Se esforce e encontre a luz.

1142 Words
Sara, Me sinto tão cansada, ouço a voz do Vitor longe, mas não tenho forças para abrir os olhos. Então, me entrego aquele sono profundo. Acordo horas depois em um lugar diferente, com um jardim lindo, cheio de flores. Me sento em um banco e olho várias crianças brincarem. Uma mulher linda de cabelos negros e olhos verdes se aproxima e senta ao meu lado. Parece alguém familiar, mas não consigo dizer quem. - Minha filha, por tanto tempo eu te esperei, me desculpa por tudo. Você passou por tanta coisa, mas sempre estive olhando por ti. - Quem é você? - Eu sou sua verdadeira mãe menina, um dia você descobrirá toda verdade. Seja forte, eu vou cuidar da minha neta, como não pude cuidar de você. Agora você precisa voltar, se esforce e tente encontrar a luz, não chegou sua hora. Tem muita gente que gosta de você lhe esperando. - Eu morri? pergunto confusa. - Não! Você está viva, se esforce e encontre a luz. Eu levantei do banco, ela me abraçou e pude sentir todo seu carinho, caminhei um pouco por aquele lindo jardim, era uma sensação de paz, eu me sentia feliz, encontrei uma criança linda. Tinha os olhos verdinhos, mas lembrava muito o Vitor, seus cabelos eram lisos, parecia uma boneca. Acabei sorrindo e fui até ela. Que me olhou atentamente e me abraçou. - Eu te amo mamãe, nunca se esqueça disso. - Eu sou sua mãe? - Anda menina, eu disse pra você procurar o caminho da luz, ainda não chegou sua hora. Eu vou cuidar dela pra você não se preocupe. A mulher que disse ser minha mãe me abraçou forte e a menina também. - Mamãe, cuide do papai - Eu fui caminhando tentando achar a tal luz que ela dizia. Fiquei tão cansada que acabei adormecendo outra vez, estava me sentindo fraca. Depois de descansar tentaria encontrar o caminho de casa, essa tal luz. Eu sinto que preciso voltar, mas não sei como. Ouço o Vitor me chamar, ele parece está chorando, mas me faltam forças e acabo me deixando consumir pela escuridão. Meus dias eram assim, ouvia o Vitor e por vezes juro ter ouvido a voz da minha mãe. Estava me sentindo cansada, por horas parecia ouvir vozes ao meu redor, mas tudo a volta era escuridão. Voltei novamente ao Jardim, precisava perguntar aquela mulher que se dizia minha mãe onde era o caminho da luz. Andei por muito tempo e quando estava a desistir, ela apareceu, segurando aquela menina linda parecida com o Vitor. - Você precisa ir filha, se concentra na voz de todas as pessoas que estão te chamando que você irá achar o caminho da luz. Não podemos ficar com você, aqui não é seu lugar, ainda não chegou sua hora. Vá e nao olhe para trás apenas siga enfrente que achará o caminho de volta. Agora se apresse e vá. - Obrigada mais uma vez, eu começo a corre por aquele campo, ouço novamente o choro do Vitor e vou correndo na direção de sua voz. Mas meu corpo está fraco, acabo sentando um pouco para recuperar o fôlego. - Não me deixa por favor, agora que te encontrei não me abandona amor. Eu nunca imaginei viver ao seu lado dessa forma e agora não me vejo longe de você. Por você eu faço qualquer coisa então, me dá um sinal que tudo vai ficar bem. - Eu tento gritar, mas não consigo. sinto o toque de seus dedos em minha mão e tento mexer o dedo, mas me sinto cansada novamente e mais uma vez pego no sono. Acordo lembrando do que a moça linda que se diz minha mãe falou e continuo andando. Ouço várias vozes ao meu redor, mas não entendo. Depois de um silêncio Vitor fala e sim, posso ouvir perfeitamente a voz da minha mãe. - Meu filho, eu não acredito que seu pai tenha feito isso, fique calmo. Assim que minha filha acordar vamos resolver isso. - Eu vou acabar com eles mãe, agora eu tenho a Sara e não vou deixar esse homem nos destruir, por conta dessa invasão ela está assim. Junto todas as forças q tenho e aperto sua mão. Ele precisa saber que eu estou aqui. - Mãe, eu não acredito, ela apertou minha mão. Ela está acordando. Eu me sinto cansada, queria dizer que estava ouvindo, que eu estava ali. Mas não tive forças. Ele chorou emocionado e ouvi uma voz grossa fizer que eram espasmos involuntários. Eu tinha que dizer a ele que estava ali, que também o amava e não o queria chorando. Mas uma vez ele começou a conversar e deixei sua voz me guiar. Me deparei com uma luz tão forte que doíam meus olhos. Lágrimas desciam involuntariamente, até que pisquei,queria falar mas algo me impedia, com muita dificuldade eu abrir os olhos e o olhei, apertei sua mão e nossos olhos se encontraram, ele então, me abraçou chorando feito criança e acabei sentindo dor. Vitor estava abatido, olhos vermelhos de tanto chorar. - Solta ela Vitor, já chamei o médico. Só aí percebi que não era sonho, minha mãe realmente estava ali. - Mãe, eu tento falar, mas ela me pede silêncio com uma das mãos. Várias pessoas entram na sala, um senhor que recordo da voz se apresenta como Dr. Elias e começa me examinar, depois pede pra uma das mulheres tirar o tubo da minha boca. Ela levanta a cama e só aí eu percebo um curativo enorme na minha barriga. Olho para o Vitor sem entender, e Assim que todos saem minha mãe me abraça. - Meu amor, que susto vc nos deu. porque foi atrás do Vitor no meio de uma invasão. Você poderia ter morrido. Eu a olho e só aí me recordo dos policiais, Meus olhos ficam marejados. - Eles iam matar o Vitor, eu vi nas câmeras e fui avisar. Falo com bastante dificuldade, minha boca está bem ressecada. - Sara, me promete não fazer mais isso, eu enlouqueci com você nesse hospital. Foram as duas semanas mais longas e angustiantes da minha vida. - Duas semanas? -Sim, você levou um tiro no abdômen, perdeu muito sangue, no momento da cirurgia descobriram que você estava grávida, mas a criança não resistiu. - Grávida? - Filha você precisa descansar, amanhã Vitor conta tudo que você quiser saber. - Não, eu quero saber agora. Descansei por muito tempo. Agora me conta o que aconteceu. - Amor eu vou lhe contar tudo, mas está na hora do seu remédio, eu quero você bem. Fiquei triste pela nossa cria, mas preciso que você fique bem. - Hora do remédio, a enfermeira diz e começa administrar a medicação no soro. Durma um pouco, você não pode se agitar. Em poucos minutos eu estava dormindo outra vez.
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