7º Capítulo

1552 Words
Jules  O destino deve estar de brincadeira comigo! — Nove dias! Faz exatamente nove dias que não tenho notícias suas! — Digo o mais irritada que já estive. — E você simplesmente aparece agora com a cara mais deslavada do mundo! — Estive ocupado, meu amor, não é para tanto, você sumiu por muito mais tempo. — Fala tropeçando nas palavras. — Não sumi, Diego, nós terminamos e fui embora! O que você fez foi algo imperdoável, tínhamos acabado de reatar nosso noivado e você some por vários dias, sem consideração alguma por mim! — Não faça drama, Jujuba. — Ele parece sonolento, na verdade, ele parece totalmente fora de si. — Você está bêbado? — Pergunto completamente decepcionada. — É claro que não! — Ele sorri como um bobo. — Você não está normal. — Aponto o óbvio. — Deixe disso, querida, estou ótimo. — Ele parece estar rindo de uma piada. — Você está totalmente chapado? Está usando drogas, Diego? — A vida definitivamente não está do meu lado. — Não seja careta, Jules, você não é nenhuma santa! — O i****a diz e logo após solta uma gargalhada. — Vamos esclarecer as coisas aqui Diego, experimentei uma vez e foi pior que desagradável! Não vou dizer que você me obrigou porque eu poderia ter negado, mas não me trate como um de seus amiguinhos. — Amor, temos que marcar logo a data, mamãe está me deixando louco, não para de falar sobre nosso casamento, netos e outras bobeiras, já não posso mais ouvir a palavra casamento. — Ignora completamente o que eu disse. — Não faça disso algo menor do que é, Diego, não mude de assunto. — Ele me irrita além do limite e antigamente isso era legal, hoje em dia me dá vontade de gritar e chorar. — Esqueça isso, precisamos marcar a data logo, ela não vai nos deixar em paz até que tudo esteja acertado. — Não haverá casamento, Diego. — Minha frustração está em um nível descomunal. — Do que está falando? Como assim não haverá casamento? — Não sei Diego, só acredito que isso. — Aponto de mim para ele. — Não está funcionando como deveria. — Sabe o que vai acontecerá se nos separarmos tão perto da eleição? — Certo, sua preocupação não é o fim de nossa relação, mas sim o que isso causará a sua candidatura! — Desculpe, Jules, se estou preocupado com meu futuro! O que as pessoas pensam sobre mim, importa e muito. — Certo, Diego, por isso você está aqui na minha frente rindo como um i****a, completamente chapado. — Não deixo que ele fale. — Não, me importo com suas objeções, estou dizendo que esse noivado terminou. — Você não pode acabar com tudo assim... — É claro que posso, tenho vontade própria, livre arbítrio e decido minha vida. — Me levanto e caminho até a porta, ele vem atrás e segura meu braço, com força. — Não encoste em mim sem minha permissão. — Aviso e tento me soltar. — O que pensa que está fazendo? — Seus olhos brilham de raiva. — Você não pode acabar com o que temos, todos esses anos... Todo o tempo que dediquei a você, precisamos ficar juntos! — Só vá embora, Diego, não faça nada que possa vir a se arrepender. — Apelo para o mínimo de preocupação que ele possa ter com sua candidatura. Sacode a cabeça e me olha novamente, solta meu braço caindo em si. — d***a! Me perdoe, Jules, não sei o que deu em mim. — Sei, você está drogado e não é a primeira vez que passamos por isso. Não conversaremos agora, vá para casa, assim que estiver no seu juízo normal me ligue. — Desculpe, Jules, desculpe mesmo, só não quero perder você. — Ele finge estar desolado, mas não me convence mais. — Por favor, apenas vá embora. — Deixo a porta da casa aberta e subo para meu quarto, só por segurança tranco a porta dele. Espero algum tempo, tomo um banho rápido e escolho uma roupa para ir ver meus ex-sogros, sei que devo dar uma satisfação para eles após anos de amizade. Sem contar que preciso avisar que Diego voltou a usar drogas e beber descontroladamente. Estou tão distraída tentando decidir entre o vestido de flores ou de listra que tenho quase um enfarte quando algo se choca contra a parede não muito longe do quarto. — Mas