Algumas semanas depois...
_Você está se recuperando mais rápido do que imaginei... Se continuar assim, logo seu machucado estará completamente cicatrizado.- a voz animada de Luiz preenchia o cômodo silencioso, em uma conversa unilateral. Não que fosse esperado algo diferente, já que havia se tornado um costume naquele meio tempo, falar sozinho.
Haviam se passado alguns dias daquela estranha... convivência entre o médico e seu paciente silencioso. E realmente não se viu nenhuma mudança, seja de sua forma física ou no dia a dia, que parecia cada vez mais com uma rotina. E acreditem, não foi por falta de tentativas... Depois da primeira consulta feita, Yoon aceitou quando sua mãe disse que ele não precisava mais voltar até o quarto do hibrido para o verificar, que outro médico faria isso agora que "os primeiros passos foram dados". Ele não teve nem tempo de pensar sobre aquilo ou dar sua opinião sobre o assunto, antes de ser dispensado. Então apenas foi embora com a ideia de aquilo era o melhor a se fazer. Em seu meio de trabalho, nunca era bom se apegar a um hibrido, muito menos, deixar que um se apegassem a seu médico, afinal, eles não ficavam muito tempo no hospital. E foi com esse pensamento, que ele se viu indo dormir naquela noite. Todavia, não se passou nem mesmo um dia inteiro, antes de novamente sua mãe ir a seu encontro e retirar o que dissera.
Aparentemente não era uma coisa de minutos ou de estabelecer uma primeira interação. O único que o hibrido aceitava se aproximar ou o tocar, sem retaliar de forma agressiva, era Luiz. E sim, eles haviam tentando com outra pessoa e até mesmo outro ômega, que agiu como se fosse a pessoa mais doce e amorosa do mundo. Ainda assim, o alfa realmente não deixou que chegasse perto de si, rosnando e atacando quem fosse insistente.
No dia seguinte, quando Yoon foi novamente visitar o hibrido, ele quase se assustou quando o mesmo correu em sua direção e mordendo a manga do seu jaleco, o arrastou na direção oposta, o obrigando a se deitar contra a cama. Logo o mesmo se posicionou sobre o copo magro do ômega e não foi nenhum pouco tímido ao se aninhar contra seu pescoço, o cheirando tão intensamente que Yoon sentiu suas bochechas corarem. O hibrido ficou muito mais territorial do que esperado, o marcando e até sendo mais ousado, como com mordidas — não o suficiente para machucar ou furar a pele sensível, mas o bastante para que o Doutor Min, tivesse que evitar ceder aos seus "instintos ômega" e se tornar uma bagunça quente e mole contra o colchão —. E sinceramente, mesmo que repetisse a quase 30 anos que aquilo era algo fácil de fazer — não agir como alguém carente — e realmente fosse, ele estava encontrando alguns problemas indesejados naquele momento. E tudo tinha sido ainda mais difícil, quando ele tentou ir embora. Já haviam se passado pelo menos umas 03 horas que ele estava no cômodo e o animal se recusou a deixá-lo se afastar ou ao menos se levantar. Foi preciso muita persuasão e promessas de voltar no dia seguinte, para que sua liberdade fosse conquistada a muito contra gosto, por um hibrido claramente insatisfeito. Ainda assim, ele conseguiu.
E isso se tornou quase uma rotina. Todos os dias, realmente todos, ele tinha que fazer uma visita a pantera, caso quisesse que ele cooperasse consigo. Ou com qualquer outro trabalhador do hospital. Yoon até tinha conseguido convencer o outro a deixar uma médica especialista em espécies híbridas selvagens se aproximar e o examinar, para saber com precisão qual era a sua raça animal e sua provável idade e habitat natural. O único problema, foi quando ela pediu para o médico se afastar um pouco e quase foi recepcionada com um conjunto de dentes afiados. Mas no final tudo deu relativamente certo e era o que importava.
Outra coisa que havia se tornado normal durante suas horas juntos, era o quão mais íntimo o hibrido havia se tornando. Nos últimos dias, ele nem mesmo esperava por uma deixa ou permissão, antes de se aninhar contra o corpo do médico, o marcando com seu cheiro e até sendo um pouco mais ousado em suas carícias. Como ontem, que em vez de se limitar a lamber e se esfregar contra o pescoço do ômega, resolveu explorar novas áreas, como seu rosto e peito. Luiz tinha certeza que saiu do dormitório parecendo uma espécie de tomate maduro, com as bochechas redondas muito coradas e evitando olhar para a porta ao lado onde ficava a sala de observações, como se tivesse cometido um crime. Ou só muito envergonhado mesmo.
_Pronto. Não acho que vai precisar de mais bandagens. Entretanto, você não pode se coçar, okay? Isso pode prejudicar o processo de cicatrização e até mesmo infeccionar...- murmurou distraído, balbuciando mentalmente porque aquilo parecia muito uma conversa entre um veterinário e um cachorro. Assim que terminou de guarda tudo em sua maleta, seus olhos se levantaram e acreditem, ele não se sentia muito orgulhoso sobre aquilo, mas não ficou nenhum pouco surpreso quando seu corpo foi empurrado para trás e o peso que vinha se tornando conhecido, repousou sobre si.- Pelo menos dessa vez você me deixou guardar tudo...
Seu tom era baixo e divertido, pensando sobre o começo daquela semana, quando a pantera impaciente fez com que ele tivesse que passar alguns minutos juntando todos os seus equipamentos médicos jogado pelo chão. Naquele dia ele havia ficado tão irritado, que se negou a deixar o hibrido se aproximar de si e foi embora. No dia seguinte, estando mais calmo, ele voltou para ver como o outro estava. Quão grande foi sua surpresa ao ser recepcionado por um hibrido cabisbaixo e que o olhava com enorme olhos verdes tristes. Maior ainda, foi quando percebeu que ele não fazia nenhum movimento de aproximação, apenas parado em seu lugar, esperando pelo comando do ômega. E quando esse veio, Yoon se sentiu confuso pelo carinho excessivo que recebeu naquelas poucas horas. Todos os "toques" pareciam muito mais íntimos e doce, como se o outro quisesse o mimar. Foi estranho. Mas talvez não um estanho ruim...
_Hum... Hey, devagar...- resmungou quando uma mordida particularmente forte, foi deixada contra a pele entre seu pescoço e ombro. O mesmo se encontrava com seus olhos fechados e a cabeça inclinada para o lado, uma expressão calma preenchendo seu rosto. Para ser sincero, Luiz queria que aquilo tudo fosse desconfortável para si e suas motivações para tudo continuar acontecendo, fosse apenas como uma espécie de recompensa para a pantera cooperar. Todavia, ele sabia muito bem que nem mesmo naquela primeira consulta, esse havia sido a deixa exata.
Por algum motivo que ainda não conseguia tornar compreensível, o ômega se sentia confortável o bastante com aquele alfa desconhecido e que nem mesmo havia visto o rosto — humano — de uma maneira nunca sentida antes. Ele gostava daquele perfume único e que inacreditavelmente, o acalmava e relaxava. Ele gostava de como tudo parecia mais simples e sem muito importância quando o mesmo preenchia seus pulmões e o dava a leve ilusão de nunca mais precisar se preocupar com nada. Ele gostava de como o seu próprio perfume se misturava com aquela fragrância e permanecia em seu corpo pelo resto do dia, melhorando inconfundivelmente seu humor. Mas também, havia mais.
Havia aquela parte quase... primitiva dentro de seu corpo, que se sentia nas nuvens ao saber que mais nenhum outro ômega havia conseguido se aproximar tanto do hibrido, quanto ele havia. Gostava também, de como o alfa parecia tão satisfeito ou até mais, com seu cheiro de morango, sempre respirando fundo e tentando levar a maior quantidade possível daquele odor para seus pulmões ou se fundir a ele.
Eram muitos sentimentos novos. Sentimentos esses que Min nunca havia sentido anteriormente, nem mesmo esperava sentir. Sua crença de que era maior do que sua denominação e que não precisava de um outro alguém para se sentir completo, caia por terra apenas por ficar no mesmo cômodo que aquele hibrido. E talvez o mais desgastante, fosse o fato de que ao contrário de como deveria realmente se sentir — irritado e se odiando por ser tão "fraco" — ele não conseguia se importar. Estando simplesmente satisfeito com toda aquela nova dinâmica.
Um bufar contra sua orelha se fez presente, o trazendo para fora de seus pensamentos. Abrindo seus olhos, ele quase se encolheu assustado quando percebeu que a cabeça do hibrido estava frente à frente com seu próprio rosto. Aqueles olhos verdes tão intensos que pareciam quase líquidos, fixos em seus próprios olhos. Até mesmo a respiração dele batia contra sua pele. Se Yoon já não houvesse deixado claro anteriormente, o puma desconhecia o que era espaço pessoal ou distância necessária. E apesar de as vezes ainda se assustar com aquilo — já que ainda era um felino com o dobro do seu tamanho e caninos muito bem afiados — isso era outra coisa que ele também havia inconvenientemente se acostumado.
_O que foi agora?- perguntou em um tom baixo e preguiçoso, sua hora de sono estava sempre cheia de pensamentos sobre sua atual situação, então, era quase impossível impedir aquela sonolência que sempre o tomava quando o corpo grande e quente do hibrido, o abraçava confortavelmente. Era como um bem vindo e atraente cobertor.
Seus olhos caídos observavam como o outro parecia o olhar com curiosidade, estudando seu rosto com concertação. Um pequeno sorriso curvou seu rosto. Era normal eles já terem se tornado tão íntimos ao ponto de Luiz conseguir definir expressões em um rosto felino tão inexpressivo?
_Sabe o que seria bom?- perguntou novamente, mas dessa vez apenas para dar entonação a sua próxima frase. Uma risada abaixa fugiu de seus lábios, ao ver o hibrido inclinar a cabeça para o lado, como se perguntasse "O que?"- Saber como você realmente é. As vezes até acho que consigo ver você franzir as sobrancelhas ou fazer uma careta, mas ainda não se compara a como seria conversar com sua forma humana.
O ômega sorriu ao ver a pantera o olhar parecendo pensar sobre o que ele dissera, mas isso também podia ser apenas sua imaginação. Respirando fundo, ele voltou a fechar seus olhos, enquanto coloca seus dedos sobre o pescoço peludo da pantera, o acariciando carinhosamente, apenas adorando aquele sentimento de relaxamento que o tomasse ainda mais.
_Eu sei que você provavelmente não quer voltar a sua forma humana e que sem duvidas tem algo ligado a seu passado. Minha mãe disse que seu dono era um merda que o usava como uma espécie de cão de guarda...- começou a balbuciar, sua mente envolta em uma névoa calmante e preguiçosa. Seus dedos se tornando mais precisos quando sentiu o corpo hibrido ficar um pouco rígido com a menção do passado.- Então não se sinta pressionado, okay? Eu adoraria conhecer o meu alfa e tudo mais, porém quero que faça isso quando se sentir realmente bem. Eu posso esperar.
Luiz estava quase dormindo, quando ouviu um farfalhar estranho, fazendo suas sobrancelhas se curvarem em um ângulo desagradável. Assim como não notou o que dissera anteriormente, ele também não percebeu o que ocorria naquele momento. Apenas quando em vez de sentir pelos em suas mãos, ele sentiu algo quente e macio. Entretanto, Suga só acordou mesmo, quando o peso em cima de si se tornou mais preciso e suas pernas se viram quase entrelaçadas em uma cintura bem mais fina do que o corpo anterior.
_Mas que porra...?!- arregalando seus olhos, o médico tentou se levantar, mas logo voltou a cair contra o colchão por causa do peso sobre si. Até desviar seu olhar para baixo.- O-oh...!
Haviam dois olhos o encarando fixamente, só que diferente de todas as outras vezes, inclusive de alguns minutos atrás, aquele par de orbes não eram verdes e sim castanhas escuras. Ainda assim, pareciam tão bonitas quando as esverdeadas eram.
Ainda muito incrédulo, ele deixou que seus próprios olhos arregalados estudassem todos o detalhes do perfil a sua frente. Queixo marcado, bochechas redondas, olhos pequenos, nariz bem estruturado, lábios carnudos e pequenos. Ele olhou tudo e ainda assim não conseguia se convencer que aquele garoto fofo era o mesmo hibrido de pantera tão ameaçador de outrora.
_V-você... Oh, você é fudidamente lindo...- murmurou baixo, ainda não conseguindo acreditar no que via. Entretanto, assim que a realização do que dissera anteriormente chegou ao seus ouvidos dormentes, ele finalmente acordou de seu torpor, corando em um forte tom de vermelho.- Hum... Quer dizer... O-olá?
Tentou colocar um tom indiferente em sua voz, enquanto desviava o olhar para qualquer outro lugar que não fosse o alfa sobre seu corpo. O ômega só queria correr para o mais longe possível e enterrar sua cabeça em um buraco. Como ele podia ser tão descarado assim?!
Todavia, antes que pudesse ao menos terminar sua linha de pensamento, ele sentiu dedos curiosos traçarem o seu maxilar delicadamente, enquanto uma outra mão empurrava seu corpo para baixo, um pedido mudo para que voltasse a posição anterior. Olhando para cima, com os olhos mais abertos do que o normal, ele se viu encarando novamente aquele rosto bonito e muito perto do seu, suas bochechas cada vez mais quente. Os fios negros e grande demais para o cabelo do garoto, caiam como um véu sobre o rosto dos dois, tornando toda aquela situação ainda mais íntima e desesperadora para o ômega. Ele não tinha muita certeza do por que, mas parecia bem mais... alarmante ter um homem bonito deitado sobre seu corpo, do que uma Pantera que já tentara o matar.
_O que você está fazendo?- seu tom soou em um sussurro, o motivo ele não sabia. Talvez fosse medo de assustar ao outro homem? Ou ele apenas se sentisse intimidado por toda aquela troca de olhares? Sua mente confusa não poderia encontrar uma resposta naquele momento.
Ele observou o rosto alheio se abaixar ainda mais e em um movimento sutil, o hibrido deslizar a ponta de seu nariz contra seu maxilar. O toque sendo tão suave e gentil, como se fosse feito por uma pena. Puxando uma respiração pesada para seu pulmões, Yoon sentiu uma série de beijos leves e castros serem pressionados contra a sua bochecha e seguirem caminho para baixo. Mais uma vez, ele não se sentia muito orgulhoso de seus movimentos, ainda assim, ele apenas inclinou sua cabeça quase imediatamente para o lado, deixando seu pescoço a mostra e indefeso para os ataques que ele sabia que viria. Que ele queria que viessem.
_Você também é bem carinhoso quando está na versão humana, não?- brincou um pouco, sentindo o hibrido deslizar seu nariz pela sua pele sensível, como se estivesse experimentando a suavidade da mesma. Novamente nenhuma resposta viera, o fazendo suspirar.- Também não é verbal. Maravilha, voltamos a estaca 01.
Um suspiro fugiu de seus lábios, enquanto ele apenas fechava seus olhos e pensava sobre como lidar com aquilo. Talvez não tendo muito sucesso naquela decisão, já que assim que suas pálpebras se fecharam para a luz, a sensação de lábios contra a curvatura de seu pescoço se tornou ainda mais vívida do que antes. E algo sobre o hibrido agora em cima de seu corpo o marcando, está em sua forma física humana, só parecia deixar tudo aquilo um pouco mais opressor do que outrora. E sim, ele sabia que aquilo se devia totalmente pelo alfa ser um fudido gostoso.
_Oh... Hey! Não faça isso, vai deixar marcas!- comentou distraidamente, enquanto sentia uma parte específica onde o garoto havia mordido com mais força do que necessário, pulsar de leve. E ignorando totalmente o arrepio que correu por todo o seu corpo, pelo mesmo motivo. Um sorriso inevitável se abriu em seus lábios, quando ouviu um choramingo baixo e quase como em um pedido de desculpas, uma série de beijos fora deixado sobre a área dolorida.- Você é tão obediente as vezes, que quase esqueço do nosso primeiro encontro...
Seu tom era divertido, mas mudou assim que percebeu o que aquilo realmente significava. O hibrido havia sido criado para obedecer seu dono e Yoon não queria nem imaginar pelo que ele havia passado, para ficar daquela forma tão condescendente. Bufando, ele voltou a levantar suas mãos para acariciar o hibrido, num movimento quase involuntário, apenas para "confortar" ao outro, mesmo que ele não fizesse ideia do que se passava em sua mente. Entretanto, ele novamente percebeu que o hibrido não era mais uma pantera de 100kg. E também, finalmente percebendo uma outra — muito óbvia — situação quando sua mão pousou contra a pele quente.
O hibrido estava completamente nu deitado sobre si.
Arregalando seus olhos ao perceber o que aquilo significava, Yoon não pode se impedir de deixar seus olhos correrem pelo corpo volumoso do alfa, ou ao menos, pelo o que podia ser visualizado de sua posição comprometedora. Como por exemplo, um braço forte cercando seu corpo e com a mão apertando levemente contra sua cintura. Ou as costas com músculos marcados, formando um triângulo impressionante entre seus ombros grosso e cintura fina. Ou então, as duas elevações grande e duras que fizeram as bochechas de Luiz corarem — e uma certa inveja cutucar seu inconsciente ao perceber que sem duvidas aquela b***a era maior até mesmo do que a sua.
Desviando seus olhos com vergonha quase pingando de seus olhos, assim como suas bochechas muito vermelhas, Yoon sufocou uma risada nervosa ao perceber que sem duvidas nesse exato momento haviam outras pessoas observando aquela interação pessoal demais. Por Deus, até sua mãe poderia está na outra sala. A vontade de correr para longe e enterrar sua cabeça em um buraco havia voltado com força total.
Sentindo o hibrido se mexer inquieto sobre si, provavelmente sentindo a mudança em seu cheiro, Suga se virou para encarar o mesmo, usando de uma força mental tão grande — que nunca pensou ter antes — para deixar sua voz tranquila e expressão clara. Tudo o que ele menos precisava agora, era deixar o outro homem agitado e se negando a o deixar sair. Ou até mesmo receoso de se tornar humano novamente.
_Eu preciso ir.- foi tudo o que conseguiu dizer, surpreso por não gaguejar, já que era exatamente isso que as batidas de seu coração pareciam estar fazendo graças a aquele par de olhos castanhos o encarando de tão perto. Mesmo sem uma confirmação explícita do outro lado, Luiz sempre soube que a pantera odiava quando ele tinha que ir embora e isso se tornou ainda mais explícito, quando uma expressão emburrada tomou o rosto do mesmo, com direito a um biquinho fofo, esse que acabou arrancando uma risada fraca do ômega.- Já falamos sobre isso antes... Eu preciso trabalhar. Mas prometo que volto amanhã, okay?
A muito contra gosto ele viu o hibrido se afastar quase em câmera lenta, como se sua lerdeza, fosse fazer o médico mudar de ideia. Sorrindo ainda maior, Yoon realmente considerou ficar um pouco mais de tempo, todavia, assim que o peso sobre sua parte superior sumiu, ele pode se lembrar do porque precisava ir embora imediatamente. Afinal, agora sua visão não estava mais limitada e ele pode observar um peito e abdômen realmente admirável, assim como algo claramente duro um pouco mais a baixo, fazendo seu rosto corar e seus olhos desviarem em outra direção.
_Sim, eu volto amanhã. E com roupas...- foi tudo que conseguiu formular antes de se levantar em uma velocidade exagerada e quase correr para fora do cômodo sem olhar para trás.
Assim que a porta se fechou atrás de si, um suspiro pesado fugiu pelos seus lábios entreabertos, como se uma tonelada fosse retirada de suas costas e mente. Ainda assim, no fundo ele sentia aquela estranha quietude calmamente que o hibrido o transmitia, se dissolver lentamente, quase como um comprimido no seus últimos minutos de eficácia. Negando levemente com a cabeça, Luiz se virou em direção ao corredor que levaria a seu consultório, se parando quase imediatamente ao ver uma sombra na direção contrária. Franzindo as sobrancelhas, ele encarou confuso o olhar sério que sua progenitora o lançava, muito semelhante a um aviso silencioso. Esse que mesmo fingindo não entender, ele sabia qual era.
Sem pensar duas vezes Yoon apenas seguiu para onde deveria cumprir com suas próximas horas de trabalho. Sua mente já estava agitada demais, para ter que lidar com alguma repreensão a mais. Ainda assim, ele podia sentir sua nuca queimando com a encarada de sua mãe, até virar o corredor mais próximo.