Pilar
O dia do meu casamento chegou rapidamente...
— Mais uma filha sendo levada de mim. Lamentou o Senhor Leônidas, arrumando o meu véu, enquanto a mamãe ajeitava a calda do vestido de noiva.
— Meu amor não pense assim. Pensa que ganharás outro filho, seu genro, o Marquês, como foi com o Visconde.
— Está certa minha Belinda.
Olhou-me através do véu translúcido.
— Vejo a sua irmã Juliette feliz, resplandecente com sua gravidez e seu matrimônio. Dá até para ver a barriguinha saliente. Acho que será um menino. Estamos no caminho certo. Relatou ele com orgulho.
— Papai. Senhor Leônidas e Senhora Belinda, mamãe... tenham a certeza que logo, logo, também terei essa felicidade.
Terminando de me ajeitar, mamãe foi para o seu lugar perto do altar, dando a volta na lateral da igreja.
Papai me deu seu braço, a marcha nupcial foi tocada e ao som dela os portões da igreja foram abertas, entramos lentamente.
Mesmo com o véu dava para ver os rostinhos de cada pessoa presente. Uma multidão, vários convidados, famílias e amigos nobres da França.
Do lado direito, perto do altar, de pé, a minha família. Mamãe e Danna que mostravam-se alegres. Juliette sorrindo, sendo abraçada pelo contente esposo. Assistir os dois juntos me dava esperança, a certeza que também posso ter essa felicidade.
E do outro lado somente o pai do meu Marquês.
Chegamos no altar, Julian estava com os braços para trás, e virou-se em nossa direção. Lindo em seu traje de noivo.
Papai antes de me entregar ao meu futuro esposo, proferiu algumas palavras...
— És mais um dos meus bens preciosos, a que parcialmente abro mão, a ti lhe entrego a minha doce Pilar Marquês. Quero que tome conta da minha princesa.
— Sim. Senhor Leônidas. Cuidarei com a minha vida. — Respondeu ele solenemente.
Papai pegou as nossas mãos, unindo-as, cobrindo com a sua mão, pedindo aos céus pela nossa união. Depois foi para o lado da mamãe.
Viramos para o sacerdote,sem desgrudar as mãos. Desta forma começou a cerimônia.
— Estamos reunidos aqui para celebrar está linda e maravilhosa união; do Senhor Marquês Julian Savar e a Senhorita Pilar Basstilee Queiroz(...) O casamento pode ser ardor e pesado algumas vezes, porém, juntos vocês podem conseguir qualquer coisa, até mesmo o impossível. A união de duas pessoas vai além de palavras ou belas demonstrações de amor e carinho, também tem que haver respeito, sinceridade, amizade, cumpricidade e amor ao próximo.
Colocando-se no lugar do outro seremos capazes de muitas proezas, algumas que não compreendemos e acima de tudo que às vezes nem sabemos.
O coração do homem e da mulher é terreno que ninguém pisa, nunca sabemos o que verdadeiramente se passa no coração do outro, todavia nos resta a esperança de fazermos sempre o bem(...)
O sermão matrimonial prosseguiu por mais de uma hora. Adorei ouvir cada palavra, absorvendo elas, atenta a tudo, cada detalhe para fazer do meu casamento perfeito.
Depois o sacerdote pediu para ficarmos um de frente para o outro.
— Marquês é de livre e espontânea vontade que aceita a senhorita Pilar como sua esposa?
— Sim! — Respondeu rápido, mostrando diante do povo seu desejo.
— É de livre e espontânea vontade que a senhorita Pilar queira se casar com este homem?
— Definitivamente sim...
Convidou a nós dois, além do tradicional sim, expressar o nosso consentimento através dos nossos votos.
Meu noivo tomou a minha outra mão.
Com as mãos unidas declaramos...
— Eu, marquês Julian Savar lhe prometo ser fiel, amar-te, respeitar-te, na alegria e a tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida, até o meu último suspiro nessa terra. Tudo que tenho, sou, tudo eu ofereço a ti. Assim eu a quero desposar.
Soltou as minhas mãos com carinho, pegou as alianças e a mão esquerda, pondo no meu dedo sem deixar de me mirar nos olhos.
— Eu, Pilar Basstilee Queiroz prometo ser fiel, ama-lo, respeita-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe, até ao fim dos meus dias, no meu último sopro de vida.
Ele me entregou a aliança masculina, se mostrando satisfeito, coloquei-a no seu dedo. Sentindo que o meu coração iria explodir de tanta alegria.
— Aqui nesse exato momento teria alguém contra esse união?! Ou fale agora ou cale-se para sempre!
Um silêncio foi o que se ouviu.
Pois bem. O que Deus uniu homem nenhum pode separar. — Entoou o sacerdote com ênfase. — Com o poder concedido a mim, eu vós declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.
Julian segurou a ponta do véu, jogando para trás da minha cabeça. Olhou-me com imensa ternura, lotada de devoção, segurando nos meus braços me beijou na boca, um beijo casto, diferente do nosso primeiro beijo, logo se afastou com o semblante feliz, satisfeito, realizado.
Ficamos de frente para a multidão que aplaudia de pé.
— Lhes apresento o Senhor Marquês e a Marquesa Basstilee Queiroz Savar.
Ele manteve o meu sobrenome e acrescentou o dele, amei isso.
Quando a cerimônia se encerrou, conheci pessoalmente o senhor Jerônimo Savar, meu sogro.
Conversei brevemente com as minhas irmãs, meu cunhado, meus pais e em seguida partimos para a festa de casamento na minha futura casa.
Gostei do modo como ele arrumou tudo, lógico com a ajuda da ótima organizadora... minha mãe.
Uma verdadeira caravana se seguiu a casa, várias carruagens.
Chegando lá, avistei ela, era linda, com dois andares e um lago na frente, muita vegetação em volta. A casa dos meus sonhos.
Era uma tarde fresca e o sol ficava escondido nas nuvens brancas. O tempo perfeito para uma celebração ao ar livre.
Me virei para ele, sentados na carruagem aberta para esse evento.
— Amei o nosso lar meu amor.
— Marquesa... tudo ainda é pouco para celebrar a tua beleza.
Ele me deixou extasiada por essa declaração.
Seguimos para a nossa festa, todos nós esperávamos contentes.
A arrumação era requintada com toque florestal.
A comida e a bebida era variada e abundante.
Dançamos, comemos e bebemos.
Tinha um lugar para sentarmos atrás da mesa dos noivos, mais não ficamos porque decidimos aproveitar nossa festa ao máximo, confraternizando com a nossa família e amigos.
Continua....