A fúria de Austin não passou nos dias que se seguiram: por dias a fio ele buscou informações sobre Caroline Hammer e quando estava quase desistindo, encontrou uma referência, ela era oncologista, havia trabalhado em diversos lugares, e sim, tinha um filho, Dominic Hammer, que aparentemente, lecionava Astronomia em uma Universidade. Parecia ser gente boa a tinham bastante características fisicas em comum.
Depois de não aparecem em casa, nem mesmo nas comemorações do ano novo, gerando uma situação ligeiramente desconfortável aos seus pais, Austin apareceu como se nada houvesse mudado, em uma linda manhã de domingo, enquanto os pais tomavam seu café da manhã.
- Querido - diz Nancy - ficamos preocupados...
- Não se preocupem - ele ri - eu estava no apartamento sobre a oficina, não fugi de casa.
- Quer café? - o pai pergunta de repente.
- Não, obrigada - ele suspira e senta-se á mesa - então, eu tenho um irmão.
- Não é bem isso - o pai tenta explicar.
- Sim, é - o filho responde - pelo amor de Deus, se você é o pai, ele é o meu irmão.
- Meio irmão - a mãe o corrige.
- Para quem não tem nenhum - ele dá ombros - meio me parece o suficiente.
- Não pode procurar por ele - o pai pede.
- E porque não? - Austin questiona..
- Carol, ela não quer que ele saiba... - o pai diz.
- O cara é mais velho do que eu - ele ri - trintão, pelo menos... Como é que a mãe vai decidir o que ele sabe ou descobre sobre o próprio passado? Vocês todos são bem hipócritas.
- Não existe necessidade - diz a Mãe, o menino está bem.
- Se serve de consolo à vocês - ele da ombros e ri - mas ele cresceu sozinho e sem irmãos, ele cresceu sem ter um companheiro de brincadeiras, sem ter com quem dividir seus medos - ele gritou - como eu! Eu sou aquele menino também, a verdade foi escondida de mim, do mesmo jeito que foi escondida dele. Tivemos algo que nos foi roubado, antes mesmo de podermos tocar...
- Está sendo dramático - grita o pai - um homem feito, portando-se como um garotinho birrento, sempre teve tudo o que quis nas mãos, e agora que está entediado resolveu escaramuçar o passado.
Austin não disse nada, apenas caminhou em direção à porta: não era um garotinho birrento, passara longos anos de sua vida sonhando em ter um irmão, em ter alguém, uma conexão... Sentira isso com Ellie e a perdera, pelo exato mesmo motivo que não conhecia o seu único irmão: os seus pais.
Com mais calma, ainda naquela noite, acabou por acalmar-se e decidir que nãp poderia culpar os pais daquela forma, decidiu que deveria pedir desculpas e que sim, mesmo que discordassem entraria em contato com o irmão e assim o fez:
"E ai cara, tudo bem? Acabei de perceber que temos algumas semelhanças físicas e bem, queria conversar com você sobre isso, se tiver interesse. Aguardo teu contato." - foi tudo o que enviou.
Nem mesmo havia servido a cerveja que pretendia beber em um copo quando recebeu uma mensagem de resposta, rápida e certeira:
" E aí, tudo certo e com você? Cara, sim, é meio óbvio que temos... Você é filho do Thom Bryans, não é?"
Austin pensa, repensa... O cara sabe de tudo, sou um palhaço, claro que a mãe dele contou tudo, mas ele é evoluído e ele um bebezão carente:
" Sim, eu sou "
Resposta simples e curta. Não pareceria o emocionado. Segundos se passaram e ele encarava a tela do computador, Dominic estava digitando:
"Que loucura, irmão, sempre quis conhecer você... Minha mãe sempre disse que não deveria me aproximar para não causar mais problemas do que ela mesma havia causado, mas se você está falando comigo, acho que isso não é um problema"
Alívio: não era um b****a carente. O irmão sabia que ele existia e apenas estava se mantendo fiel à um pedido de sua mãe, o que era nobre, apesar de um pouco e******o. Conversaram por horas a fio, Dominic - ou Dom, como insistiu que o irmão o chamasse - contou anos de sua vida em um piscar de olhos para ele, e no fim, era como se fossem velhos conhecidos: marcaram de encontrar-se, beber cervejas e comemorar o encontro. Austin estava feliz e tratou de visitar os pais e perdoa-los o quanto antes.