Prólogo
Jules
Aqui estou, desempregada após 5 anos trabalhando na mesma empresa!
Solteira após 4 anos entre namoro e noivado.
Namorei um b****a durante 3 anos e fomos noivos durante 1.
Mas tudo acabou em uma quarta-feira às três da manhã quando precisei ir ao que seria nossa futura casa e simplesmente encontrei uma vaca cavalgando meu noivo!
Do mesmo modo que entrei, saí. Sim, nada de barraco ou puxões de cabelo, liguei para ele e terminei tudo, o desgraçado teve a ousadia de chorar, espernear e me culpar por estar jogando nossa felicidade no lixo.
Mas segui de cabeça erguida, me senti como o c**ô do bandido? Sim, mas acontece. Ao menos tentei, afinal de contas meu ex era meu chefe, então nada acabou bem.
Estou voltando para o Brasil, não tenho mais o que fazer em Washington. Por isso, estou, no aeroporto esperando meu voo ser anunciado. E parece que já aconteceu, porque ouço avisarem ser a última chamada para embarque.
Pego minha bagagem de mão e aqui vou Brasil!
Me levanto, checo minhas mensagens e ligações, vejo várias tentativas patéticas do meu ex, tirando isso, tudo está perfeito.
Até o momento em que alguém esbarra em mim, fazendo meu caríssimo iPhone 11 voar.
— Oh d***a! — Grito e corro como uma louca tentando pegá-lo antes que bata no chão.
E o mais engraçado é que o homem que esbarrou em mim, faz o mesmo e ambos fracassamos, nossos celulares caem praticamente juntos, tudo o que realmente consigo é mais uma vez esbarrar no estranho e dessa vez também caio no chão.
— Me deixe ajudar. — Oferece.
— Não é necessário. — Levanto e procuro meus óculos.
— Desculpe-me por isso, ando um tanto quanto distraído. — Ouço sua voz e automaticamente meu pescoço dá um giro como a garota do exorcista.
— c****e! — Deixo escapar ao ver um homem maravilhoso parado na minha frente.
Observo-o da ponta dos pés ao cabelo, e ele é alto, muito alto, seus cabelos são negros e levemente ondulados, ele distraidamente joga para trás algumas mechas que estão na frente de seus olhos. Atraindo minha atenção para olhos azuis, quer dizer verdes, não consigo dizer qual a cor exata, mas eles são penetrantes e frios, frios como se nenhuma felicidade existisse dentro dele. Ele sorri levemente e meus olhos descem para sua boca, é claro que ela é carnuda e vermelha, emoldurada por uma barba de alguns dias, céus esse homem é de tirar o fôlego de qualquer um.
— Está se sentindo bem? Machuquei você? — Seus olhos que parecem duas lascas de gelo estão cravados em mim, ele parece tremendamente desconfortável com a situação.
— Sim e não. Só perdi meu celular, os óculos e acabarei perdendo o voo. — Disfarço estar comendo o homem com os olhos.
— Seus óculos. — Ótimo, ele tinha que estar nas mãos desse estranho totalmente sexy e irritadiço.
— Obrigada. — Agradeço constrangida.
— Os celulares estão ali. — Aponta, rapidamente pego o meu e enfio no bolso do sobretudo.
— Realmente sinto muito, bom voo para você! — Corro para o portão de embarque.
— Certo ruivinha. — O ouço dizer.
Finalmente em casa!
É tudo que penso ao desembarcar no aeroporto, não que esteja aliviada por estar aqui, mas se é isso que o destino está reservando, por enquanto aceitarei.
Meu celular começa a tocar, não reconheço o som.
— Ótimo, tudo o que preciso que esse celular tenha estragado por eu ser desastrada e desatenta. — falo comigo mesma enquanto pego o aparelho para atender. — Alô. — Vejo meu número na tela.
— Olá. — A voz rouca do outro lado da linha é familiar, o tom frio confirma o que pensei, peguei o celular errado.
— Trocamos os celulares. — é claro que já sei quem é o dono dessa voz sexy e fria.
— Exatamente. — Céus, como ele deixa a voz tão sem emoção?
— Ótimo, era só o que faltava! — Falo em voz alta.
— Você é a Jules e esbarrou em mim no aeroporto. — Então além de frio é um b****a.
— Espere aí! Foi você quem esbarrou em mim! — Me defendo.
— Que seja! Isso não vem ao caso. Só precisa trazer meu celular até aqui, agora. — Só pode estar brincando.
— É claro, fique tranquilo pegarei o primeiro voo de volta para Washington. — Sou o mais irônica possível.
— É óbvio que vai, pagarei pela passagem e hospedagem, assim como te darei um bom dinheiro por todo o infortúnio.
— Você é comediante? — Pergunto divertidamente.
— Como é? — Isso parece irritá-lo, se seu tom é uma indicação.
— Escute aqui vossa excelência, a não ser que você esteja no Brasil, e bem perto de onde estou é impossível ter seu celular ainda hoje, conforme-se que amanhã envio pelo correio e espero que faça o mesmo com o meu.
— Não seja ridícula! Não pode deixar meu celular nas mãos de qualquer um, há informações valiosas aí e preciso dele até amanhã.
— Você é o ridículo aqui! Não viajarei de volta apenas para devolver seu celular, apenas passe as informações para um novo e pronto! — Perco a paciência. — Ou então fique à vontade para vir buscar, envio o endereço por mensagem se quiser, agora se me der licença preciso descansar, foi uma viagem cansativa.
— Não desligue! — Grita e ignoro com toda a minha classe.
— Até mais — Sorrio após desligar.
São três da manhã, passei por toda cerimônia de encontrar meus pais, ouvir o sermão de como sou desajustada por terminar um noivado promissor e largar minha carreira brilhante na política.
Meu ex já ligou para cá umas 100 vezes, fazendo com que minha mãe não saia do meu pé! Sinceramente estou pensando em pegar realmente o primeiro voo para Washington. Ao menos teria mais paz, não sei por que acreditei que meus pais ficariam do meu lado.
Estou sem sono, irritada e cansada, para ajudar o celular do bonitão não para de receber ligações e mensagens, coloco no silencioso e ignoro, até a hora em que vejo a décima quinta ligação da mesma pessoa, na tela pisca o nome Amy, sem pensar duas vezes atendo, alguém ficará em apuros.
— Alô. — Seguro o riso.
— Quem está falando e por que está com o celular do meu marido? — Pergunta sem titubear e com uma voz estridente.
“Marido? Oh d***a!”
— Sou... — Interrompe.
— Não quero saber seu nome, o que está fazendo com esse celular? — Seu tom é gélido, quase igualando ao do marido, o dele é sexy, o dela é incômodo.
— Foi um acidente, nós trocamos de celular no aeroporto... — Mais uma vez a m*l-educada não me deixa falar.
— Para o seu bem espero que isso seja verdade. — Simplesmente ameaça e em seguida desliga.
— Que pessoal m*l-educado! — jogo o celular de lado e finalmente adormeço.