Episódio 5

3959 Words
Mas algumas longas semanas depois... _Vamos, eu prometo que ninguém irá te machucar...- Luiz murmurou pelo o que podia ser facilmente a centésima vez em poucos minutos. Sua expressão exasperada deixava isso claro. Todavia tudo o que tivera como resposta fora um grunhido.- Ah, qual é!? Eu já disse que não é nada demais! Com o passar dos dias e a nova posição em que se encontravam em meio a esse relacionamento estranho e indefinido, Luiz havia conseguido a muito custo - deve se ressaltar - induzir o hibrido a pequenas ações necessária. Como a começar a usar roupas, - esse sendo mais difícil do que ele poderia um dia imaginar ser - apreender a escovar seus dentes sozinho e sem causar ânsia de vômito por quase engolir a pobre escova ou até mesmo, o convencer a permanecer por mais tempo em sua forma humana do que na animal - que ele sempre voltava, quando via o ômega indo embora -. Entretanto, essa estava sendo de longe, a mais difícil de todas. E nem era algo grande. Apenas um simples e muito necessário corte de cabelo. _Por favor, alfa. Por mim, okay? Prometo que não vou sair do seu lado.- argumentou, tentando conseguir o convencer. Como ainda não fazia ideia de qual era o nome do hibrido, ele optou por continuar se referindo ao então como "Alfa". E acredite, isso não era algo r**m. Luiz havia descoberto que podia conseguir muito do outro homem, apenas por o chamar daquele jeito. As benditas roupas que ele usava no momento, eram suas fiéis testemunhas. Luiz percebeu a maneira contrariada que o outro o encarou, enquanto dava alguns passos em sua direção. Porém, antes que pudesse chegar muito perto, o ômega estendeu suas mãos, claramente barrando sua aproximação. _Não! Não mesmo! Você só vai poder se aninhar a mim, quando cortar os cabelos!- declarou o mais seriamente que conseguia, mesmo que por uma razão desconhecida, ele realmente nunca conseguia ser indiferente com o mesmo, como era com qualquer outra pessoa. O alfa o encarou curiosamente, como se estivesse ponderando sobre aquela afirmação, antes de dar um passo lento em direção ao mesmo. Entretanto, se parando quase imediatamente ao ouvir um "não!" ríspido o ser dirigido. Bufando, parecendo muito insatisfeito, ele se sentou contra a beirada da cama e cruzou seus braços, não disfarçando o olhar de traição que seus olhos deixavam mais do que claro. Suspirando, Luiz revirou suas próprias orbes negras. _Não me olhe assim! Eu já deixei claro que você precisa de um corte, mas você simplesmente tenta atacar a qualquer um que se aproxime de você!- murmurou, se lembrando do pobre beta que quase tivera seu braço arrancado por uma mordida, quando tentou se aproximar com a tesoura. Ouvindo quase um rosnado, Luiz voltou a encarar o alfa. E ele podia jurar que sua expressão havia se tornado ainda mais emburrada. Cansado daqueles últimos minutos, Luiz apenas se limitou a lembrar que não podia culpar o hibrido por ser tão arisco com desconhecidos. Ele havia sido criado dessa forma. Infelizmente, seria bem difícil mudar aquele comportamento depois de tantos anos em "cativeiro". _Olha...- começou em um tom mais doce, se sentando ao lado do hibrido, nem mesmo se assustando quando o mesmo segurou suas mãos. O médico vinha se tornando incrivelmente confortável - para não dizer acostumado - com os toques repentinos e sempre presentes da pantera negra.- Eu prometo que não vou deixar que ninguém o machuque mais, okay? Sei que tudo parece muito diferente do que está acostumado e que de onde você veio, essa era a forma certa de agir. Eu sei disso. Entretanto, você não está mais lá. Aqui é um lugar seguro. Eu prometo. O hibrido encarava diretamente seu rosto, como se tudo o que saísse de seus lábios fosse a coisa mais importante do mundo. Isso acabou por arrancar um sorriso carinho do ômega, enquanto ele entrelaçava seus dedos aos do outro homem e continuava com um tom suave. _Eu vou estar aqui com você o tempo todo. Prometo que ninguém tentará nada para o machucar.- garantiu, apertando suas mãos entrelaçadas como se estivesse destacado sua promessa. O outro ainda não parecia muito convencido sobre o assunto, fazendo uma respiração pesada fugir dos pulmões do médico.- Por favor. Pode fazer isso por mim? Luiz não esperava muito daquele pedido. Ele sabia que tinha sentimentos conflitantes e um pouco indevidos pelo alfa ao seu lado. Ele sabia que seu ômega se tornava muito mais "presente" sempre que estava na companhia do outro homem e que aquilo não era nenhum pouco promissor para o futuro. Também, sabia que o felino tinha uma estranha espécie de carinho e respeito por si. Talvez fosse por nunca ter sido realmente cuidado pelo seu antigo dono ou até mesmo, pela carência de anos solitários e ruins. Ele sabia que os dois tinham uma estranha ligação. Ainda assim, ele sempre ficava surpreso quando o hibrido parecia fazer qualquer coisa quando era para o agradar. Aquilo era frustrante de tantas maneiras diferente, que ele não conseguia nem definir ser era um sentimento bom ou r**m. Era tão confuso, mais continuava acontecendo. No final, parecendo mudar completamente de postura, Luiz percebeu como a pantera o encarou fixamente por alguns segundos, antes de enfim concordar com a cabeça, o dando a deixa que queria desde que entrara naquele cômodo. E de uma maneira vergonhosa para si mesmo, Min sentiu-se encher com uma espécie de satisfação muito grande ao perceber que o outro realmente fazia concessões quando era para o deixar feliz. E isso se tornou ainda mais explícitos nos próximos minutos, quando Onix enfim deixou um beta se aproximar de si e cortar seus longos fios negros. Seus olhos não saiam de cima de Luiz, o encarnado fixamente, como se estivesse tentando garantir que o ômega não sairia dali. Um pequeno sorriso gengival se abriu nos lábios do médico, como uma espécie de apoio. E isso pareceu ser o suficiente no momento para manter o alfa calmo, mesmo com um total estranho o tocando. E acreditem, isso era um enorme progresso. [...] _ Você está realmente ótimo...- elogiou pela a centésima vez, deixando seus dedos desligarem levemente pela pequena franja que agora o hibrido tinha. Seus longos fios negros brilhantes, haviam sido convertidos em um penteado muito comum por toda Ásia. Ainda assim, Luiz estaria mentido se dissesse que o homem a sua frente não estava incrivelmente mais bonito do que qualquer outro que já vira. O cabelereiro beta havia acabado de sair do cômodo, parecendo muito feliz por enfim ter acabado seu trabalho. E sinceramente, Luiz não podia o culpar por te quase saindo correndo assim que se viu livre. Mesmo como humano, o alfa a sua frente mantinha uma espécie de áurea selvagem a sua volta, como se qualquer coisinha que o desagradasse, fosse o suficiente para se tornar uma pantera de 100kg e atacar ferozmente. E apesar de essa situação não ser realmente direcionada ao ômega desde seu primeiro encontro com o hibrido, ele já tinha visto bastante isso acontecer ao longo das últimas semanas com outros trabalhadores daquele hospital. Um suspiro fugiu pelo seus lábios finos ao constatar que a relação dos dois se tornava cada dia mais sólida. E ele não conseguia definir bem se isso era algo bom ou r**m. Sem nenhuma surpresa, Luiz sentiu braços envolverem sua cintura fina e o puxaram para frente. Pela posição que estavam - Luiz em pé de frente para o outro homem sentado contra a cama de solteiro - ele teve que abaixar seus olhos para poder visualizar o perfil alheio, esse que tinha o queixo descansado levemente contra sua barriga. Eles se encararam por um longo minuto, enquanto os dedos de Luiz ainda acariciava os fios recém cortados. Um pequeno sorriso se abrindo em seu rosto, quando os polegares do alfa começaram a acariciar levemente os ossos da parte de baixo de sua espinha cervical. Os dois compartilharam aquele momento por mais alguns minutos, antes que algo brilhasse na mente de Luiz. Seus olhos se voltaram quase que automaticamente para a câmera solitária na soleira da porta, quase soltando uma respiração aliviada ao se lembrar que provavelmente não havia ninguém os observando na sala ao lado. A pantera havia sido retirado do modo "tratamento intensivo" e além de um guarda do lado de fora da porta, apenas por serem as regras, ele não precisava mais de supervisão. O que o levava a outro assunto. _Eu estava conversando com a minha mãe...- começou Suga, cortando o silêncio que os cercava. Ele sabia que o alfa tinha conhecimento de que "minha mãe" significava a diretora de tudo a sua volta. Durante os últimos dias, sempre que começavam a rotina de se aninharem um no outro, Luiz se sentia tão confortável que havia começado a balbuciar e falar sem pausa. Era bem capaz do hibrido saber mais da sua vida agora, do que qualquer outra pessoa. E de cerca forma, aquilo era bom. Ele não consegue se lembrar a última vez que se sentiu tão leve e com vontade de dividir todos os seus pensamentos com alguém, desde a morte da sua mãe ômega.-... E ela disse que você já é considerado bem o bastante para começar com a segunda parte do tratamento. Ou seja, a interação social. Ele sentiu o corpo do hibrido se tornar mais rígido, enquanto seus dedos se fechavam em um aperto mais forte contra sua cintura. Um suspiro fugiu pelos seus lábios. _Eu sei que você não gosta nenhum pouco de interagir com qualquer outro que não seja eu. E acredite, eu realmente entendo o seu ponto... Mas para ser considerado adepto para voltar a sociedade, você precisa passar por isso. Ele viu o alfa revirar os olhos, como se debochasse da sua afirmação. Luiz apenas se limitou a sorrir de lado, acertando um tapa leve contra a testa alheia. _Você está me apertando demais.- informou e quase imediatamente sentiu o aperto doloroso contra sua cintura sumir, enquanto um olhar preocupado tomava o rosto alheio. A pantera parecia quase culpado por ter "o machucado". Então não foi realmente nenhuma surpresa quando o mesmo escondeu o rosto contra a barriga macia de Min e deixou um longo beijo no lugar. Era sem duvidas, um pedido de desculpas. O sorriso do médico aumentou. _Está tudo bem. Você não me machucou.- apesar de ter certeza que ficaria com as marcas dos dedos alheio contra sua pele por alguns dias, ele não havia mentindo. Não sentiu dor com o ato anterior, apenas sua pele que parecia se tornar vermelha ou roxa com muita facilidade.- Mas, voltando ao assunto anterior... Aproveitando que o aperto de ferro em torno de si havia sumido, Luiz se afastou rapidamente, mas não indo tão longe. Em vez disso ele optou por se sentar sobre a cama também, logo ao lado do outro garoto. Esse que não tardou em segurar suas mãos. Ele sem nenhuma duvida, era muito propenso a contatos físicos. _Nós temos um agenda específica com horário e dias para os híbridos que estão passando pela segunda fase do tratamento. Então, você pode começar devagar. Talvez sair para dar uma volta no Jardim com apenas poucas pessoas ao seu redor. Podemos providenciar isso.- explicou calmamente, percebendo como o hibrido o encarava, ouvindo tudo o que era dito com uma atenção especial. _Além disso, estarei ao seu lado. Você não terá que ficar sozinho ou falar com alguém a menos que que queira... E de certa forma, isso nos leva a outro tópico. Você sabe o que seria um acompanhamento psicológico? O hibrido deu de ombros, uma expressão indiferente em seu rosto. O ômega considerou isso como um não. _Você sabe que eu sou um médico, certo?- o alfa revirou os olhos e o olhou como se debochasse de sua pergunta. Um pequeno sorriso se abiru não lábios de Luiz ao ver a atitude ousada.- Sim, eu sei. Foi uma pergunta estúpida. O que eu quero dizer é que, não existe apenas um tipo de médico. Eu sou responsável por ajudar seu corpo a melhorar. Já um psicólogo é um "ajudante" para sua mente. A missão deles em si, é fazer com que se torne mais fácil para você se lembrar do seu passado e não se sentir tão m*l sobre isso. Por mais ambígua que sua explicação fosse, ele percebeu que o alfa entendeu imediatamente do que ele queira dizer. E também pareceu não gostar. _Eu sei que você ainda não está pronto para lidar com suas lembranças e traumas passados...- se apressou a acrescentar.- Você ainda nem ao menos consegue conversar comigo. Eu entendo. Por isso não irei o pressionar sobre essa questão. Normalmente, é obrigatório que um hibrido passe por consultas psicológicas, enquanto está fazendo a segunda parte do tratamento. Mas eu posso conversar com minha mãe e dizer que você ainda não está pronto para a esse passo, okay? Ninguém aqui quer que você se sinta m*l. Todavia, eu ainda acho que a parte de socializar com outras pessoas, possa ser muito boa para sua recuperação. Então tenho que insistir que a faça. Luiz olhou com expectativa para o outro homem, mas se sentiu murchar ao ver que a expressão dele ainda não estava melhor. Ele claramente não queria nenhuma das opções que havia recebido. _O que você acha se dermos uma volta hoje a noite?- tentou, pensando em uma maneira de convencer o hibrido. Aquela parte do tratamento era uma das mais importante e ele precisava convencer o outro a participar. Ele só queria o ajudar a melhorar.- Eu prometo que terá no máximo umas cinco pessoas no Jardim e talvez assim, você possa entender como tudo acontecerá... A expressão do alfa continuou indiferente, não dando nenhuma emoção verdadeira para o pedido do ômega. Esse que quase se sentiu m*l pela sua próxima jogada, ainda assim, se lembrou que era pelo bem do hibrido. Então ele realmente deveria tentar de tudo. _Por favor, Alfa. Eu prometo que estarei ao seu lado o tempo todo...- murmurou em um tom muito mais suave do que podia se imaginar fazemos, antes de apertar as mãos alheia e olhar diretamente em seus olhos.- Por favor. Faça isso por mim, hum? [...] _ Eu disse que aqui era um belo lugar...- murmurou Luiz, sorrindo docemente para o alfa tenso ao seu lado. Esse que olhava a sua volta com muita desconfiança, uma posição rígida de alerta. Luiz tinha certeza que sua mão provavelmente não estava recebendo a quantidade necessária de sangue, já que ao menor sinal de barulho, o alfa apertava fortemente a mesma. E apesar da pequena dor que senta sempre que isso acontecia, Luiz só se esforçava em tentar acalmar o outro homem. Ele havia conseguido - a muito contra gosto - arrastar o alfa até o jardim lateral, que fora feito especialmente para essa parte do tratamento. Alguns afirmavam que a calma e quietude das flores e tudo ao seu redor tornava a experiência mais fácil para aqueles que estavam voltando a se adaptar ao convívio humano. E, ao longo dos anos, o médico pode ver com seus próprios olhos o quão verdadeiro aquilo era. Até mesmo ele, recorria ao jardim quando estava tendo um dia particularmente difícil. Era calmante e pacífico. Entretanto, parecia está sendo uma experiência diferente para a outra pessoa ao seu lado. Mesmo com o fim da tarde e o alaranjado bonito que se sobreponha sobre tudo a sua volta, o hibrido ainda parecia completamente alheio a isso, muito preocupado em estar em alerta sobre seus arredores. Luiz até havia tomado providências para que o alfa não se sentisse tão desconfortável. Havia deixando claro que não era para trazerem qualquer outro hibrido para aquele local durante a próxima hora. Também havia selecionado apenas 05 pessoas diferentes, para que deixassem espalhados pelo local, longe o suficiente para não serem uma ameaça, mas perto o bastante para serem vistos. E, dessas 05 pessoas, todas eram betas, para que o hibrido de pantera não se sentisse ameaçado por algum cheiro ou perfume em particular. Todavia, nada parecia ter ajudado. Soltando um suspiro pesado, Luiz puxou o outro em uma direção diferente, ao ver a maneira ameaçadora que ele olhava para dois dos betas conversando no canto oposto. _Vem, vamos nos sentar aqui.- indicou um banco que dava de frente para a fonte de pedra e o arbusto de Hortênsias. Ele observou a maneira rígida e desconfortável do outro, enquanto ele olhava sem parar a sua volta, começando a se sentir m*l por o ter convencido a sair do quarto. Talvez ele ainda não estivesse preparado para aquele passo tão grande... Um suspiro fugiu pelos seus lábios. Sua mente tentou pensar em algo que pudesse distraí-lo, até que seus olhos se pousassem nas flores coloridas. _Sabe... Hortênsias sempre foram as flores favoritas da minha mãe.- comentou distraidamente, deslizando seu dedão sobre o topo da mão do alfa ao seu lado, iniciando uma pequena carícia. Sua mente voava por momentos preciosos de seu passado. Ele tinha certeza que se sua mãe ômega estivesse ali, faria algo para ajudar ao outro a se sentir muito melhor. Esse era o dom dela.- Quando eu era pequeno, lembro que ela sempre ficava completamente louca quando alguém arrancava alguma de seu jardim tão bem cuidado. Uma vez ela quase bateu em um alfa que havia arrancado uma de suas flores para dar a companheira. Ela ficou tão irritada, que até mesmo minha outra mãe ficou com medo. Nós tivemos que a segurar para a que não voasse em cima do cara... Um sorriso carinhoso curvou os lábios finos de Min, lembranças nublando sua mente. Tanto que ele nem percebeu como o alfa o encarava fixamente. _Ela sempre tentou passar essa paixão por flores que tinha para mim, só que nunca fui o tipo "normal" de ômega, sabe... Nunca tive muita paciência com esse tipo de coisa, ainda mais quando envolvia cuidar de algo que sem minha atenção, morreria em poucos dias. E para ser sincero, isso sempre me frustrava. Uma tarefa tão i****a e eu não conseguia nem mesmo prestar atenção nela. Então, quando eu fiz quinze anos, ela me deu um cacto. De acordo com sua própria frase "eu não conseguiria matar aquele, porque ele era tão independente e forte quanto eu". Até hoje lembro a cara de assustada que ela fez quando comecei a chorar, achando que havia me magoado de alguma forma. Eu tenho ele até hoje. Luiz continuou a divagar, contando todas as memórias que tinha de sua mãe envolvendo flores. E acreditem, eram muitas. Algumas mais engraçadas e outras mais melancólicas, como quando ele havia visto aquele jardim pela primeira vez, sabendo que Jin - sua mãe alfa - havia feito se lembrando especialmente de sua esposa falecida. Ele não faz se ideia de por quanto tempo falou. Apenas que deve ter sido uma boa quantidade, já que quando deu por si, o por do sol já havia desaparecido e as estrelas brilhavam no alto do céu. _Uau. Acho que falei demais...- comentou com um sorriso envergonhado, limpando o canto molhado do seus olhos e olhando a sua volta, percebendo tarde demais que nem mesmo os betas estavam mais por ali. Se virando para o lado, ele encontrou o olhar do hibrido, o fazemos se sentir ainda mais constrangido.- Desculpe, eu acabei divagando. Eu sempre falo demais quando estou com você... O alfa apenas continuou o encarnado por alguns longos minutos, fazemos Min se sentir absurdamente desconfortável. Um sorriso nervoso se formou em seu rosto. Parecendo não perceber o incômodo alheio, o hibrido de pantera apenas levantou sua mão - que não estava sendo segurada pelo ômega - e deixou seus dedos mudarem delicadamente contra a bochecha do outro, acariciando com cuidado, antes de usar a ponta dos seu indicado para lidar a trilha molhada no canto de seu olho. Fazendo com que o médico finalmente percebesse que além de falar sem parar, ele também havia chorado em algum momento. Pelos céus, ele só queria enterrar sua cabeça em um buraco de tanta vergonha. _Eu estou bem. Não precisa se preocupar...- respondeu ao olhar apreensivo que ganhava, se afastando do contato físico e se levantando. Suas pernas e lombar reclamaram um pouco do movimento, ainda muito rígidos pelo tempo que passou sentado na mesma posição. Mas ele apenas ignorou e abriu um sorriso falso.- Vem, vamos voltar. Está ficando tarde e você não pode perder o jantar. Sem esperar qualquer tipo de resposta, ele começou a andar em direção a saída do Jardim, ouvindo passos soaram atrás de si e apesar da vergonha que sentia no momento, Luiz não fez um real movimento para se afastar, quando sentiu a mão do outro se entrelaçar com a sua. Eles caminharam pelo longo corredor branco e vazio, chegando até o dormitório em poucos minutos. Luiz não queria entrar, ele ainda estava se sentindo um pouco emocionado demais pelas memórias que o tomaram, sem dizer envergonhado. Sua fachada de forte sempre foi uma das coisas que ele mais prezava em si e a poucos minutos atrás, ele havia deixado isso cair e mostrara o quão "humano" ele era para alguém que conhecia a poucos três meses. Ainda assim, ele não teve nem tempo de dizer algo, antes de ser puxado para dentro do cômodo e deitado sobre a cama, logo tendo um corpo apertado contra seu. _Não posso ficar muito tempo.- foi tudo o que se limitou a dizer, sentindo um leve carinho na lateral de seu corpo, enquanto um beijo delicado era depositado em seu ombro. Suga sempre se surpreendia de o quão selvagem aquele hibrido podia ser com os outros, mas consigo era delicado em qualquer tipo de contato que tinham. Talvez fosse por isso que ele não sentisse mas nenhum pouco do medo que nutria no início. Suspirando, o ômega fechou seus olhos ao sentir o alfa se ajeitando melhor, para que seu corpo ficasse quase completamente embaixo do dele, uma trilha de beijos suaves sendo deixados contra se maxilar. Quase que em um ato impensado, sua mão esquerda se elevou e envolveu os fios alheio muito mais curtos do que de costume, os acariciando em um cafuné lento. Tudo aquilo já havia se tornado tão repetitivo entre eles que era como se fosse automático. Algo comum. _Hum...?- Luiz murmurou confuso, ouvindo o que parecia um resmungo sair da boca do alfa, que estava enterrada em seu pescoço. Seus dedos continuaram com o carinho, seu corpo se tornando mais leve e volúvel com o perfume ao seu redor. O alfa se afastou um pouco, depositando um último beijo contra sua jugular, antes de inicial uma trilha de beijos até sua bochecha. Mudando de estratégia, ele esfregou a ponta de seu nariz contra o local do último ósculo, seguindo para o lado até parar perto de sua orelha. Min se encolheu ao sentir a respiração quente do mesmo, bater contra aquele ponto tão sensível de seu corpo, mais um beijo suave sendo deixado contra a curvatura da mesma, como uma leve carícia. Mas ainda assim, nada o preparou para os segundos seguinte... _-Onix...- ele ouviu um sussurro tão baixo e quebrado, que não acreditou ser real. Não até que se repetisse. Dessa vez mais claro e alto.- Onix. O médico piscou sem reação, sentindo o corpo acima do seu se erguer, para que seus rostos pudesse se nivelar. Apenas quando ele se viu encarando aquele conjunto de orbes castanhas encantadoras, que suga finalmente se seu conta do que acontecia. _Oh...- exclamou, um sorriso gengival se abrindo e iluminando todo o seu rosto rosado. Suas mãos se moveram para frente, traçando o contorno do rosto alheio, antes se dizer.- É um prazer, Onix. ._________________. 🐆
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