Recomeçar não é algo destinado exclusivamente a quem dá um passo em falso e se arrepende de tudo o que fez. Recomeçar não é apenas necessário para aqueles que viram seus sonhos serem destruídos. Todos temos a oportunidade de começar de novo por muitos motivos e a verdade é que ter a coragem de fazer isso acaba nos trazendo muitos benefícios.
Durante nossa vida, estamos sempre aprendendo algo de novo e a forma como encaramos cada desafio vai mudando. Por isso, é preciso deixar ficar para trás tudo o que já não nos traz algo positivo. Há novas oportunidades nascendo a todo momento que nos fazem descobrir sentimentos diferentes e lugares onde nunca estivemos.
Não tenho medo de recomeçar, pois isso faz parte das nossas vidas. Não lamente as coisas que ficaram para trás se tem um caminho pela frente onde poderá se cruzar com seus sonhos. A felicidade nunca tem um lugar certo para estar e nós precisamos viver em constante mudança para a termos sempre por perto.
(...)
Julie Foster:
-Que coisa doutor?
-Eu vou precisar notificar as autoridades sobre a situação da Lily e do Ben, afinal eles perderam os pais e você não tem a guarda deles, eles terão que ficar sobre a custódia do estado, eu sinto muito, mas é a lei e o hospital pode ter problemas se não notificar o conselho tutelar.
-Não faça isso doutor Roach, essas crianças são minha vida, eu prometir para minha melhor amiga que cuidaria dos seus filhos como se fosse meus, não me faça quebrar minha promessa.
-Infelizmente eu não posso fazer nada por você Julie, talvez é até melhor pra você ficar sem as crianças Julie, já que você é tão jovem para assumir essa responsabilidade.
-Com todo respeito doutor Roach, eu não te dei permissão de me chamar de Julie, pra você é senhorita Foster, e outra coisa doutor, minha vida não é da sua conta, essas crianças são tudo pra mim e eu vou lutar com unhas e dentes para ficar com elas, posso ir embora?
-Eu não quis ser grosseiro senhorita Foster, mas você foi avisada, você pode levar Lily pra casa, a receita dos medicamentos que ela precisa tomar estão aqui, mas assim que o conselho tutelar for notificado por mim, saiba que algum conselheiro irá na sua casa.
-Estou aguardando. Rosno para ele, enquanto saio do seu consultório louca de raiva, pego Lily na enfermaria e saio de lá com ela no colo enquanto seguro Ben pela mão com uma única certeza, ninguém vai tirar meus filhos de mim.
Quando chego em casa, cuido dos dois, e enquanto eles dormem, eu acabo tendo uma idéia, vou fugir para outro lugar antes quem o conselho tutelar apareça aqui e tome minhas crianças.
Subo em cima da cama com meu notebook, pois vou precisar ir para um lugar onde haja um hospital que faça transplante de coração em crianças.
Quando finalmente encontro o Russell Pediatric Hospital, heart transplant specialist, uma chama de esperança nasce em meu peito, algo me diz que lá neste hospital vou consegui salvar a vida da Lily.
Sem perda de tempo eu ligo para a rodoviária e compro uma passagem apenas de ida para hoje à noite mesmo, não vou esperar aqui sentada enquanto alguém venha aqui e leve meus filhos para o orfanato.
Pego minhas economias que não é grande coisa, mas vai me ajudar a alugar um quarto em alguma pensão lá em Seattle, coloco tudo dentro da minha bolsa, arrumo as malas das crianças, e as minhas com apenas algumas coisas.
Tomo um banho, depois arrumo as crianças, tranco a casa de Darla e saímos rumo a rodoviária, já que o ônibus sairá às 18:30 horas.
A minha sorte que o motorista era amigo da Darla e me deixou viajar com as crianças sem a autorização que era exigida, tenho certeza que minha está me dando uma força de onde ela está.
Eu sei que fugi não é a melhor solução pra nada, mas eu não podia ficar de braços cruzados vendo Ben e Lily serem levados para um orfanato, eu sou a mãe deles agora, embora não tenha gerados nenhum deles no meu ventre, mas o amor que sinto pelos dois são como se eles tivessem nascido de dentro de mim.
Qualquer mãe desesperada faria o mesmo que eu fiz, afinal os laços sanguíneos são fortes, mas os do coração são ainda mais.
Primeiro eu preciso salvar a vida de Lily, mas depois vou lutar para adotar eles legalmente, só espero que essa minha fuga não dificulte quando eu for pedir a guarda deles.
Mas eu não podia ficar lá, afinal o conselho tutelar iria tirar as crianças de mim, já que o doutor Roach irá contar tudo, e ele sabe que não tenho muito dinheiro, estava desempregada desde a morte de Darla, afinal Lily era uma recém-nascida e Ben só tinha só tinha 1 ano e 6 meses e precisava de mim para cuidar deles em tempo integral.
Agora terei que arrumar um jeito de trabalhar em Seattle, já que minhas economias não vão durar muito e tenho duas crianças para alimentar, mas algo me diz que Darla vai dar um jeito de colocar alguém no meu caminho para me ajudar.
3 horas depois eu finalmente cheguei em Seattle.
Assim que saio da rodoviária, eu chamo um táxi e ajeito as crianças dentro, enquanto o taxista ajeita as bolsas lá atrás, fico aliviada por que até aqui deu tudo certo.
Quando estamos em movimento, eu peço a ajuda do motorista para que eu pudesse encontrar uma pensão que aluga quartos, e para minha sorte ele conhece uma e está me levando diretamente para lá e só posso agradecer pelas coisas está começando bem pra mim, nesta nova cidade, resta saber até quando, mas o importante se vou conseguir a cura para minha pequena Lily.
-Chegamos senhora, a pensão que te falei é aqui, tenho certeza que a senhora Greta irá recebê-la muito bem, vou levá-la até a recepção. Ele me avisa, enquanto estaciona o carro próximo da calçada.
-Obrigado senhor, fico muito grata pela sua gentileza. Digo saindo de do carro com a Lily no meu colo.
-Meu nome é Joffrey, não precisa me chamar de senhor. Sorri diante da sua gentileza.
-Então muito obrigado Joffrey. Agradeço, tentando tirar Ben de dentro do carro, mas ele e oferece para me ajudar com isso, eu aceito já que estou com bolsa grande e Lily nos meus braços.
-Venha, vou levar o garotinho pra você, depois volto para buscar suas bagagens.
Ajeito Lily no meu colo, depois sigo o taxista para dentro da pensão, onde sou recebida por uma senhora muito simpática que me alugou um quarto sem pensar duas vezes, ainda me ofereceu uma deliciosa sopa para o jantar, e leite para minha pequena.
Subo para o quarto assim que termino o jantar, Ben adorou a sopa, e Lily mamou duas mamadeiras cheias.
Dei banho nos dois, e quando eles dormiram, eu também tomei um banho, vesti um pijama confortável, e voltei a ligar meu notebook para pesquisar mais informações sobre o hospital, aproveito para anotar o endereço, afinal não posso demorar a levar Lily lá.
Pretendo ir lá amanhã mesmo, afinal a saúde de Lily tem pressa, a boa notícia é que eles fazem vários atendimentos gratuitos para pessoas como eu que não podem pagar uma consulta e muito menos um cirurgia de transplante de coração.
Mas eu também preciso resolver o problema do dinheiro, afinal o que eu tenho não vai durar muito tempo, vou precisar arrumar um emprego, mas enquanto eu não resolver esse problema de saúde da Lily eu não vou poder trabalhar, afinal ela requer cuidados 24 horas por dia, não vou poder pagar uma babá pra cuidar dela e do Ben, e em uma creche pode não olhar ela direito, se eu economizar mais, minha economias possa durar até a operação dela se Deus quiser.
Olho no relógio, e já passou da 00:00h. preciso dormir ou não conseguirei chegar cedo no hospital e lá os atendimentos gratuitos são por ordem de chegada.
Abraço meus bebês e adormeço logo em seguida, já que a viagem me deixou bem esgotada.
Na manhã seguinte eu acordo com um pequeno terremoto sobre mim, quando abro os olhos, vejo Ben pulando em cima da cama fazendo a maior bagunça como sempre, enquanto Lily está brincando com as suas mãozinhas gordinhas.
-Vem aqui seu sapeca, para de pular igual sapo ou irá cair em cima da sua irmã. Digo pegando ele no colo, beijando sua bochecha.
-Etou com fominha mamãe. Ele diz com sua voz de bebê que ele ainda tem, eu ainda não acostumei ainda com ele me chamando de mamãe, fico sempre emocionada quando isso acontece, ele sabe sobre a Kate porque sempre falo sobre ela para os dois, não quero que eles esqueçam dela nunca, sempre mostro fotos dela também, mas meu coração sempre enche mais de amor à medida que ele ouço ele me chamar assim também.
-Então vamos tomar um banho, depois iremos tomar café, porque a mamãe precisa levar Lily para o hospital, depois vamos procurar uma pracinha com brinquedos para você brincar. Assim que ele escuta a palavra brinquedos, a pulação recomeça.
-Eba. Ele diz enquanto o levo para o chuveiro.
Depois de arrumar Ben, eu medico Lily com os remédios que ela tem que tomar todos dias, depois descemos para o restaurante da pensão onde o café da manhã já estava sendo servido, dona Greta se ofereceu para cuidar de Lily enquanto eu tomava café junto com Ben, até agora só anjos tem cruzado meu caminho, espero que continue assim sempre.
Assim que terminamos, subir outra vez para o quarto onde peguei uma bolsa com algumas coisas para Lily e Ben se caso eles precisarem, além de todos os exames que Lily já fez desde que nasceu e chame uma táxi para nos levar até o hospital.
Quando chego na hospital eu fico encantada e intimidada ao mesmo tempo com a fachada do hospital, ele é ainda maior do que eu imaginava e realmente era um hospital para pessoas com muito dinheiro, mas isso não vai ser motivo para eu desistir.
Entro na recepção e algumas pessoas me olham com cara de nojo, afinal minhas roupas são simples, mas que se dane as essas pessoas esnobes tudo o que me interessa é a saúde de Lily, mais.
Fui até o balcão de atendimento, conversei com uma das atendente esperando que eu conseguisse ao menos uma consulta hoje, mas infelizmente a recepcionista me informou que as vagas para os atendimentos gratuitos já foram preenchidas, mas que eu podia ficar aguardando caso houvesse uma desistência e foi o que eu fiz.
Mas infelizmente não houve desistência também e já passava do meio dia e Ben já estava impaciente e com fome, então tive que embora, eu acabei levando Ben para comer em uma lanchonete, aproveitei para dar mamadeira para Lily.
E perto do quarteirão do hospital eu encontrei um parque infantil e passei a tarde ali com as crianças, Ben até fez alguns amiguinhos por lá.
Forrei a grama com um cobertor e deitei Lily ali e ela começou a brincar com seu urso de pelúcia favorito, enquanto Ben corria sem parar sem saber em qual brinquedo brincar primeiro.
Minha alegria era ver meus filhos felizes, mas isso realmente acontecerá somente quando minha garotinha ganhar um coração novo.
Minha esperança está naquele hospital e não vou desistir no primeiro obstáculo.
Continua..............