6º Capítulo

1856 Words
Jules Danço como uma louca, nunca me permiti fazer isso e pela primeira vez na vida curto o momento, estou extravasando toda minha raiva e frustração. Uns 30 minutos depois abandono a pista de dança e subo até a área VIP onde sei que encontrarei Diego. E lá está ele, rodeado por umas dez pessoas, Simons está abraçado com a mulher em um enorme sofá. — Aí está você, meu amor! — Grita assim que me vê. — Aqui estou. — Procuro o sofá mais distante possível do casal pegação e me jogo nele. Viajo em meus pensamentos e me pergunto que tipo de mulher aceita ser tratada da maneira como Simons fez e minutos depois está toda derretida em seu colo. Fico olhando para o nada e mexendo no que sobrou do meu cabelo. Minutos depois levanto os olhos e vejo que só sobrou eu, Simons e sua mulher naquela parte da área VIP. É impossível não olhar para eles, Simons está beijando o pescoço dela, mas seus olhos estão fixos em mim. Nojento. Levanto já me preparando para sair quando Liam resolve falar, parece que Simons gosta de jogos. — Você está aí, não percebi. — Mente com um sorriso m*****o. — Tchau. — Fico de costas, mas não rápido o suficiente. — Gostaria de lhe apresentar Amy. — Olha de mim para a morena ao seu lado. — Se viram no hotel, no dia em que ficou no meu quarto. — Fala e não deixo passar que está tentando provocar nós duas, será que está esperando uma briga? Por ele? Coitado. — Claro, no dia em que você estava deixando o hotel e me emprestou sua suíte. — Esclareço. — Prazer, sou Jules. — Sou amigável com a mulher que novamente me olha de cima a baixo. — Você é a noiva do Diego, sou Amy mulher de Liam. — Não deixo de reparar em sua mão firme na perna do marido. — Sou Jules. — Não serei conhecida como a mulher de ninguém, tenho minha própria personalidade. — Eu estava de saída, com licença. — Sem esperar uma resposta, apenas saio. Sério destino? Às vezes você passa do limite! Penso frustrada. Vou até o banheiro e dou uma conferida no visual, confirmo que está tudo no lugar e lembro que meu noivo está perdido na multidão e agora deve estar bêbado além da conta. Ando por todos os cantos da boate e nem sinal do desgraçado, já estou arquitetando formas diferentes de assassiná-lo e sumir com o corpo quando vejo Nat, um dos colegas dele. — Nat! — Grito tentando me fazer ouvir na multidão, ele está se afastando antes que eu possa saber de Diego. — Nathaniel! — Berro me enfiando entre a multidão. — Jules, onde o Diego está? — Pergunta meio atordoado. — Esperava que você soubesse. — Ora bolas! Tudo que não preciso é ficar sozinha nesse inferno, olho para o relógio e faz apenas 1 hora que estamos aqui! — Certo, se encontrá-lo avise que estou no bar. Sim, no bar! Preciso beber algo para aguentar essa noite que m*l começou. Para quem gosta de megafestas, alta sociedade e filhinhos de papai esse é um lugar maravilhoso, o paraíso na Terra, mas para quem prefere um bom livro isso é o inferno. — Por favor, uma dose de Patron. — Peço ao barman, enquanto me sento em um banco próximo ao balcão. — Esqueceu o sal e o limão gatinha. — Um homem qualquer diz tentando uma aproximação, aproximação que não tenho o mínimo interesse. — Se tivesse o gosto refinado iria saber que sal e limão não são necessários ao pedir uma bebida dessas. Eles cancelarão o sabor que uma tequila de alta qualidade oferece. — Para meu desespero ela se senta ao meu lado. — Amy. — Falo a contragosto, me sinto péssima perto dela após o quase beijo e ela ser uma vaca não faz com que me sinta menos m*l. — Você não parece estar se divertindo. — Diz olhando ao nosso redor. — Não é o ambiente com que estou acostumada. — Minha bebida chega e como deve ser feita bebo em um gole. — Notei, você se destaca como um dedão vermelho. — Devo ter salgado a santa ceia. Jules: — Já você parece estar confortável, tem muitas mulheres do seu tipo por aqui. — Toma distraída. — Sim, estou acostumada a ficar nos holofotes. — Vaca. — Liam não aparece em lugar algum sem eu estar junto. — É claro, isso explica por que quando o vi sem você ele parecia um completo lunático. — Digo com deboche me perguntando onde ela realmente estava em todos os momentos que ele me assedia. — É algo que causa muita inveja também. — Minha vontade é de descer o nível quando ela fala isso, inveja deles? Me poupe! Mas faço a fina. — Melhor voltar para ele, já deve estar me procurando no meio de toda essa multidão. — Ou quem sabe esteja por aí assediando alguém. — Então o melhor é não o deixar esperando. — Vaca. — Tome mais uma dose por minha conta. — Ela pisca para o garçom. — Muito obrigada... — Digo irônica enquanto ela se levanta e vai embora. — Amiga metida essa sua, hein? — O homem puxa papo novamente. — Primeiro, ela não é minha amiga. Segundo, acredito que você já passou