Catarina...
Depois daquela conversa e decidir ir atrás de sua mãe, ela precisava de mais informações e por isso pegou seu pai para uma conversa novamente.
Catarina: Pai! Preciso de algumas informações, qual é o nome da minha mãe? Onde ela mora? Preciso de todas as informações que o senhor possa ter da minha mãe.
Jose: Catarina porque você quer saber disso agora? Vamos deixar isso para lá, não compensa você ir atrás de sua mãe.
Catarina: Pai é meu direito saber quem é minha mãe, e saber onde ela está.
Jose: Olha Catarina a única coisa que eu sei de sua mãe é que ela casou e está morando em outro estado e tem outros filhos.
Catarina: Qual é o nome da minha mãe e onde ela nasceu?
Jose: Elisabete e ela nasceu no município de Rio Claro só isso que eu sei e mais nada. Catarina não quero mais tocar nesse assunto agora me dá licença porque eu quero descansar.
Depois da conversa Catarina passou a pensar como iria fazer para achar sua mãe. Ela não sabia por onde começar a procurar, o meio de comunicação da época era apenas carta, telefone era algo de gente rica, e a única coisa que Catarina e sua família não eram é rico. Alguns meses se passou e aquele assunto na cabeça de Jose tinha acabado, mas Catarina estava apenas esperando o momento certo para sair daquela casa e ir em busca de sua mãe. Desde da conversa de seu pai ela passou a guarda todo dinheiro que conseguisse, passou a pegar as moedas do troco do mercado ou da padaria que sobrava para costear sua fuga, ela sabia que tinha que sair daquela casa, ela já não suportava mais os maus tratos e a fome, Catarina era uma menina de 9 anos com responsabilidade de mulher, porem num corpo de criança. Primavera de 1964 mais de um ano depois da conversa de Catarina com seu pai sobre sua verdadeira identidade, depois daquela conversa Catarina não fez mais questão de satisfazer os desejos de sua madrasta, e de suas irmãs apenas Matheus continuou a receber o mesmo carinho e dedicação de Catarina. Na manhã do primeiro dia de primavera Josefa veio falar com Catarina.
Josefa: Catarina venha aqui preciso falar com você!
Catarina: Pode falar, senhora o que você quer?
Josefa: Olha como fala comigo menina sua insolente. E cala a boca apenas me ouve aqui você não tem direito de fala nada. Bom você já está com dez anos e precisa procurar uma ocupação para trazer dinheiro para essa casa, não tem como você viver aqui comendo, bebendo, e dormindo sem pagar nada.
Catarina: Dona Josefa eu ainda sou uma criança não tenho como trabalhar! Eu ajudo limpando a casa, lavando a roupa, e fazendo comida isso não é o suficiente?
Josefa: Suficiente? Claro que não! Você nem limpa está casa direito, faz uma comida horrível, as roupas que você lava quando não mancha de cândida, fica dura como um p*u no varal, e acha que está fazendo muito? Você precisa arrumar uma ocupação, ou vai para o olho da rua.
Catarina: Bom acho que sim já que Rosa e Roseli não faz nada e elas são mais velha que eu. Maiores poderia fazer muito mais serviços, coisa que elas não fazem só sabe ficar me explorando. E Rosa até filho já tem e eu que tenho que ficar cuidando do filho dela, enquanto ela sai. Porque não pede para ela ir arrumar uma ocupação. Perto delas eu faço muita coisa.
Josefa: Era só que me faltava você se compara com as minhas filhas? Você não serve nem para lamber os pés das minhas filhas. E você cuidar dos filhos da Rosa não faz mais que sua obrigação
Catarina: E eu não sou sua filha também? Por acaso também não nasci de você como Rosa e Roseli, Matheus e Bianca? Porque me trata tão diferente assim?
Josefa: Você? Nascer de mim! Logico que não. Jamais colocaria uma peste como você no mundo. Você é filha de uma vagabunda, v***a, que quis roubar meu marido e acabar com minha família, eu nunca quis você aqui na minha casa, eu falei para Jose que não queria você aqui na minha casa, mas ainda assim ele quis te trazer foi o acordo que nós fizemos. Porem nunca gostei de você e o meu maior desejo é que você saia da minha casa e suma da minha vida e da vida da minha família.
Catarina: Então é isso que você quer? Que eu suma da sua vida?
Josefa: Sim suma daqui e não volte nunca mais.
