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1434 Words
Juliana - Você voltou cedo! (diz assim que eu entro na cozinha) - É ... Não tinha muita coisa pra se fazer na rua. Juliana - Sei .... O que aconteceu? (disse me olhando desconfiada) - Nada demais. (disse suspirando e me sentando na mesa) Juliana - Estou te ouvindo. (diz colocando um prato na minha frente e puxando uma cadeira) - Ah ... Fui ao shopping com a Geisa e lá estava cheio de rapazes lindos o que deixou minha amiga super empolgada. Juliana - Diferente de você. (assinto) - Eu não posso viver algo assim. Imaginar que um dia eu serei feliz fora daqui, não rola. Juliana - Lari ... - Ju, eu sou uma p********a! Que homem vai querer uma mulher assim do seu lado? (arrasto a cadeira e me levanto) - Que homem em sã consciência vai querer ter como esposa, mãe dos seus filhos, uma mulher com o passado como o meu? Ninguém! Eu não dou tempo para que ela possa me responder ou falar qualquer outra coisa, saio da cozinha passo pelo salão principal, subo as escadas e vou para o meu quarto retiro minhas botas assim que entro. Não tem mais nada pra se fazer a não ser esperar a hora do jantar. . . Cibele - Aaaaah claro que ele prometeu voltar! (ela ri animadamente falando da sua noite anterior) - Ele foi um amor. Reviro os olhos e continuo comendo a minha comida, todas as refeições nós somos obrigadas a fazer juntas. Nossa senhoria sabe muito bem que muitas de nós não nos gostamos e ela acha que fazendo isso pode nos unir. Geisa - A melhor noite foi a da Lari. (ergo minha cabeça) - Ele pagou sessenta mil. (tinha que ser a Geisa) Cibele - Grande coisa. XXX - Ninguém paga sessenta mil a toa. (diz Lua) - A Lari tem algo de especial. (sorrio pra ela) Cibele - Aff, vocês puxam muito o saco dessa garota! (diz debochada) - Ele deve ser retardado. - Ele é maravilhoso. XXX - Eu sei quem ele é. (Karen murmura comendo a batata em seu prato) - Taylor Martin Nuier. Um baita empresário no ramo da música, ele agência uma banda teen. Huuuuum. Geisa - Ele é casado? (nem é fofoqueira ela) Karen - Parece que não, ele só tem vinte e seis anos. Se você quiser saber alguma coisa sobre alguém que seja muito famoso e viva na mídia, pode perguntar pra Karen. Com muito custo ela conquistou a compra de um Notebook, ela é uma garota de apenas 18 anos com o seu sonho de entrar pra faculdade e cursar jornalismo ou publicidade. Mais com a morte repentina dos seus pais ela teve que começar a se virar desde muito cedo. Ela até conseguiu arrumar alguns empregos de baixa renda mais, mais nunca conseguiu se dar bem, até que ela bateu aqui na porta. Segundo ela, só vai trabalhar aqui até ter dinheiro suficiente pra bancar a faculdade é poder viver longe daqui. Ela é pequena tem seus um metro e cinquenta e cinco, belos longos castanho claro, tem pequenos olhos castanhos um piercing no cepto e outro na língua, ela é uma deusa. Cibele - Como conseguiu saber de tudo isso? (ela pergunta toda debochada) Karen - Eu assisti todo o leilão de longe quando ouvi o lance e o nome, fiquei curiosa. Ele vai voltar? Lari? - Que? (perguntei erguendo a cabeça) Karen - Ele vai voltar? - Sei lá. Cibele - Iiiiiiiih, pelo visto alguém não fez um bom trabalho. (disse rindo e sua fiel cachorrinha Magda também) - Eu nem vou perder meu precioso tempo com você. Cibele - Não tem como rebater? - Não quero te humilhar. (pisco para ela e me levanto) Vou para pra cozinha e Juliana me encara. Juliana - Já? - Sim. (respondo indo até a pia) Juliana - Deixa que eu lavo minha linda. - Não se levante. (digo já começando a lavar o prato que eu usei) - Isso aqui não é nada, daqui a pouco você vai ter uma pilha de louças pra lavar daquelas aproveitadores. Juliana - A ideia da Marcela não deu muito certo né? - E nunca dará! (digo enxaguando o prato que está na minha