Capítulo 9

1261 Words
P.O.V LUCIO Aquele bairro era ultrajante, eu m*l havia chegado e aquele monte de donas de casa desocupadas estavam ali para me pajear, claro, e eu estava vendo ela do outro lado da janela, embora ela achasse de verdade que eu não estava. Ela estava incomodada é claro, e no nosso primeiro contato de verdade foi cheio daquele encanto, era óbvio que seria assim, sempre foi desde o início dos tempos. - A sra. Ellis ainda vai chegar? - perguntou uma mulher loira e me ofereceu a mão - Eu sou Vivian Stuart, eu sou a líder da associação do bairro - aquela mulher cheirava a pecado, gananciosa e ardilosa ela estava parada na minha frente esperando exatamente o que? Eu não conseguia entender a real necessidade daquele diálogo, e simplesmente a única mulher da qual eu queria chamar atenção estava dentro de casa me olhando com uma expressão tão irritada que eu nem sabia como agir - Prazer conhecê-la - eu disse educado - aliás, obrigada a todas por esses quitutes maravilhosos... eu vou entrar agora, tenho muitas coisas para colocar no lugar, vocês se incomodam? A chata disse - ah eu ajudo você com essa quantidade de comidas, pelo menos para colocar em cima da bancada, inclusive, essa casa tem uma bancada maravilhosa! Você vai adorar. A mulher não parava de falar nem por um segundo se quer, falava e falava e a minha vontade era sair correndo. E eu convivia com anjos de verdade no céu e nem os mais beatos eram tão insuportáveis quanto aquela humana insignificante. - Eu posso me virar... - eu disse a ela insistindo que ela me deixasse entrar com aquela quantidade de coisas para poder finalmente jogar na p***a do lixo, mas é claro que ela não deixou. - Pode deixar, eu te ajudo! - me olhou nos olhos e ficou insistindo, enquanto suas discipulas a olhavam até com cara feia, talvez por não terem a mesma cara de p*u da inimiga de ser tão inconveniente. - Tudo bem... - eu resolvi deixar para lá, por que ela não desistiria... era óbvio também. Dei uma última olhada e ela estava ainda na janela, me vendo entrar na casa com a tal Vivian, eu dei um sorriso torto... será que ela desconfiava que eu estava achando tudo aquilo pedante ou o efeito de ciúme ia funcionar? Eu e Lily somos amantes de milênios, não era possível que ela não sentisse nada me vendo ali, olhando para mim... mesmo que sem memória, eu conseguia sentir que a alma era a mesma, isso não poderia ser confundido... ele não havia arrancado a alma dela, era a mesma Catarina de tantos e tantos séculos atrás. O olhar feio me indicou que os meus pensamentos estavam corretos. Entrei dentro daquela casa e eu não me sentia em casa... nunca, por que só havia um lugar que poderia me fazer sentir realmente em casa, e esse lugar havia sido negado a mim, a companhia da minha casa mesmo tão perto de mim estava ao mesmo tempo tão longe que eu não conseguia alcançar com as minhas mãos. - Vou deixar as coisas aqui tudo bem... - ela disse percebendo que eu logo me voltei para a janela para olhar do outro lado da rua. - Obrigada... pode deixar aí na bancada - respondi sem olhar muito para ela Ela saiu mas eu senti que saiu me observando do caminho da minha cozinha até a droga da porta. Era o meu karma negativo me perseguindo, sem que eu conseguisse dar uma trégua para a minha mente humana perturbada. A arrumação demorou horas e horas, e coloquei dinheiro em cima do problema para que ele desaparecesse, então eu não movi uma palha para nada. A falta de ligações da Anne estava me preocupando mais do que a minha loucura de me mudar para a frente da casa de Lily, p***a como eu podia ser tão impulsivo para algo tão importante? E os meus medos se materializaram na minha porta, era óbvio que ela não ia deixar aquilo para lá. - Olá Lucio, você é i*****l ou o que? o que foi que eu pedi pra você fazer? - disse no máximo de sua irritação, que era gigante para alguém em um formato tão pequeno. - Pode me xingar, eu acho que eu mereço – Eu notei as malas na porta - essa não é uma visita social certo? - Não! eu te fiz um pedido... você não acatou, ao invés disso quer bagunçar de novo o nosso mundo cósmico por causa de um casinho m*l resolvido, e também me disse que eu deveria me mudar, e você sabe que eu concordo mesmo? por isso eu vou me mudar para cá! Qualquer coisa você diz que somos irmãos. - Anne, você não pode ficar aqui na minha casa. - O que você pretende com isso? por que você quer fazer algum tipo de merda não é Lucio? qual o problema de respeitar as regras, eu fui sincera com você quanto ao que você tinha que fazer. - Ficar longe da Lily, eu já não estou longe o suficiente? - Atravessar a rua e esbarrar com ela não parece ficar muito longe Lucio, p**a que pariu. Ela dizer um palavrão era quase uma epifania esquisita, dessas que temos quando abusamos de ácidos e álcool misturados em uma festa duvidosa, eu só queria rir. Eu teria que aceitar Anne ali, ela iria evitar que eu arrumasse ainda mais confusão com a Lily, e ela era o único ser na face da terra, pelo menos naquele raio de distância que também conhecia aquela bandida tanto quanto eu, para saber exatamente do que ela é capaz quando está focada no objetivo de f***r com a vida de alguém. - Ok Anne, você pode ficar, eu fiz a bagunça então está tudo bem, não tem problema que você fique aqui. - Eu disse cedendo e pegando nos braços aquela mala velha e cheia dela, aposto que estava forrada de livros, bebidas escondidas, e umas roupas cheirando a naftalina. - Não era uma opção Lucio, eu iria ficar aqui de qualquer jeito, nem sei por que você ficou tão surpreso assim... Ela subiu as escadas como se fosse dona do lugar, não tinha exatamente a falta da razão, considerando que eu havia sido cara de p*u o suficiente para alugar uma casa bem em frente a de Lily Um sedan chegou bem no momento em que me virei para pegar uma tralha caída de Anne, um carro luxuoso bem a modinha do playboy que o tal marido parecia ser. O cara saiu do carro com aquela cara de quem provavelmente havia sido alérgico a glúten a infância inteira e apertou o bipe para trancar, o meu medo era ver Lily correndo pelo quintal para beijar o fulano depois de um dia cansativo no hospital, tal qual essas séries horríveis da Netflix de amor romântico e água com açúcar. Aquilo me causava tanto ódio que eu nem sabia como eu deveria agir diante daquela situação r**m que eu estava vivendo. Do alto da escada, a mulher que seria agora minha companheira de moradia gritou - PARA DE ENCARAR O MARIDO DELA LUCIO, E VEM ME AJUDAR A ME INSTALAR AQUI EM CIMA! - Gritou veemente mesmo, sabia que iria faltar um pouco de tempo só para eu ir lá falar com o cara e dar uma de i****a pomposo que eu estava doido para ser. E eu fui, obedecendo a única pessoa com juízo dentro daquela nova casa.
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