que d***a é essa... — Abro a porta e sigo pelo corredor. O som só faz aumentar, do topo da escada vejo Diego entre os pedaços do que sobrou dos móveis daquela parte da casa. — Diego! — Grito ao ver sua mão sangrando e desço as escadas correndo. Ao notar minha presença ele abre os braços e entre tropeços, caio ali no meio, sou apertada com força. — Você voltou, voltou para mim. — Não tenho tempo de falar nada, ele simplesmente me beija, é forçado e grotesco. Tento me afastar, mas é praticamente impossível, ele tem o dobro de tamanho e força que eu. Quando se afasta sinto o gosto de sangue em minha boca. — Eu te amo, Jules, eu te amo e nós vamos nos casar, seremos felizes e teremos muitos filhos, quero que nossos filhos pareçam com você, lindos, inteligentes e bondosos. — Di, está me machucando. — Forço seus braços para afrouxar o aperto. — Não, meu amor, nunca vou te machucar. — Ele me solta e sim, ele está completamente fora de si, como suspeitei antes. — Vamos nos casar hoje! Você pode pedir ao padre Pedro que venha até aqui e faça toda a ladainha da cerimônia, ele adora você, ele virá sem pensar duas vezes. — Querido, o padre está viajando e não temos como casar hoje. — Sua expressão muda de felicidade para raiva. — Mas assim que chegar podemos nos casar. — Tudo bem, então que tal começarmos a fazer nossos bebês? — Pergunta com um sorriso maluco na cara, um calafrio me percorre. — Não podemos, querido, seus pais e alguns amigos estão vindo almoçar e não vão demorar para chegar. — Estão? Por que você os chamou? — Grita irritado. — Não quero ninguém aqui! Diga para não virem! — Se já estava com medo, agora estou apavorada. — Tudo bem, ligarei e direi para que não venham. — Isso, ligue e os mande ficar longe! Não quero que ninguém nos atrapalhe! — Tudo bem, vou buscar meu celular e avisar a todos. Pego o celular e ligo para os pais dele, a chamada vai para a caixa postal, então resolvo deixar uma mensagem para eles virem o mais rápido possível. — Oi Mag, é a Jules. Diego está aqui e não está normal, tenho quase certeza de que está usando drogas novamente. Está fora de si e agressivo, assim que puder venha para cá, preciso de ajuda, manterei as coisas no controle aqui, só não demore muito, por favor. Encerro a ligação e dou de cara com ele, que está parado atrás de mim, de braços cruzados e um olhar maluco. — Está tudo bem, meu amor? — Pergunto docemente, tentando ganhar tempo. — Avisou a todos? — Seu tom é frio, mas não o mesmo frio do tom de Simons, é mais como um frio assassino. — Não consegui falar com nossos amigos, mandarei uma mensagem. — Tudo bem. — Continua ali, parado me encarando. Percorro minha lista de contatos e não sei a quem recorrer, não tenho amigos com quem possa contar, chamar a polícia causaria um escândalo e os pais dele não merecem passar por isso. Chego na letra S e infelizmente essa é a única pessoa que pode me ajudar, Simons i****a. Preciso de sua ajuda, Diego está drogado e descontrolado, estamos na minha casa, não consigo falar com os pais dele e chamar a polícia está fora de questão. Se puder ajudar agradeço. Por favor. — acrescento para ele saber que estou falando sério. — Pronto, que tal fazermos algo para comer? — Não é a minha barriga que quero satisfazer nesse momento. — Se aproxima novamente e meu corpo treme involuntariamente. — Estou morrendo de fome e desmaiarei se não comer nada. — Me analisa de cima a baixo. — Tudo bem, você realmente está magra demais e precisa comer para conseguir manter nossos bebês saudáveis. — Exatamente, então que tal você procurar algo para assistirmos enquanto faço uma lasanha. — Ótimo, é por isso que te amo mulher! — Me agarra e gira no ar. Depois disso ele vai realmente procurar algo na TV e eu enrolarei na cozinha, esse será o preparo de lasanha mais demorado da história! Quando a companhia toca o alívio que sinto é indescritível. Largo tudo e corro até a entrada, Diego já abriu a porta e encara Simons parado do outro lado.
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