Capítulo 5

517 Words
JL - Vem pequena, seu mingau já tá pronto. Eu vou ter que sair agora, mas depois eu volto. Fica aí com a dona onça e não dá trabalho hein. Nossa, como eu amo essa pequena. Ela e minha mãe são meu calcanhar de Aquiles, véi, mexeu com elas, mexeu com o d***o. Eu ainda me lembro quando minha mãe pegou a Ísis pra criar, ela tava com medo de que eu não gostasse, nem meu pai, mas pegou mesmo assim, e na mesma hora que eu vi aquele olhão jabuticaba olhando o teto, me apaixonei. Era minha irmãzinha, a minha pequena e dela, ninguém chega perto. Eu achava estranho a menina não falar nada, só olhava pras coisas, mas mainha me explicou o que tinha acontecido e achei mais que bem feito meu coroa ter metido uma bala no meio da fuça dele, só julguei que três tinha sido muito pouco, ele deveria era ter virado uma peneira isso sim. - Qual foi, tá com a mão enfiada no ** cuzão? O Montanha é sempre muito delicado quando eu entro na sua sala sem bater na porta. Ele odeia isso - Eita, as p**a dormiram tudo de calça jeans foi? Montanha era meu irmaozão cara. A gente cresceu nisso junto. Ele assumiu o morro depois que um terninho azul pipocou seu pai, vulgo Pesadelo, numa tentativa de pacificação aqui do morro. Mas aqui quem manda é nóis, e pacificação é o caráleo. Antes de dar a última respirada, levou o cagado pra dar um oi pro d***o e depois partiu sorrindo. Montanha teve que assumir depois disso, o morro e sua irmã, Letícia que na época só carregava 13 anos nas costas, tudo isso com 18 anos e eu sempre ajudei ele com a contabilidade, distribuição dos bagulhos e vendo outras coisinhas. Ele é meu irmão, mas nunca deixei que conhecesse minha pequena. Aquela ali é uma porcelana e não sai de casa pra nada, até pra ir pra escola, vai meio que escondida dentro do carro e nunca sobe na calçada, sempre é dentro da garagem fechada. Ele só sabe que eu tenho uma irmã, nada mais. - Tem uns nóia na rua 5 que a gente tem que cobrar e uns cara no asfalto achando que pode dar os calote também, acho que vamos ter que fazer uma visitinha, tomar um chazinho da tarde. - Essas p***a vem pegar o caminho, mas na hora de fazer a graça quer dar os balão. Bora que hoje eu tô com sangue no olho. - Bora. O negócio não é só vender os bagulho e passar o caminho, o negócio e manter a coisa girando entendeu, e eu e o Montanha sabia fazer isso como ninguém. A gente é bandido mermão, e não vem meter bronca que a gente devolve, sempre cuidando da comunidade, como as coisas correm bem se nossa casa não é bem cuidada não é mesmo? O dia passou tinindo e a canseira caiu nervosa, nem p**a eu tô afim de comer. Só quero mesmo chegar em casa e sentir o aconchego da família.
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