Características de um submisso/ Prologo
* O homem submisso é uma pessoa confiante e bem sucedida que escolhe se ajoelhar perante a esposa ou parceira e a mais ninguém.
Um cavalheiro que se curva diante da sua Rainha, totalmente dedicado a ela, e apenas ela.
* O homem submisso pode ser alfa nos demais aspectos da vida, ele não têm nada de fraco, diferente quando ele estiver amordaçado.
Prologo
França Europa Ocidental ( 1897)
Baile de gala da Marquesa Sofia
Pilar Basstilee Queiroz
— Hoje anuncio que depois de todos começarem a bailar, ouso informá-los, cavalheiros e damas, nessa noite estrelada, que alguns sairão com os seus devidos pares. Prevejo muitos casamentos.
Sorrindo, a Marquesa Sofia, abre o baile com um aceno.
A música se fez ouvir no enorme salão que era adornado com requinte e no estilo vitoriano. Melodias suaves de violino e violoncelo preencheram o ambiente. Cavalheiros, nobres procuravam damas para bailar.
Eu andava no meio da multidão, encantada com tudo que via. Já era a minha terceira temporada francesa, visitando a corte, a procura de um marido.
Não tinha muitas exigências de como um marido deveria ser, fisicamente falando, mas em matéria dos seu deveres de esposo, ai sim, eu possuía uma verdadeira lista.
Um marido teria que ser a cima de tudo fiel, embora muitos casamentos arranjados por conveniência existia infidelidade. Aceitada pelos envolvidos. É como ser fiel fosse fora de moda e o homem ou a mulher sentissem tentados a procurar um amante.
No meio de tanta gente havia me perdido da minha irmã Juliette, que estava irredutível e m*l humorada, na verdade ela só veio porque papai e mamãe a obrigaram. Senhor e Senhora Queiroz estavam em algum lugar do salão, nessa hora os pais e acompanhantes afastaram-se, somos monitorados pela anfitriã da casa, a Marquesa.
Eles não compreendem que o coração da minha irmã andava ocupado e não queria saber mais de bailes e passear pela corte.
A encontrei sentada de braços cruzados, bufando e recusando os convites para dançar. Como irmã mais velha teria que se casar primeiro, depois seria a próxima. Quem meus pais escolhessem seria ótimo para mim.
Minha irmã é tão linda, determinada e confiante... se eles soubessem que ela não tinha nada de frágil, sairiam correndo com medo dela.
Andando perdida em pensamentos sou surpreendida por uma voz grossa detrás de mim. Pela voz imaginei ser um lindo cavalheiro e ao virar-me, ficando de frente para ele, constatei o fato. Fez uma breve reverência e logo em seguida me curvei, segurando as laterais do vestido. A etiqueta mandava ser sempre cortês em um ambiente de festa. Mesmo ele sendo um estranho. Mas segundo os costumes ele deveria ter sido anunciado antes de me cercar.
O desconhecido era alto, olhos verdes inquietos, mas penetrantes. Seus olhos pareciam sorrir por um humor peculiar, possui cabelos negros espesos, usava costeletas. A boca e o nariz fino, com a cavidade nasal ereto, um pouco pontudo. Aparentava estar na casa dos trinta e poucos anos. Perfeito em seus trajes de gala.
Ele me olhava como se estivesse sempre a minha procura, e enfim a sua busca haveria de ter acabado.
Os segundos ficaram congelados e por um breve instante parecia que existia apenas nos dois. O tempo pendeu no ar, até que ofereceu sua mão e voltei a escutar tudo na minha volta.
— Desculpe-me milayde de lhe aborda-la assim... mas daria a honra para uma dança? — Ao me perguntar meus dedos coçaram para aceitar a sua oferta.
Olhei na direção onde a Marquesa estava. Ela sentava em uma espécie de trono, num lugar alto, vigiando, buscando... Seu olhar encontrou o meu, perguntei silenciosamente pelo cavalheiro e ela assentiu.
Suspirei aliviada e segurei na sua mão, o misterioso desconhecido me conduziu pelo salão.
