Capitulo 6

2539 Words
Quando me dou conta, empurro Jacob para longe. Não me orgulho do tempo que demorei para me dar conta, o homem estava já sem camisa. — Mas que p***a!????? — Grito indignada. Jacob, com um sorriso de lado, leva um dedo até os lábios, pedindo silêncio. —Os franceses te ensinaram alguns palavrões, ein? — Ele sussurra. Não foram os franceses, foi a vida de m***a que eu levei. — O que você está fazendo aqui? Eu achei que tinha deixado bem claro quando disse que não pensava mais como antes. — Digo empurrando-o para perto da janela. — E deixou. — Jacob responde. Então, levanta uma das sobrancelhas para mim. — Você não se lembra da nossa última conversa, não é? Bato o pé no chão, indignada com ele duvidando de mim. — É claro que lembro! Jacob balança a cabeça. — A conversa sobre nós dois? Que você disse que não poderia ter nada entre a gente, por conta da nossa família? — Ele faz uma pausa, esperando uma resposta minha, mas não a tem. Estou muito ocupada juntando as peças e vendo a m***a que fiz. — E você me disse hoje que não pensa mais assim. Tem duas coisas que eu gostaria de saber nesse exato momento: 1- Como sair dessa enrascada. 2- O pé de quem Alison beijou para ter um homem tão lindo como Jacob apaixonado por ela durante a vida inteira. — Jacob, eu...não podemos. — Digo a ele. Jacob se aproxima. — Por quê? — Ele me pergunta baixinho. Um sussurro quase inaudível, que quase confundo com a minha própria voz na cabeça, perguntando a mesma coisa. Por que mesmo não posso ter um romance fervoroso com esse homem lindo na minha frente? E a voz da razão na minha cabeça, me responde. Porque eu não sou a mulher que ele ama. Eu não sou a verdadeira Alison. —Porque eu já estou comprometida. Jacob parece que levou um t**a na cara. Sua expressão muda para a completa derrota, e me faz pensar o quanto ele ama Alison. — Você está noiva? — Ele me pergunta, ainda baixinho. Balanço a cabeça. — Claro que não. — Digo a ele. — É apenas um namorado. Então, a expressão de derrota muda. — Por isso não contou a todos? — Ele pergunta e assinto. — Então não é sério. Arregalo os olhos. — É sério sim! É muito sério! — Tento conter o desespero. Jacob abre a janela, ele se senta nela, com as pernas para o lado de fora então, se vira pra mim. — Não, não é sério. Se fosse sério, ele já teria posto um anel no seu dedo. Eu faria isso. Enquanto Jacob escala de volta até o chão, ponho meu corpo para fora da janela e tento falar alto o bastante para ele ouvir, mas não o bastante para que as pessoas da casa ouçam. — Eu tenho 19 anos, ele não colocaria um anel em mim nem se implorasse. Não sei se ele ouviu, apenas o vejo desaparecer pelas ruas de Bel air, Ele acha mesmo que eu me casaria aos 19 anos? Quem em sã consciência faz isso em pleno século XXI? Com tantas possibilidades, ainda mais Alison, com a grana que tem. Algo na expressão de Jacob não me cheirou bem. O jeito que toda esperança voltou ao rosto dele quando eu disse que era apenas um namorado. Basicamente, o cara deu a entender que não vai respeitar meu relacionamento. Meu relacionamento fake. Volto a minha cama e faço carinho em Harry até ele se cansar e sair de perto de mim. Ele então vai para sua cama nova e se aninha. Fico observando a bola de pelos mais linda do mundo até dormir. Abro os olhos. Completamente descansada. Hoje, como quase nunca na minha vida, nada me acordou, a não ser eu mesma. Não teve barulho de carros, despertador, vizinhos, nem mesmo meu próprio gato. Hoje, eu apenas abri meus olhos, num silêncio total, completamente descansada. É assim que é acordar em Bel Air? Levanto-me para tomar um banho. Mais um dia ensolarado e bonito em Los Angeles. E conheço o banheiro de Alison de verdade. Até então não tinha usado para tomar banho. Escovo meus dentes no maravilhoso espelho e deixo minha escova de dentes na pia de mármore. E agora, vou conhecer a ducha. o banheiro é enorme, todo subdividido. E bem na parte de trás, há uma banheira enorme embutida e quadrada embutida no chão, e a ducha logo acima. Tiro minha roupa e entro. Tem vários botões, e começo a procurar algum que ligue a água morna. E não demora para que, não só um, mas vários jatos de água vindo de várias direções, me atinjam com água morna. Se um dia eu achei que meu chuveiro era aceitável, agora eu sei que tomo banho em algo parecido com um balde com furos desproporcionais. E assim tomo, o melhor banho da minha vida. Após o banho, visto um roupão, e vou até o closet, onde ontem à noite desfiz as