do limite na bebida. Tomo mais uma dose, e faço questão de pagar por ambas. Só não bebo mais porque sei meu limite e desconfio de minhas habilidades para chegar em casa embriagada. Volto a percorrer a multidão de corpos suados, mas já desisti de procurar Diego, está tarde e quero minha cama, duas horas de balada são mais que suficiente para mim. Mando outra mensagem avisando que vou embora e conversaremos amanhã. Confesso que não ouço o momento em que Diego me chama, afinal de contas a música continua nas alturas, só sinto quando ele me puxa pelo braço. — Tire as mãos de mim! — Viro e dou de cara com ele. — Venha, estamos apenas esperando você. — Ele parece estar irritado quando quem deveria estar irritada sou eu. — Me esperando? Estou atrás de você faz um tempão! — Grito para ser ouvida. — Você deveria ter ficado na área VIP... venha, todos estão esperando por nós! — Ele segura novamente meu braço. — Solte meu braço, Diego, está me machucando e esperando para o que exatamente? — Não confio nas escolhas de diversão de Diego e seus amigos. — Vamos até um dos hotéis de Simons, eles já estão no estacionamento. — Ele sai me arrastando. — Já pedi para largar meu braço, Diego, não sou uma boneca... — Ele me interrompe. — Qual o seu problema, Jules? — Sua voz está alguns décimos acima do normal agora que saímos do meio da multidão. — Você odeia isso aqui! — Isso não quer dizer que pode me arrastar para onde quiser, não sou um objeto! — digo indignada. — E não gosto do seu amigo — Minto, afinal de contas tem horas em que gosto até demais. — Não estou te arrastando. — Diz soltando meu braço. — Mas sei que vai comigo, afinal de contas é minha noiva. — Ele pausa me olhando de cima a baixo. — E por que não gosta do meu amigo? — Como se ser noiva dele me desse motivo para ir aonde ele bem entender. — Simples, não fui com a cara dele ou da esposa, então não quero ir para um dos hotéis dele. — Preciso ficar longe de Simons, mas o destino parece querer brincar com minha vida. — Não comece com isso, Jules, não é porque você não tem amigos que vou me afastar dos meus! — Dou um passo para trás, seu tom é mais que hostil. — Não estou pedindo para fazer isso, só não quero ir e não sou obrigada. — Digo tentando manter a conversa em um nível normal, quando chegamos ao estacionamento. — Não me trate desse jeito, Diego, não preciso aceitar isso. — Então fique aqui sozinha, estou indo com ou sem você. — Ele sai pisando alto, apenas observo quando ele entra no carro e os outros fazem o mesmo. Liam e Amy estão apoiados no carro deles, apenas observam a cena, ela com divertimento e Liam parecendo incomodado com a situação. Vejo quando ele faz menção de vir até mim e Amy segura seu braço com uma cara nada satisfeita, ele se livra de seu aperto e caminha em minha direção. Ignoro todos e saio do estacionamento, vou até a entrada da boate e peço para chamarem um táxi. — Vamos logo, Jules, você está nos atrasando! — Grita assim que estaciona ao meu lado. — Se quer ir, vá, só me deixe em paz. — Peço. — Que seja! — O desgraçado sai cantando pneus, nem para um policial parar essa cambada de bêbados dirigindo, não que fosse acontecer algo com esse bando de filhinhos de papai. — Você está bem? — Pergunta assustando o inferno para fora de mim, não percebi ele se aproximando. — Nada para se preocupar, estou ótima, deveria voltar para sua mulher. — Deixe que eu me preocupo com ela, que tal eu te dar uma carona? — Ele se apoia na parede ao meu lado cruzando os braços. — Não, obrigada. — Me afasto porque ele parou praticamente colado em mim. — Estou esperando o táxi, pode ir. — Esperarei com você. — Antes que possa protestar ele ergue a mão me calando. — Não está em discussão, não deixarei você aqui sozinha. Apenas nos ignoramos, ele vez ou outra me lança olhares. Uns 20 minutos depois o táxi chega. — Bem, tchau. — Digo entrando no carro. — Se ela chegar em casa com um arranhão sequer, acabarei com você. — Avisa para o taxista que arregala os olhos. — Adeus, Simons. — Digo sem paciência. — Boa noite, Jules, nos vemos em breve. — Diz se afastando do carro. E então estou a caminho de casa. Antes dos dias que passei no Brasil minha relação com Diego parecia perfeita, ele em sua farra cotidiana e eu sempre focada em sua carreira, em minha carreira e ignorando todos os problemas. Agora ele está me irritando, sua infantilidade, sua grosseria, seus vícios e futilidades. Nem mesmo s**o maravilho pode jogar para escanteio todos os nossos problemas. E isso não tem nada a ver com Simons, afinal de contas ele já tem sua mulher e não serei apenas mais uma fodinha em um banheiro qualquer de boate. Vamos lá destino ajude a mamãe aqui! Peço sem qualquer ambição de que ele realmente coopere.
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