Williams Ferri
Saio do grupo Smith o mais rápido que consigo. Ando pelas ruas em alta velocidade, desolado, com o coração apertado, me amaldiçoando por ter me deixado envolver por uma mulher que não vale nada.
Chego ao endereço que ela me passou e me admira ao ver o estado da casa velha e caindo aos pedaços no subúrbio.
Estaciono o carro em frente à casa velha e desço indo até à porta. Ao bater, ela logo é aberta e revela meu pesadelo.
— Williams — diz meu nome e minha vontade é de estrangulá-la.
— Que p***a de confusão é essa que você armou?
— Entra primeiro, não é seguro ficar na porta.
Ela me puxa pelo braço e tranca a porta na chave, completamente apavorada.
Eu não vou falar que já sei do seu joguinho baixo, pois, quero ver até onde ela vai.
— Que história é essa de gravidez? E, por que Carlos quer te matar? O que você fez para deixá-lo tão furioso, ao ponto dele querer tirar a sua vida, Rayla?
Vejo que ela engole em seco, analisando minhas perguntas como se buscasse as melhores palavras para respondê-las.
— Estou grávida, Williams. Grávida de você. Não usamos nenhuma proteção naquele dia e aconteceu, simplesmente aconteceu.
— Isso eu já entendi, Rayla, tenho ciência da burrada que fiz em me deixar seduzir por você, achando... — Nem termino de falar porque não vale a pena, pois, a verdade é que me deixei enganar.
— Will...
— O que o Carlos tem a ver com essa história? RESPONDE, p***a.
Ela se assusta quando me vê gritar, já que nunca me viu nesse estado. Certamente deve estar pensando que sou trouxa e que pode me enganar novamente.
— Tudo não passou de um grande m*l-entendido. Olivia... Não, o Carlos, ele acha que...
É nessa hora que vejo que a maldita quer me enganar, pois, se enrola em sua mentira.
Sem paciência para essa merda toda, vou pra cima dela e a seguro pelo pescoço. Eu a imprenso na parede, buscando um alto controle que no momento não tenho, já que minha vontade é de eu mesmo matá-la.
— Olha bem para a minha cara, Rayla. — Dou uma ordem, começando a colocar pressão em seu pescoço.
Ela arregala os olhos, me olhando com o medo estampado em sua face.
— Você deve achar que sou o homem mais manipulável do mundo inteiro. O pacífico, i****a e trouxa, Williams...
— Não, Will...
— Calada vagabunda!
Vejo lágrimas começarem rolar pelo seu rosto, um rosto lindo que poderia ser adorado, se ela não fosse uma v***a.
— O Carlos quer te matar porque você foi baixa ao ponto de querer dar o golpe da barriga nele. É por isso que ele quer a sua alma, como o demônio que ele é. A família Smith vai te esmagar sem nem mesmo sujar os sapatos. Por sua culpa, Olivia sumiu carregando os verdadeiros herdeiros Smiths no ventre. Ela é a mulher que Carlos ama e você já está com a sua cova aberta.
Ela segura no meu braço querendo que a solte, buscando por folego e para não a matar, alivio a pressão da mão.
— Você não pode deixar isso acontecer, se ele me achar e me matar, como consequência o seu filho morre.
Eu a jogo com tudo em cima de um sofá velho, a fazendo gemer ao cair de qualquer jeito.
— E você ia usar meu filho para dar o golpe da barriga no meu melhor amigo, meu irmão? Você não vale nada, Rayla. Se Carlos tivesse acreditado em você, iria permitir que outro homem criasse meu filho. Tudo isso por dinheiro? E não venha me dizer que iria fazer isso por amor porque você não ama ninguém. É uma v***a manipuladora. Minha vontade é de te matar e jogar seu corpo aos pés de Carlos Smith.
— CHEGA, WILLIAMS, CHEGA... — grita, chorando descontrolada.
— Eu sei o que fiz e sei também que sou tudo isso que está falando. Na verdade, sou muito pior do que está falando. Mas você não vai deixar que Carlos me encontre porque se eu morrer o seu precioso bebê morre. Eu sei que tudo o que quer é uma família, é um fraco e foi a presa mais fácil do mundo para meus planos. Eu só não contava que o amor de Carlos por aquela sem sal da Olivia fosse tão grande.
Caminho na sua direção e acerto um tapa em cheio em sua cara.
Eu nunca, em toda a minha vida, bati em uma mulher, mas essa na minha frente merece muito mais do que apenas um tapa na cara.
Ela coloca a mão no lado do rosto que bati, completamente chocada com minha atitude.
— Olivia gostava de você.
Eu me aproximo dela e seguro suas bochechas, apertando para que me olhe nos olhos. A infeliz é tão cheia de si que em nenhum momento desvia o olhar.
— Você tinha tudo para ter uma vida completamente diferente, Rayla, é bonita, inteligente, com um futuro brilhante pela frente, mas preferiu o caminho mais fácil. Olha onde você está agora.
Ela tenta se soltar, mas não deixo e a imprenso no sofá, voltando a segurá-la pelo pescoço para imobilizá-la.
— Você não me conhece, se enganou e muito comigo e com meu temperamento. — Faço com que ela me encare novamente.
Ela tenta ainda lutar comigo, mas falha miseravelmente.
— Eu fui criado por um dos monstros de James Smith, querida. Se Ivan e Carlos são um demônio, James é o d***o.
Agora sim, ela se dá conta de quem realmente sou e gosto muito da expressão em sua face. Só então eu a solto e me levanto, ajeitando meu terno caro de grife.
— Williams...
Levanto o dedo e ela se cala.
— Você me colocou nessa situação, me fazendo escolher entre meu filho e meu melhor amigo, meu irmão do peito. — Eu me viro para ela novamente, a encarando. — Eu vou te ajudar, vou salvar a sua vida para salvar a do meu filho. Mas anota aí, vai chegar o dia, Rayla, que você terá preferido morrer nas mãos do Carlos.