malas. Pego uma das roupas que Lisa e eu compramos ontem. Ela me disse que é uma roupa causal, que posso usar no dia a dia. É um vestido florido amarelo. ele tem um decote quadrado que mostra a parte superior dos meus s***s apenas. Tem mangas fofas, e um nó na frente dos meus s***s. Chega até a metade da minha canela, com um corte até minha coxa. É simplesmente lindo, estilo Boho. Combino o vestido com uma bota estilo coturno, porém, ela chega até a ser delicada. Lisa me contou que Alison estava numa vibe meio hippie. Mas conhecendo Lisa, ela deve ter exagerado. A verdade é que pessoas como ela acham que "hippie" é xingamento. Acham que por Alison usar um lindo vestido Boho, automaticamente faz ela uma hippie. Deixo o cabelo solto, deixo as ondas brilharem. Afinal, acabo de usar um xampu e condicionador de 100 dólares cada. Sim, eu pesquisei. E por fim, abro as cortinas. A vista é linda. Bel Air é linda. É por isso que os super ricos vem morar aqui, que preocupações eu teria na vida se todos os meus dias começassem como hoje? Pego Harry e desço com ele para o andar de baixo. A casa toda está no mais completo silêncio. Me sento a mesa de jantar, triste e vazia. m*l parece a mesa cheia de ontem à noite. Coloco Harry no chão. — Oh! Desculpe senhorita, ainda não p***s o café. — Uma moça, vestida no uniforme, aparece de repente. Ela é nova, diria que tem minha idade. — Tudo bem, que horas vocês costumam servir? Me sinto num hotel. Alguém vai me servir um café da manhã. Geralmente é o contrário, eu que sirvo o café da manhã das pessoas. — Por volta das 11am. — Olho a hora no meu celular. Passa um pouco das 8 da manhã. Se o café da manhã sai às 11, a que horas almoçamos? — Não temos nada pronto ainda, mas posso trazer algo pra você. Assinto. Ela pede licença e se retira. Fico alguns minutos no celular, em parte contando a Peyton sobre esse dia, mas também aproveito para falar com o veterinário de Harry. Ele me passa algumas instruções para limpar os pontos dele e diz que em 10 dias ele já pode começar os exercícios. Por enquanto, devo apenas entrar com a ração medicamentosa. Então, a empregada volta. Dessa vez, com alguns pratos na mão. Ela põe na mesa alguns pães, uma jarra de suco, algumas frutas, ovos mexidos, panquecas, e algumas torradas. Começo a me servir. Coloco 3 panquecas no meu prato, alguns morangos, uma porção de ovos mexidos e uma torrada. Sirvo um copo de suco e começo a comer. — Uau. Eu não a vejo comer assim desde...nunca? — Uma voz masculina que reconheço, já que é a mesma que visitou meu quarto na noite anterior. Levanto a cabeça e Jacob está parado na entrada da sala com sua irmã ao seu lado. Por mais que Jacob esteja deslumbrante numa blusa verde escura de mangas curtas e uma calça caqui apertada, não consigo tirar meus olhos de Emily. A garota está diferente de ontem. Ela tem a pele pálida, os olhos fundos, a testa suada. Tem um pouco de rímel derretendo com o suor no canto de um dos seus olhos, o cabelo está completamente emaranhado. Emily não parece bem. — Bom dia. — Digo a eles, agora, tentando não demonstrar a Emily que notei sua aparência péssima. — Lucy, pode me trazer um café pra nós dois? E talvez mais um pouco disso? — Jacob aponta para a comida. Lucy, a moça que me trouxe o café da manhã, assente para Jacob e sai. Emily passa pelo irmão, esbarrando nele e se senta próxima a mim. Jacob se senta ao lado dela, mas perto de mim. — Então...tiveram uma noite divertida? — Pergunto a eles. Jacob dá de ombros. — Emily teve uma noite divertida, eu apenas a busquei. O que faz acordada tão cedo num domingo? — Eu acordo esse horário todos os dias. — Dou de ombros. — E vocês? — Pra começar, eu não dormi. — Emily diz ríspida. — Ela precisa comer algo e aqui sempre tem comida pronta. Não esperávamos ver alguém, na verdade. — Jacob confessa. — Mamãe acorda cedo todos os dias para fazer yoga, ou spinning, ou seja, lá qual for a atividade de branquela rica. — Emily diz. Jacob a cutuca. — Emily, por favor, não. Apenas não. — Ele a diz, claramente sem paciência. Emily olha para o irmão, os olhos agora caídos, meio sonolentos. Lucy aparece com as bandejas. Ela põe uma xícara de café na frente de cada um dos irmãos e começa a acrescentar porções de ovos mexidos e panquecas. — Obrigada, Lucy. Agora Emily, coma. — Jacob manda. Me sinto incomodada pelo tom de voz dele. Mandando nela como se ela fosse sua filha. Emily, sem vontade alguma, pega uma panqueca com a mão e morde. Logo depois, leva a xícara de café até