Amon
Amon Kobayashi, esse era o nome do seu marido, e agora era se chamava Mori Kobayashi.
Ela se casou, mas nem sabia o que respondeu diante das perguntas do juiz, não sabia nem quem era o homem que serviu como testemunha. E o casamento passou como um pesadelo rápido, mas que lhe tirou o ar..
Uma funcionária entregou a certidão de casamento na mão dela e logo Amon a direcionou para o carro..
Abriu a porta do automóvel para ela.
– entre..
– Eu..
– Entre, Mori.. Não comece as coisas testando a minha paciência, não tenho nenhuma. E ainda estou decidindo o que pensar sobre uma mulher que caminha na rua pela madrugada. Entre.
Ela entrou..e colocou o cinto.
E Amon foi buscar as malas dela que estavam no carro de Kazuo.
— Não pode deixá-la em minha casa? Já se casaram, a ordem foi o casamento, não viverem juntos__ Amon escutou cada palavra do sogro, o aparelho auditivo estava de volta ao ouvido..
– Não vou me dar nem ao trabalho de responder isso..
__ Não pode ter compaixão uma vez na sua vida, açougueiro? Deixe ao menos que ela se acostume com você, antes que ela tenha que cumprir o seu papel dentro do casamento.
O papel que uma esposa tinha que cumprir na cama.
– Eu me casei , porque meu oyabun ordenou, e por qual motivo eu a pouparia do desprazer de estar na minha cama?
– O culpado sou eu, Amon. Eu errei..
__ Não, você cometeu traição, o oyabun devia ter o sentenciado a morte, mas ele achou que eu era o pior castigo.
__ Poupe minha filha. _ Kazuo pediu. O Motivo? Eu errei, não ela.
Amon riu.
– Esse não é um bom motivo, nem tem motivo para que ela seja poupada de alguma coisa. É adulta e agora minha esposa.
– Ao menos prometa não bat£r nela.
Amon fechou a porta do bagageiro do carro.
– Adeus.
– Amon! – Kazuo se estressou.
– Se iniciar uma briga ou me segurar, vou revidar Kazuo e sabe que quando começo, não costumo parar, não sem uma ordem de Saiko, e o oyabun não está aqui para me deter. Eu não tenho culpa se não soube usar o dinheiro que recebeu e roubou do chefe,então se afaste de mim.
Amon entrou no carro, fechou a porta.. Olhou para Mori sentada, ela não parecia com medo, mas ele podia sentir o cheiro de pavor, e estava ali..
Mori não olhou em direção ao pai, poque choraria.
O carro foi colocado na estrada.
Amon queria ir para sua casa, mas não podia, o oyabun o esperava em uma casa da Yakuza, aconteceria um jantar de negócios com os homens e as mulheres dessa vez estariam presentes..
Amon não queria estar ali, mas a esposa do chefe queria se certificar que pelo menos naquela noite, Mori estaria bem.
Ele abriu o vidro do carro, porque queria fumar, mas descobriu que não tinha cigarros, mas com o vidro aberto, o vento trouxe o cheiro dela…
Amon deslizou a mão nas perna de Mori, a fazendo se assustar com o toque, ela queria alisar a pele macioa,mas ela soltou um pequeno grito pela dor, porque ele apertou o joelho machucado.
Ele diminui a velocidade, e estacionou no acostamento..
Antes que ela percebesse a saia dela foi puxada e o joelho ficou completamente descoberto..
– Não foi ao médico.
Não era uma pergunta.
Ele analisou o local do ferimento e voltou para a estrada.
– Consegue trabalhar bem a dor?
Ela virou a cabeça para ele..
– O que vai fazer?
– Ainda é possível fazer a sutura do corte, tenho o material, mas não tenho anestesia.
– Não.
Não deixaria que ele usasse uma agulha nela sem anestesia.
– Devia ter ido ao médico, então..
– Não pude. Meu pai já ficou com raiva pela fuga..
Ele se fechou, e Mori temeu que fosse obrigada a receber pontos enquanto chorava de dor.
Mas Amon parou em uma clínica pequena..
Primeiro ele parou na porta do carro, sem saber como agir, mas logo abriu a porta do passageiro e deu a mão para ela. Sem saída, ela pegou.
– Eu não tenho plano de saúde.
– Tem. Eu providenciei.. Dói em mais algum lugar..
Ela mordeu os lábios..
– Doi em mais algum lugar?
– Minha coxa, na parte interna.. Está roxa e doi..
Ele a levou pela mão .Mori se deixou ser arrastada , porque não tinha outra opção, mas nem mesmo queria passar por uma consulta médica, porque isso significava ser exposta e ela já se sentia exposta demais. Mas antes que percebesse, ele a enfiou dentro de uma sala, entrou junto e trancou a porta.Ela deu alguns passos para trás.Porque não sabia a intenção dele.
Mori assistiu, Amon se ajoelhar e afastar as pernas dela uma da outra.
– Não..
– Eu vou olhar a cox@.
Ele queria saber se havia necessidade do médico ver o local também. Levantou a saia dela até a barriga e Mori foi obrigada a segurar a saia para ser examinada por ele.
Amon ficou com rosto entre as pernas dela.. E Mori sentiu todo o corpo esquentar de vergonha, mas permaneceu quieta..
A coxa de Mori apresentava uma coloração arroxeada em consequência da queda recente. A pele ao redor da área afetada estava levemente inchada e sensível ao toque. Amon examinou com cuidado, observando os contornos do hematoma que se formou sob a pele.
Ao avaliar mais de perto, ele percebeu que não havia sinais de cortes profundos ou lesões graves. Parecia ser um hematoma superficial, causado pelo impacto da queda. Amon percebeu que uma pomada resolveria..
Beijou o local e ia puxar a calcinha dela pelas pernas, mas Mori lutou com ele.
– É minha mulher. Esqueceu?
– Estamos dentro de uma sala que não sabemos de quem é, e minha perna dói. Não é lugar.
Na verdade, ela não queria ser tocada por ele em lugar nenhum..
Ele se levantou, e Mori assistiu, Amon arrumar a camisa que vestia na frente da calça e respirar fundo.
Mori arrumou a saia.. e foram em busca de um médico..