P.O.V - LILY
Eu fiquei observando o quanto eu pude, mas quando Ben chegou em casa eu tive que interromper os meus devaneios com o novo vizinho para ao menos parecer interessada em suas histórias sobre o plantão no hospital geral. Eu tentava muito ser uma boa esposa, e quase sempre, eu conseguia com louvor, só não quando eu estava extremamente estressada.
Como era o caso de quase todos os dias.
Droga, traí minhas próprias palavras e isso é uma merda!
- Lily... querida? - perguntou ele assim que entrou em casa, como em uma série dos anos trinta. Eu fazia parecer que me agradava aquela vida, mas não, eu só queria tomar um tiquinho se arsênico e fingir que nada daquilo aconteceu de verdade.
- Oi, eu estou aqui Ben... - disse eu no jardim do fundo tentando disfarçar o meu interesse quase intrínseco pelo novo personagem da minha vida.
O tal Lucio! O nome dele não saia da minha cabeça, e eu precisei me concentrar com toda a vontade que havia em mim de pronunciar esse maldito nome sem parar como uma canção, ou um mantra maluco!
Sei lá, algo me fascinava, me tirava do chão me virava do avesso!
- Oi, está no jardim do fundo hoje - me deu o mesmo beijo doce de todos os dias - você notou a bagunça no quintal dos Harolds? – disse ele já me atualizando da sua quase intenção de fazer fofoca, Bem não era homem dessas coisas, ele m*l falava sobre nós, que dirá falar dos outros.
- acredita que eu nem notei - eu disse mentindo mais do que um pescador, é complicado... por que eu sabia no momento que eu disse que eu iria ser pega na mentira - na verdade, eu vi que se mudaram para a casa... eu só não vi quem... - comecei a mentir de novo - eu só vi um cara chegando, a nossa vizinha preferida já foi lá, logo espalha a fofoca pelo bairro todo - fui ácida e voltei minha atenção novamente para as plantas que eu precisava terminar de plantar ali, ou para a minha enrolação, se é que vocês me entendem. Eu nem ao menos notei que me enrolei nas minhas próprias palavras, também puderam, as pessoas não me ajudavam muito.
- Ah, entendi... bom, que sejam muito felizes na casa, Deus sabe que essa propriedade me dá arrepios sempre que eu olho para ela.
Contexto rápido.
Essa casa estava fechada a muito tempo, aparentemente o marido atirou na cara da esposa quando pegou ela transando gostoso com o jardineiro latino e bonitão que ela insistiu em contratar para cuidar de um jardim com um gramado mequetrefe.
O marido começou a notar que o gramado não melhorava e o cabelo de sua esposa estava ficando cada vez mais sedoso e brilhante, e ela vivia cada dia com melhor humor.
Ele estranhou claro, isso não é normal de acontecer no mundo de hoje... as mulheres gostam de reclamar, e se a dele, com quem ele transava uma vez ao mês sem nenhuma vontade apenas com o sentido de ser uma punheta com uma v****a, não estava reclamando, havia algo muito, muito errado.
Então, Stella Harolds transava enlouquecidamente com o seu amante latino Gusmán, e gemia alto o suficiente para que ninguém tivesse nenhuma dúvida de que o sexo estava ótimo.
Harold Harolds, parece piada, mas não é, entrou pela porta aflito, três horas antes de seu horário combinado e pegou a esposa de quatro para um homem forte e viril com um pênis de pelo menos vinte centímetros, que dava uma surra em seu pênis torto de nove.
E o resto é história... três tiros depois e o amante latino já estava correndo pelo bairro pelado, enquanto o corpo sem vida de Stella vazava a sua alma e o seu sangue por todo o lençol branco e o assoalho.
Foi um escândalo.
E Harold foi preso, ele mesmo chamou a polícia para ser justa com ele.
Eu não vi nada disso, mas sei que foi um burburinho considerável naquele bairro, e considerando que eu acordei do meu coma no mesmo dia dessa tragédia... poderia até parar para pensar que talvez o ser superior tenha trocado uma alma pela outra, e esse era o motivo de eu ser uma tremenda vagabunda.
Ben interrompeu os meus pensamentos - Lily, o que vamos jantar? - perguntou sorrindo lindamente, eu me esquecia às vezes de como Benjamin sempre parecia uma pintura linda demais para ser pendurada na parede, era delicioso olhar para ele. Mas tedioso conviver.
- Desculpa... eu nem pensei nisso, não devo ter tirado nada para fazer... podemos pedir alguma coisa hoje? - ele nunca se decepcionava pelo meu desastre doméstico, ele não me culpava por não prestar a atenção em mais nada além do meu nada existencial, era normal não ter um jantar rebuscado, era normal não ter nada além de mim dentro daquela casa enorme e bem decorada que eu não fazia questão que fosse realmente um lar.
- E se sairmos para jantar hoje? estou de folga amanhã, podemos aproveitar a noite... sair um pouco, namorar... - ele disse animado, com os olhinhos tão lindos que eu não consegui negar, e também, talvez fosse o que eu precisasse, uma mudança brusca de ares para me sentir um pouco mais viva do que enterrada dentro daquele subúrbio nojento.
- Eu gostei muito da ideia, tem algum lugar em mente Ben? - eu disse me esforçando para sorrir, Ben sempre me dizia que eu deveria procurar uma ajuda médica para o meu problema, a verdade é que eu precisava muito de terapia, e só isso poderia me salvar da minha ruína pessoal.
Mas eu me imaginava, ás vezes, sentando na cadeira do terapeuta sem nada para contar da minha infância, adolescência, eu não me lembrava de nenhum abuso, eu não me lembrava de nenhuma notícia triste o suficiente que merecesse ser contada a alguém, então o que eu faria ali? Reclamaria dos meus bolinhos sempre saírem com gosto de nada e do fato de que por mais que eu me esforçasse as flores do meu jardim sempre pareciam meio mortas?
- Eu pensei em ir ao clube, eu sei que você adora comer a lagosta de lá... - eu me desanimei um pouco, tudo o que eu não precisava era ir a um restaurante caro, usando um vestido caro, e ostentando alguma joia que o meu marido médico me deu nesses anos de casado, ver todas aquelas mulheres mais velhas dando em cima dele, e elogiando sua aparência e profissionalismo doidinhas para quebrar a droga de um dedinho para ir vê-lo no memorial ao invés de irem a um ambulatório aqui perto. - Mas eu mudei de ideia quando pensei que você teria que sofrer todo o tipo de embaraço por causa disso, então, que tal irmos até a cidade... comer alguma coisa na rua e ir ao cinema?
- Como dois adolescentes? - eu sorri - eu adorei...
- Sim, e a melhor parte você nem sabe Sra. Baker...
- E qual a melhor parte Sr. Baker? - eu cheguei um pouco mais perto dele, o suficiente para sentir aquele seu perfume delicioso e olhar mais de perto para os seus olhos meigos.
- Me diz... eu nem consigo imaginar... - enrolei os meus braços em volta de seu pescoço, e ele me puxou para mais perto, me deu um beijo nos lábios... e depois mais um, segurou a minha cintura e disse perto da minha boca - Tem uma sessão de terror a meia noite lá no cinema do Broklyn, o que você acha?
- Você sabe que eu adoro essa sessão, pensei que tinham acabado com ela...
- Aparentemente acabaram, mas eu paguei o projetista para ir lá colocar o seu filme preferido para passar... Freddie Krueguer... e então, já pode me dar mais um beijo eu sou o melhor marido do mundo!
Ele era, e quanto mais eu pensava nisso mais eu me convencia do quanto aquilo era óbvio para todo mundo e deveria passar a ser óbvio para mim também, eu precisava de alguma jeito começar a pensar nas consequências de não dar voz ao meu casamento.
- Você é o melhor Benjamin, eu amo você... - saiu sem perceber, sei que isso pode parecer normal para a maioria de vocês, mas p***a, não era para mim... entende? Eu... na verdade... nunca falava eu te amo e quando saiu da minha boca saiu tão fácil, tão certo... tão puro.
Ele agarrou os meus cabelos, me olhou nos olhos como fez desde o dia que eu acordei naquele hospital e me beijou, talvez o beijo mais gostoso em anos de casamento, passou a língua calmamente pela minha boca, baixou as mãos com desejo pelo meu corpo até parar em meu bumbum que ele apertou com força à medida que mordia os meus lábios e aumentava a intensidade de seu beijo.
Eu estava ávida, eu queria mais... empurrei ele pela porta do jardim do fundo, até o pequeno sofá antes da sala e continuei beijando-o sem parar
- Eu quero você... - eu disse com a boca cheia de saliva, cheia de desejo... me abaixei no meio das pernas dele e arranquei de uma vez a sua calça, o chupei ali mesmo, era delicioso ver Ben se contorcendo enquanto a minha boca encontrava os seus pontos sensíveis.
