Açougueiro

989 Words
Amon estava no meio da agitação da boate, nem era uma boate, mas sim uma casa de prostituição travestida de boate. Tinha deixado seu local de trabalho para aliviar o desejo sexu@l antes de casar.. Via as mulheres seminuas dançando, e estava cercado pelo som alto da música pulsante, pelas luzes cintilantes e pelo movimento frenético das pessoas dançando ao seu redor. Odiava aquilo. E o aparelho auditivo que ele usa começa a incomodá-lo, criando uma sensação desconfortável que parece ampliar os ruídos da música irritante. A música alta batia dentro de seus ouvidos de uma maneira que o deixava ainda mais irritado, nem mesmo o ajuste do seu dispositivo parecia ajudar. Uma mulher faz sinal para que ele a acompanhe, Amon a segue pelas escadas acima, entrou com ela em um quarto e acendeu a luz, a cama bagunçada, o deixou consciente que não era o primeiro cliente da noite, mas nem precisava usar a cama, era só fazer do jeito que costumava fazer, encostava a mulher na parede, colocaria um preserv@tivo e buscaria a satisfação. Depois, era só pagar e ir embora, antes que matasse alguém ali, mas o sorriso da mulher a sua frente o irritou, mas isso não era novidade, mas o olhos n£gros e assustados que vieram em sua mente sim, conseguiria sentir org@smo se mastub@ndo sól olhando nos olhos daquela mulher, soube disso assim que m@tou um homem em cima dela, e Mori nem mesmo gritou. Só sentia muito, por não ter arrancado pedaço por pedaço do homem, a morte tinha sido rápida demais,e homens como aqueles mereciam uma morte lenta. A mulher em sua frente se despiu. E passou a mão no peito dele, tentou enfiar a mão por dentro da camisa. – Isso não. Tire as mãos de mim e vire para a parede. A mulher fez, mas ele não sentiu nada, nem vontade de se aliviar, nada, mesmo..Ajeitou a calça, o sangue ainda estava quente pelos segundos que viu Mori, só de calcinha, jogou algumas notas na cama e saiu dali.. Precisa encontrar outra maneira de lidar com seu estresse. Enquanto caminhava para fora da boate,tirou o pedaço do kimono do bolso, cheirou, o cheiro era limpo, bem diferente do cheiro da prostitut@ que iria lhe servir. Não sabia a necessidade de tanto perfume, e tão pouca roupa. Um homem o parou.. – Tire as mãos de mim. – O oyabun mandou um recado.. Amon parou para escutar. – Disse que precisa estar vestido para um casamento, e o proibiu de mat@r Kazuo.. Tinha pensado em m@tar o seu futuro sogro, porque não queria enfrentar um casamento. – Diga ao oyabun, que posso não mat@r Kazuo, mas posso fazê-lo se arrepender de me ter com genro. – Não vou dar esse recado ao chefe, porque não quero perder a língua, diga você mesmo e se entenda com ele. – O soldado falou. Amon caminhou para o carro. Se sentou no banco de trás. Arrancou o aparelho auditivo e jogou no chão do carro. Deu boas vindas ao silêncio. Mas não podia ficar ali.. Foi para o volante, dirigiu por meia hora.. Quando chegou no destino baixou o vidro do carro para que deixassem entrar. – merd@, Amon. Da última vez três soldados foram para o hospital, colabore.. – O soldado responsável pediu.. Amon leu rapidamente os lábios do seu interlocutor. Estava em uma das bases da yakuza em solo americano. – Só vou dormir no estacionamento, se nenhum deles pisar em meu pé, não vai ter problemas. – Tudo bem.. Fiquei sabendo que se casa, parabéns. Amon olhou para o homem. – Não está mais aqui quem falou. Ele entrou com carro, estacionou em um ponto mais afastado. Arrumou o banco do carro e se encostou. Casar, ele que nunca tinha assumido um relacionamento, podia até fazer uma aposta com o oyabun, quanto tempo Mori demoraria para o odiar? Não demoraria muito, tinha consciência que era um bab@ca com a espécie feminina, e não tinha muito que podia fazer sobre isso. E na cama? Na cama era pior ainda.. Socou o vidro do carro. Esperou um tempo, mas não conseguiu dormir. Saiu e foi caminhar, um treinamento acontecia, e ele parou próximo.. Alguns homens se afastaram.. – Não. Amon entendeu a vibração da garganta.. mas só obedecia um único homem nesta terra, e esse homem era o seu chefe máximo dentro da Yakuza. Amon olhou para Goku e disse: – E acaso jurei lealdade ou obediência a você, Goku? Goku encarou Amon.. mas foi salvo pelo Oyabun que chegava. – Amon.. Saiko percebeu que ele não escutaria, não da posição em que estava, assobiou, porque assobio ele escutava bem. Amon se voltou para ele. – Comigo no escritório, agora.. Amon encarou o chefe, não era medo, não tinha medo de ninguém, mas o seguiu por lealdade. Amon se sentou de maneira descuidada. – Querendo colocar fogo em Roma novamente? – Não, oyabun, dessa vez, ,eu quero colocar fogo no mundo todo. _ A,mon respondeu – Coloque fogo, Amon, mas tudo isso depois que se casar, e não pode sair mat@ndo soldados, quem ordenou que se casasse foi eu. Quer se entender comigo? – No tatame, oyabun? O oyabun deu um sorriso, gostava de homens com “peso” de homem. Saiko puxou uma Katana e Amon uma faca, mas neste momento, o telefone do chefe tocou, era a esposa que o esperava para uma noite de casal na praia.. E o oyabun não deixaria sua rosa esperando. Guardou a katana. – Gosta dela? _ Amon perguntou. Queria saber se o chefe gostava da esposa que tinha, talvez restasse esperança. – Não, Amon, não gosto dela, sou perdidamente apaixonado pela mulher que tenho. Saiko saiu e Amon ficou ali sentado, mas não se via capaz de amar, muito menos de ser apaixonado até a alma por uma mulher. Nem tinha alma, açougueiros só tinha sangues nas mãos e gelo no coração.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD