Revolta

674 Words
Mori estava sentada na sala de casa, em completo silêncio, o pai tinha tentado alguma aproximação, mas ela estava magoada e se recusava a deixá-lo ficar muito perto. – Vamos comprar a roupa para o casamento, minha filha? – Mais tarde, papai.. Preciso respirar um pouco mais. – Mori, me prometa que não vai enfrentar Amon? Não o enfrente, minha filha. Isso pode significar sua sobrevivência. Mori deu um sorriso sem fé para o pai. A manter segura era o papel dele, era o papel de um pai. – Eu jurava que o senhor me protegeria, de tudo, mas me entregou nas mãos de alguém que todos temem. Ainda quer que eu jure alguma coisa.. – Mori. Eu só quero saber que vai estar viva, minha filha, para poder dormir bem. Entende? – Pois desejo que não durma bem, nunca mais papai, porque tem que dormir bem? Se eu posso estar sendo obrigada a suportar intimamente um homem que vai me machucar .. O pai a encarou. – Desculpas, papai. Só estou magoada e nervosa. Não desejo isso, não desejo que passe as suas noite em claro, mas a verdade é que estou com medo dele.. – E esqueceu o respeito que me deve..por causa disso? Não devia ter permitido que estudasse, isso fez com que esquecesse que sou seu pai. – Não esqueci. Vou me deitar lá fora, um pouco. Mas Mori pensou que talvez, o pai tivesse esquecido que era sua filha. Ia saindo para fora, mas a voz de Kazuo a deteve. – Não pode se deitar lá fora.. Tem homens do oyabun caminhando lá fora. Estavam sendo vigiados como dois traidores. __ Vou ficar lá só por alguns minutos.. – Mori precisar ser mais obediente. O enfrentamento, não é uma boa arma. – Eu sei e não vou enfrentá-lo, mas não vou viver o resto da minha vida sofrendo.. papai, prefiro morrer, a viver isso. Pulo de um prédio, quando o senhor menos esperar. Kazuo desistiu de conversar com a filha. Ela sabia bem demonstrar quando estava magoada e com raiva, tinha herdado essa característica da mãe, mas isso era preocupante, a filha faria besteira e o açougueiro se irritaria. Mori viu quatro homens caminhar, mas não se importou. Um deles se sentou no banco de uma pequena katana escorregou do bolso, era uma espécie de miniatura, provavelmente usada para cortar frutas ou outros alimentos, por isso o soldado não percebeu que caia. Esperou que o soldado se levantasse e caminhasse, quando aconteceu, ela correu e pegou a arma.. Talvez aquilo lhe fosse útil, não sabia usar, mas queria ao menos se sentir um pouco segura. Guardou a arma na sua mala e foi atrás do pai, era hora de comprar o que usaria no seu casamento, afinal , não podia fugir. O pai aguardou ela escolher a roupa, escolher um conjunto branco com flores coloridas. Era uma look bonito e despojado, ela pagou por tudo como cartão do pai. E voltou lentamente para o carro, mas desistiu no meio do caminho, deixou o pai esperando e foi caminhar na praça. Caminhou até escurecer, depois disso pegou um táxi e voltou para casa. O pai estava desesperado quando ela entrou.. – Quer me mat@r do coração, Mori? Isso é demais. – Só fui caminhar, papai. Estou de volta.. – me deixou quatro horas esperando.. Procurei por você e não a achei.. Como faz uma coisa dessa? – Papai.. Escute. Se ele, se Amon me obrigar.. – Mori, pare com essa conversa.. Não devia nem falar sobre isso na minha frente. – Se ele me forçar, eu o m@to. Se eu não tiver forças para o mat@r, eu ao menos morro tentando, mas não vou viver com um homem capaz de um ato desse, não vou. E Mori correu pelas escadas, esqueceu que não entraria em seu quarto mais.. Entrou no cômodo e fechou a porta. Gritou para estravasar o que sentia.. O pai bateu a porta, mas não abriu. Foi chorar na cama, porque não tinha mais nada a fazer.
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