Deixe-me ser conduzida pelo cavalheiro grande e forte, dançando entre várias pessoas. Girando suavemente em sentindo anti-horário, enquanto se deslocam em sentido horário junto com os outros casais. A única maneira de não colidir com os demais dançarinos era segui-lo sem nenhuma hesitação.
— Com quem estou a dançar? misterioso Senhor.
Impacientemente quebrei o silêncio.
— Gosto de ser misterioso milayde. Pois, assim podemos aproveitar mais, sem as etiquetas postas a nós. — Sua voz era como um veludo, macio, suave e tentador.
— Devemos seguir as regras impostas a todos nós nessa sociedade francesa Lorde... — A minha curiosidade falava cada vez mais alto.
— Não sou um lorde... sou apenas um cavalheiro na corte em busca de uma esposa. O que a senhorita acha de Londres?
Havia um brilho esperançoso no seu olhar, olhos verdes enigmáticos.
Analisei a sua pergunta, ficando um tempo pensativa, perdida na profundeza do seu olhar perturbador, buscando uma resposta apropriada para ela.
— Não saberia lhe dizer... mas se for o que imagino não gostaria de me afastar da minha família.
A música acabou, quando nós dois nos afastamos ele segurou na minha mão enluvada e beijou suavemente sem deixar de fitar-me.
— Que pena... milayde.
Em seguida deu-me as costas, andando no meio da multidão, indo embora do jeito que chegou. Inesperadamente.
Fiquei desapontada comigo mesma, em outras temporadas nenhum cavalheiro havia me chamado para dançar e quando chega a hora faço ele correr de mim. O que fiz de errado? Pensei com pesar, sentindo uma enorme frustração.
Foi quando um som de frauta encheu os meus ouvidos, era macia, cativante e romântica. A bela melodia tocava fundo ao coração.
— Senhorita Pilar... — A voz da Marquesa Sofia despertou minha atenção.
— Marquesa... Estou amando o baile. — Seus olhos ficam cintilantes.
— E poderá ficar ainda melhor. — Disse-me travessamente. — Quero lhe apresentar o Marquês Julian Savar, amigo da sua família.
O Marquês entra no meu campo de visão e trocamos comprimentos.
Fazia anos que não sabia nada dele. Ele cresceu, ficou bastante alto, tanto que tenho que ergue o queixo para olha-lo melhor.Tinha me esquecido o quanto era belo... queixo quadrado com um buraquinho no meio, maxilar rígido, sobrancelhas grossas e os cabelos castanho enroscados na gola do traje. Alguns fios caíam na frente do seu rosto, deixando-o com um semblante jovial, estava lindo no preto e branco formal do traje de noite. Extremamente atraente e seus incríveis olhos azuis, de um tom de um céu sem nuvens, expressam tranquilidade, quase que enlouquecedora, contido na sua própria fortaleza.
Em algum momento a Marquesa discretamente afastou-se.
— Senhorita Pilar Basstilee Queiroz, daria-me a chance de uma dança? — Sua voz era suave, rouca e sedutora.
Não deveria aceitar dançar duas vezes na mesma noite com dois distintos cavalheiros. Mas com a aprovação da anfitriã ninguém ousaria dizer nada. Todos respeitavam as decisões da mais recente viúva da França.
Aceitei o seu pedido silenciosamente, sendo conduzida novamente para o meio do salão, porém dessa vez por um homem mais incrível e calmo que foi-me apresentado na vida.
Ao som de uma valsa rodopiamos, em volta do outro, nos encarava-mos intensamente. Em seguida o Marquês segurou a minha cintura, aproximando seu corpo ao meu, e sua outra mão segurou a minha suavemente, alinhado na altura do seu ombro e minha outra mão apoiada no seu braço. Mesmo de luva senti o seu toque masculino e uns pequenos choques se espalharam pelo meu corpo como ondas de um prazer desconhecido e inexplorado. Uma conexão inesperada e inexplicavelmente tentadora.
Em uma valsa o homem conduzia a dama e Julian o fazia com extrema precisão, nos encaixamos perfeitamente. Era como dançar em cima de uma nuvem, nos braços de um anjo.
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Aviso da autora: lembrando que esse livro é o segundo volume da série irmãs Queiroz.
O primeiro livro da série se chama:
A Rebelde e o Visconde
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