Capítulo 5

1238 Words
SAM P.O.V Descobrimos o tal endereço, e para mim só o que eu conseguia sentir era uma agonia constante dentro do meu peito. Ver Lily seria na verdade uma das coisas mais difíceis que já fiz na minha vida, olhar para a cara daquele marido dela tão perfeito me deu tanta agonia que eu não consegui nem responder da forma correta. não parecia certo, ele não combinava com ela nem um pouco, não parecia natural que ela gostasse tanto daquele paspalho. Eu não sabia também qual seria a sua personalidade nova, ela era uma beata? ou era a mesma pecadora que eu tinha conhecido tantos anos atrás? Séculos e séculos e separação e essa mulher ainda mexia comigo da mesma forma que mexia no passado. Era terrível pensar nisso, apenas Anne me tirava daquele círculo de loucura. Nós pegamos o carro, e eu acho que eu nunca dirigi tão rápido em toda a minha vida, eu odiava aquele lugar, mas comecei a sentir o perfume dela lá de longe. Era uma sabotagem humana com certeza, uma lembrança minha voltando para me enforcar do jeito mais visceral possível por todas as coisas que aconteceram no passado e ansioso para as coisas que iriam acontecer naquele presente tão certo quanto a luz do Sol no outro dia. Chegamos até a porta da casa, e dava para ver a movimentação lá dentro. Um Monte de mulheres eu fiquei até com medo de ser algum tipo de culto. mas considerando que a maioria estava bebendo vinho mais do que conseguiria aguentar no outro dia com a dor de cabeça eu levei na boa. - Caramba ela tem uma vida boa aqui. - Disse a minha companheira tão rude para mim, eu queria que ela dissesse que aquilo tudo era uma palhaçada, uma porcaria, que não tinha razão para levarmos tudo aquilo tão a Sério. Que com certeza Lily acabaria voltando para mim, ou pelo menos se lembrando de toda a nossa eternidade. - Eu sinceramente não vejo nada demais aqui. e quando eu olhei pela janela estava ela, na janela da cozinha olhando para a frente tão absorto em seus pensamentos que eu quase conseguia tocá-la, ela olhava para o infinito e parecia estar tão angustiada com tudo... com as companhias talvez com vinho talvez com a própria vida e naquele momento eu enxerguei nela um pouquinho de humanidade. - Para mim ela parece triste. Eu confessei, e juro que naquele momento foi sem felicidade alguma. eu não queria que ela fosse triste, por mais que eu odiasse, eu não queria que ela fosse triste de jeito nenhum... porque é muito mais fácil se vingar de uma pessoa que é feliz. Se ela desse um pouquinho só de valor aquela vida seria mais fácil para mim, porque eu poderia finalmente me vingar... me libertar daquele sentimento horrível que ultrapassava todos os limites cabíveis e possíveis da minha humanidade misturada com a minha ascendência demoníaca. - Pensando bem, ela parece mesmo muito triste. Ela continuou olhando pela janela da cozinha absurda o suficiente para não conseguir nem notar que tinha um carro preto esportivo parado em sua porta, era tarde da noite já quando aquelas mulheres começaram a sair em bando de sua casa... ela se despediu de uma a uma e dava para ver a expressão de nojo que ela tinha no olhar todas as vezes que ela dava um tchau. Ao menos se parecia com a Lily de antigamente, pelo menos isso eu pensei... seria mais fácil que ela se lembrasse de mim. quando ela se despediu da última convidada, ela fechou a porta atrás dela e demorou um tempão para ela aparecer novamente na janela da cozinha... olhando para fora observando todas as coisas parecia estar em um outro mundo e um outro Reino observando todos os defeitos da própria vida e todas as qualidades tinha no olhar uma certeza tão certa de todas as coisas que me deixava constrangido. eu tinha medo que alguém notasse que eu estava na verdade olhando uma miragem, completamente apaixonado pela visão que me trazia. -Lucio está tudo bem? -Claro que está, eu só vou observar ela daqui... como eu disse que eu faria... -Então por que você soltou a p***a do cinto? não caça confusão, por que você está querendo ir até lá? só um pouco, eu pensei... eu vou até lá, olha um pouquinho mais de perto e vou embora... ela nem vai notar, mas se como se eu nunca tivesse existido e eu de fato nunca existe não nesse plano não nessa matéria não na vida dela seria como um sonho ou um pesadelo r**m que passa logo ao amanhecer, seria mais fácil para mim pensar dessa forma quando na verdade tudo o que eu queria era olhar nos olhos dela outra vez, usuários castanhos Claro a boca cereja a pele de porcelana ela tinha a mesma forma de quando vínhamos a Terra o que era perturbador extremamente atraente para mim. por que ele manteve aquela identidade? era importante me torturar daquela forma? ele manteve a minha casca e manteve a dela. Mas eram as lembranças que me torturavam eu estava preso naquele jogo onde eu só podia perder. quando eu via já estava na beira de uma árvore, olhando para dentro observando ainda o olhar dela tão solto dentro daquela paisagem perfeita, eu me peguei sorrindo, e foi a parte que eu mais odiei. me mexi demais na droga do arbusto até chamar a atenção dela que saiu de lá de dentro como um raio para ver o que tinha acontecido. eu corri tão rápido, que eu não vi mais nada à minha frente só senti o perfume dela. E quando eu a vi quando eu escutei a voz dela perguntando quem era no Jardim o meu coração parou por alguns segundos. o idioma é inglês, mas a voz era de milênios atrás antes de existirem as línguas, antes de tudo o que nós conhecemos, Era Ela. Era a minha Lily. voltei para dentro do carro e a fofoqueira de plantão arrancou com ele graças a Deus, me julgando com um olhar, Claro que ela ia julgar... eu prometi uma coisa e fiz outra completamente diferente, eu infringi as regras e tinha que torcer agora para ela nem notar que eu tinha Aparecido ali daquela forma. - Por que você se meteu nisso? e se ela te viu? e se ela te reconheceu? -Ela não veio sem memória? como ela me reconheceria? está escuro a noite eu saí correndo e foi isso e eu nunca mais vou voltar aqui, não se preocupe com isso... isso não me abalou em nada. Eu continuo odiando a Lily tanto quanto na noite que nós somos jogados na Terra, não se preocupa comigo Ara Tudo vai dar certo no final. -Você quer tomar uma garrafa de uísque? - Claro. - Sempre não quer demonstrar nada, mas sabe nós estamos aqui... convivemos com eles, todos eles... pegamos um pouco de humanidade é inegável, dizer que você nunca mais vai aparecer aqui você está de brincadeira comigo? só tenta ficar longe dela o suficiente para não se queimar, para começar nós estamos aqui na Terra sem asas e foi por causa dessa *******, ou você esqueceu disso também? - Eu não esqueci, deixa comigo eu vou conseguir, eu tenho auto controle. eu não sabia se eu conseguiria, mas mentir parecia uma opção muito melhor naquele momento.
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