Três meses depois do baile da Marquesa Sofia...
Pilar Basstilee Queiroz
Sentada no meu confortável sofá, estou confortavelmente no meu lugar favorito, e ainda por cima lendo uma bela história e amor...
Como eu queria entrar e mergulhar nesse livro, onde a mocinha encontra um lindo cavalheiro nobre que quer desposa-la e enfrenta seus próprios demônios internos para que isso finalmente aconteça.
Hamm.... suspirei, apaixonada por pelo menos nessas letras sentir como era ser amada e desejada por um homem.
Logo depois de alguns dias ao baile, minha irmã Juliette se casou, e em poucas semanas de casada a rebelde indomável acabou se rendendo ao amor do seu esposo, entregando-se a esse amor que se multiplicou.
A Viscondessa Juliette Basstilee Queiroz Sanches está grávida do seu esposo apaixonado e devotado Visconde Esteban Gutierrez Sanches.
Que linda e graciosa história de amor...
Ela está de quase oito semanas de gestação, não dá para notar nada... ainda. Daqui há alguns meses se notará a barriga grande e redonda.
Minha irmã está super feliz, ainda bem que seu esposo se recuperou rápido do tiro que o nosso agora ex-empregado Joseph, lhe atingiu.
Nunca imaginamos que esse homem tão trabalhador e que sempre respeitou a todos nós poderia se revelar um criminoso.
Encontra-se numa cela da França, pagando pelo seus pecados, esse crápula quase molestou a minha irmã, graças a Deus meu pai e o Visconde chegaram a tempo de resgata-la.
Foi assim que ele atirou no seu marido.
Graças também ao papai que os ajudou.
Embora tenha acontecido isso, não posso de deixar de comparar a história da minha querida irmã há uma das mais lindas que já vi.
Para mim depois da noite mais importante da minha vida... não consigo deixar de pensar nos dois cavalheiros que dançaram comigo na festa de gala planejada pela Marquesa .
Um deles em especial...
— Pilar. — A voz grossa do papai despertou dos meus devaneios de sonhadora romântica.
— Oi. Papai.
O Senhor Leônidas Queiroz fitava-me encantado e preocupado. Não entendi o motivo. Cruzou os braços, meneando a cabeça de lado, observando-me.
— Papai! O que foi que eu fiz?! Por que a fera de Versalhes me olha desta maneira?!
Tentei fazer voz de séria, mas tropeço no meio das palavras, deixando-as com um tom irônico.
— Diga-me você. Minha querida filha Pilar... O que você fez?
Fiquei realmente preocupada e super nervosa, sempre sou tão centrada, e correta. O que diabos que ele falava? Seu olhar acusador incomodava profundamente, ora bolas... sou uma filha exemplar.
Ameacei levantar e ele impediu-me com a mão.
Comecei a puxar o fio do tecido do meu vestido de linho.
— Não levanta-se. Pilar... você é uma linda jovem. É de se esperar que logo dois grandes e importantes cavalheiros queiram corteja-la e...
— Papai... que história é essa?!
Meu coração chegou a parar por um milésimo de segundo, senti o rosto chorar, esquentar de... vergonha.
— A história é que há dois homens de ótima família, que por acaso a senhorita dançou na festa de gala, está no meu escritório, vieram dispostos a conquistar o coração da minha filha do meio. Parecia triste e alegre ao mesmo tempo.
— Então o Senhor escolherá para a sua filha do meio o melhor partido.
Disse calmamente as palavras, vendo esse homem, patriarca da família Queiroz, ficando emocionado por mais uma vez pensar na partida de uma filha.
Ele se sentou ao meu lado e ficamos frente a frente, sorrindo e chorando, uma confusão de sentimentos.
Colheu as minhas mãos nas suas, beijando-as com carinho, ternura... cheirando docemente, como sempre fazia quando ficava emotivo.
Ainda segurando perto do seu rosto, mas precisamente encostando na cicatriz do lado esquerdo da sua face. Disse...
— Sabe, eu também fiquei desta forma quando o Visconde pediu a mão da sua irmã Juliette, porém não demonstrei na frente dela... você sabe como sua irmã mais velhas era. Mas pode perguntar a sua mãe, por isso pedi a ela para contar a notícia sobre o seu repentino matrimônio.
— O Senhor escolheu muito bem, agora está nas suas mãos escolher de novo.
— Não. Não posso.
— Como assim? O Senhor deve... Depositou delicadamente as minhas mãos no meu colo.
— Essa decisão de qual cavalheiro vai corteja-la, será exclusivamente sua. Não irei interferir na sua decisão. Levantou-se rapidamente, e também me ergui nervosamente. O Senhor Leônidas caminhou em direção a porta fechada, que dávamos privacidade quando queríamos ficar sozinhos na sala.
— Papai... não pode fazer isso comigo... o Senhor sabe o que é melhor para sua filha.
— Por isso mesmo precisa decidir por conta própria o seu próprio destino, Pilar... Chegou a hora de amadurecer minha princesa.
Disse ele ainda de costas, abrindo as portas, para os dois cavalheiros que esperavam ansiosos pela nossa breve conversa de pai e filha, acabasse e entrassem na sala com a sua permissão, que preferiu se ausentar durante o segundo contato para um cortejo. O primeiro contato foi pedir ao pai da moça a oportunidade, uma chance com a dama em questão, que sou eu.
Junto com os cavalheiros também entraram a empregada Josefina e minha irmã mais nova Dana.
Que passou correndo para o meu lado, sorrindo travessamente...
Uma dama nunca poderia ficar a sós com o sexo oposto, abre-se exceções para pais e irmãos, nem primos poderia. Nós damas da sociedade francesa evitava-mos ao máximo as fofocas e a depreciação da nossa reputação.
— Não disse irmãzinha... e se os dois quisessem corteja-la... quem você escolheria.
— Eu me lembro... jogou praga em mim... — Sussurrei somente para ela, quando os homens mais lindos que já havia visto, aproximaram-se.
E agora... meu Deus...
Continua...