Catarina: Ótimo é isso que eu vou fazer, sair desta casa onde ninguém gosta de mim, onde o povo desta família é invejoso, mentiroso e que só me quer aqui porque trabalho como escrava para vocês, por que aqui eu não passo de empregada.
Catarina estava fora de si, a briga com a madrasta foi feia os irmãos de Catarina apenas observava a discussão , e as ofensa que uma lançava uma contra a outra, já sem poder aguentar mais nada Catarina corre para fora porem dona Josefa, corre atrás dela com um cinto na mão e começa a bater em Catarina e desta vez batia para matar, Catarina tentava se defender colocando as braços na frente do rosto para não acerta sua face, Josefa batia cada vez mais forte, Catarina chorava e gritava por socorro pois ela sabia que se continuasse assim ela não aguentaria por muito tempo, já que ela está magra como um palito, porque mau comia, dona Josefa lhe negava comida sempre que podia, quem mais lhe dava comida era seu querido irmão Matheus. Se não fosse ele Catarina morreria de fome.
Matheus: mãe pare, pare ou a senhora vai matar à Cata.
Josefa: eu não estou nem aí ela já deveria estar morta a muito tempo.
Catarina: socorro, Matheus me ajude ou ela vai me matar de tanto bater. Chame o papai por favor.
Josefa: cala boca sua n***a safada. Hoje ninguém te livra das minhas mão
Catarina: Matheus por favor.
Matheus: mamãe pare.
Jose: SOLTA ELA JOSEFA, SOLTA ELA AGORA.
Josefa: OLHA QUEM VEIO BUSCA A VADIADINHA, PAPAI BEBADO.
Jose: SOLTE ELA, OU EU NÃO RESPONDO POR MIM. VOCE JÁ BATEU NELA DEMAIS CHEGA.
Josefa, solta Catarina, com o ódio no olhar. Era queria mesmo matá-la. Catarina sai rastejante com os braços e pernas cheia de marca, pequenos cortes e sangue escorre pela sua boca. O ódio que Josefa sentia era tanto que ela grita para suas filhas mais velha:
Josefa: Rosa, Roseli pega os trapos de b***a desta vagabundinha e coloca em um saco que hoje ela vai para rua, já que aqui não está bom então é para rua que ela vai, porque lugar de vagabunda é na rua.
Após dona Josefa ter juntado as coisas de Catarina pegou a menina pelo braço e saiu arrastando ela quintal a fora e a jogou na calçada. Catarina não teve tempo nem de pegar suas economias, que ela guardada, para quando esse dia chegasse. Há jogou na rua sem nem ao menos se importar com o fim que aquela criança teria. Catarina pegou o pouco de coisa que tinha e saiu daquela casa, Matheus tentou mudar a atitude de sua mãe porem não conseguiu nada mesmo porque ele era apenas uma criança, de nada valia sua palavra. O pai foi até o portão e vendo a situação de sua filha, nada vez para ajudá-la apenas tirou da carteira alguns trocados e lhe entregou e disse:
Jose: eu avise, pedi para você ter mais paciência e não ficar brigando com sua mãe agora você estar por sua conta, não posso fazer nada a casa é dela.
Catarina: você é meu pai (ela fala chorando) eu sou uma criança tenho 10 anos apenas estou com fome, frio, machucada e o que o senhor me oferece são apenas trocados e me virar as costas?
Jose: não posso fazer muita coisa. Tenta achar sua mãe e viver sua vida, deus Catarina.
Catarina saiu pela rua sem rumo, praticamente sem dinheiro só com alguns trocados e sem ter para onde ir. Saiu caminhando com dificuldade já que estava cheia de marcas da surra que levou da sua madrasta, com o rosto machucado e com os olhos sem um pingo de esprança pegou um ônibus e seguiu para o centro de Rio Claro. Chegando no centro, Catarina pede informação de como chegar em São Paulo, após pegar as devidas informações Catarina sai pedindo dinheiro para poder juntar com o que tinha e pagar o ônibus, algumas pessoas deram, outras não, mas com muito custo conseguiu arruma a quantia deseja para pagar o ônibus e ainda tomar um lanche. Catarina sobe no ônibus para São Paulo, no coração de Catarina ela iria conseguir achar sua mãe assim que descesse do ônibus e ser amada por sua mãe, porem ela não sabia nada de sua mãe apenas que ela havia se mudado para São Paulo com uma foto guardada em sua carteira e o nome de sua mãe Catarina tinha a esperança de encontrá-la.