mão) - Se ela decidisse nos manter longe uma da outra, aí sim daria certo. O convívio seria perfeito, mais não ela prefere nos obrigar a ficar juntas. Juliana - Apenas se preocupe com as meninas que você confia. - Só a Geisa. (digo) - A Karen eu ainda não confio cem por cento, outro dia vi ela de conversinha com a Cibele, e pra mim ou é minha amiga ou é amiga da galinha loira. Juliana - Parece que estão na escola. (diz rindo) Esse é um lugar que eu parei de frequentar muito cedo, até tento arrumar tempo pra voltar pros estudos mais nunca consigo. - Ju, sabe como será a noite de hoje? Juliana - Hoje é a noite do poker. Essa simples palavra fez meu coração parar de bater por um instante, tudo rodou até precisei me apoiar na cadeira. Juliana - Lari? Lari você está bem? - Sim ... Eu ... eu vou lá pra cima. Juliana - Lari ... Eu me afasto dela e corro para o meu quarto, eu tento afastar aquelas imagens, só que agora mais do que nunca elas vieram com força. Principalmente a imagem DELA. >> Lembranças On XXX - Onde você está Larissa? (a voz grossa e bêbada do papai me assusta) - Venha aqui agora! Tento controlar a minha respiração e abraço as minhas pernas com mais força. Pai - ESTÁ NA HORA DO PÔKER! (ele grita) - E A MINHA APOSTA TEM QUE ESTAR LÁ! Meu corpo todo treme, eu não quero isso hoje, eu não quero isso nunca mais. XXX - Eu estou aqui papai. Laleska? Pai - Onde é que você estava garota? (disse nervoso) Laleska - No banheiro .... vamos pra sala? O senhor precisa jogar e ganhar. Pai - E se eu não ganhar .... Laleska - Eu já sei. (ela diz suavemente) O quarto fica silencioso por um tempo, até que escuto novamente a sua voz. Laleska - Fica aqui Lari. (ela diz) - Essa noite eu serei você. Essa noite você está livre daqueles homens. >> Lembranças Off Soluço e arqueiro o meu corpo, pressiono as minhas mãos na minha cabeça na tentativa de afastar essas lembranças. - Aaaaaaah! (grito me levantando em seguida) Pego o pequeno vaso que tenho na janela e jogo contra a porta do banheiro, essa é a pior parte dos meus dias. A hora em que as lembranças vem e me sufoca, essa é a hora em que essas malditas lembranças me fazem ser aquela pequena criança inútil novamente. Geisa - Lari? (Geisa adentra o quarto ofegante) - Você está bem? - Não! Ela me olha por alguns segundos e sem dizer uma palavra me abraça. Geisa - Respira fundo. (sussurra) - Imagina comigo ... Então ela começa a sua atividade rotineira de me acalmar. Geisa - Um campo vasto, você sentada no meio dele a sua volta tem diversas margaridas. Elas são tão perfumadas, amiga. E eu imagino, eu consigo me ver perfeitamente bem no meio de todas aquelas flores. - Obrigada. (digo apertando-a) - Você é a melhor coisa que me aconteceu. Geisa - Que fofa. Vem! (disse se afastando e pegando a minha mão) - Vamos assistir um filme. - Mais a Marcela não vai nos deixar ligar a TV agora, estão arrumando o salão. Geisa - Veremos no escritório dela. Sei que ela não vai negar. . . Geisa - Isso aqui está muito apertado! (diz ajeitando e reclamando do corpete) - Nem me fale. Um garçom passa por nós e nos oferece dois copos de whisky. XXX - Os homens ali do bar que pagaram. Geisa - Até aqui eles pagam pra gente. (ela comenta se virando para vê-los) - Iiih amiga, são velhos. Um é até f**o. Solto uma risada e me viro, eu sei que ela está falando isso, mais preciso ver esses tais homens. - Cadê? (pergunto olhando para o bar) Geisa - Ali, são aqueles de chapéu. Aperto meus olhos um pouco e os encontro, o copo que está em minhas mãos escorrega e encontra o chão no mesmo instante em que eu agarro o braço da Geisa. Geisa - O que foi? (pergunta assustada) - Larissa, você está pálida. - É ele! (sussurro) Geisa - Ele? Ele quem? - O homem que me estuprou e matou a minha irmã.
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