Canibal,
Os dias ao lado da Sara são maravilhosos, estávamos na melhor fase até aquela maldita invasão, que tirou nossa bebê e ainda deixou minha mulher por semanas no hospital.
Foram os dias mais angustiantes da minha vida.
Agora um segundo confronto.Dessa vez meu irmão está lá lutando pela vida no CTI, algumas feridos e 4 não resistiram.
Tudo que esse homem chega perto é para destruir.
Depois de dá bastante madeirada nesse merda que se diz meu pai e deixá-lo desmaiado, vou pra casa.
Preciso tomar um banho, olhar minha mãe e minha mulher.
Subo na moto e parto pra minha goma, alguns seguranças abrem o caminho na frente e outros vem atrás.
Chego em casa deixando a moto na garagem, assim que abro a porta, dou um beijo na minha princesa.
-To precisando de um banho, vem comigo.
-Amor eu estou preocupada, deixei minha mãe dormindo e quando voltei não a encontro em lugar nenhum.
Liguei pro celular, mas cai direto na caixa postal.
- Disco o número e vejo que não atende.
Já desligo p**o.
Logo hoje minha mãe quer fazer graça.
- Amor assisti as imagens das câmeras.
Eu vou jogar uma água no corpo rápida, só pra tirar todo esse sangue, trocar de roupa e vou atrás dela.
Subo as escadas e envio uma mensagem pro p**a p*u.
Whatsapp on:
- Acha minha mãe parceiro, está em algum local desse morro.
Só tomar um banho e me junto a vocês.
- Já é irmão, reunindo os caras e vamos atrás dela.
Whatsapp off.
Pego a bucha de banho e passo por todo corpo, preciso retirar esses vestígios de sangue do meu corpo. Odeio tomar banho de cordões e relógio mas hoje, não tive como retirar, estou cheio de pressa. Sabe-se se lá onde minha mãe se meteu, logo hoje que teve invasão e pode ter gente de fora escondida em algum canto.
Passo meu hidratante, desodorante, tô na pressa, mas fedido eu não saio não. Assim que encontrá -la, volto e tomo um banho com calma.
Pego um conjunto de moletom preto da Nike, tênis e boné da mesma cor e marca, passo um perfume e estou pronto.
Desci as escadas correndo, Sara está no sofá com o notebook nas mãos olhando as imagens.
- E aí, achou alguma coisa.
- Achei, olha aqui você.
Ela vira a tela, minha mãe vai até o escritório e pega uma glock na gaveta e uma faca, se vestiu toda de preto. Ela joga uma pedra para um lado do muro e quando os seguranças na parte de trás saem para verificar, ela corre em direção à saida. Eles retornam e ela fica baixada por mais de 30 minutos ate conseguir correr para trás de uma lixeira e rolar até o mato, onde baixada some das câmeras.
- O que você acha que ela foi fazer?
- Ela foi atrás dele Sara.
- Tem quatro horas que ela saiu, provavelmente está aguardando a oportunidade de entrar no quartinho de torturas.
Saio de casa furioso encontrando Trator que segue comigo até a boca.
Preciso vê se p**a p*u a encontrou.
Assim que descemos ele vem ao nosso encontro.
- Vai lá parceiro, diz apontando pra sala de tortura, assim que abro a porta me deparo com a minha mãe sentada no chão toda ensanguentada.
O que houve aqui mãe, pergunto não acreditando que ela tenha sido capaz de matar o marido que ela tanto ama. Minha mãe sempre foi um doce e não seria capaz de matar uma mosca.
Ela me olha e se levanta do chão.
- Ele não podia machucar você meu filho, eu tenho que te pedir perdão, por não ter te protegido, por não procurar saber como eram os treinamentos, eu não podia deixar você carregar a culpa de matar o seu pai.
Eu era pra ter te defendido, mas fui fraca, chorava pela sua irmã e não olhei o que esse monstro fez com você.
Porque você não me falou? Eu tinha que lhe proteger.
Você é o meu bem mais precioso Vitor, você e sua irmã são tudo que eu tenho. Me desculpa ter olhado apenas pra minha dor e ter deixado esse monstro fazer isso com você.
- Eu a abraço, vem mãe, vamos sair daqui.
Ela está completamente abalada. pego a Glock na mesa e coloco na cintura, sigo com ela até minha sala na boca, no caminho encontro p**a p*u
- Busca a Sara urgente e pede pra trazer roupas limpas pra minha mãe.
Irmão, vê alguém pra limpar aquela sujeira também. Pode jogar os restos de comida pro Taz, falo me referindo ao jacaré de estimação que temos aqui na boca.
Coloco ela no banheiro ali da boca mesmo. Mãe, toma um banho, a senhora precisa tirar esse sangue. Vai ficar tudo bem, aqui está o sabonete, toalha,.
Sara está trazendo sua roupa. Coloco tudo na pia do banheiro e fecho a porta pra que ela possa tomar seu banho.
Fico ali em pé sem acreditar em como ela fez isso. Ouço a água do chuveiro começar a cair, e um tempo depois, Sara aparece com uma sacola perguntando o que aconteceu.
- Ela matou ele, depois te explico, ajuda a ela no banheiro.
Sento no sofá e recordo aquela cena, lembrando da câmera la no quartinho que instalei sem ninguém saber. Vou verificar e saber o que eles conversaram antes dela picar seu corpo.
Volto a realidade com a Sara e minha mãe saindo do banheiro, bora pra casa, falo pois ali não é o local apropriado pra minha mãe ficar, nem Sara eu quero mais aqui. Pode liderar as cestas lá de casa.
Pica p*u trouxe meu carro, cara parece que pensa em tudo eu abro a porta e logo elas entram.
Vejo ela chorando, e saio na direção de casa. O dia foi tão corrido, tumultuado que não dei parabéns a minha mulher.
São três e meia da tarde, os caras abrem a garagem e entro com o carro.
Minha mãe desce e mais uma vez se ajoelha me pedindo perdão.
- Mãe eu te amo, tô ligado que a senhora não sabia nada. Vamos esquecer isso, hoje é dia de festa mãe. Digo baixo em seu ouvido, é o niver da Sara.
Ela me olha espantada, certeza que também esqueceu. Faço sinal pra ela não comentar e envio uma mensagem pra amiga dela, pergunto se pode vê um jantar e um bolo.
Que o baile faço quando o MT estiver melhor.
Ela me dá um ok e entro atrás das duas.
-Dei um copo de suco e um calmante, falei que era Dipirona. Ela precisa descansar, agora me conta o que houve.
- Eu conto tudo, com uma condição, vejo ela arquear uma sobrancelha desconfiada.
- Me dá um banho? Eu tô cheirando a sangue outra vez.
Subimos pro quarto, tomamos um banho junto e fomos deitar.
Deixa ela achar que esqueci do seu niver.
Estamos sem clima para festa, mas nada impede dela ganhar um bolo e um jantar.