Ao acordar no dia seguinte Elisabete chama por José, porem ninguém responde, não havia choro de bebe nem vestígio de que tinha alguém na casa, ambos haviam sumido a princípio Elisabete ficou preocupada e até pensou em ir atrás dos dois, mas logo em seguida aceitou a oportunidade e simplesmente decidiu ir cuidar da sua vida sem nem ao menos chorar com o sumiço de sua filha e marido.
Nove anos depois...
Josefa: Catarina, oh Catarina, que menina mais inútil, cadê o café? Não venha me dizer que o dinheiro não deu comprar tudo porque não acredito.
Catarina: Desculpe mãe o dinheiro não deu mesmo estavam muito caro às coisas no mercado.
Josefa: Mas você é uma inútil mesmo menina, não sabe ir nem ao mercado.
Catarina se encontrava com nove anos seu pai havia se casado com uma mulher que tinha duas filhas mais velhas que Catarina, seu pai o José estava cada vez pior, bebia quase todo dia, não parava em casa e a madrasta de Catarina a dona Josefa adorava essa situação porque assim ela tinha a oportunidade para maltratar Catarina. O prazer de Josefa e de suas filhas eram maltratar e bater na pequena Catarina. Em uma noite Catarina estava deitada no chão da cozinha, pois era ali que ela dormia e sua barriga roncava de fome pois já havia dois dias que ela não se alimentava direito apenas comia os restos que sobrava nas panelas isso quando sobrava algo, porque quando sobrava um pouco mais sua madrasta a qual ela chamava de mãe dava para os cachorros só para ficar bem pouco para Catarina.
Então Catarina levantou e foi em busca de algo para comer, quando ouviu uma conversa de seu pai com sua madrasta.
Josefa: Olha José não aguento mais essa sua filha ela não presta para nada, tem corpo mole para o serviço de casa, tudo que fala para ela, ela sempre tem uma resposta na ponta da língua, ela não me respeita José eu não aguento mais oh você dá um jeito nessa menina ou eu vou joga-la na rua.
José não diz nada em defesa de Catarina apenas ouviu tudo calado, apenas pediu para Josefa ter um pouco mais de paciência.
Catarina ao ouvir aquelas palavras que saiu da boca de sua mãe ficou, desesperada, onde iria morar? Se ela realmente fosse parar na rua. Não tinha casa nem outra família, somente eles. Não conhecia sua verdadeira mãe, mesmo porque para ela a única mãe que Catarina conhecia era Josefa.
Catarina não entendia o porquê sua mãe lhe tratava assim de forma diferente dos outros filhos, com os irmãos ela era carinhosa, amorosa, atenciosa, porem com Catarina era só berros e tapas na cabeça. Tudo de melhor era para seus irmãos, tanto os mais novos e era Bianca e Matheus, e as mais velhas que era Rosa e Roseli. Os irmãos de Catarina tinham roupas, sapatos, brinquedos passeavam, mas Catarina não! Ela possuía somente aquilo que sobrava de suas irmãs mais velhas. Catarina só tinha um pouco de afeto por seu irmão Matheus e de seu pai quando não estava caído de bêbado ou na farra com prostitutas e boêmios.
Depois do que Catarina ouviu ela precisava agradar sua mãe de qualquer maneira. Levantou, mais cedo no dia seguinte fez o café com tudo que sua mãe gostava na esperança de agrada-la, limpou toda casa principalmente a cozinha fez uma faxina, lavou o banheiro, limpou o quintal, a sala, lavou as roupas tudo isso antes de sua mãe acordar, se arrumou e se penteou só esperando a família acordar e perceber que ela também era eficiente, bondosa, gentil e que não tinha corpo mole para o serviço. A pequena Catarina estava animada para que sua mãe acordasse para ver como ela estava bonita que na realidade não era bem assim Catarina nasceu uma criança muito linda porem ao passar os anos o sofrimento, a falta de comida, as roupas más trapilhas, tapava a verdadeira beleza de Catarina. Mesmo diante de tantos maus tratos a beleza de Catarina estava lá e mesmo que ela não via, suas irmãs viam e tinha inveja dela por isso. Catarina era como uma flor que precisava desabrochar tinha algo em Catarina que fazia dela uma menina diferente das outras, Catarina era amorosa, boa de coração, havia ternura na voz de Catarina, um brilho em seu olhar que apaixonava qualquer pessoas, mas ela não sabia disso ainda, porque com nove anos de idade o que sabemos da vida.