Capítulo 4

1268 Words
P.O.V LUCIO Eu podia sentir nas minhas entranhas que eu não conseguiria esperar até o horário combinado para ir atrás das informações que eu precisava para seguir vivendo. Ou sobrevivendo do jeito que eu estava ali. Nada anormal, se eu parasse para pensar na bomba que havia sido jogada no meu colo do nada. Eu tomei um banho, me sentei em minha sala e fiquei batendo o pé no assoalho até ser pelo menos um horário em que o já estivesse parcialmente escuro para eu ir até o memorial ver a cara do tal Baker, que se casou com um ser milenar de fogo e maldade... vulgo minha ex qualquer coisa... Lilith ou Lily... Baker? Até pensar nesse nome me causava arrepios na espinha. Assim que a lua ascendeu no seu eu peguei o meu casaco e saí correndo para o elevador da cobertura, para matar tempo decidi ir andando. O fato de nunca me cansar fisicamente me poupava um pouco das situações. Quando eu estava saindo do condomínio, lá estava a maldita me esperando com sua figura branca esquisita, agora com um óculos mais estranho que o último. - O que você faz aqui? Diabos! - eu disse tomando um p**a susto quando vi a cara dela ajeitando a armação no rosto quadrado. - Eu sabia que você ia fazer alguma merda antes do horário combinado... acho que era até um pouco de inocência minha acreditar de verdade que você na realidade quisesse alguma coisa além de confusão! - disse Anna com um raio x basicamente das minhas intenções, se eu pensasse direito eu veria que ela tinha toda razão de pensar assim, por que era exatamente nisso que eu estava pensando na realidade. Cortar a garganta da p***a do médico, descobrir o endereço e ir até Lilit...Lily e cortar a garganta quase humana dela também. Aquela desgraçada não perdia por esperar, ela ia aprender a duras penas que tudo o que fazemos poderia voltar para você mais rápido do que se espera. - E então, você vai ao hospital ou não? ou está parado aí pensando nas merdas que você vai fazer chegando até lá? - Eu não pensei sobre isso... vamos logo... - eu saí andando na frente - já que você quer bancar a babá é melhor que você ande no meu ritmo! - Lucio Diablo, você acumulou séculos de riqueza... e tenho certeza absoluta de que você está com pelo menos sete carros de luxo na garagem, por que estamos andando a pé? - HIPÓCRITA - Eu gritei sentindo o tilintar a minha própria hipocrisia dentro da minha mente adoecida - Por que sou hipócrita? - disse ajeitando novamente os óculos, em um impulso eu arranquei dos olhos dela e joguei na primeira lata de lixo que eu encontrei. - Droga, meus óculos Lucio! - Você nem ao menos precisa da droga dos óculos, por que faz tanta questão disso? inferno! - Não pragueja falando assim, i*****l! daqui a pouco temos um raio jogado na cabeça ou sei lá que p***a estamos destinados a sofrer... só que com certeza não tem nada a ver com a p***a de um óculos fundo de garrafa, por que você não tenta ser tipo essas meninas ratas de loja? - O que seria rata de loja? - Essas bronzeadas, com uma pele melhor... que transam com outros ratos de loja, ou banque a intelectual e vá para a faculdade t*****r um pouco... você não pode viver uma vida enfurnada em cima dos livros... - Você sabe o motivo pelo qual eu estudo Lucio, não se faz de i****a! - ela disse coçando a cabeça - Eu já me esqueci, você está fazendo isso a milênios... e nunca chega a lugar algum. - Eu quero descobrir um modo, de voltar para minha casa Lucio, voltar a ser Anne, você sabe disso... quero voltar a ser eu mesma, dentro da minha pele... você não sente falta das suas asas? De ter um propósito? - Que proposito Anne, me diz? voltar para lá? viver à mercê dos malditos seremos humanos? você está falando sério? - Nós já não fazemos isso? é só uma questão de perspectiva... você sabe disso...pelo amor de Deus, vamos... entender tudo... você está agora indo atrás da droga de uma humana! - Não, Lily não é humana... ela só acha que é... e eu não me conformo que ela não tenha tido pelo menos a consequência do tormento! Ela odiava que eu questionasse, por isso eu parei... para andarmos juntos por ali, esperando que algum milagre pudesse acontecer e aquele maldito sentimento fosse embora finalmente de mim. - Chegamos Lucio, é a porta do memorial. É agora que começamos a cuspir fogo? - Eu vou dar uma olhada por lá, achar o tal Baker... você consegue a ficha dele para saber onde moram? ou onde estão? - Claro que sim, seria melhor com a droga do meus óculos... passa um ar de credibilidade! Entramos no hospital e não foi difícil encontrar o doutor sorridente e amado por todos, ofendeu o meu ego. Só de olhar para o rosto dele. Aquele humano tinha cheiro de bondade pura, vinho caro e loção pós barba... tudo o que eu tinha nojo misturado em um ser humano só. Ou eu estava mesmo passando m*l de tanto ciúme da minha, enfim, droga de Lily. - Senhor... posso te ajudar? - disse ele com a voz ajudadora que me causou náuseas - o senhor parece um pouco perdido! Eu olhei para trás e encarei o meu inimigo de perto, sei lá o motivo pelo qual eu estava tão irritado, mas me parecia justo. - Eu não estou perdido, eu estou procurando. Eu estou procurando minha esposa, mas não sei se já deram alta a ela. - Interpretei muito bem o meu papel - Qual o nome da sua esposa? - observei aquele crachá e só de imaginar naquele sobrenome em um pedaço de papel indicando que Lily era esposa dele me dava ainda mais náuseas. - Lily. O nome da minha esposa é Lily. Você a conhece? - disse veemente. - Nossa, coincidência Lily - ele sorriu - a minha esposa se chama Lily! Bom, eu não estou com nenhum prontuário com esse nome... É provável que já tenha tido alta! - Ah sim, que coisa boa... bom, eu vou indo então... Ele me olhou de cima abaixo, e eu fiz o mesmo com ele. Eu queria acabar com a existência infima dele naquele momento, mas ao invés disso eu disse. - Obrigada pela ajuda, eu vou indo! - eu sorri e ofereci minha mão para ele apertar. Ele apertou e ficou com uma expressão, como se estivesse vendo o próprio d***o em sua frente... eu ri porque o pensamento me divertiu um pouquinho. Eu esperei na porta do hospital, com um cigarro aceso e muita vontade de Ara ter descoberto alguma coisa importante com aquela cara amigável que ela ostentava no rosto. - Vamos diabão, eles estão na casa em Hamptons, mas moram mesmo no Central Park no inverno! enfim, estão na p***a da Hamptons... vamos para lá? - Palavrões Anne! - eu debochei - Não me torra Lucio, vamos logo... tive que dar em cima da enfermeira - Bem que eu achei mesmo que você fazia o tipo lésbica... enfim, vamos pegar o carro, o maldito Hamptons é longe demais para irmos andando. Eu estava próximo demais de finalmente ver a cara daquela que fez a minha vida girar, o meu mundo mudar e tudo a minha volta ficar cinza por todos os dias do meu castigo. Até a eternidade.
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