Capítulo 3

1909 Words
Lily Quando terminamos o almoço os rapazes seguem para a sala de televisão para assistir a reprise de algum jogo qualquer de basquete. Mas acho que isso é apenas uma desculpa para terem uma conversa com Ben a sós. E enquanto eles tem a sua reunião masculina eu me ocupo de ajudar na tarefa de guardar a louça que minha irmã lava e a esposa do me primo seca. Mamãe e tia Maggie ficam apenas observando o nosso trabalho e fazem planos para a nossa noite. O que incluem fazer biscoitos de gengibre e terminar de enfeitar a árvore para o Natal. _ Finalmente terminamos. - Suspiro fechando a porta do armário depois de guardar o último prato. _ Agora que terminamos vou atrás dos meus filhotes. - Carly diz largando o pano de prato sobre a pia. - Preciso garantir que não colocaram a casa a baixo com o seu cachorro. _ O perigo é agora eles quererem um cachorrinho só para eles. - Tia Maggie comenta fazendo a nora rir. _ O que não seria nenhum problema, tia. Um cachorro é sempre uma boa companhia. - Comento cruzando os braços na altura do peito. _ Harry e eu já decidimos dar um animalzinho para eles em breve. - Carly fala sem ligar para o tom ranzinza da sogra. - Agora vou ficar um pouco com eles. _ Vou junto. Preciso levar o Max para uma volta. A viagem o deixou um pouco estressado. _ Vou com você. - Eleonor fala parando ao meu lado e sei que esse é o seu jeito de pedir um momento entre irmãs. _ Não demorem. - Mamãe adverte quando estamos seguindo para fora da cozinha. - Temos muito o que fazer. _ Pode deixar, mãe. - Eleonor e eu dizemos juntos. Meus olhos seguem direto para Ben quando chego a sala. Ele ergue a cabeça no mesmo instante fazendo nossos olhares se encontrarem e ele me sorri. Vasculho por algum incômodo ou pedido silencioso de socorro em seus olhos, mas não encontro nada. Ele parece estar gostando de ficar no meio deles. Tudo o que preciso é balançar a coleira para Max largar as crianças para correr em minha direção. _ Nós vamos dar uma voltinha. - Aviso a Ben enquanto prendo Max em sua guia sem qualquer estresse. _ Quer que te acompanhe? - Ele pergunta fazendo menção de se levantar. _ Não precisa, cunhado. - Eleonor fala me estendendo o meu casaco. - Vou junto com ela. _ Tudo bem, cunhada. - Ele sorri para minha irmã. - Se cuida, Coração. - Diz piscando para mim e sinto meu corpo queimar. Não sei se de raiva ou vergonha pelo apelido. _ Sempre me cuido, Ursinho. - Falo forçando um sorriso e ele ergue uma sobrancelha claramente se divertindo com a situação. _ Vocês são tão fofos com esses apelidos. - Eleonor suspira enrolando seu braço ao meu. - Prometo que cuido bem do seu Coração, cunhado. _ Conto com você. - Ele fala brincalhão vindo até onde estamos e me beija rapidamente os lábios me pega do de surpresa. _ Vamos logo. Vocês podem namorar depois. - Eleonor fala me puxando em direção a porta. O vendo frio nos atinge assim que deixamos a casa e me apresso em subir mais o zíper do casaco e Eleonor faz o mesmo. Caminhamos por um tempo em silêncio com Max a me puxar ansioso a farejar tudo a cada passada encantado com o novo ambiente. _ Vai me contar os detalhes desse seu namoro repentino ou terei que implorar? - Pergunta quando ganhamos certa distância de casa. _ De que detalhes está falando? - Me faço de desentendida enquanto penso no que falar. _ Como foi o primeiro beijo? Quem tomou a iniciativa? Onde e como foi o pedido de namoro? Foi ele quem pediu? - Desata a perguntar afobada. - Conta tudo. _ O primeiro beijo foi estranho. - Falo lembrando do selinho que Ben me deu antes de sairmos. - Fui eu que tomei a iniciativa e pedi o Ben em namoro durante uma noite regada a filmes e pizzas no meu apartamento. - Conto o mínimo de mentira possível. - Mas agora chega de falar de mim e vamos falar um pouco de você. Como vai as coisas com o Jordan? _ Vão indo bem. - Ela conta com aquele sorriso bobo que não deixa seus lábios desde que conheceu o marido na faculdade. - Estamos os dois realizados no trabalho. E estivemos falando sobre dar o próximo passo. _ Quer dizer filhos? - Pergunto parando um pouco para Max descansar antes de voltarmos. _ Sim. - Diz com os olhinhos brilhando. - Inclusive já paramos com os remédios. _ Mamãe deve está louca com a notícia. Ela morre de vontade de ser avó. - Comento puxando a guia de Max para começarmos a voltar. _ Ela ainda não sabe. Decidimos não falar com ninguém até que eu esteja realmente grávida. Então nem preciso dizer que essa nossa conversa deve ser mantida em segredo. _ Minha boca é um túmulo. - Brinco passando um zíper imaginário na boca a fazendo rir. - Agora vamos apertar os passos porque todo esse frio não vai fazer bem ao meu filhote. _ E você está morrendo de saudades do seu Ursinho. - Comenta brincalhona. Chego a abrir a boca para desconversar, mas então me lembro que para ela estou completamente apaixonada pelo meu vizinho e melhor amigo e apenas sorrio deixando que pense e imagine o que quiser enquanto caminhamos em direção a minha antiga casa. _ Parece que você não é a única a estar com saudades. - Fala quando avistamos Ben ao lado de Jordan na varanda a nossa espera. Minha irmã segue direto para os braços do marido assim que chegamos. Já Ben se agacha para afagar Max antes de vir também me abraçar e deposita um beijo no topo da minha cabeça antes de se afastar um pouco ainda me mantendo em seus braços. Estar abraçada a Ben é tão estranho quanto o beijo que trocamos. Beijo este que não saí dos meus pensamentos. Ben me ajuda com o casaco quando entramos e o guarda no armário fica no hall de entrada. Aproveitamos que a família está espalhada cada um para um canto e subimos até o meu antigo quarto. Max nos deixou para ficar junto com os filhos dos meus primos. Ele ama crianças. Esse pensamento me faz lembrar da conversa que tive com a minha irmã e a sua decisão de ter filhos. Imaginar aquele grandão peludo pulando em torno de um sobrinho ou sobrinha. _ Por que está sorrindo? - Ben pergunta sentando na cadeira da minha velha penteadeira para tirar os sapatos. _ Porque minha irmã está decidida a me dar sobrinhos e estava pensando no Max com um bebezinho. - Digo me deixando cair na cama. _ Então quer dizer que em breve vai ser promovida a titia Lilica? _ Shiu! Fala baixo. - Falo correndo até a porta para saber que ninguém nos ouviu. - Isso é um segredo. Eles não querem a pressão da família. Só contei a você porque é o meu melhor amigo e temos um trato de nunca guardarmos segredos um do outro. _ Prometo não contar a ninguém. - Ele garante erguendo a mão direita em juramento. - Seu segredo está bem guardado comigo. _ Confio em você. - Digo com um meio sorriso. - Como foi enquanto estive fora? O papai te tratou bem? - Pergunto voltando para a cama depois de fechar a porta. _ Ele fez todo aquele interrogatório sobre as minhas intenções com a filhinha dele com seu tio, primo e cunhado como apoio moral. Bem no estilo medieval. - Conta com ar risonho vindo sentar do meu lado. _ E o que respondeu? _ O que ele queria ouvir. - Fala dando de ombros. - Depois seu primo foi ficar com a esposa e os filhos. Sua mãe e sua tia vieram buscar os maridos para ajudarem com qualquer coisa relacionada aos planos para está noite e sobramos Jordan e eu. _ Acha que desconfiaram da nossa história? - Pergunto roendo o cantinho da unha. _ Para de roer a unha. - Ralha puxando a minha mão. - Não sei se desconfiaram. Mas acho que devemos ser mais amáveis quando estamos com eles para não deixar dúvidas. Uns beijos e abraços devem bastar. Só que temos um outro problema. Estamos no mesmo quarto e só temos uma cama. - Diz se deitando de costas encarando o teto e faço o mesmo ficando ao seu lado. _ Tenho um colchonete no closet para as noites de pijamas com as amigas. - Falo virando de lado para ficarmos de frente um para o outro. - Fazemos um rodízio com a cama para ser justo. _ Certo. - Ele diz apoiando a cabeça sobre a mão. Ficamos parados a nos observar um pouco mais de perto. Meus olhos se cravam nos dele e pela primeira vez pareço notar o quão bonitos são os seus olhos castanhos. No cantinho próximo ao olho direito é possível ver uma pequena cicatriz que nunca havia visto antes. Meus olhos descem rápidos até seus lábios e trazem a lembrança daquele simples beijo que trocamos. Mais estranho que lembrar é desejar repetir. Salto da cama assustada com esse desejo repentino deixando Ben confuso. _ Vou tomar um banho. - Digo olhando em qualquer direção menos para ele. Recolho algumas peças na mala e corro para o banheiro. Acho que tomo o banho mais demorado da minha vida enquanto repito mentalmente que tudo isso é uma mentira com prazo de validade e que somos apenas amigos que vão rir desse situação num futuro bem próximo. Quando saio do banheiro encontro Ben dormindo todo espalhado na cama. Deixo que descanse um pouco enquanto confiro as minhas redes sociais e as redes sociais da clínica. Faço algumas postagens sobre cuidados com o seu bichinho de estimação durante as festas. Além de engajar uma campanha para adoção de animais que está acontecendo no centro comunitário próximo a clínica. Um pouco antes do jantar Ben acorda para tomar um banho e se arrumar. Quando descemos já estão todos a todo vapor. Jantamos pontualmente as dezenove horas e depois do jantar começamos com a confecção de biscoitos. Fico junto com Ben, que faz mais sugerira do que ajuda. Quando tudo fica pronto é a tão esperada hora de enfeitar a enorme árvore ao lado da lareira que exibe as nossas meias de natal bordadas a mão por mamãe. É uma pequena confusão envolvendo caixas, enfeites, crianças e cachorro. É preciso uma operação organizada tudo e começar de fato a enfeitar a árvore. Cada pequeno enfeite é uma história a ser contada. Algumas emocionantes e outras um tanto constrangedoras que arrancam muitas risadas. O Gran finale é feito por Allana, a filha mais nova do meu primo Paul e Carly, que coloca a estrela no topo da árvore. _ Agora estamos oficialmente prontos para o natal. - Mamãe fala se recortando em papai e gosto de ver o afeto e amor deles mesmo depois de tantos anos de casados. Depois de mais alguns minutos de conversa todos começamos a nos recolher. A hora de deitarmos deveria ser um tanto constrangedora, mas estamos tão cansados pela agitação do dia que apagamos assim que encostamos a cabeça no travesseiro.
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