Capítulo 2

1117 Words
Pilar Basstilee Queiroz Eu não sabia por quem ou por onde começar... O cavalheiro misterioso e o Marquês fizeram suas reverências modestamente, também fizemos, mostrando nossa educação, permaneceram bem na minha frente. Havia uma cumplicidade entre eles, sem demonstrações de rivalidade masculina. — Perdão, mileyde. Por não me apresentar no dia do baile. Sou Dillan Falcão, ao seu inteiro dispor. Pegou na minha mão e depositou um beijo. O misterioso desconhecido de olhos verdes se revelou. Como não largou a minha mão, Danna pigarreou, fazendo o cavalheiro soltar imediatamente, pedindo desculpas. Mirei o Marquês que não perdia nada com seu olhar solene. Ofereci lugares para se sentarem na nossa frente. Eu e Danna sentamos. Sem conseguir decidir, cochichou no meu ouvido. Concordei com a sua lógica. Fixei o olhos nos dois homens sentados ansiosos diante de mim. — Isso tudo parece uma entrevista, é estranho tomar essa decisão que geralmente são os homens que decide. — Permissão para falar... Mileyde. Pediu o Marquês Julian Savar, sua voz era um encanto, grossa e marcante. — Tens toda, Marquês. Dei um sorriso tímido admirando seus lindos olhos azuis. — Seu pai, o Senhor Leônidas Queiroz sabe que um dama pode e deve escolher o que deseja, na minha humilde opinião uma mulher precisa ser posta no pedestal e ouvi-la com extremo cuidado. Todos da sala ficaram olhando para o nobre como ele dizer tais palavras, geralmente os aristocratas são tão soberbos, de nariz em pé. — Aprecio a sua opinião. Seus olhos queriam me dizer tantas coisas, eu sentia o poder que eles tinham sobre a minha pessoa, mais ele era tão ou mais misterioso quanto o cavalheiro do seu lado. — Bom, resolvo dar a voz ao cavalheiro Dillan Falcão, pois foi o primeiro que dancei no baile. Tudo bem? Disse olhando firmemente para os dois, ambos concordaram. — Pode começar, senhor Falcão. — Obrigado, Mileyde. Bom... depois que tivemos nossa dança e a nossa breve conversa, resolvi trazer a minha empresa para a França. — Deu um sorriso torto, muito charmoso. — A senhorita avisou-me que não queria sair do seu país, então trouxe a minha empresa de ferrovia industrial até você. Estamos montando locomotivas que funcionam mais rápidas, a França abraçou um Londrino. Mas demorou esses meses para concluir tudo, por isso não vim antes, agora resido e trabalho na cidade. Porque sabia que não me aprovaria para corteja-la se ainda morasse em Londres. Veja... minha lady, fiz tudo isso por ti. Fiquei impressionada com suas declarações de... arranjo necessário para conseguir a esposa que lhe interessava, mais faltava algo... Algo que nem sabia o que era. — Fico lisonjeada e agradecida por ser alvo da sua graça, contudo, sobre casamento, o que pensa? — Questionei interessada. — Espero que seja uma ótima esposa; obediente, cuidadosa, e que cuide bem dos nossos filhos. Relatou-me normalmente, porém ouvia as palavras sendo ditas com muita frieza da sua parte. — Obrigada, senhor Falcão. — De nada. Senhorita. Fitei o dono do olhar da mansidão e temperança, apostando nele, desde o começo. Esperava que não me decepciona-se. Queria muito me casar e logo construir uma família, todavia não queria uma casamento conveniente. Mesmo o cavalheiro que não era mais desconhecido e mistério, dizendo que fez isso tudo por mim, não sentia que passaria disso. Não senti que poderia me amar, e eu a ele. — Dou permissão para falar. Senhor Marquês Julian Savar. Mesmo sendo a sua vez esperou pelas minhas palavras. Me deu uma olhada com ternura, chocando-me no ato. — Obrigado pela sua permissão... Venho aqui lhe pedi encarecidamente para ser a rainha do meu lar. Nós, as mulheres da sala, ficamos extasiadas e impressionadas de um jeito comportado, pela forma que usava sua boca para proferir. — Desde o dia do baile, e nesses meses intermináveis que se passaram, a sua imagem feminina tomou conta do meu ser. Não consigo mais dormir, comer... Tenho necessidade de ti. Senhorita Pilar Basstilee Queiroz, não lhe peço que seja minha, lhe peço que me dê a oportunidade de ser teu. Eternamente teu. Será uma honra. Ao terminar as suas belas e maravilhosas palavras, fiquei nas nuvens, sem saber o que falar. Danna me catucou para reagir diante da tamanha nobreza do ser incomparável na minha frente. Nos encarava-mos mutuamente, mas mesmo com seu olhar meigo no fundo havia outras camadas que imensamente desejava descobrir. — Eu já me decidi. — Decidiu? — Perguntou Danna, assustada. Se levantou me levando com ela, nos afastamos dos homens. — Pilar. Têm certeza da sua escolha? —Sim. Claro que sim. — Olha pra mim, irmã. Parei de olha-los para fita-la. — Pode me dizer qual deles? Primeiro. — Não! — Falei ríspida com ela. E andei deixando-a para trás, que correu para ficar ao meu lado, cruzando os braços aguardando um pouco chateada. Eles se ergueram esperando a minha decisão final. Olhei para o cavalheiro Dillan Falcão, ele sorriu vitorioso. — Quero agradecer o seu empenho e interesse pela minha pessoa... mas... — Seu sorriso se desfez aos poucos. — Não posso aceitar o seu pedido ao meu pai de cortejo, a minha escolha pertence ao Marquês Julian Savar. — Tem certeza disso? Senhorita. Deveria escolher a mim, que fiz por merecer! — Respirou fundo, olhando-me severamente. — Tudo bem, mas nunca vou me dar por vencido. — Sinto muito. Confessei abaixando a cabeça. — Passar bem. Girou os seus calcanhares, indo embora. Logo senti um dedo no meu queixo,ergui o rosto contemplando incríveis olhos azuis que me fascinavam misteriosamente, queria desvendar eles. — Não fique assim, futura Marquesa. Estávamos em lados opostos com o mesmo objetivo, nos expomos a sua escolha, a sua vontade, tanto ele, como eu viemos preparados para perder ou ganhar. — Só que... sempre seria tú, a minha escolha. Desde o dia que dancei nos seus braços, eu me imaginei sendo sua esposa. Seus dedos rasparam na minha face, fechei os olhos com a sensação prazerosa. — Posso vim amanhã para o cortejo? Esperei muito por isso. — Sim. — Murmurei ainda de olhos fechados, mergulhada na sensação. — Então até amanhã, mileyde. Beijou minha testa, seus lábios sedutores tocaram a pele, sentindo que ia chorar de emoção. Sua aproximação ousada me deixou de pernas bambas. Sem abrir os olhos sabia que havia partido. Como sonhei contigo,meu Marquês... Abri os olhos vendo a nossa empregada sorridente e Danna bem feliz, dando pulinhos de alegria. Pensei nele e na sua força masculina, que não era imposta e sim natural, seu cheiro masculino ficou impregnado na minha pele. Que homem cheiroso. Estou perdidamente apaixonada. Abri a janela a tempo de ver sua carruagem fechada partir. Até amanhã meu amado.
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