a boca. Jacob então começa a beliscar os ovos. — Então...vamos dar uma volta hoje? — Ele pergunta a mim. — Eu não posso, tenho que cuidar do meu gato. — Digo a ele. — Você não faz isso todos os dias? E que cuidados um gato precisa? — Emily questiona. — Não esse tipo de cuidado. Harry teve que fazer uma cirurgia no coração recentemente. Emily olha para meu gato e começa a rir. — É claro, olha o tamanho desse gato. Sinceramente, isso é negligência. — Emily agora parece estar se divertindo. — Como é? — Falo mais alto do que pensei. Me levanto instantaneamente, essa garota rica que provavelmente deve estudar numa escola de ricos, como a Trinity, não deveria mexer com alguém que estudou numa escola pública. Tá certo que estudei no Canada. Mas ainda assim, é uma escola pública. Jacob, se levanta quase que junto comigo. Ele rapidamente se põe entre mim e a irmã. — Emily não quis dizer isso. — Jacob diz tocando no meu ombro. — Quis sim. — Emily fala atrás dele. Empurro Jacob para o lado, mas o homem parece até um bloco de concreto e m*l se move. Jacob olha para Emily. — Vai pro carro. — Ele diz ríspido. Emily então se levanta bruscamente, joga o guardanapo com força na mesa e se retira. — O que é isso? O que eu fiz para essa garota? — Digo indignada. — Emily está passando por um momento difícil. Eu preciso ir, mas nos vemos mais tarde? — Não? — Digo levantando as sobrancelhas ele. Um gesto rude, mas Jacob apenas ri e pisca para mim, antes de ir embora. Eu já odeio Emily. Até agora, péssima experiência com primos. Jacob tem zero respeito com meu relacionamento que não existe e Emily tem zero respeito por mim. Espero ter mais sorte com Kim e Jenifer. Termino meu café da manhã e antes que eu possa juntar a louça, Lucy aparece e limpa a mesa por mim. Decido então conhecer a casa. Tenho que admitir que esse lugar é um sonho. É quase igual a "Um maluco no pedaço", confesso. Todas as coisas chiques, porém, mais moderno e clean. Em algum lugar na casa, encontrei uma sala de cinema, uma biblioteca, uma sala de estar aleatória, o jardim e a piscina. E não é qualquer piscina. É uma verdadeira piscina Bel Air. Logo, as pessoas da casa começam a acordar. Marc é o primeiro a acordar. Logo Phillip e Mary se juntam a ele. E por último, Lisa. Essa casa é imensa para quatro pessoas. A casa de Anne, tia-avó de Alisson, comporta mais gente. Pelo que entende, Anne e Winston, Archie e as duas filhas, Eric, Irina e os dois filhos. Se essa casa, com a metade de pessoas, já é desse tamanho, como será a casa de Jacob? Alison cresceu sozinha nessa casa. Sem irmãos ou primos, apenas os primos de terceiro grau na outra casa. Imagino se ela não foi uma garota solitária como eu. Mas descarto a ideia na hora. Alison é rica e bonita. E ela tinha Jacob. Penso em por uma coleira em Harry, essa casa é enorme, vou perdê-lo em algum momento. Harry sempre foi acostumado a um apartamento minúsculo de 3 cômodos. Mas incrivelmente, durante o dia, ele não saiu de perto de mim. Perto do final do dia, Kim e Jenifer apareceram. Lisa torceu o nariz para as duas e logo em seguida pegou sua bolsa e saiu de casa. Passei o dia lendo na biblioteca com Harry que teve a brilhante ideia de subir nas estantes e eu quase tive um treco. Se esse gato estabanado cai lá de cima, eu não sei nem o que eu faria. — Ele é tão fofo! — Jenifer diz acariciando Harry. — Papai não nos deixa ter pets. — Kim avisa. — Harry é uma boa companhia. — Digo observando o gato mais bobo do mundo, virar a barriga para cima. — Apenas cuidado com os pontos dele. Ainda está sarando Kim assente. — A gente veio te chamar para ir numa festa hoje. — Kim avisa. — Num domingo? —Indago. Jenifer dá de ombros. — O que têm? — E a escola? —Jenifer acabou de entrar no "High School" e eu estou no penúltimo ano. — Jenifer justifica, dando a entender que nenhuma das duas precisas se preocupar com faculdades nesse momento. E vai ver, é verdade. Elas devem querer entrar em alguma Ivy League, sabemos que dinheiro não compra uma vaga nessas universidades, mas ainda assim, é um tremendo trampolim pra elas. — Eu não sei se quero ir a uma festa... — Por favor! conheça nossos amigos, Emily também vai, é a primeira festa da Jenifer! — Kim dá pulinhos. — Tio Archie disse que vocês só iriam se eu fosse? — Pergunto. Kim dá um sorriso amarelo. — Bom. Sim. Mas realmente queremos você lá. Suspiro. — Certo. Vamos a uma festa então. Jenifer e Kim se olham e começam a vibrar animadas.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD