy que nem sabia o nome não queria que ela se casasse.
Sorriu, seria um favor, quase desejou voltar no passado e ficar naquela orgia, mesmo com medo e enojada. Se tivesse ficado lá, talvez não teria mais um noivo, mas provavelmente, todos os envolvidos estariam mortos, inclusive ela.
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Almoçava quando uma caixa de chocolate, um celular e uma faca chegaram embalados numa caixa rosa.
Antes mesmo de ler o cartão, Juno sabia quem tinha enviado, a amiga Rayra, mesmo longe, a sua melhor amiga estava a passar força.
Juno leu o bilhete:
Lute do jeito doce que só você sabe.
Saiko pode ser um demônio, mas até mesmo um demônio pode ser tocado por um anjo doce como você.
Guarde a faca e se precisar arranque o coração de Saiko do lugar.
Juno não sabia se ele tinha um.
O celular, vai escondido junto às peças íntimas, se ficar sem o seu aparelho,ainda teremos como nos falar.
O aparelho está livre de qualquer tecnologia de rastreamento, é de uma amiga para uma amiga, sem nenhum laço com as nossas organizações.
Com Amor, Rayra.
Juno guardou os presentes que ganhou e foi organizar o que precisava, doaram os alimentos que tinha na geladeira e freezer.
A mãe dela parou olhando os móveis.
— Deixamos tudo? – Juno perguntou para mãe.
_ Não, eu sei que não voltamos e não podemos criar esperanças, minha filha. Agora, temos que viver a nossa nova vida, só vamos pedir a Deus que Saiko não seja um marido violento.
– A senhora também vai se casar, mamãe. Não está preocupada?
– Comigo não, uma mãe tudo suporta, minha filha. Eu quero que você esteja bem, só isso.
Continuaram com a organização.
Antes de partirem definitivamente,Hagabi deixou a chave da casa com uma vizinha, que doaria os móveis e tudo que ficou na casa. Hagabi e Juno autorizaram a vizinha a ceder a casa para uma mãe que necessitasse de abrigo, a casa tinha sido o refúgio da mãe e de Juno, agora poderia ser o refúgio de outra família.
Na hora de ir embora, um homem estava esperando, sabiam que era ordem de Saiko, porque estacionado era o mesmo carro que vigiava a casa.
Ganharam um aceno de cabeça como cumprimento e nada mais.
Juno esperou que fossem para o aeroporto, mas fizeram parada em um galpão, ela e a mãe perceberam que era como um ponto de encontro, base e reunião dos homens de Saiko.
A organização do lugar parecia surreal. Até a maneira que os homens andavam era diferente.
Hagabi sentiu os olhos de Yan sobre ela.
Não gostou e deixou bem claro através do olhar.
Não queria ser cortejada ou algo parecido, só estava se mudando com a filha só isso.