Pilar Basstilee Queiroz Savar
— Irmã estou tão feliz por ter encontrado seu príncipe dos contos que sempre lia, dá para notar que o Marquês te ama. — Disse Juliette enquanto eu esfregava a barriguinha saliente dela, tocando no seu milagre, uma vida foi feita através da união dela e do seu esposo Visconde Esteban Gutierrez Sanches.
Ele conversava um pouco distante com o meu esposo, eles por sua vez não tiravam os olhos de nós duas.
Os dois homens que entraram para a nossa família, embelezando ainda mais ela.
Levantaram a taça de champanhe e nós a nossa.
Juliette toda melosa com o seu Visconde e ele idem, ela brindou com suco de laranja.
Danna se aproximou tocando na barriga de Juliette, dei espaço a ela, queríamos muito virar titias.
— Estou feliz por vocês irmãs. Pilar escolheu muito bem, pois prevejo um casamento muito interessante para o gosto dela.
— Como assim? — Perguntei estranhando sua afirmação.
— Esqueceram que eu vejo além...
— Do que os olhos podem ver.
Eu e Juliette completamos rindo, repetindo a sua frase predileta.
— Pilarzinha.
Retirou a mão que apalpava a barriga da nossa irmã, pondo as mãos na cintura toda espertinha.
— Se quisesse um casamento monótono, sem graça e cotidiano escolheria o cavalheiro. — Disse fazendo uma cara de tédio. — Como eu temi que escolhe-se ele. Aff!
Revirou os olhos.
— Mas... — Ela sorriu olhando-me. — ... Você me surpreendeu quando escolheu o Marquês. Quando o conheci naquele dia, vi que o nobre têm mistérios escondidos dentro da alma, realmente tinha um olhar triste, porém aos poucos notei seu olhar ganhando vida por causa de ti minha irmã. Será a salvação dele.
Falou e saiu, nos deixando de boquiaberta.
— Nossa, essa menina sempre me deixa assim quando fala essas coisas. Consegui dizer.
— Danna só tem dezesseis anos. Contudo, quando for a vez dela a se casar. Vai dar trabalho. Ela é muito sensitiva e com a alma livre. — Comentou Juliette.
— Tenho medo dela cumprir o que sempre ameaça fazer quando...
Mirei ela conversando com amigas da idade dela, rindo de alguma coisa.
— Que vai fugir.
Falamos as duas ao mesmo tempo.
— Deve ser um blefe. Eu que tinha motivos, não fugi, permaneci e me casei... e nunca me arrependi disso. Alisou a barriga e seu esposo apaixonado se aproximou a tomando em seus braços, beijando sua testa. Eles eram tão lindos juntos.
— Posso roubar minha Viscondessa um pouquinho cunhada?
Um completava o outro, a felicidade estampada nas suas carinhas.
— Claro cunhado. Parabéns ao casal pelo rebento.
— Obrigado. Senhora Marquesa.
Sorri por causa da senhora e pelo título de Marquesa.
— Eu também te felicito pelo seu matrimônio. O Marquês é um nobre muito respeitador e inteligente. Nas reuniões do parlamento suas idéias são sempre inovadoras e inspiradoras.
— Então o conheceu no parlamento Visconde?
— Na verdade somos conhecidos através das famílias, porém somente troquei umas palavras com ele quando tomou posse do seu título, há um ano atrás, e fez o seu primeiro discurso no parlamento. — Respondeu o Visconde normalmente.
Em seguida pediu licença para levá-la. Antes eu e minha irmã nos despedimos, pois se sentia cansada além da conta e precisava descansar. O Visconde monitorava ela e sabia quando precisava repousar, ou era motivo para ficarem a sós. Esses pombinhos apaixonados...
Meu Marquês aproximou-se e me tomou nos seus braços calorosos, ficou mirando-me incansavelmente.
— Obrigado.
— Pelo quê?
— Por ser a minha salvação.
Na hora abri a boca, espantada, lembrando o que Danna havia acabado de comentar.
— Po- Por que diz isso? Marquês.
— Verás. Marquesa.
A festa prosseguiu até a noite, encerrando com uma dança coletiva.
Nos despedimos de todos, meus pais e Danna foram os últimos a irem embora.
Entramos para o nosso lar e reparamos além dos presentes de casamento espalhados na saleta, uma cesta de frutas no meio dela. Aproximei e peguei o cartão em cima dela. Dizia...
"Meus parabéns ao casal. Senhor e Senhora Marquesa, espero um casamento feliz e que nada desse mundo atrapalhe essa perfeita e graciosa união.
Com comprimentos.
Senhor Dillan Falcão,o ferroviário"
Nos entreolhamos sem saber o que dizer e de repente me colocou em seus braços fortes, no colo. E levou ao nosso quarto, subindo os degraus da escada como se eu não pesasse nada.
Chegando, abriu a porta, encostando o ombro, passamos por ela. Admirei o quarto de princesa; branca, com detalhes femininos em tons de lilás, inclusive a cama.
— Tú gostaste minha rainha?
— Sim...
Me colocou no chão, andei tocando nos móveis, na cama com dosel. O aposento tinha cheiro de rosas.
Virei para ele.
— Vou deixá-la aqui para se aprontar. A sua criada pessoal irá ajuda-la. Tudo bem? Precisa de algo mais?
Julian é tão lindo.
— Não. Meu Senhor.
Só precisava dele.
— Não precisa me chamar de Senhor, só de "meu Marquês" Aprecio, principalmente quando diz que sou teu. Vou estar do outro lado dessa porta. Olhei para a direção que levava para o seu quarto.
Era comum entre os nobres cada um ter os seus aposentos pessoais.
— Sim. Meu Marquês.
Ele fez uma breve reverência e saiu, logo em seguida uma jovem senhora entrou.
Continua...