O p*u dele estava latejando, desejando tanto quanto eu... eu me perguntava se ele pensava também naquelas coisas, se só não falava nada para não me constranger achando que eu não ia topar um sexo além de um papai e mamãe ocasional.
Enquanto dentro de mim eu clamava para ele me f***r na mesa da sala de jantar em um domingo meio-dia, se possível com um churrasco rolando no quintal.
Quanto maior a emoção... maior o t***o nesse caso.
- Amor... eu vou... gozar na sua boca... para... - ele disse isso, mas continuou segurando a minha cabeça contra o seu m****o molhado e latejando, descendo mais e mais pela minha garganta.
Dei uma lambida em toda a extremidade e disse - eu quero isso, eu não quero parar... - e passei a língua de novo em volta da cabeça lubrificada de tanto t***o - goza na minha boca... - eu disse quase implorando para ele, quando Ben fechou os olhos eu o chupei mais, mais quente... gostoso... viscoso... ele gozou na minha boca e eu fiz questão de engolir até a última gota.
Ele se jogou no sofá, com uma postura cansada, mas satisfeita, o meu trabalho havia sido feito, e eu achei tudo aquilo delicioso.
- Eu vou tomar um banho e me arrumar, que horas saímos daqui? - eu disse me levantando
- A sessão começa meia noite, eu vou tomar um banho também... posso ir com você? - ele disse isso e eu achei tão esquisito, não fazia parte da personalidade do meu marido, ele não era o cara que tomava banho junto, que me beijava com força no jardim e que me deixava chupar ele na saleta de vidro.
- Claro que pode... - eu sorri lasciva para ele - depois disso acho que você deveria dormir um pouco o plantão deve ter sido pesado, assim você aguenta a noite.
- Tem razão, então vamos subir... eu tenho um pouco mais de energia para você - sorriu de volta, e eu não sabia o que tinha acontecido com ele, mas eu sabia que eu estava gostando daquela nova faceta.
Senti pela primeira vez, de um modo torto e desesperado, que eu estava viva.
Viva de verdade...sem todos os placebos que eu usava no meu dia a dia para imitar um pouquinho de vida, um pouco mais do que eu tinha dentro do meu corpo.
- Você não vai subir Lily? - ele me ofereceu a mão três degraus da escada acima de mim... e eu entreguei minha mão a ele, desejando entregar o corpo inteiro.
Subimos as escadas nos beijando, entramos em nosso quarto jogando todas as peças de roupas espalhadas pelo carpete do chão... Benjamin arrancou o meu sutiã com destreza, e eu abri a porta do box de vidro do banheiro.
Ben me jogou com violência contra a parede e continuou me beijando, acariciando os meus m*****s um pouco mais fortes, eu estava toda molhada.
E o chuveiro nem havia sido aberto.
- O que está havendo Ben? - eu disse interrompendo um beijo delicioso, mas era necessário perguntar...
- Eu também quero você Lily, eu sempre te quero tanto... sinto por não te mostrar todos os dias...
Eu não queria romance, mas me senti feliz quando ele disse aquilo.
- O quanto eu quero f***r você todos os dias... - completou, e eu arregalei os olhos
- Quem é você e o que você fez com o meu marido?
Ele não respondeu, só me suspendeu nos braços e enfiou o p*u duro em mim de uma vez só, eu estava tão molhada e entrou tão gostoso... apertado, mas escorregadio dentro de mim, eu soltei um gemido alto de surpresa, fazia tanto tempo que eu precisava daquilo que eu não sabia nem como agir.
Segurei os cabelos dele, sentindo o movimento de vai e vem delicioso sempre de mim, e ouvindo os gemidos dele nos meus ouvidos... parecia estar comendo um prato delicioso... gemia me fodendo cada vez mais e mais forte, estava tão gostoso... eu não queria que terminasse nunca.
Me soltou de seus braços e me virou de costas, passou o dedo em meu c******s que já estava inchado e começou a me masturbar enquanto penetrava de novo em mim, com tanta força... tão ávido por mim... estava delicioso sentir todas aquelas sensações pelo meu corpo, eu já conseguia sentir o meu orgasmo chegar.
E chegou, ao mesmo tempo que ele se derramou inteiro dentro de mim de novo.
Ficamos ofegantes por um tempo, ele me deu um beijo na boca e finalmente abrimos o chuveiro para tomar o bendito banho.